Estou sentada no sofá meu olhos varrendo tudo. Olho para minhas roupas estão intactas, olho o relógio meia noite.
– Foi um pesadelo. – digo tremula. – Graças a Deus.
Levanto receosa e vou até a cozinha, tenho que ligar urgente para Pet, não quero ficar sozinha aqui com Sam, sim estou com medo. Tomo um gole d’agua e quando me viro Sam esta parado atrás de mim, derrubo o copo no chão.
– Ah droga. – digo.
– Espera eu pego a vassoura e a pá.
– Obrigada. – limpo tudo.
– Eu sonhei com você. – diz ele e eu congelo.
– So-sonhou?
– Sim.
– Hm.
– Nós estávamos transando.
Engulo em seco. O mesmo sonho que eu tive?
– Nossa Sam, direto e reto. – digo tentando disfarçar. – Talvez seja uma visão sei lá.
– Não, não foi. Isso foi uma manifestação do meu desejo. Do desejo que eu tenho por você.
Não consigo falar e nem me mexer. Ele agarra minha cintura e me beija.
– Sam... não.
– Por que não? Eu quero e você também.
Com muita rapidez e habilidade ele coloca as duas mãos na minha bunda, me levanta e me coloca em cima da bancada da cozinha, tenho que me segurar nele para não cair.
– Cozinha americana é boa por isso. – diz ele.
Ao meu lado vejo o faqueiro e tenho uma ideia.
– Você tem razão Sammy, por que não tornar nossos desejos realidade?
Ele sorri e me beija, finjo estar gostando, puxo os cabelos dele e o prendo com as pernas, mas na verdade tudo o que eu quero é que ele se distraia para que eu possa alcançar o faqueiro. Ele me deitada na bancada, tira a camisa e levanta a minha deixando minha barriga exposta e distribuiu beijos e mordidas por toda ela. Respiro fundo.
– Esta gostando? – sussurra ele.
– Sim com certeza. Continue.
E assim ele faz me estico um pouco e consigo pegar o cabo de uma das facas, no entanto o faqueiro cai fazendo um barulho enorme e ele olha para minha mão, com um movimento rápido pego a faca, ele levanta assim como eu e enfio a faca em sua barriga, ele grita.
– Seu filho de uma puta, como pode fazer isso? Seu irmão esta a beira da morte no hospital. Você é um merda Samuel Winchester, sai da minha casa agora seu filho da puta.
– Nina espere eu...
– Sai daqui. – berro e soco seu rosto. – Você não merece dirigir o Impala. Quando eu voltar quero que você esteja a quilômetros de distancia daqui, nem que seja no inferno seu filho da puta.
Saio em disparada para dentro do Impala, bato a porta com força e saio cantando pneu dirigindo a caminho do hospital, chorando. Como ele foi capaz de fazer aquilo? Por quê? Ele disse que se acertou com Jessica, mas pelo visto era mentira só para eu relaxar do lado dele e ele se aproximar de mim como fez nos últimos dias, me dando carinho e apoio pela perda do bebe e por Dean.
Chego no hospital feito furacão.
– Preciso vê-lo. – digo a John que esta cochilando no sofá da sala de espera.
– O que? Calma, o que aconteceu? – ele agarra meu braço.
– Preciso vê-lo.
– O que você tem?
– Sam...
– O que aconteceu com ele?
– Ele tentou me agarrar...
– Ele o que?
– Ele me agarrou e tentou me... me levar pra cama. Foi horrível eu não esperava isso dele.
– Eu não acredito, o que deu em Samuel pra fazer uma merda dessa? Onde ele esta?
– Eu não sei, eu enfiei uma faca nele. – seus olhos se arregalaram. – Não para matar foi na barriga e deixei ele ferido, mas avisado de que eu não o queria por perto. Não sei se ele ainda esta em casa ou em outro lugar.
– Tudo bem se acalme, Jô esta aqui também foi buscar um café pra mim, vou encontra-la e dizer que esta aqui, depois vou atrás de Sam ele vai ter que me explicar direitinho porque fez isso. Vá ao banheiro lavar o rosto e se acalme.
– Ok.
Faço como ele pede, estou tremendo, lavo o rosto e me olho no espelho. Uma pontada terrível invade minha cabeça e sussurros soam em meu ouvido.
– Que merda é essa? – uma imagem aparece no espelho. – Natasha. – digo com o máximo de desprezo.
– Seu pai quer falar com você.
– É mesmo? Sorte minha que sou órfã e meu pai só fala comigo através de sonhos.
– Venha para a encruzilhada mais próxima, o que ele tem a falar é sobre Dean.
Aquilo me chama atenção, olho para trás mas não a ninguém. Ela criou tudo aquilo na minha mente, como ela conseguiu? Realmente é muito poderosa. Começo a dirigir até a encruzilhada mais próxima, que na verdade não é tão próxima assim. Enxergo Crowley parado bem no meio da encruzilhada, faço a curva e quase o atropelo parando bem perto.
