Novos Tempos Em Hogwarts 3 escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 27
Questões de Confiança


Notas iniciais do capítulo

Olá caros leitores, por que não abaixam essas varinhas e desfaçam as maldições que lançaram em mim por ter ficado esse pequeno período sem postar. Vocês estão vivos ainda? Digam Olá se sim e se não se mantenham quietos.

Se alguém quiser saber os motivos de tanto tempo sem postar: Faculdade + Falta de inspiração + Mais a vida social sendo reduzida drasticamente a cada dia que passa.
Certo, parei. Vamos ao que interessa.

Capitulo novo para vocês. Espero que gostem e boa leitura a todos.



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O frio chegava a dar aquela sensação de como sentisse que estava queimando devido à sensação gélida que lhe cortava a face. Sua respiração pesada e cheiro marítimo de agua salgada lhe vindo às narinas. Ele fitava o horizonte da infinidade que era o mar turbulento naquele momento e parecendo ficar pior cada vez que seguiam em frente como se algo quisesse lhes manter afastado e ele sabia o que era.

Aquilo era uma das defesas magicas que protegiam os desavisados que tentavam seguir por aquele destino. E era uma boa razão para aquilo. O auror esfregou institivamente a cicatriz em sua testa como costumava a fazer quando estava em momentos de tensão. Ela não mais doía mesmo assim não significava que Harry Potter iria deixar velhos hábitos para trás por mais malditos que fossem.

_ Estamos quase nos aproximando – disse uma voz e logo Harry viu Ron se colocando ao seu lado – falei com o capitão e ele me disse que mais uma meia hora de viagem e estaremos na ilha.

_ Bom – respondeu Harry – Você não precisava estar aqui.

_ Ora, e eu ia perder uma viagem tão agradável em um barco que tem esse agradável cheiro de peixe podre para uma ilha que serve de prisão para nosso fã clube que é composto por todos esses agradáveis bruxos das trevas que prendemos e mandamos para lá durante esses anos? – falou Ron sarcasticamente – Eu não deixaria ter toda essa diversão sem mim.

Harry sorriu. Realmente gostou muito que seu melhor amigo estivesse ali com ele mesmo que ainda preferisse ter essa missão solo como tinha planejado. Ron decidira se juntar com ele de ultima hora e a duvida que vinha na cabeça do auror chefe era se o ruivo tinha decidido de livre vontade ou sido convencido por Hermione ou Ginny a fazer aquilo.

Ele e Ron estavam naquele velho barco pesqueiro que há tempos o ministério tinha adquirido como o transporte para levar os prisioneiros condenados para a ilha de Azkaban. A única forma de chegar à ilha já que qualquer outro meio de transporte bruxo ou trouxa seria destruído ou repelido pelas defesas dependendo de o quão se aproximasse.

O capitão era um bruxo abortado cuja maior honra em sua opinião era a realização de seu oficio. Ele era meio maluco como Ron observara mas isso certamente se devia ao fato de que foram anos de convivência com dementadores antes que eles fossem expulsos de função como guardas da prisão.

_ Entendo que tenha preferido vir – disse Harry voltando seu olhar para o ruivo – melhor do que ficar e bancar o guarda costas do Rockstein em Hogwarts. Em toda aquela coisa sem sentido de inspeção.

_ O maldito é obcecado por essa coisa de ter tudo em mãos – respondeu Ron – Ele quer ter tudo em seu controle. Acha que o ministério não é o suficiente então voltou sua atenção para Hogwarts – então puxou um cantil do bolso abrindo e dando um gole – Idiota – e deu outro gole acompanhado de uma careta antes de estica-lo para Harry.

_ Acredite, eu não gosto tanto dessa ideia quanto você – falou Harry – Eu odeio ver tudo o que Kingsley fez pelo ministério e pela comunidade bruxa ter caído nas mãos desse... – ele suspirou preferindo não completar a frase então bebendo um gole e sentindo a bebida queimar enquanto descia junto a um gosto doce de melado – Fire whisky com mel? Vamos estar bêbados quando estivermos chegando a Azkaban.

_ Receita do Tio Abilius para tratar e evitar um resfriado – falou Ron rindo enquanto via o amigo tomando outro gole – Melhor coisa para nos mantermos aquecidos nesse maldito tempo.

_ É um frio de gelar os ossos – disse Harry – Se o barco não fosse mágico duvido que nós fossemos capazes de chegar tão longe sem o motor ter algum problema mesmo que o clima ainda seja uma droga e essa neblina atrapalhe a visibilidade.

_ Se Hermione estivesse aqui diria que é um feitiço climático que usaram para fazer com que a temperatura ficasse tão desagradável conforme nos aproximemos da ilha – falou Ron e Harry lhe olhou por alguns instantes ao que o ruivo deu de ombros – Sempre essa expressão de surpresa... Estar com a garota mais inteligente da nossa idade acaba fazendo com que você passe a usar a cabeça também - ele viu o moreno dar mais um gole antes de receber o cantil de volta – Você teria feito as coisas diferentes Harry.

_ Eu já faço a diferença do meu jeito, Ron – respondeu Harry seriamente – Eu pensei que já soubesse disso depois de tudo que passamos juntos.

_ Falo sobre o cargo de ministro – falou Ron e Harry resmungou – você deveria ter aceitado e se tornado o maldito do ministro da magia. Era o que Kingsley preferiria no lugar de ter em seu lugar alguém cujo talento não chega aos pés dos seus. Você fez mais por todos do que nenhum outro ministro fez ou fará.

_ Você não sabe se isso é verdade – disse Harry – Não quero ser ministro e nunca quis grandes coisas em minha vida além da que vivo hoje. Estou realizado Ron, não quero uma vida diferente como se precisasse de mais fama ou atenção que já tive na minha vida toda.

_ Eu sei Harry, é só que eu sinto que nós precisaremos de alguém como você nessa guerra a nossa frente – disse Ron – Você nunca quis ser um líder e eu sei só que é isso que nasceu para fazer. As pessoas precisam de Harry Potter e eu confio a você com toda a minha vida que você estará lá por nós. Ser ministro só facilitaria as coisas, eu acho.

_ Obrigado, Ron... – sorriu Harry enquanto via o amigo bebendo – Eu pretendo fazer o possível para que essa guerra não exploda de vez. Mas caso seja inevitável acredite que estarei lá para garantir que a vencemos.

_ Acha que ele sabe alguma coisa? – perguntou Ron após alguns segundos de silêncio – não sei quanto ao que pensa a respeito, mas eu sinceramente sentira-me muito irritado caso cheguemos lá e encontremos nenhuma informação útil.

_ Rodolphus Lestrange está sendo taxado como o líder dos comensais da morte e todos já aceitam isso como a verdade mesmo que as investigações persistem – disse Harry – Rockstein me ordenou que fechasse o caso já que aparentemente ele acredita que podemos acreditar em confissões dos bruxos que prendemos durante o massacre realizado durante a Copa do Mundo de Quadribol.

