Senhoras e Senhores, eu tenho uma historinha para contar

Sobre Mona Lisa e como ela de repente caiu

A estrada até Saint Paul era longa e cansativa. A noite escura e a rodovia vazia davam uma sensação de silencio, de liberdade. Algo que há muito tempo Jeniffer não sentia.

A caçadora aumentou a velocidade do carro e o jogava na pista de um lado para o outro sem nenhum medo. Tinha que admitir que adorava o perigo e o sentimento de estar viva que vinha junto dele. Era uma ótima motorista, se tivesse feito um pouco da faculdade de medicina, teria escolhido ser piloto, ou apenas disputar corridas ilegais. Era loucura, mas amava.

A cada curva ela jogava o carro, como se sua vida dependesse daquilo. O ritmo da música e do veiculo era o mesmo, parecia algo de filme. E ela ria cada vez mais, era divertido sentir a adrenalina, era ótimo se sentir viva

Quando finalmente se cansou, ela desacelerou o carro e sorria, mas era um sorriso que não dava há muito tempo. Estava tudo tão quieto que se perdeu nos seus pensamentos que não viu a figura do homem que apareceu no banco de trás do carro...

– Olá! – Disse quando a caçadora perdeu por alguns segundos a direção do carro

– Quer nos matar? – Perguntou quando conseguiu o controle

– Talvez - Respondeu – Mas eu sairia vivo, você eu já não tenho tanta certeza – Jeniffer revirou os olhos enquanto o demônio passava para o banco da frente

– Como me achou?

– Bem, eu coloquei um localizador no seu carro – Sua voz saiu calma enquanto Jeniffer o encarou furiosamente – Não faça essa cara, é para o bem geral... quer dizer, para o meu bem

– Você está me vigiando? – Nessa altura a caçadora havia parado o carro – Há quanto tempo?

– Tem um tempinho – Respondeu como se tudo estivesse normal – Qual é?! Vamos brigar por isso?

– Ainda bem que vou trocar de carro – Disse ligando o veiculo – O que quer?

– Sempre acha que quero alguma coisa... – Colocou as mãos em seu corpo de modo que fazia aparecer que estava sendo acusado de alguma coisa. Jeniffer revirou os olhos novamente – Eu vim ver como voce está

– Conta outra – retrucou – Quer saber para onde vou?

– Me pegou – Respondeu – Para onde está indo? Deveria estar procurando Dean e Sam

– Sabe o que eu deveria fazer? Acabar com você aqui mesmo – Dizia encarando a rodovia – Keith está morto graças ao seu plano

– Ah! Aquele ali? Você deveria me agradecer e além do mais eu não matei ninguém, quem o fez foi você

– Você sabia muito bem que eu iria matá-lo – Respondeu – Você só queria ver o circo pegar fogo

– Estou morrendo de pena... Preciso de um lencinho – Disse irônico – Para onde está indo? – A caçadora revirou os olhos, estava muito tarde para dizer alguma coisa

– Saint Paul – Respondeu – Fiquei sabendo de um caso por lá

– De quem?

– Não te interessa muito – Disse – Crowley, quero te fazer uma pergunta... – O demônio virou o rosto para a caçadora como se fosse um sinal de seguir em frente – Mesmo existindo essas regras entre caçadores e demônios, você me diria a verdade? Quero dizer, toda a verdade?

– Claro que sim – Respondeu – Depois de tudo, ainda não confia em mim? – A caçadora sacudiu a cabeça, como se estivesse concordando com o rei do inferno – Fique com suas dúvidas... Depois nos falamos – Ele desapareceu do carro. A caçadora apenas continuou a dirigir, não era momento para colocar Crowley contra a parede, mas ela sabia que tinha algo errado. Alguém estava mentindo, e sinceramente, achava que Castiel

Ela foi levada pra baixo, se afogando na sua poltrona

Correndo como um anjo,

Ela estava chorando, mas não conseguia ver
 

XOX

Seguindo o caminho oposto ao da caçadora, os Winchester seguiam pela estrada. O silencio dentro do Impala era ensurdecedor. Escutavam-se apenas o rádio, que tocava alguma música qualquer, que nenhum dos dois prestava a atenção

– Não vai dizer nada? – O Winchester mais novo perguntou desligando o rádio

– O que quer que eu diga? – Retrucou – Vamos apenas seguir em frente

– Sim, mas você está bem?

– Depende da quantidade de vezes que você vai perguntar. Já disse que estou ótimo, novinho em folha

– Tem certeza?

– Sim, Dr.Phill – Disse – Tem mais informações sobre o caso?

– Um provável metamorfo – Respondeu

– Hm... Odeio

– O caso?

– Metamorfos. Eles são nojentos – Respondeu quando a sua música favorita começou a tocar na estação – Silencio, vamos aproveitar a viagem – E começou a cantarolar a música. O moreno apenas riu da situação, não tinha certeza se seu irmão estava bem, mas estava melhor que antes

XOX

Crowley chegou à cidade de Saint Paul muito antes dos caçadores. Queria saber o que estava acontecendo, poderia ser do seu interesse. Andava pelas ruas do lugar procurando alguma coisa suspeita. Mas seu sentido foi aguçado quando notou que alguém observava de longe um casal cujo o homem se despedia da mulher. Era dali que deveria começar

Assim que o homem se despediu, a criatura afastou-se durante um tempo, voltando um tempo mais tarde na sua nova forma, e pronto para a sua próxima vitima. O rei do inferno poderia fazer alguma coisa para impedi-la, mas isso era fora de cogitação, precisaria dela no futuro, então era melhor ter a confiança da criatura

Esperou alguns minutos e entrou dentro casa, e deparou-se exatamente com o que tinha imaginado: a mulher estava quase morta, enquanto o monstro a torturava.

Quando o metamorfo viu que não estava sozinho, levantou rapidamente para o demônio atrás de si

– O que você quer? – Perguntou aproximando-se do homem

– Nada, pode continuar, ela é toda sua – Disse

– Não vou perguntar de novo – Retrucou

– Relaxa, eu vim para negócios – Respondeu – Vamos negociar?

XOX

Algumas horas mais tarde, a caçadora chegou à cidade. Instalou-se em um hotel qualquer, não ficaria ali por muito tempo mesmo, então não seria necessário algo luxuoso

Largou tudo em cima da cama e quando ia entrar no chuveiro, Crowley apareceu de surpresa, assustando-a

– É um metamorfo – Disse logo de cara

– Que é o quem? – Perguntou confusa

– O caso, é um metamorfo – Disse de novo

– Obrigada, mas o que quer?

– Não entende? Preciso que se arrume e temos um encontro com ele

– Com um monstro? Não

– Confie em mim – Respondeu – Eu tenho um plano

Agora veja todos a observando

Enquanto ela começa a cair

Agora, não tenha um colapso

Você vai atingir a parede maldita...