Novos Tempos Em Hogwarts 3 escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 15
Em honra dos mortos


Notas iniciais do capítulo

Capitulo para vocês, eu particularmente adorei o que escrevi em uma das cenas no salão principal e este está menor do que estamos acostumados como puderam perceber. O que não faz muita diferença creio eu.

Aproveitem, e boa leitura para todas.
Nos falamos melhor lá embaixo.



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O trem finalmente chegara a estação de Hogsmeade, as garotas na cabine estranhavam o fato de os rapazes ainda não terem retornado, mas preferiram não ir atrás deles achando que deveriam estar bem. Pelo menos era o que elas queriam acreditar.

Lorcan abriu os olhos levemente ao sentir-se sendo sacudido por alguém que ao abrir os olhos pode encontrar inicialmente a figura de um vulto ruivo ao seu lado que lhe sorrira quando sua visão voltara ao normal pode identificar a face de Rose. A garota estava a sua frente, já com as vestes da grifinoria e sua bolsa no ombro.

_ acabamos de chegar a Hogsmeade – disse Rose em um tom de voz gentil, e o rapaz olhou para a amiga com um sorriso agradecido e se voltou para as outras pessoas ao seu lado.

Lily estava ajoelhada próximo dele tentando acordar com uma voz suave, que soou muito estranha vindo da corvina, uma garota que ele sabia quem se tratava. Seu peito então se partiu quando a encarou pelo canto dos olhos e pode ver seu rosto pacifico e sereno; podia senti-la ao seu lado com a cabeça encostada sobre seu ombro de forma tão aconchegante enquanto uma de suas mãos encontrava a sua sobre o banco como se ambos tivessem dormido de mãos dadas.

Naquele momento sentiu um novo sentimento que antes não havia experimentado que era de remorso, não deveria ter sido tão duro com Chloe daquela forma simplesmente porque não havia gostado do modo como aquele rapaz havia se comportado. Podia ser coisa apenas da sua cabeça, talvez Sean Finnigan não estivesse interessado na loira afinal de contas e tudo seria esquecido. Pelo menos ele queria esquecer.

_ Chloe – disse Lily mais uma vez e a garota não respondeu – querida, vamos lá acorde loirinha... – ela dera leves cutucões em seu ombro a fazendo apenas a gemer algo e se apertar ainda contra o corpo do loiro que começou a corar com os olhares das outras garotas na cabine.

_ parece que ou a amiga de vocês tem um sono pesado, ou realmente esta gostando de ficar assim e não quer acordar – disse a garota desconhecida que até então ele não havia notado.

Aos poucos a garota foi acordando e a sentir os vários olhares sobre ela sendo que também notou a pessoa que estava usando como travesseiro. A reação foi seu rosto começando a ficar ruborizado aos poucos da mesma forma que ia se afastando aos poucos parecendo sem jeito.

_ já chegamos – disse Chloe ao perceber do lado de fora a estação do vilarejo bruxo.

As garotas assentiram a mesma medida em que pode perceber o olhar de Lorcan sobre si até que ele desviou fazendo de conta que estava mais preocupado com seu sapo que estava lhe escapando pelo bolso da camiseta. Talvez pudesse não ser fingimento e ele realmente estivesse tentando evitar alguma fuga do Andy Jr., era difícil de se dizer quando vinha de Lorcan.

Chloe sentiu então alguns pacotes de doces intactos ao seu lado na beirada da janela e pegou um deles nas mãos. Ela olhou para as garotas e foi uma certa ruivinha de ar maroto que respondeu.

_ nós compramos para vocês – disse Lily – o carrinho passou, e vocês estavam dormindo pensei que poderiam sentir fome quando acordassem.

_ obrigado – disse Chloe sorrindo então abrindo um pacotinho de tortinha da abobora quando estava prestes a morder pode escutar um miado e ao olhar para baixo encontrou o par de olhos verdes de um gato alaranjado lhe encarando – tome – quebrando um pedaço estendeu para o seu adorável felino.

A atitude da garota fez Lorcan sorrir, adorava o modo como ela agia se preocupando mais com os outros do com ela mesma em especial quando se importava tanto com Sir Todd, seu gato de estimação assim como com qualquer outro animal. Os dois então encararam a garota morena da cabine, que parecia se divertir com a cena que via.

_ sapo legal – disse a morena e Lorcan sentiu o anfíbio saltando de seu bolso para seu colo e permanecendo ali, soltando um coaxo vitorioso por sua fuga bem realizada.

_ obrigado – disse Lorcan, então olhando para as duas ruivas na cabine com um olhar confuso o mesmo que podia ser visto nos olhos da garota ao seu lado.

_ esta é a prima do Scorpius – disse Rose indicando a garota.