_Como se eles fossem conhecidos por falar a verdade em especial a Umbridge que foi quem indicou o Lestrange como o mandachuva deles – falou Ron – Como se fossem desleais ao ponto de entregarem tão fácil assim o cara. Eles estão protegendo quem está por trás de tudo isso.

_ Você acredita que seja verdade? – falou Harry – Depois do que houve alguns anos atrás quando Narcisa passou um tempo em companhia desse tal mestre das trevas enquanto a irmã dela tomava seu lugar. A garota me disse que tinha ouvido coisas durante aquele período através dos comensais da morte...

_ Sobre o que? – questionou Ron rindo secamente - O que as crianças falaram sobre o cara se dizer herdeiro de Voldemort? Harry, isso é estupido. Você sabe que isso não tem como se verdade quando sabemos que não há logica em nos preocuparmos com algo assim. Aquele cara estava tão preocupado em te matar e dominar todo o mundo bruxo com seu exercito maligno que duvido que tenha tido tempo para... Você sabe.

_ Concordo – respondeu Harry sorrindo – O garoto deve ser só mais alguma ferramenta de alguém ou está muito confuso com algo. Sinto um pouco de pena dele...

_ Oh, por favor... Não sinta pena de alguém que quer te ver morto – disse Ron retrucando após ter interrompido o melhor amigo.

_ Ele é apenas um garoto apesar de tudo – disse Harry – Deve ter a idade de Teddy ou menos. Ainda não sabe o que é a vida e já se encontra tão perdido como se não pudesse ter tido escolha.

_ Você não o conhece talvez seja um maldito que só quer poder – respondeu Ron – Ele não se importou quando ordenou que seus comensais fossem massacrar pessoas inocentes naquele estádio. Ou quando decidiu atacar sua família. Ele colocou em risco Ginny... Como pode ter pena de alguém assim?

_ Eu não sei, Ron – disse Harry – Simplesmente não sei. Acho que só saberei a verdade quando o ver pessoalmente. É estranho enfrentar alguém cujo rosto nunca vimos. Alguém invisível acaba por te fazer com que não consiga encarar se ele é de todo o mal. Algumas pessoas nascem com as trevas em si outras a adotam enquanto outros são criados por ela.

_ Entendo ao que quer dizer – disse Ron – vimos tanto em nosso trabalho que é difícil pensar que haja salvação para algumas pessoas. Eu mesmo não consigo ver só que então paro e penso nos que se salvaram. Malfoy foi um deles e odeio admitir isso para mim mesmo.

_ Sei o quanto odeia – respondeu Harry então se calando algum tempo depois com a sua risada morrendo.

_ Bem, acredite ou não estou ansioso para essa conversa com o Lestrange – disse Ron – Existem algumas respostas que podemos tirar dele mesmo que não diretamente. Afinal ainda existe aquela barreira em sua mente que o impede de falar demais.

_ Eu realmente espero que tenhamos algum progresso – falou Harry – Estou esperançoso que ele colabore ainda mais quando levarmos em consideração o fato de que foi colocado lá por traição daqueles que um dia lutou ao lado.

_ Não há lealdade entre bruxos das trevas – falou Ron enquanto se afastava do cunhado e retornava para a parte interior do barco.

...

Rose estava na biblioteca como estava acostumada em ir diariamente sendo quase como se fosse uma parte de sua rotina. Era inegável que tinha herdado da mãe o amor pela leitura e estudos assim como Hugo só que os motivos iam muito além de suas realizações acadêmicas naqueles últimos tempos. Ela ia mais para se divertir em especial desde que tinha começado seus encontros com Zack Zabini.

Era com ele que a garota estava naquele dia ali, os dois estavam sentados de frente um para o outro naquela mesa de estudos escolhida estrategicamente pela ruiva. Era uma que estava escondida em uma das partes afastadas da biblioteca, aquele lugar era perfeito para duas pessoas que não queriam ser vistas e de onde ela poderia ter visão da porta.

Rose sabia que Chloe os havia visto em uma ocasião e queria garantir que não iria acontecer novamente com outro alguém que pudesse contar a Scorpius sobre aquilo. Ela pensara seriamente em falar com a loira e tivera essa chance só que quando fora dizer fora como se não precisasse quase não dizer nada.

Chloe era esperta e entendeu que a ruiva não queria que os outros soubessem e iria ficar em silêncio. Rose agradeceu por aquilo até porque não havia motivos para que a amiga a acobertasse até porque não eram o que se podiam chamar de próximas. Chloe sempre teve aquela amizade mais profunda com Lily do mesmo jeito que Rose tinha com Alice.

Rose queria realmente que não fosse preciso esconder de todos aquilo só que não sabia como as pessoas iriam reagir afinal não eram todos que aceitariam Zack até porque ela não conseguia vê-lo em seu circulo de amizades do grupo ao que pertencia e sabia que ele também não o fazia. Não que ela e Zabini estivessem se vendo em alguma espécie de encontro romântico até porque Rose não era do tipo de garota que pudesse enganar um namorado com qualquer outra pessoa que fosse por mais que as coisas não estivessem boas com Scorpius.

Fazia algum tempo desde que tinham tido aquela briga e Scorpius ainda se mantinha afastado. Rose odiava admitir, mas Zack a estava ajudando para que as coisas fossem mais fáceis de levar porque um bom amigo fazia falta naquelas horas. Uma amizade que pudesse ver o seu lado e como as coisas eram e isso era complicado em um grupo de que ambos tinham as duas partes do casal como amigos.

Alice seria uma boa opção só que a lufana já tinha problemas de relacionamento suficiente para se preocupar com os de outras pessoas. Lily tinha um pensamento muito parecido com o de Scorpius para que a ruiva se atrevesse a conversar com a prima enquanto Chloe poderia ser uma boa escolha só que ela não tinha intimidade o suficiente para chegar falando de relacionamentos com a terceiranista.

O que era irônico foi o fato de que mesmo sendo seu amigo mais recente, o sonserino acabou por alcançar esse lugar de um de seus confidentes que se equiparava supreendentemente o de Albus em alguns momentos. O que tinha se iniciado como algo obrigatório por terem que ser forçados em realizar um projeto de poções juntos em parceria tinha acabado por se tornando no que era hoje.

Uma amizade de duas pessoas que a primeira vista não tinha nada em comum e conforme se conheceram viram que havia algumas coisas que ambos compartilhavam gostos como poções e outros assuntos mais cabeça que geralmente Rose tinha com Lysander.

A briga que ela tinha tido com o namorado não passou despercebido pelo rapaz que acabou causando para que eles quebrassem o tabu que era falar de Scorpius nos encontros que tinham. E isso fez com que se tornasse mais próxima de Zack por conta do fato de que ele trouxe toda a coisa a tona sem cerimonia quando percebeu que as coisas não iam bem.

