O Que Não Tem Remédio... escrita por Finchelouca


Capítulo 2
O gato subiu no telhado ou "Eu comprei um gato"?


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a quem deixou review no capítulo anterior! Vocês são demais e me fizeram sentir tão estimulada que eu estou postando de novo no mesmo dia!!

Espero que gostem desse cap...

Bjs!



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Finn demorou mais do que o normal para chegar naquela noite, o que foi deixando Rachel ainda mais apreensiva. Ela começou a ensaiar, mentalmente, mil e uma maneiras de contar sobre a não planejada gravidez, uma vez que seu pais sempre diziam que é arriscado, em alguns casos, ir direto ao assunto. Com Sugar, ela fora direta, mas Finn seria o pai do bebê, teria sua vida diretamente afetada, e, por isso, parecia-lhe um desses casos em que a gente não deve dizer "o seu gato morreu", mas começar com algo como "o gato subiu no telhado".

O gato subiu no telhado... Finn, você se lembra quando nós voltamos e estávamos tão empolgados que esquecemos a camisinha que a gente sempre usava?

O gato subiu no telhado... Eu cheguei mais cedo do hospital hoje, babe. A Dra. Addison me liberou porque eu tava nervosa. Por que? Ah... é que eu não andava me sentindo bem nesses últimos dias e resolvi fazer um exame e então...

O gato subiu no telhado... Amor, eu acho que a gente vai precisar fazer umas mudançazinhas no quarto de hóspedes. É... não são bem 'inhas' pra falar a verdade. Ele vai ter que deixar de ser um quarto de hóspedes.

Já devia ter chegado a sua décima versão de como começar a conversa quando ouviu a porta do apartamento se abrindo, mas não foi a voz de seu namorado que ecoou sala adentro, e sim vozes infantis. Olhou para a porta e viu Hudson entrar, sorridente, com o menino e a menina que falavam ao mesmo tempo, enquanto penduravam suas mochilas, lancheiras e casacos no cabide próximo à porta, depois de tirar das bolsas usadas para ir à escola um caderno cada um.

"Greg... Gaby... vamos com calma, ok?" Finn pediu, mas não conseguia conter o riso. "Em primeiro lugar, vamos cumprimentar a tia Rachel, do jeitinho que eu sei que seus pais ensinaram."

"Oi, Ray-Ray." Gregory falou, se aproximando dela, com as mãos nos bolsos e um sorrisinho igual ao do pai, um primo mais velho de Hudson chamado Will Schuester. "Você está linda esta noite." Repetiu a frase que ouvira o homem mais velho usar algumas vezes para elogiar a esposa Emma, com uma entonação forçada, imitando o jeito dos adultos.

"Obrigada, homenzinho." Rachel agradeceu o galanteio, rindo e se agachando na frente dele. "E eu não ganho um abraço e um beijo por isso?" O garotinho prontamente a abraçou e, quando a soltou, piscou para Finn, como se quisesse dizer que havia ganhado uma disputa entre machos. Hudson riu, se perguntando como um menininho miúdo de apenas cinco anos de idade tinha aprendido a jogar charme para uma mulher.

"Oi, tia Rach." Foi a vez de Gabriele se aproximar e espontaneamente abraçar a mulher mais velha, depois de ter colocado na mesinha de centro o próprio caderno e o que seu irmão gêmeo largara no chão. "O Greg quer jogar vídeo game e não quer fazer o dever... mas o tio Finny falou que a gente tem que se organizar e aí vai dar tempo de fazer tudo. Ele vai pedir pizza, enquanto a gente faz a lição e aí depois os meninos jogam e nós, meninas, podemos brincar com a Polly." Tagarelou, sem parar.

"É claro, querida! Você trouxe uma pra mim também?" A "tia" entrou na onda, pensando que, afinal, dali a algum tempo, brincar de boneca poderia vir a ser uma atividade diária.

"Eu trouxe uma porção!"

Rachel sorriu e se levantou, se aproximando do namorado, enquanto a menininha ruiva puxava o irmão pela mão e o fazia sentar-se junto com ela em frente à mesinha para fazer o trabalho da escola.

"Pizza, Finn? Não é nem final de semana." Repreendeu, em tom de voz baixo.

"Eu sou tio. Eu posso estragá-los! Quando eu for pai, aí sim eu vou me preocupar com alimentação saudável... e dar o exemplo."

"Okay... se os pais deles não vão reclamar." Deu de ombros. Tinha um problema bem maior na cabeça do que a comida dos gêmeos, que era a ignorância de Finn sobre o quão perto estava esse futuro onde ele seria o responsável por educar.

"Desculpa por não ter te avisado que eles viriam. O Will me ligou, pedindo pra eu ficar com eles em cima da hora. Tem problema se eles dormirem aqui?"

"Claro que não, amor!" Disse, sorrindo. "Eles são crianças ótimas."

"ECA!" Gaby gritou, ao ver Finn se aproximar e, finalmente, cumprimentar propriamente sua garota. "Isso é nojento! Eu nunca vou beijar na boca."

"Eu também quero, Ray-Ray." Greg disse, fazendo bico, e provocando riso nos adultos.

"Você é muito novo pra isso, cara. E mesmo que fosse grande, teria que arrumar a sua própria garota, porque a Rach já é do titio aqui." Rachel cutucou Finn e balançou a cabeça, desaprovando o que ele dissera, mas no fundo achou engraçado. Estava se sentindo até menos tensa, na medida em que os quatro iam interagindo.

"Uma garota, nada! Eu vou ter várias que é bem melhor." Afirmou Greg.

"Eca, eca, eca." A irmã repetia, tapando os ouvidos, como se ele falasse a coisa mais incômoda de se ouvir.

"E eles são gêmeos." Observou Finn, rindo, antes de ir para a cozinha e providenciar, afinal, o lanche da noite.

A lição foi feita, a pizza foi devorada, os rapazes jogaram Xbox e as garotas vestiram e pentearam as bonecas, até as crianças começarem a bocejar, indicando que estava chegando a hora de dormir.

Rachel observou, maravilhada, o namorado levando os dois pequenos para o banho, vestindo seus pijamas, fazendo com que escovassem os dentes, os colocando confortavelmente sob os edredons limpinhos e macios, e, por fim, sentando-se na ponta da cama que eles ocupavam no quarto de hóspedes, para contar histórias e cantar.

Bought me a cat and the cat pleased me,

I fed my cat under yonder tree.
Cat goes fiddle-i-fee.
Bought me a hen and the hen pleased me,
I fed my hen under yonder tree.
Hen goes chimmy-chuck, chimmy-chuck,
Cat goes fiddle-i-fee.


(começo de uma música infantil tradicional sobre animais)

A ida das crianças até ali fizera com que ela quisesse, ainda mais, que Finn lhe dissesse que ficaria ao lado dela. Ter passado a noite com eles fez Berry se ver mais nitidamente nessa situação no futuro e pensar, pela primeira vez, que tudo poderia ficar bem, melhor do que bem, que eles poderiam ter uma vida maravilhosa pela frente com o filho.

Mesmo que, por enquanto, ela tenha tido que adiar até o dia seguinte a história do gato subindo no telhado. E, no final, se contentado em ouvir os três repetirem várias e várias vezes a canção "Eu comprei um gato".


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Notas finais do capítulo

Não traduzi a musiquinha porque não entendi muito bem (rs) e não era relevante para a história saber detalhes da canção.

Espero que estejam gostando...

Até!