Terror Ao Anoitecer escrita por Srta Winchester


Capítulo 21
Capítulo 21




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/371883/chapter/21

De vez em quando Sam se movia de um lado para o outro, talvez Dean tivesse devolvido seu celular, mas sempre acabava voltando para o mesmo lugar, queria ligar para ele, avisar que estava indo para trazer os dois de volta, mas não sabia se ele poderia atender no momento. Sms seria bom, mas não tinha a certeza de que seria ele mesmo quem iria ler.

 No caminho refleti sobre as coisas que Pet havia me dito. Sam sempre foi muito gentil comigo, mas nunca passou dos limites a menos que fosse muitíssimo discreto eu nunca havia percebido um olhar de cobiça, ou alguma indireta, mesmo porque ele ainda gostava da ex-namorada Jessica e estava movendo céus e terras para reatar e por enquanto não havia obtido sucesso. Por um instante cheguei a me perguntar: se nossa ligação é tão forte assim e já que tínhamos tido vários relacionamento de outras vidas, esse sentimento de amor puro e amor perigoso poderiam voltar nos tempos de hoje? Se sim, como Dean ficaria? Claramente esperava que a resposta fosse não, embarquei nessa viagem em busca de Dean do amor dele e não do amor de Sam tudo bem eu o adorava, mas só no sentido amigo ou irmão. Sinceramente esperava que esse amor de vidas atrás continuasse adormecido e que nunca mais se manifestasse ou pelo menos não nessa vida já que quem arrematou meu coração primeiro foi Dean.

 Parei em um restaurante pequeno fiz um lanche rápido, a próxima cidade era Webster Groves estava ansiosa, nervosa. Em cima do pequeno restaurante havia uma pousada, paguei um quarto para ficar pelo menos duas horas, não queria reencontrar Dean com cara de cansada ou suada. Tomei um banho, coloquei um bore preto frente única uma legue e botas baixas. Ativei meus cachos encharcando-os de creme.

 - Está na hora! – disse a mim mesma. – Mantenha-se calma vai dar tudo certo. – e respirei fundo.

 Voltei novamente à rodovia, meia hora depois a placa que dizia “Bem Vindo a Webster Groves” apareceu e meu coração bateu forte, parecia que ia saltar do peito. Na tela do notebook via os dois pontos se aproximarem cada vez mais, até que finalmente se encontraram.

 Parei no estacionamento de um motel e logo vi o Impala.

 - Por favor, poderia me informar o quarto onde esses dois rapazes estão? – perguntei a recepcionista quando entrei no motel, não sabia se eles estariam usando os verdadeiros nomes então mostrei uma foto minha com eles dois. Ela observou a foto.

 - Nina! – disse uma voz atrás de mim.

 - Sam! – disse abraçando-o muito forte.

 - Como chegou até aqui?

 - Rastreei seu numero, Pet me emprestou uma Ferrari e bem... aqui estou. Vim para leva-los de volta.

 - Espero que consiga convencer o cabeça dura do meu irmão, desde que ele tocou nesse assunto a primeira vez que tento faze-lo mudar de ideia, tento faze-lo enxergar a garota maravilhosa que ele estará perdendo. – ele tocou meu rosto com o polegar e abriu um grande sorriso, lindo. – É bom te ver.

O sinal!, pensei, mas logo afastei essa ideia que Petter havia colocado em minha mente.

 - Também é bom te ver de novo. – disse sorrindo.

 - Eu estava de saída à gente acabou de discutir, vou dar uma volta quando eu puder voltar me avise já estou com meu celular. Ele está no quarto 27 no 3º andar.

 Eu assenti peguei a foto de volta

 - Obrigada! – disse a recepcionista.

  E subi as escadas.

 - Quarto 27 – disse ao parar em frente à porta. – não seja covarde!

 Bati duas vezes na porta.

 - O que que é Sam, esqueceu a chave? – disse Dean muito irritado, mas ao abrir à porta a irritação deu lugar a surpresa. – Nina?

 - Dean – me joguei em seus abraços. – como é bom te ver eu estava morrendo de saudades, precisamos conversar.

 - Como me encontrou? – perguntou ele fechando a porta. O lugar até que era arrumado, duas camas de solteiro, espelho no teto.

 - Liguei para Sam e ele me atendeu então rastreei o numero dele e vim até aqui para conversarmos, para você me explicar o que deu em você.

 - Não da mais Nina, não vou colocar você em risco de novo quase te matei.