Naquele momento ambos estavam com vários livros empilhados em frente a eles numa espécie de parede que impedia quase que por completo que quem quer que fosse os vissem por detrás deles. Os dois tinham feito os deveres para o dia seguinte e agora se encontravam só conversando.

_ Então, o Eldred se aproximou da Lucy no salão comunal – disse Zack – você sabe como ela é não? Toda esquisita e antissocial que só percebeu o cara quando ele estava já do seu lado. Então, o Eldred a cumprimentou e ela respondeu. Então ele aproveitou a deixa e falou: Poderíamos sair qualquer dia desses e ir a Hogsmeade.

_ Ela esta no segundo ano – falou Rose ainda com o livro em mãos aberto – você sabe disso por que não falou para ele?

_ Ele não me falou que iria fazer isso – disse Zack – fiquei sabendo por outras pessoas quando eles o provocaram sobre o assunto. Enfim, voltando a historia. Lucy falou exatamente o que você falou sobre ser do segundo ano então não poder ir a Hogsmeade e ele respondeu: Isso nunca impediu ninguém de ir até lá pelas passagens secretas.

_ Oh, isso é um bom ponto – disse Rose – Só que aposto que não funcionou.

_ Sim, fora que fiquei surpreso que alguém tão integra poderia quebrar as regras assim tão facilmente por uma garota – respondeu Zack – Eldred Nott é uma dessas pessoas que seguem as regras entende? Tipo nós dois aqui.

_ Eu mais do que você pelo que me lembre – disse Rose e Zack concordou com um aceno de cabeça – Então, Lucy respondeu não do mesmo jeito. E cadê a parte engraçada da historia que me prometeu?

_ Ainda não terminei – respondeu Zack – Ela falou: Continua sendo um não e por não sai agora já que esta fazendo sombra sobre a minha leitura. – E os dois fizeram uma expressão de dor por aquele fora e depois começaram a rir – Dá para imaginar?

_ Lucy tem uma frieza inacreditável e meu pai ainda fala que o chapéu cometeu um ultraje em colocar uma Weasley na sonserina – respondeu Rose – Mas ela não é um pouco nova para o Nott?

_ Eu falei isso para ele só que o cara me respondeu que não liga para isso – disse Zack dando de ombros – Ele não tinha me contado sobre ter essa queda por ela porque achou que eu iria provoca-lo e perturbá-lo por estar gostando de uma Weasley. Como se eu ainda fosse o idiota de anos atrás.

_ Algumas pessoas ainda acham que você continua o mesmo – respondeu Rose – Só quem te conhece sabe o quanto mudou. Pensei que Eldred fosse um desses que iria perceber que poderia confiar em você algo assim.

_ Ele confia só achou que não ia gostar da ideia dele com uma Weasley mesmo que da nossa própria casa – disse Zack – Mal sabe ele o quão próximo eu me tornei de uma dessas garotas ruivas e sardentas dessa família de traidores do sangue – e levou sua mão para junto da de Rose colocando sobre a dela sendo que a garota sentiu um calafrio pelo contato estabelecido com ele. Suas mãos já tinham se tocado antes só que a sensação era sempre a mesma devido a frieza que eram as mãos dele.

_ Sim, eu sei sobre isso... – respondeu Rose apertando sua mão contra a dele tentando passar o calor da sua para a do rapaz e os olhos de ambos se encontraram fixos um no do outro por um tempo. E a intensidade se tornou incomoda e Rose desviou os dela e Zack recolheu sua mão para junto dele – Então, devo falar com Lucy sobre isso?

_ Não, como você ia explicar essa historia se é algo que apenas os sonserinos sabem? – falou Zack - Dizer que foi o seu namorado ou Albus que falou não vai funcionar já que eles não sabem sobre isso e nem os gêmeos. Apenas contei porque achei que seria algo engraçado de dizer.

_ Você tem um senso de humor muito peculiar para coisas assim – disse Rose.

_ Eu não deveria ser o único já que você também riu – falou Zack.

_ Você que me fez rir com essa sua risada idiota – respondeu Rose – Não venha me culpando.

_ Como queira senhorita – falou Zack levantando suas mãos em sinal de rendição – Você deve estar certa afinal na maioria das vezes esta.

_ Na maioria? – falou Rose rindo cética – Sempre estou certa.

_ Não tenha tanta certeza sobre isso não – respondeu Zack – Você é esperta e tudo só que não é a dona da verdade como quer pensar na maioria das vezes.

_ Eu não disse que sou a dona da verdade – disse Rose – Só que estive mais certa na maioria das vezes do que você e isso tem que admitir.

_ Tanto faz – falou o rapaz dando de ombros e os dois ficaram em silêncio por um tempo com a garota voltando à leitura – Então...

_ O que? – falou Rose sem nem olhar para ele.

_ Então, os testes para o quadribol serão realizados hoje – disse Zack chamando a atenção da garota parecendo não ter ouvido direito – Testes para o time. Os da minha casa, você sabe... Vestirmos verde e prata e temos uma cobra como brasão. E o capitão é um cara loiro com um complexo de palidez hereditário.

_ Sim, eu sei... – falou Rose – Bem, só não sei muito que isso tem haver.

_ Talvez queira assistir – disse Zack dando de ombros enquanto se inclinava na cadeira – Pode estar bem interessante pelo que sei até mesmo surpreendente.

_ Estar querendo dizer algo com isso? – questionou Rose erguendo uma sobrancelha.

_ Talvez – falou Zack sorrindo de canto dos lábios.

_ Bem... – disse Rose então percebendo a porta da biblioteca se abrindo e vendo que era Scorpius que entrava – Oh, Merlin... Mas que... – e Zack olhou por cima do ombro para poder ver o que a garota via que era o rapaz loiro conversando com a bibliotecária parecendo perguntar algo.

_ Ele vai vir para cá – falou Zack se levantando de seu lugar pegando sua mochila e colocando sobre o ombro – Parece que está te procurando.

_ Sim, parece que sim... – disse Rose enquanto via rapaz recolher alguns livros da pilha e os colocar debaixo do braço – Não deveria precisar sair assim. Não é como se ele fosse te atacar ou alguma coisa do tipo.

_ Acredite, eu tenho cicatrizes que provam que você está equivocada – respondeu Zack – Nos vemos em breve – e saiu passando algumas estantes e saindo no hall com as outras mesas de estudos estavam e cruzando seu caminho com Scorpius que lhe lançou um olhar serio antes de seguir na direção oposta.

Rose olhou para o livro que lia. Era difícil não ficar apreensiva quando sentiu que o rapaz já se encontrava no mesmo corredor de estantes que ela e que certamente a encarava já que tinha todo aquele incomodo como se estivesse sendo observada por alguém. Então ele caminhou em sua direção como pode escutar seus passos então parando. Ele estava bem atrás de uma daquelas luminárias então fazia alguma sombra no local onde a ruiva estava.

