Kurt Hummel era um garoto de 7 anos. Brincava com seus amigos da escola no parquinho ao lado de sua casa e tinha pais que o amavam mais que tudo. Em uma manhã de sábado, quase hora do almoço, estava brincando no quintal quando um caminhão de mudança e um carro pararam na frente da casa do lado. Aquela casa estava à venda há muito tempo, e ouviu numa conversa de seus pais que finalmente a compraram. Kurt olhou curioso para o carro para ver quem moraria ali.

Do carro saíram um casal, um garoto que parecia ter 16 ou 17 anos e um garotinho. A mulher era muito bonita e parecia ser baixa, com os cabelos pretos e lisos. O pai alto com o cabelo meio encaracolado. O garotinho tinha o cabelo bem encaracolado, diferente do outro garoto, mais velho, que tinha o cabelo mais liso como o da mulher. Kurt olhou para ele e por algum motivo quis ser amigo dele na hora.

Kurt continuou olhando para os novos vizinhos e viu um por um entrando na nova casa, carregando alguma coisa em suas mãos. Até que o garotinho viu Kurt e parou no meio do caminho. Ele olhou para ele por algum tempo e deu um sorriso tímido para Kurt, que retribuiu. Então o garotinho saiu correndo em direção a casa, pois sua mãe havia o chamado. Mas antes de entrar na nova casa, parou na frente da porta e se virou. Acenou para Kurt e sorriu novamente, e então entrou. Kurt ainda estava sorrindo quando se virou e continuou brincando no quintal até sua mãe o chamar para almoçar.

--

Blaine Anderson estava muito ansioso para morar em sua casa nova e começar a estudar em uma escola nova. Estava no carro com seus pais e seu irmão mais velho, Cooper. Na mão, ele estava levando seu urso de pelúcia que ganhou de Cooper quando era mais novo. Tinham entrado no carro de manhã, e o caminho da velha casa até a nova casa era muito grande então dormiu no carro. Quando acordou, estava deitado com a cabeça apoiada no ombro de seu irmão, que também estava dormindo. Já estavam quase chegando, o que deixou Blaine ainda mais ansioso.

- Mãe, qual é o nome da minha escola nova? – Perguntou Blaine, curioso. Não tinha perguntado ainda, e se lembrou logo após passarem por uma escola.

- McKinley Primary School, querido. Seu irmão vai estudar no McKinley High School. – Respondeu sua mãe, dando uma olhada para trás.

- Por que vamos estudar em escolas diferentes? – Perguntou Blaine, meio triste. Gostava muito de seu irmão, e queria estudar na mesma escola dele.

- Porque seu irmão já está crescido, e tem que estudar em uma escola com pessoas crescidas, como ele. Na sua escola, todos vão ter sua idade.

- Ah... Entendi. – Na verdade ele não tinha entendido completamente, mas não ligou tanto. O carro havia parado.

Começou a chamar seu irmão, que abriu os olhos, resmungou alguma coisa e abriu a porta do carro. Blaine saiu do carro pela porta que Cooper havia aberto, e logo depois deu a volta no carro para ver a casa melhor.

Era linda. Bem grande, pelo que Blaine viu. E a melhor parte: Era bem do lado de um parquinho.

Blaine teria corrido até o parquinho, mas seu pai o chamou para levar uma sacola pequena para dentro. Ele foi até o carro, pegou a sacola e esperou seus pais para entrar na casa. Enquanto esperava, continuou olhando para a casa, sorrindo. Depois começou a olhar em volta. Olhou para o parquinho, que estava vazio naquela hora. Depois olhou para trás. Apenas mais algumas casas, uma delas com um homem lavando o carro no quintal. Se virou e olhou para o outro lado da casa.

Ali havia uma casa parecida com a dele, mas um pouco menor. Continuou olhando para a casa, até que abaixou os olhos e viu um garotinho brincando no quintal. Ele estava olhando para ele também, e Blaine, com vergonha, olhou para o outro lado. Ficou olhando para um passarinho ao seu lado, até que sua mãe o chamou para entrar e conhecer a nova casa.