 - Não vem com essa Dean você sabe que eu sei me cuidar, lembra que eu matei um demônio? Pode até não ser grande coisa porque, na minha “carreira de caçadora” – fiz aspas com as mãos. – foi só um, mas já é um começo e a respeito do metamorfo fui pega desprevenida, isso poderia ter acontecido com qualquer um de nós e não foi sua culpa eu quase ter morrido o importante é que estou aqui, viva e pronta pra te amar. – avancei na direção dele e envolvi meus braços em seu pescoço.

 - Devíamos ter pensado que ele poderia te atacar, você é meu ponto fraco.

 - Não foi sua culpa e nem de ninguém. O seu problema é que você não aceita as coisas como elas são, nem sempre estamos um passo a frente do inimigo meu amor, entenda isso.

 - Nós caçadores temos que sempre estar um passo a frente dessas criaturas Nina, eu não aceito o que poderia ter acontecido com você.

 - Poderia, mas não aconteceu.

 - É não aconteceu e agora você está livre para viver sua vida. – ele tirou meus braços de seu pescoço e seu rosto ficou mais rígido.

 - Nossa vida Dean. – corrigi.

 - Não sua vida, eu nunca deveria ter me envolvido com você deveria ter terminado o serviço e ter caído fora, mas não, deixei me levar pelo seu charme o idiota do Sam ainda deu a maior força para que eu ficasse com você, mas no fundo eu sabia que nunca daria certo.

 Aquelas palavras me invadiram com uma força avassaladora, meu coração ficou apertado, meus olhos queimando para deixar as lágrimas rolarem.

 - Está errado Dean nós vamos sim dar certo, por favor, não desperdice a chance que você tem de ser feliz, a chance que nós temos. – ele me afastou.

 - Não tem mais nós Nina. Sinto muito você ter gasto o seu tempo vindo até aqui mais foi inútil eu não vou voltar.

 - Você tem que parar com essa ideia estúpida de tentar me proteger...

 - Não é só por isso, - ele fez uma pausa. – ontem eu fui ao bar aqui perto e tive uma sensação ótima, de liberdade pude pegar varias gatinhas e quando voltei para casa não tive que dar satisfação pra ninguém. As coisas vão voltar a ser como era antes Sam e eu caçando e pegando gatinhas, você agora que está livre do demônio vai poder curtir sua vida, todo mundo fica feliz fim.

 - Você está mentindo! – desafiei. – Sei que não ficou com ninguém.

 - Como tem certeza disso?

 - Porque o amor que sentimos um pelo outro é muito forte para acabar desse jeito.

 - Ou você não entende ou esta se fazendo, eu sou assim e sempre vou ser não vou me amarra a uma mulher só. Você foi uma espécie de experiência foi bom enquanto durou, decidi sai fora enquanto havia tempo, tanto para te proteger quanto para as coisas não começarem a ficar serias de mais. Faça um favor para nós dois e vá embora, viva a sua vida e me esqueça.

  Aquilo estava me machucando de mais eu não estava mais aguentando, eu sabia que era mentira, mas ele estava falando de uma forma tão convincente que me deixou com duvidas.

 - Porque está usando a jaqueta que eu te dei já que quer tanta distancia de mim?

 - Porque ela é bonita e me deixa com cara de mau, as gatinhas se amarram nisso.

 Eu estava ofegante já não aguentava mais segurar as lágrimas até que uma rolou por meu resto.

 - Por favor, não chore não gaste suas lágrimas comigo. – disse ele.

  A raiva de vê-lo falando daquele jeito comigo começou a me dominar mais eu tinha que me controlar um pensamento errado e tudo estava perdido.

 - Seus olhos estão escuros. – continuou ele.

 - É? Está com medo de que eu esteja pensando em uma forma de te matar? – andei lentamente na direção dele. – Não seria uma má ideia nunca gostei de perder e se eu te matar, faz de conta que foi por acidente.

 - Essa não é a Nina que eu conheço.

 - Você também não é o Dean que eu conheço, mas não se preocupe não vou perder meu tempo. Mesmo porque eu nunca mataria você eu te amo e sei que você me ama e sei também que tudo isso que me disse sobre gatinhas, é tudo mentira.

 - Terminou? Ótimo pode ir embora. – disse ele abrindo a porta para mim.

 Sabia que estava me humilhando, mas eu tinha que tentar de tudo. Joguei-me nos braços dele e o beijei quando fui tirar sua jaqueta ele me evitou.

 - Para Nina! Chega vai embora não se humilhe mais! – disse ele gritando e me chacoalhando pelos ombros.