_ Rose – chamou Scorpius e a garota ergueu os olhos do livro – Oi.

_ Oi – respondeu Rose – Não esperava te ver aqui.

_ Bem, eu estava querendo conversar com você e esse é geralmente o lugar onde passa a maior parte de seu tempo livre então era minha melhor opção – falou Scorpius - Está muito ocupada?

_ Depende, se veio gritar comigo ou brigar novamente te digo que é um péssimo lugar que escolheu para fazer isso – disse Rose – A bibliotecária não gosta nenhum pouco de confusão aqui dentro e eu também não quero motivos para que ela me expulse.

_ Por favor, não pode ainda estar com raiva do que aconteceu – disse Scorpius e a ruiva lhe olhou por alguns instantes seriamente o fazendo compreender – Entendo que você deve estar magoada comigo. Só que eu não quero que continue assim... Não gosto de brigar com você e sei que também não por mais que as vezes as pessoas possam pensar que seja o contrário já que fazemos isso muito claro que é para manter as aparências de que ainda somos apenas amigos e não nos damos tão bem como sempre só que... Será que você poderia deixar que eu me sentasse?

_ Fique a vontade – disse Rose e Scorpius se sentou de frente para ela onde alguns poucos minutos atrás estava sendo ocupado por Zack – Eu também não gostei de brigar com você até porque isso nos afastou um do outro.

_ E já estivemos muito tempo separados com essa historia de você fazendo esse intercambio na França – disse Scorpius suspirando – Acho que por toda essa distancia fez com que não tivéssemos esse crescimento como casal. Foi nossa primeira discussão séria do nosso relacionamento e a primeira desde que voltou.

_ Sim, eu sei disso... – falou Rose – Por isso que foi tão ruim quanto qualquer outra que tivemos. Foi um motivo idiota e não deveria ter acontecido...

_ Não, não deveria – respondeu Scorpius – Eu fui o culpado de grande parte disso. Acho que estou cansado de manter as coisas em segredo de todos porque estar com você e fingir ser apenas mais um amigo seu é horrível. Eu quero poder fazer carinho em você – ele passou a mão sobre o rosto dela – poder te beijar em publico como os outros namorados costumam fazer. Porque o que há entre nós é tão bonito que eu não gosto de esconder.

_ Eu também não – disse Rose – Mas nós devemos ir devagar para que não cause tanto choque nas pessoas. – ela fez uma pausa – Estive pensando desde que discutimos sobre o que você falou sobre já teria dito ao meu pai sobre nós dois.

_ Eu não tenho medo do velho Ronald Weasley – falou Scorpius rindo – Ele pode ser um auror e me odiar por todos os motivos estúpidos que tenha só que isso não irá me afastar de você. Queira ele ou não iremos ficar juntos.

_Será bom que continue pensando nessa atitude quando estiver todo quebrado no St. Mungus – disse Rose rindo – Não que esteja dizendo que ele fará algo só que eu ainda não sei com que grau ocorrerá o surto.

_ Você consegue fazer um homem pensar o quão sua namorada vale apena – respondeu Scorpius – por sorte você vale todo esse esforço mesmo que acabe todo arrebentado só não posso garantir que receberei tudo sem reagir.

_ Não ataque meu pai – disse Rose seriamente apontando um dedo para ele – Se o fizer eu atacarei você e sabe que sou boa em fazer isso.

_ Se ele se comportar – falou Scorpius dando de ombros.

_ Nós veremos isso daqui a dois meses. Durante o natal você irá à minha casa e conversara com meu pai – disse Rose surpreendendo o loiro como ela tinha sido direta – Isso acalma um pouco as coisas não? Nessa sua ansiedade para que nosso namoro seja oficial na frente de todos. Pode esperar por isso?

_ Bem, sim... – disse Scorpius ainda surpreso – mas por que tudo isso de repente?

_ Mesmo correndo o risco de meu pai destruir o natal com algum ataque dele contra você? Simplesmente acho que não devemos mais ter medo ou mesmo esperar pela chance de falar com ele – disse Rose – Alguém uma vez me falou que quem cria as chances somos nós mesmos.

_ Então, isso significa que estamos bem um com o outro? – disse Scorpius passando a mão no cabelo – Você sabe, sobre a discussão e meu pedido de desculpas? Nós dois estamos de volta então?

_ Depois o Al que é o lerdo do quarteto – falou Rose enquanto se ajeitava em seu lugar e puxou Scorpius pela gravata para que pudesse beija-lo e assim os dois selaram as pazes entre os dois.

...

Chloe se aproximou de Lily depois de mais um treino de quadribol do time da Corvinal. Ela viu a equipe inteiramente composta de garotas pousarem em campo com suas vestes em azul e prata e interceptou a ruiva antes que ela fosse para o vestiário.

A loira chamara a corvina da arquibancada e ao ver que a amiga tinha lhe visto foi que pediu que a garota se aproximasse. E ambas seguiram ao encontro uma da outra até uma das extremidades do campo. E mesmo cansada após aquele treino duro e suada foi que a ruiva conseguiu manter um sorriso a se ver frente a frente com a amiga.

Após ter conversado com Artêmis Jones e insistido um pouco foi que Lily conseguiu que a garota conseguisse assistir os treinos mesmo sendo de outra casa. Isso se devia a confiança que a capitã colocara em sua parceira de artilharia coisa que muitas das outras jogadoras invejavam por estarem a mais tempo no time do que ela.

Chloe ficara feliz em saber. Mesmo que não transparece a garota entendia algumas coisas sobre quadribol devido ao fato de sua mãe ter jogado profissionalmente só que a timidez lhe tornava quase que complicado de socializar com as jogadoras que não fossem Lily. Essa proximidade com Lily tinha feito com que Chloe pudesse frequentar o vestiário do time sem qualquer reclamação da capitã.

_ Eu te abraçaria se não estivesse um nojo – falou Lily quando já estava próxima o suficiente da loira – Nem tinha te visto que estava aqui. Espero que tenha achado um bom treino visto de fora já que pelas dores que estou sentindo é como se tivesse dado tudo de mim.

_ Cheguei um tempo depois que começassem – falou Chloe com sua voz mansa e tom baixo de calma – Pensei que poderia te distrair caso você percebesse que estava aqui então decidi que seria melhor não mostrar que eu tinha chegado. Foi um bom treino, estão pegando pesado...

_ É, nós estamos... Jones quer a taça esse ano para poder esfregar na cara do Ritchie Grimes da Grifinoria mais uma vez – disse Lily – Ela não gosta dele e nem sequer faço ideia de o porquê e nenhuma das garotas fala disso.

_ Rivalidades de Quadribol – disse Chloe olhando a extensão do gramado – minha mãe costumava dizer que são fáceis de ser entendidas só que não é bom de serem explicadas – então se voltou para Lily depois de alguns segundos de silencio – poderíamos caminhar um pouco?