Ele a seguiu, mas antes de entrar na casa, esperou um pouco e sorriu um pouco para o garotinho que ainda estava olhando para ele. Ele sorriu de volta. Blaine ficou muito feliz, e foi correndo para a porta, mas antes de entrar na casa, se virou, sorriu e acenou para o garoto desconhecido. Quando viu ele acenar de volta, entrou na casa e foi correndo para o quarto que sua mãe disse que seria o seu. Os móveis já estavam na casa, então sua cama já estava no lugar. Ele pulou nela e ficou olhando para o teto. Já tinha entrado na casa antes, então não teve vontade de explorar a casa ainda. Ficou deitado, apenas pensando. Pensou em como seria sua nova escola. Pensou se gostaria dela. Pensou na casa nova. Pensou no garoto ao lado de sua casa. E pensou nele de novo. Ele parecia ser muito legal.

Ouviu Cooper o chamar, então desceu de sua cama e seguiu a voz de seu irmão até chegar na cozinha, onde ele estava colocando algumas coisas no lugar.

- Blainey, me ajuda aqui. A mãe e o pai estão ocupados. Coloca as colheres aqui, os garfos aqui, e as facas deixa no lugar que eu guardo elas. – Seu irmão pediu, enquanto guardava alguns pratos e panelas.

Blaine começou a guardar as colheres e os garfos, e quando terminou, já tinha mais coisas para fazer. No final do dia estava bem cansado e quase dormindo em pé. Cooper percebeu, e disse:

- Vem Blaine, vamos dormir.

Blaine subiu as escadas sonolento, Cooper o seguindo.Chegando no quarto, se jogou na cama. Cooper sorriu.

- Você deveria pelo menos se cobrir. Vai esfriar mais tarde.

Ao ver que Blaine não se mexeu, foi até a cama dele e levantou as pernas de Blaine para puxar o cobertor. Cobriu o irmão mais novo e deu uma bagunçada no cabelo dele, recebendo um resmungo como resposta.

Deu uma risada baixa, apagou a luz e disse:

- Boa noite, Blaine.

--

Blaine acordou um pouco mais cedo do que costumava, e resolveu ficar na cama por um tempo. Um pouco depois, finalmente se levantou e andou pela casa, e viu que todos estavam dormindo ainda. Provavelmente estavam cansados da mudança, então voltou para seu quarto.

Havia muitas caixas em seu quarto. Abriu uma em que leu “brinquedos Blaine”, ou pelo menos achou que leu, e ficou brincando até seus pais acordarem. Depois de um tempo, sua mãe apareceu em seu quarto.

- Oi querido, acordou faz tempo? – Ela perguntou um tanto sonolenta ainda.

- Faz um pouco sim. – Blaine respondeu, deixando seu brinquedo no chão e se levantando para abraçar sua mãe.

- Então vamos descer, vou fazer alguma coisa pra você comer. – Disse abraçando Blaine, e depois o soltando para chamar Cooper para descer e ir comer alguma coisa.

Blaine e Cooper comeram, e então ficaram vendo TV e brigando quando um deixava em um canal que o outro não queria. Já passava do meio dia quando seus pais resolveram sair para almoçar no shopping, e então foram. Quando estavam indo para o carro, Blaine viu novamente aquele garotinho do dia anterior. Dessa vez conseguiu vê-lo melhor, e viu que ele tinha olhos azuis. Lindos olhos azuis. Ele estava brincando com uma menina loira, então não viu Blaine. Ele continuou olhando para ele até que Cooper o chamou. Blaine entrou no carro, mas continuou olhando para ele pela janela até o carro começar a se mover.

No shopping, seus pais foram pedir a comida e Cooper e Blaine ficaram na mesa. Blaine ainda estava pensando no garoto, e Cooper percebeu alguma coisa havia acontecido com Blaine.

- Blaine? Tudo bem?

Blaine demorou para responder.

- Sim. Você viu o menino da casa do lado? Ele tem olhos azuis. Como você.

- O menininho? Não vi ele. Quer dizer, vi, mas não vi que ele tinha olhos azuis também.

Eles ficaram em silêncio por um tempo, até que Blaine continuou:

- Ele parece ser legal.

Cooper olhou para Blaine e deu um sorriso de leve.

- É verdade. Por que você não chama ele para brincar de tarde? Do lado de casa tem um parquinho, eu posso ficar lá com vocês.

- Mas e se ele não quiser? Ele provavelmente não vai querer, ele estava brincando com uma menina, ele deve preferir ela... – Blaine disse, olhando para baixo.

- Tenho certeza de que ele vai gostar de você. E se ele não gostar, eu brinco com você. – Cooper disse tentando animar o irmão. Sabia como Blaine gostava quando brincava com ele.

- Promete? – Blaine perguntou, olhando para Cooper, sério.

- Prometo.