 - Eu não suporto a ideia de te perder, por favor. – minha voz estava tremula e as lágrimas não paravam de cair.

 - Nina – sussurrou ele – não sofra, você merece coisa bem melhor que eu.

 - Talvez Petter tenha razão, acho que fiquei com o Winchester errado. – disse no automático, movida pela raiva.

 A expressão dele era um misto de surpresa e confusão.

 - Lembre-se de que foi você que quis isso. – continuei. – Adeus!

 Ao sair bati a porta com força, estava desnorteada não estava acreditando no que tinha acabado de acontecer. Ele havia desisto de nós dois.

 - Senhorita está tudo bem? – perguntou a recepcionista.

 Eu assenti e sai correndo em direção a Ferrari, não conseguia pensar direito, não sabia se ligava para Sam ou Petter. Sai do estacionamento do motel e fui para a rodovia, uma chuva fina caia e aos poucos foi ganhado força. Eu estava dirigindo a 120 km/h, a visibilidade estava horrível por causa da chuva, mas eu não queria nem saber só queria fugir sair logo daquele lugar. O rádio ligou sozinho e começou a tocar Wake Me Up When September Ends do Green Day.

 - Que ótimo, se eu soubesse que iria bater de frente com um espírito deveria ter posto na mochila uma arma de sal. – zombei. – Muito obrigada espírito, adoro essa musica e é bem apropriada para o momento, já que estamos em Setembro e tudo mais.

 Eu realmente estava falando com um espírito? Nossa, com certeza eu não estava normal, eu não estava bem.

 E como se já não bastasse à dor que eu estava sentido, lembrei-me da minha primeira noite com Dean de como nos amamos, de como ele prometeu não me deixar. Mas foi tudo em vão, todas as promessas foram jogadas fora no momento em que ele foi embora.

 Sequei as lágrimas que ainda caiam aos montes e liguei para Sam, mas caiu na caixa de mensagens. Ao olhar para frente novamente, vi uma pessoa com um manto preto, no meio da pista pedindo carona, mas logo pude perceber que não era uma pessoa e sim um espírito, o rádio chiava e arrepios tomaram conta de meu corpo. Acelerei mais ainda e “atropelei” o espírito.

 - Sua vez chegou! – sussurrou uma voz sombria.

 - O que?

 E foi quando vi uma enorme e acentuada curva a esquerda, pisei bruscamente no freio e o carro rodopiou varias vezes na pista até voar penhasco a abaixo. Eu estava apavora não sabia o que fazer se tirasse o sinto de segurança seria pior, protegi minha cabeça com os braços. O carro deu três piruetas no ar, na quarta senti uma vibração estranha ao meu lado.

 - Não!

 Gritei quando vi o espírito da morte me fitando com seus olhos negros. Muitos dizem que na hora da morte as pessoas reveem tudo o que fizeram durante a vida, e eu vi. Vi-me recém-nascida nos braços de minha mãe, vi-me no dia seguinte de minha formatura quando Michel me estuprou, também o vi morrendo eu o matei, ou melhor, o demônio que me possuía o matou. Mas vi coisas boas, a primeira vez que vi Dean e como me apaixonei por ele, nossa primeira vez, o reencontro com Pet, algumas conversas com Sam.

 Quando sai dessa espécie de transe eu estava voando fora do carro, não sabia como o sinto de segurança havia se soltado ou talvez soubesse. O espírito da morte queria apressar minha partida para poder levar mais pessoas. Tentava gritar pedir socorro mais vinha voz não saia, o ar não passava direito pelos meus pulmões, senti cacos de vidro e o sangue escorrendo em meus braços e costas. Uma luz branca e muito forte surgiu de repente, minha mãe saiu dela vestida de branco com enormes asas brancas.

 - Mamãe? – sussurrei, mas não sabia se havia conseguido pronunciar essa palavra, ou se a disse em minha mente.

 Ela estendeu a mão para mim e disse:

 - Venha filha!

 Estendi minha mão e ela a pegou. Eu a sentia me segurando firmemente e soube que já não estava mais no mundo dos humanos e sim no mundo dos espíritos. Esse pensamento se concretizou quando olhei para o penhasco e vi meu corpo, já morto, bater em uma árvore e pude ouvir o barulho dos ossos quebrando. Aquele foi meu fim. Segurei firme a mão de minha mãe e as únicas coisas que pronunciei foram:

 - Dean eu te amo!

 E segui de mãos dadas com minha mãe até o paraíso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Terror Ao Anoitecer" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.