_ Ah, sim... Eu acho... – falou Lily sem entender aquele pedido e as duas começaram andando lado a lado com a ruiva levando sua vassoura no ombro – Então, estamos caminhando e não é apenas porque você queria isso. Tem outra coisa não?

_ Você percebeu? – perguntou Chloe sorrindo levemente enquanto suas mãos brincavam com o cachecol da casa dos leões que usava – achei que teria que dizer e não sabia como tocar num assunto como esse.

_ Bem, na maioria das vezes você fica quieta tentando não demonstrar o que sente que eu comecei a ter que te decifrar sem que falasse muito – disse Lily – Agora desembucha – e cutucou o ombro da amiga com sua mão livre – Diga o que te preocupa ou algo que te aconteceu para que te ajude.

_ Não sei se deveria falar sobre isso – falou Chloe indecisa então suspirando como se tivesse decidido contar e então começou – inicialmente queria deixar para lá e apenas esquecer só que eu não consigo porque é como se simplesmente não fosse possível fazer isso. E você é minha melhor amiga, acho que é alguém em quem posso confiar...

_ Você sabe que pode – falou Lily – olha, se for alguma coisa muito pessoal ao ponto de não poder falar com o Lorcan é porque o problema envolve ele não é mesmo? Afinal ele seria a primeira pessoa a quem recorreria.

_ Você é esperta – disse Chloe sorrindo pelo canto dos lábios então o sorriso passou como se não estivesse ali alguns segundos atrás – Eu sempre gostei do Lorcan e você sabe disso não é?

_ Todo mundo acho que sabe disso – falou Lily – Mas por que está dizendo algo assim? Acha que já não gosta dele tanto quanto antes ou que... – então fez um silêncio ao perceber a mão da loira pedindo que parasse.

_ Eu preciso te contar e você não esta me ajudando interrompendo assim – disse Chloe então parando e olhando para a ruiva – Eu não quis soar tão dura com você é só que... Bem... Eu gosto do Lorcan da mesma forma que sempre gostei e isso não irá mudar. Mas aconteceu uma coisa e eu não tenho conseguido me sentir mais confortável ao lado dele desde então porque me sinto culpada.

_ Culpada? – questionou Lily surpresa – O que você teria feito que te faz achar que é culpada por algo? Eu não consigo compreender o que poderia ser tão grave para te deixar assim desse jeito.

_ Lily prometa-me que não irá pensar mal de mim, tudo bem? – disse Chloe e a ruiva ficou apreensiva porque não podia imaginar a loira fazendo nada de grave que pudesse comprometer seu julgamento dela. Na verdade, nunca imaginou Chloe Skeeter cometendo qualquer erro que fosse.

_ Você sabe que eu nunca pensaria mal de você – falou Lily – Você é minha melhor amiga e eu te conheço o suficiente para saber o quão boa é para que eu saiba que nunca iria fazer nada errado de proposito.

_ Eu... Eu fui... – disse Chloe então murmurando algo que Lily não ouviu.

_ Desculpe? Não consegui entender o que você disse totalmente – respondeu Lily – Você foi o que? - e a loira suspirou então encarando Lily com aqueles grandes olhos azuis que a loira tinha antes desvia-los para os próprios pés segundos depois.

_ Eu fui beijada por outro garoto – disse Chloe e Lily sentiu a vassoura cair de seu ombro depois daquela noticia – Isso foi há algum tempo e desde então tenho me sentido incomodada perto de Lorcan. Eu sinto como se fosse culpada pelo aconteceu mesmo que não tenha sido minha culpa só que esconder isso dele acaba que... Eu não consigo olhar para ele sem sentir que estou errada. E se alguém contar para ele ou se ele descobrir... O que vai pensar de mim?

_ Chloe... – falou Lily tentando a fazer para de falar só que seu tom de voz não foi alto o suficiente para ser escutado pela loira que já estava em meio as lagrimas que desciam por seu rosto já avermelhado.

_É como se ele... Como se a qualquer momento ele fosse me olhar e dizer que eu o traí quando eu não fiz isso. Quer dizer, eu o traí? – disse Chloe olhando para a ruiva de repente então desviando o olhar - Eu não beijei, mas fui beijada por outro cara e isso me... Eu não tinha intensão... Eu... – ela colocou as mãos sobre o rosto e Lily se sentiu incomodada com aquilo.

Eram poucas as vezes que tinha visto alguém chorando. Já tinha visto Chloe algumas vezes como quando se tratou dos pais dela quando eles desapareceram e quando eles reapareceram naquele estado em que estavam. Naquela ocasião ela tentara agir como uma boa amiga e dar espaço para ela e depois tinha buscado a ajuda de Lorcan só que agora não poderia fazer isso.

Lily não era a pessoa mais adequada para consolar alguém pelo menos era a visão que tinha de si mesma. Ela ainda se lembrava de que quando Alice estava chorando porque Albus era um idiota que tinha perdido a chance de se declarar para ela tudo que a ruiva fez foi lhe aconselhar novamente em fazer ciúmes no rapaz.

Mesmo assim naquela ocasião não tinha agido muito sentimentalmente talvez fosse pela raiva que tivera de Albus por fazer Alice chorar só que agora era diferente.

Chloe estava ali na sua frente e Lily se sentia em choque sem saber o que fazer. Sentia-se quebrada também e vê-la chorando dava-lhe uma vontade de querer derramar lagrimas também só que não podia fazer isso. Foi então que encurtou o espaço que havia entre ambas e envolvendo o braço ao redor da garota foi que a abraçou.

_ Potter? – a ruiva escutou a voz de Artêmis Jones e ao olha pode ver as garotas que já tinham saído do vestiário e deveriam estar se encaminhando de volta para o castelo quando viram as duas abraçadas - Alguma coisa errada ai?

_ Não, está tudo bem... – falou Lily.

_ Algum problema com a Skeeter? – disse Artêmis Jones enquanto as outras garotas pareciam cochichar umas com as outras.

_ Nada demais – respondeu Lily – Apenas algumas coisas pessoais se vocês não se importarem... Poderiam nos deixar sozinhas? – A capitã assentiu e fez um sinal para as outras jogadoras para que fossem embora.

_ Espero que tudo fique bem – falou Artêmis antes de ir logo atrás de suas colegas de equipe.

Muitas vezes depois do treino as sete garotas da Corvinal se reuniam no vestiário ou nas arquibancadas para conversar sobre assuntos que fossem sendo a maioria das vezes sobre quadribol e jogadas novas que tinham visto.

Chloe na maioria das vezes estava junto mesmo assim calada. Lily se incomodava um pouco com o silêncio da amiga próximo de outras pessoas como se ela tivesse aquele bloqueio para não querer mais amizades como se já fosse o suficiente o que tinha. Ambas eram tão diferentes, Lily já era do tipo de pessoa que não conseguia ficar calada por mais que algumas situações pedissem por isso.