Com isso Blaine se animou. Logo após isso, seus pais chegaram com o lanche. Comeram, deram mais uma volta no shopping e foram para casa.

Chegando em casa, Blaine pediu para Cooper ir para o parquinho com ele. Blaine viu que Kurt ainda estava lá brincando com a menina, então achou muito melhor do que chamá-lo na casa dele. Cooper avisou seus pais e foi com Blaine, afinal ele havia prometido.

Quando chegaram no parquinho, Blaine congelou. E Cooper percebeu.

- Blaine? Vai lá, fala com ele.

- Eu... Acho que mudei de ideia. É. Mudei de ideia. Voltamos outro dia. – Ele disse se virando.

- Nada disso, eu tive que sair de casa e vou ficar aqui por um bom tempo, e você vai ficar aqui e vai brincar com ele. – Cooper segurou Blaine, o virou e deu um leve empurrão nele, na direção do garotinho.

- Ah Cooper, não é uma boa ideia, sério...

- É sim. Agora vai lá. – Cooper terminou e foi se sentar em um dos bancos do parque.

Blaine suspirou e pensou se valia mesmo a pena. Até que ele pensou, o que ele tinha a perder? E então foi aos poucos até o garoto, que estava brincando de alguma coisa com a menina. O menino viu Blaine, e ficou olhando para ele enquanto Blaine se aproximava.

Quando finalmente ficou perto o suficiente para conseguirem escutá-lo, Blaine disse:

- Oi, eu... Am.. Sou novo aqui, eu posso brincar um pouco com vocês? – Blaine perguntou, segurando seu braço e olhando para baixo, com vergonha.

- Claro que pode! – Olhou para eles novamente e viu que a menina falou com ele. – Meu nome é Quinn. Qual é o seu?

- Blaine. – Ele respondeu, e olhou para o garoto, que não dizia nada e apenas olhava para ele.

- Kurt. Kurt! – Quinn o chamou. Agora Blaine sabia o nome dele.

- Que foi Quinn? Ah, sim claro, o meu é Kurt. Eu te vi ontem. – Ele disse, sorrindo. Blaine sorriu para ele, e se sentou com eles.

Cooper assistiu a cena o tempo todo e sorriu. Blaine seria muito feliz em Lima. Ficou olhando eles brincarem. Parecia que eles estavam brincando de pega-pega, até que a mãe deles apareceu e os chamou. Logo em seguida, a mãe de Kurt também apareceu e chamou Quinn e Kurt.

Quinn deu um abraço em Blaine e foi para dentro da casa. Kurt ficou no lugar, olhando para Blaine.

- Bom... Te vejo amanhã então.

- Certo. Até amanhã então. – Blaine respondeu, mas nenhum dos dois se moveu. Até que a mãe de Kurt o chamou mais uma vez, e Kurt disse tchau para Blaine mais uma vez e foi para dentro de casa.

Blaine foi correndo até Cooper, que estava lá, como prometeu. Quando Blaine chegou, Cooper colocou uma mão das costas dele e foram juntos até a casa, conversando.

- E aí? Valeu a pena? – Cooper perguntou.

- Claro que valeu! Ele é demais! Ele se chama Kurt, e a menina, Quinn. Ela é amiga dele. Ah, e ele também gosta de Power Rangers! Mas o favorito dele é o azul, o meu é o vermelho. Mas fora isso, ele é demais! De verdade! E os olhos dele brilham toda vez que ele fala, isso é muito legal.

Cooper achou fofo o jeito que Blaine falava, como se Kurt fosse a melhor pessoa do universo. Entraram em casa e ficaram vendo TV até o pai deles os chamarem para jantar. Durante o jantar, a mãe deles disse:

- Amanhã vocês já tem aula. Vão acordar cedo amanhã, então vão jantar, tomar banho e cama.

Cooper resmungou alguma coisa e afundou a cabeça nas mãos. Já Blaine, estava animado.

Terminaram de comer e Blaine foi tomar banho. Cooper já tinha tomado antes de ir para o shopping, então ficou vendo mais um pouco de TV. Quando terminou, a mãe mandou os dois irem dormir. Cooper reclamou, e Blaine subiu correndo as escadas.

Blaine pediu para Cooper apagar a luz para ele, já que estava passando pelo corredor. Antes de apagar a luz, foi até a cama de Blaine e bagunçou seu cabelo mais uma vez. Sabia como ele odiava que mexessem em seu cabelo. E então disse:

- Boa noite, Blainey. – E apagou a luz.

Blaine dormiu praticamente na mesma hora.