– Olá querida, você esta horrível.
– Eu sei disso, vamos logo.
– Como quiser.
Estou novamente no Forte, no meio do cheiro de enxofre.
– Filha. – diz ele todo sorridente. – Tenho algumas coisas para te contar.
– Diga logo então.
– Na verdade eu vou fazer melhor, vou lhe mostrar.
Ele pega uma taça com Ruby e me entrega.
– O que é isso?
– Digamos que seja o soro da verdade. Beba.
– Não.
– Vamos lá Nina, você não quer saber toda a verdade?
– Que verdade?
Ele da um sorriso torto e me fita, isso atiça minha curiosidade, mas o que vai acontecer depois que eu tomar esse soro da verdade?
– Tudo bem.
Respiro fundo e começo a beber, o gosto é bom muito bom, bem parecido com aquele que os anjos me deram, mas esse é mais acido.
– Boa menina bebeu tudo.
– E agora?
– Só esperar.
Ele mal termina de falar e uma dor imensa invade minha cabeça, eu grito. Imagens turvas tomam minha mente, eu me ajoelho no chão e coloco as mãos na cabeça. Sinto Lúcifer do meu lado.
– Sinto muito por essa dor, mas é necessário para que você veja quem são os anjos de verdade.
Eu não enxergo mais nada só imagens estranhas. Dean, Sammy e John em um quarto, uma mulher fazendo um feitiço.
– O que é isso? – pergunto gritando.
– Essa é a verdade Nina, quando você morreu Dean fez de tudo para te salvar ele entrou em sua mente para voltar no tempo e impedir que você tivesse saído daquele quarto de hotel, mas foi quando ele viu você sendo estuprada e sentiu a necessidade de voltar lá e reverter tudo isso.
Agora as imagens fazem sentido, eu e ele dançando em um baile, juntos num quarto... fazendo amor.
– Por que ele nunca me contou isso?
– Você logo vai ver.
Cass e Jev aparecem, Cass mata a bruxa essa não a mãe de Trice! Dean, Sammy, John foram todos obrigados a mentir por culpa dos anjos, que no final me trouxeram de volta.
Sou jogada de volta para a realidade.
– Seus amados anjos não são tão bonzinhos quanto parecem, não é?
– Eu não entendo...
– O que você não entende querida? – diz Ruby. – Eles mentiram pra você, Dean fez você se livrar daquela lembrança infeliz mas os anjos não deixaram que você se lembrasse disso. E sabe por quê? Porque os anjos queriam que a vontade de Deus fosse cumprida.
– Isso tudo... – levanto com dificuldade. – é mentira! Eles nunca fariam isso, especialmente Cass.
– Cass, Cass o soldadinho de Deus que agora virou garoto rebelde. Você quer saber o que ele falou na noite em que proibiu Dean de voltar para te salvar? As palavras foram “Se Nina sofreu um abuso na adolescência foi preciso, isso a tornou mais forte emocionalmente ela pode matar e não sente remorso” agora tire suas conclusões.
– O que? Isso é mentira, todos vocês estão mentindo, inclusive você que quer dar uma de bom pai, porque é isso que demônios, insetos imundos como vocês fazem vocês metem!
Todos olharam para mim com seus olhos pretos esbugalhados, merda estou no covil deles tenho que controlar minhas palavras. Lilith fez menção de vir em minha direção, mas parou com um sinal de Lúcifer, no entanto Ruby ignorou o sinal do mestre e me deu um tapa tão forte que dei piruetas no ar e cai no chão. Aquilo não iria ficar barato.
– Acha que só porque é filha do rei vai poder falar o que quiser? Eu acho que não.
Levanto com cuidado.
– Então vem me calar vadiazinha.
Ela vem e eu a espero, pelo movimento de seu ombro sei que vai me dar um soco, desvio e a pego de surpresa quando passo uma rasteira nela jogando por cima do meu ombro e socando a cara dela. Minha força esta voltando.
– Já chega vocês duas! – diz Lúcifer me tirando de cima dela sem ao menos me tocar, demônios e seus poderes. – Parabéns minha filha, ótima esquiva.
Dou um sorriso para ele me sentindo vitoriosa, mas espere! Ele é Lúcifer. Rapidamente fecho a cara.
– Igualzinha sua mãe. É normal que ela não acredite em nós, mas espere e verá você mesma as lembranças vão chegar cada vez mais nítidas.
– Se é o que diz. – digo. – Era só isso?
– Senhor um dos especiais esta causando problemas. – diz um demônio entrando a todo vapor.
– Um dos especiais? – sou tomada pela curiosidade.
– Cala essa boca. – diz Ruby.
Eles vão para um canto conversar aos sussurros e eu os observo.
– Quais dos especiais? – pergunta Lúcifer.
– Dean Winchester.