Ela ficou abraçando Chloe por um tempo até que a grifinoria começou a correspondê-la. A ruiva passara suas mãos pelos cabelos da amiga enquanto murmurava coisas ao seu ouvido como que não era culpa dela e que deveria parar de chorar. E depois de um tempo foi que a loira se recompôs mesmo que já tivesse passado alguns minutos que tivesse parado de chorar.

_ Eu sinto muito – falou Chloe – Eu só...

_ Não diga mais nada – disse Lily – Fique calma, não quero vê-la chorando novamente.

_ Lily... Obrigada – falou Chloe – Eu só entrei em pânico em pensar que... – ela se separou da ruiva e começou a limpar seus olhos do que sobrara das lagrimas - Sou tão boba.

_ Sim, você é... – disse Lily sorrindo levemente – Agora, poderia me explicar melhor essa historia que você me falou de outro garoto tendo te beijado? – E a artilheira sentou-se no gramado sendo imitada pela garota a sua frente.

Chloe então contou sobre seu encontro com o garoto Sean Finnigan na biblioteca e como estava nervosa porque alguns garotos da sonserina a estavam perturbando ( não quis entrar em mais detalhes sobre isso por mais que Lily tivesse insistido sobre o que tinham feito a ela ou quem eram) e como o rapaz tinha lhe roubado um beijo ao que a garota retribuiu com um tapa. Sendo que esse ato surpreendeu a ruiva ao escutar.

_ Você deu um tapa em um cara? – falou Lily surpresa com a última parte.

_ Foi – disse Chloe se sentido corar – Estava nervosa e aconteceu.

_ Bem, ele mereceu e espero sinceramente que não tenha se desculpado – falou Lily e a loira sorriu levemente antes de desaparecer o sorriso de seu rosto – Então, eu acho que chegamos ao momento em que eu te falo algo que possa ajuda-la.

_ Acho que é assim que as coisas funcionam – respondeu Chloe olhando ainda para a garota sendo que Lily pensou por algum tempo em silêncio antes de dizer alguma coisa.

_ Você sente como se fosse culpada por esconder algo assim do Lorcan porque acha que segredos são ruins em relacionamentos ainda mais como esse – disse Lily – Eu adoro vocês dois e não quero me meter em dar palpites nos relacionamentos de vocês. Você deve encontrar o que acha melhor fazer sozinha sem que outra pessoa lhe diga.

_ E se eu contar para ele a verdade? – perguntou Chloe.

_ Ele te ama e sei que pode ficar um pouco chateado talvez até mais – falou Lily - só que se for verdadeiro o que sente ele não irá levar como se fosse traição. Você não quis ser beijada por outro cara e nem o correspondeu. Só que isso é apenas minha interpretação então não sei se estou certa e, por favor, não vá achando que vai ser assim apenas estou indo pelo lado muito positivo das coisas.

_ Como agiria se fosse você no meu lugar? – disse Chloe.

_ Sinceramente? Eu teria dado mais do que um simples tapa na cara do desgraçado – respondeu Lily fazendo um movimento como se lançasse um feitiço com uma varinha imaginaria – Ver o cara na ala hospitalar impediria que o Lysander ficasse tão chateado. Eu acho... Pelo menos.

_ E se você estivesse no lugar do Lorcan acharia que gostaria de saber de algo assim? – perguntou Chloe ao que Lily ficou em silêncio por um tempo novamente parecendo pensar sobre a resposta para aquela questão. Ela iria gostar de saber?

_ Depende da reação do Lysander a isso – disse Lily – Aposto que estaria em pânico se fosse beijado por outra e esperaria um surto meu. Se estivesse assim acho que não iria ficar zangada com ele... Mas se ele estivesse muito calmo ai acho que eu ficaria zangada. Ele provavelmente me contaria e talvez tentasse me impedir de lançar um feitiço de rebater bicho-papão na mocreia se não contasse eu pensaria que seria para proteger a outra dai ele que ia receber o feitiço.

_ Você é assustadora – falou Chloe – nos três casos alguém acaba indo parar na ala hospitalar.

_ Só estou sendo sincera – disse Lily – E Lorcan não é nem um pouco parecido comigo então lhe garanto que a reação dele será melhor do que a minha.

_ Eu acho que vou contar para ele só preciso pensar nas palavras certas a dizer – disse Chloe ao que a ruiva assentiu.

...

Albus se encaminhara até a sala de aula ao perceber os últimos alunos a deixando. Quando se aproximou da porta pode encontrar com Teddy já arrumando suas coisas na antiga maleta de couro velho e surrado que pertencia ao seu pai. O metamorfomago parecia concentrado em o que fazia que demorasse um tempo para perceber que havia alguém ali além dele.

Teddy ergueu o olhar para o aluno e sorriu ao identificar de quem se tratava. Terminando por arrumar suas coisas e fechar a maleta enquanto puxava o casaco colocado sobre o encosto de sua cadeira.

_ Posso ajudar em alguma coisa Al? – perguntou Teddy ao que Albus sorriu educadamente então entrando na sala de aula.

_ Eu estava pensando se você poderia me tirar uma duvida – disse Albus encostou-se a uma das mesas da frente – Se você não estiver com pressa talvez pudéssemos conversar sobre isso – e Teddy pareceu tentar ler o que o rapaz estava querendo chegar então assentiu afirmativamente.

_ É alguma duvida sobre minha matéria? Acredito que não seja isso já que você e seus amigos tem uma habilidade admirável para Transfiguração – falou Teddy – São meus melhores alunos para ser sincero.

_ Na verdade, é algo mais pessoal então não sei se poderíamos conversar em um lugar mais reservado? – disse Albus e Teddy pareceu refletir sobre aquilo antes de assentir e pegando sua maleta se afastou da mesa do professor.

_ Venha até meu escritório – falou Teddy – Penso que lá ninguém irá nos interromper ou possa ouvir nossa conversa – então olhou para seu relógio de bolso – temos mais algum tempo antes da recepção ao ministro da magia.

_ Obrigado – falou Albus enquanto seguiam em direção aos corredores e andando lado a lado até o escritório do professor de transfiguração que para o alivio do aluno não era tão distante de modo que o silêncio que houve durante o trajeto não fora tão prolongado quanto deveria.

Teddy abriu sua sala e os dois entraram. Era como uma replica bastante parecida do escritório que o pai de Albus tinha em casa sendo composto por uma mesa de mogno negro com três poltronas uma para o professor enquanto duas se encontravam do outro lado da mesa para os alunos ou outros visitantes.

Tinha aquelas estantes anexadas às paredes onde se encontrava a biblioteca particular de Teddy a quem Albus tinha lhe ajudado a organizar durante uma detenção no primeiro ano sendo que a maioria dos livros era sobre a área que lecionava e outras que lhe agradassem.

Havia ainda uma lareira em um canto e atrás na parede em que se encontrava a mesa de Teddy podia se ver três grandes janelas altas e finas de vidro temperado e fosco. Ainda tinha aquela porta que dava para o dormitório do professor caso ele decidisse permanecer em Hogwarts o que nunca tinha sido o caso de Teddy.

_ Então, o que é o tal assunto pessoal ao que se referia? – perguntou Teddy tomando seu lugar na mesa e indicando para que o jovem tomasse uma das cadeiras a frente que foi o que fez – Caso eu possa ajudar saiba que eu farei o possível.

_ É que eu estive pensando numa coisa ultimamente – respondeu Albus parecendo tentar não soar tão desesperado quanto podia parecer e soando casual - Algum tempo atrás papai me falou que tinha tentado lhe ensinar Oclumência.

Albus tinha iniciado essa sua busca por alguém para lhe ensinar a como se defender de qualquer ataque mental que pudesse receber de seu inimigo em encontros futuros. Aquele alto proclamado novo Lorde das Trevas tinha um nível tão avançado que fora capaz de lhe tocar durante o ultimo encontro mental que haviam tido e desde então Albus tinha pensado que só havia saído daquela ocasião vivo porque o seu inimigo não quisera mata-lo.

Ele o que queria assustado. Era isso que tinha acabado conseguindo porque desde então era uma coisa que não conseguia evitar em pensar numa apreensão de que quanto antes esperasse ia ser surpreendido novamente com mais uma visão. Elas aconteciam durante o sonho então Albus se via com medo de dormir.

Poções para dormir sem sonhar poderiam funcionar só que não havia certeza se seriam eficazes totalmente afinal não era propriamente sonhos o que acontecia porque ele poderia lidar com pesadelos. Mas com as visões era bem diferente e o pior era que mesmo que conseguisse alguém que lhe ensinasse Oclumência podia ser que não fosse eficiente o suficiente contra alguém com anos de aprendizado como era o caso de seu inimigo.

Ele conversara com James sobre as visões que estava tendo e obteve a resposta do irmão que lhe aconselhou que buscasse ajuda. Albus somente precisava encontrar alguém com conhecimento e disposto a ajudar. Seu pai era muito ocupado para vir todas as noites a Hogwarts para lhe ensinar e duvidaria que algum outro aluno fosse bom o suficiente.

Mesmo que fosse, Albus não se sentiria confortável com qualquer um sondando sua mente porque tinham coisas pessoais ali que não gostaria de compartilhar com um estranho. Tinha que ser alguém confiável com essa habilidade e ele não conseguia pensar em muitas pessoas que conhecia que pudessem lhe ensinar de modo que estava recorrendo a alguém que fazia parte de uma lista restrita de possíveis candidatos para lhe ajudar.

_ Sim, ele me tentou ensinar quando lhe pedi durante minhas férias do quinto ano acredito – disse Teddy – Nem consigo me lembrar do motivo de lhe pedir alguma coisa dessas só sei que estava disposto a aprender. Pelo menos foi assim durante as primeiras aulas até que me cansei de sentir minha mente tão exposta assim.

_ Mas você entende ainda disso? – questionou Albus fechando ambas as mãos estando apreensivo – Aprendeu alguma coisa que ainda possa usar para defender-se caso alguém lhe invada a mente?

_ Não é como se alguém estivesse planejando isso – disse Teddy – E sei que se o fizesse seria mais difícil porque eu lutaria só que não é como se fosse capaz de esconder todos meus pensamentos. Aprendi a resistir só que não a um ponto que posso considerar fazer parte de Oclumência de verdade.

_ O que quer dizer com isso? – perguntou Albus parecendo confuso.

_ É mais complexo do que posso explicar – falou Teddy suspirando enquanto gesticulava com as mãos – a questão é que seu pai tinha certa dificuldade inicialmente para invadir a minha mente.

_ Como exatamente? Quero dizer, meu pai não é a melhor pessoa em invadir mentes até porque só entende o suficiente desse assunto sendo que seu talento mesmo está em se proteger – falou Albus – Eu me lembro do Sr. Malfoy o provocando em uma ocasião por conseguir ser melhor do que ele nisso.

_ Tenho uma teoria de que seja por conta da minha habilidade... Faz parte da composição biológica de um metamorfomago que sua mente não seja das mais claras para os outros. – respondeu Teddy - Mesmo quando tentam é como se conseguíssemos resistir por alguma razão como se minha mente tivesse essa defesa natural mais ampliada do que das pessoas comuns. É complicado de explicar... Mas espero

_ Entendo – disse Albus parecendo decepcionado o que não saiu despercebido de Teddy enquanto o garoto fazia que ia se levantar de seu lugar – Obrigado, era apenas isso que estava querendo saber.

_ Por que essa pergunta de repente? – falou Teddy não querendo deixar aquele fato mal resolvido – Tem tido algo que lhe faça estar se interessando por Oclumência de repente?

_ Sim, para ser sincero eu tenho tido alguma curiosidade em aprender sobre esse assunto – disse Albus pensando que seria pior caso tentasse mentir por completo para o professor preferindo apenas omitir alguns fatos – Ouvi dizer que é muito útil saber pelo menos o básico.

_ Sabe, eu realmente acredito que seja algo que todos tem que ter um pouco de conhecimento mesmo que seja teórico – falou Teddy – só que não é como se houvessem tantas pessoas que fossem capazes de invadir seus pensamentos e mesmo assim... Por que alguém iria querer saber o que se passa na cabeça de um garoto do 5° Ano?

_ Porque eu sou Albus Potter – respondeu o garoto após alguns segundos de hesitação – filho do bruxo mais famoso da atualidade que foi responsável pela queda do Lorde das Trevas quando ainda tinha 17 anos e conhecido como a única pessoa viva a ter sobrevivido a maldição da morte. Sem falar que ele também é chefe dos aurores e se isso não são motivos suficientes para querer manter pessoas longe da minha cabeça não sei qual seria...

Albus pode observar um sorriso se formando no rosto de Teddy enquanto o jovem professor se erguia de seu lugar e ia para próximo da janela parecendo refletir no que o garoto havia lhe dito. Aqueles momentos em silêncio faziam com que o sonserino sentisse próximo de ser descoberto ou prensado contra a parede numa acusação.

Teddy tinha duas personalidades que soubera equilibrar bem durante os últimos tempos. O de garoto descontraído e brincalhão com espirito jovem sendo o que mostrava nos momentos em que estava mais tranquilo entre a família ou com os alunos depois da aula nos corredores durante aqueles momentos de lazer.

E o outro era o rapaz responsável e centrado capaz de mostrar uma seriedade capaz de fazer com que todos pensem que os cabelos azuis são apenas uma piada de mau gosto por não se encaixar com o que ele expunha.

Albus sentia que tinha despertado essa personalidade e o pior era o fato de que por ter uma quantidade de sangue licantropo era como se Teddy tivesse seus sentidos apurados de tal modo que pudesse descobrir quando alguém estava lhe escondendo algo ou mentindo.

_ Você ainda não respondeu minha pergunta – observou Teddy se voltando para Albus – E eu conheço as façanhas de seu pai mais do que você pode achar afinal estamos falando sobre o mesmo Harry Potter que é o meu padrinho também. O fato de você ser filho dele é sim algo para se orgulhar só que ao mesmo tempo para tomar cuidado. Só que ainda acho bastante inquietante o fato de que esta pensando que corre algum risco de topar com alguém que queira usar você para tirar informações.

_ Não é como se vivêssemos tempos de paz não é mesmo? – disse Albus sendo duro com aquele questionamento o que fez com que Teddy lhe encarasse por alguns segundos parecendo refletir sobre as suas palavras – Sinto muito, não queria soar dessa forma é que...

_ Tudo bem, você apenas falou a verdade – respondeu Teddy – Por mais amarga que seja. Estamos marchando para um confronto e tenho pensado sobre isso há algum tempo como se não houvesse muita coisa que eu pudesse fazer aqui em Hogwarts além do que tenho feito... Eu tenho um filho recém-nascido que veio ao mundo nesse período difícil como foi para mim.

_ Eu tenho certeza de que iremos garantir que ele cresça em um mundo de paz – falou Albus e Teddy sorriu então olhando para o garoto a sua frente – Iremos fazer o melhor para que ele seja feliz. Todos nós.

_ Eu apenas espero que isso seja verdade porque farei o meu possível para mantê-los seguros – disse Teddy então olhou para Albus – Eu temo pela segurança do Remmy e Victoire... Assim como de todos que amo. Isso inclui você também, Al. – então contornou a mesa para se colocar ao lado do garoto - Ouça, eu sei que pode demorar um tempo para tudo ir para os ares e quando as coisas ficarem piores do que são... Você terá que ser forte e agir só que até lá apenas siga sua vida e aproveite o tempo que tem com os outros para que possa saber pelo que está lutando.

_ Eu também tenho medo, Teddy – falou Albus para o professor que se aproximou mais dele então tomando a poltrona ao lado dele – Não pode ser capaz de fazer o que precisa ser feito. E isso me assusta porque eu posso acabar me perdendo. E se não conseguir me proteger ou me usarem para fazer algo ruim com outras pessoas? Ou... Eu pensei que fechar minha mente possa ser capaz de manter-me seguro e aos outros também.

_ Entendo – falou Teddy – Sinto por não poder ajuda-lo com Oclumência. Mas sobre não conseguir se proteger ou aos outros é uma completa idiotice da sua cabeça e pensei que você fosse melhor que isso. Para alguém tão talentoso duvido que não consiga dar uma lição em quem quer que se meta com você.

_ Sério? – disse Albus.

_ É apenas olhar para o que você e seus amigos fizeram... – falou Teddy – Aquilo já foi uma amostra de magia impressionante e um grande talento. Mesmo com a ajuda do livro muitos bruxos não teriam concluído a transformação no prazo determinado e veja agora? – ele então sussurrou o último trecho - Vocês quatro são animagos.

_ Eu espero que você esteja certo – falou Albus – porque ultimamente tenho me sentido meio incapaz de proteger a mim mesmo quanto mais aos outros. – E era verdade porque o sonserino se sentia com o espirito quebrado desde o ultimo encontro que tivera com o bruxo das trevas em seus sonhos como se estivesse exposto e indefeso.

_ Há algo que quer me dizer? – questionou Teddy percebendo que havia muito mais do que o garoto estava querendo lhe contar – Escute-me Al – ele colocou as mãos nos ombros dele – Pode confiar em mim.

_ Eu estou bem - respondeu Albus – não há nada acontecendo.

_ Não, você está mentindo para mim. Eu sei que tem alguma coisa acontecendo – falou Teddy com seu tom de voz sério como se estivesse - Seja qual for o assunto por mais grave que possa parecer posso te ajudar.

_ Obrigado – disse Albus – mas não é nada demais apenas essa historia toda que acabei de te contar sobre não estar me sentindo capaz. Esses últimos acontecimentos tem me afetado mesmo que eu esteja aqui em Hogwarts é como se não me sentisse seguro. Temo pelos que estão lá fora e os daqui também.

_ Se for apenas isso não deveria se preocupar – respondeu Teddy – Hogwarts está sobre boas mãos que impediram qualquer um que tente algo contra nós. Agora se sentir a vontade para me dizer o que mais te preocupa saiba que minha porta está sempre aberta para você.

_ Obrigado – agradeceu Albus sorrindo levemente enquanto Teddy batia sobre seus ombros como para sinalizar que tinham acabado a conversa – Eu realmente agradeço por você ter me recebido e ouvido tudo que tinha para falar.

_ Não precisa agradecer – disse Teddy – Você é da família.

E aquelas palavras fizeram com que Albus se sentisse horrível por não compartilhar com Teddy o que estava acontecendo. O motivo era de que quanto menos gente soubesse sobre esses sonhos seria melhor afinal nem mesmo seus amigos sabiam que eles aconteciam.

O garoto nem ao menos conseguiu encarar o professor novamente de forma direta enquanto se erguia e se dirigia em direção a porta apenas assentindo quando Teddy lhe falou que se veriam na hora do jantar.

Apenas James tinha conhecimento isso porque o rapaz passara pela mesma situação há algum tempo só que agora era apenas Albus que estava tendo essas visões. Por que James havia conseguido se livrar delas? Não havia sentido naquilo afinal por que ele fora privilegiado agora em ser o único a ter essas visões?

Não que quisesse que o amigo estivesse passado pelo mesmo que ele novamente. Afinal James já tinha passado por traumas o suficiente para ter mais aquilo para sua coleção e lhe tirar o sossego. Não, Albus não era egoísta em desejar que fosse o irmão mais velho para estar passando o que ele vivia no lugar dele.

O mais desagradável era que estavam piorando já que agora o Lorde das Trevas havia conseguido sentir sua presença e até mesmo o visto ali. Perguntava-se seria capaz de vê-lo caso também acontecesse o contrário. Seu pior pensamento era que ele lhe atacasse enquanto o estivesse sondando. Ele seria capaz de fazer isso? Gostaria imensamente que fosse apenas mais uma ideia sem sentido de sua mente apreensiva.


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Notas finais do capítulo

Então, eu estou meio enferrujado aqui por isso não foi um dos melhores capitulos. Não teve ação que poderiam esperar como o grande retorno, mas admitam que foi bom ( mesmo que seja mentira para agradar o autor é legal fazer isso... Brincadeira, sejam sinceros porque não se deve contar mentiras).

Prevejo gente querendo criar shippers estranhos como Lily e Chloe. Sério, se alguém fizer isso sinta-se a vontade para ser internado no St. Mungus. E eu curti escrever Zack e Rose... Foi legal. Vou matar Scorpius e deixar esses dois como o oficial.

Então, se ainda vivem. Reviews sim?