_ Dakota não e? – disse Lorcan estendendo a mão para cumprimenta-la.

_ é um prazer conhece-los – disse Dakota, então se voltando para cumprimentar Chloe.

_ hei vocês – disse uma voz na porta da cabine e ao se voltarem puderam encarar que se tratava de Kevin Smith – não perceberam que o trem parou, querem voltar para Londres por acaso? – ele deu algumas palmas como se quisesse apressar-los antes de prosseguir pelo corredor.

_ cruzes, que cara grosseiro – disse Dakota erguendo a sobrancelha para monitor que acabara de sair – depois reclamam de porque os lufanos são tão maltratados pelas outras casas.

_ cala boca garota, está bem? – disse Lily revirando os olhos.

_ você me mandou calar a boca? – disse Dakota erguendo se voltando para a ruiva parecendo como se tivesse sido ofendida.

_ é, mandei – disse Lily desafiadora – algum problema com isto, eu ofendi seus sentimentos por acaso querida.

_ Lily, por favor não – disse Chloe colocando a mão no ombro da amiga – venha, vamos...ela não fez por mal.

_ lógico que não fiz, não foi minha intenção – disse Dakota – não leve para o lado pessoal é que bem, eu sempre ouvi dos outros coisas sobre a Lufa-lufa mas posso estar enganada.

_ é, com toda a certeza esta – disse Lily – não generalize seus conceitos sobre as pessoas daquela casa baseando-as no idiota do Smith.

_ esta falando isto por causa da sua amiga Alice não é? – disse Dakota se lembrando do que seu primo falara sobre a namorada de Albus – ela pertence a esta casa, me desculpe não esperava fosse sair tão ofendida desta forma.

_ tudo bem – disse Lily antes de pegar suas coisas e começar a sair da cabine sendo então seguida pela prima.

Quando ambas já se encontravam no final do corredor, proximas da porta de saida do vagão a ruiva da grifinoria parou a terceiranista a segurando pelos ombros e virando de frente para ela.

_ o que pelos bigodes fumegantes de Flamel – disse Rose começando num tom exaltado – esta acontecendo com você? Eu te conheço muito bem Lily, e sei que você apesar de possuir um temperamento dificil não sai por ai iniciando discussão com as pessoas que mal conhece.

_ eu a conheço o suficiente para saber que não gosto dela – disse Lily cruzando os braços – se você tivesse percebido... – ela fez uma pausa como se tivesse se lembrado de algo - alias você também não gosta dela não sei o porquê de estar me repreendendo.

_ é muito cedo para que eu possa gostar dela, ou mesmo odia-la – disse Rose – mas vou tentar a primeira opção pelo bem da minha relação com o meu namorado.

_ certo – disse Lily tirando as mãos da prima de seu ombro – faça como quiser, mas se você tivesse visto o que eu vi, em vez de querer me acalmar estaria da mesma forma que eu.

_ do que esta falando? – disse Rose franzindo a testa.

_ ela esta afim do... – disse Lily começando mas parou ao notar sobre o ombro da prima seus amigos se aproximando.

_ algum problema? – disse Chloe podendo notar que haviam chegado no meio de uma conversa importante pelas expressões das duas.

_ não, nada... – disse Rose – vamos, estamos bloqueando o caminho e os cinco desembarcaram.

Encontrando do lado de fora a neblina característica da noite do vilarejo bruxo. A plataforma estava cheia de pessoas que transitavam de um lado para o outro conversando animadamente enquanto caminhavam na direção de onde esperavam as carruagens. O grupo encontrou então com uma garota que se encontrava distraída olhando para dentro do trem, ela possuía um olhar serio no rosto.

_ Alice – disse Lily se aproximando da lufana que pareceu se assustar ao ser desperta de seus pensamentos e encarou os amigos com um sorriso simples – onde está Lysander?- a ruiva completou ao notar que o rapaz não estava ao lado da amiga como esperava encontra-lo.

_ nos separamos quando cada um foi patrulhar os corredores com suas duplas – disse Alice – e eu tive que aguentar sozinha o Kevin Smith, acredita que aquele insuportável é meu parceiro?

_ é, nós o vimos querendo dar uma de monitor exemplar tocando todos para fora das cabines – disse Rose – foi bem rude da parte dele.

_ meu merlin, como foi que entregaram para ele o distintivo – disse Alice com uma voz cansada, se sentando em seu malão – há tantos garotos melhores para isto na minha casa, Morgan Mcmillan é um excelente aluno de media alta apesar de amar quadribol não descuida dos estudos... Alphonse Armstrong pode não ser o aluno das melhores notas, mas esta dentro da media e é excelente em Aritmancia sem falar é claro o Eliott Flint-Fletcher que o ano passado conseguiu sozinho mais pontos para nossa casa do que qualquer outro aluno nas aulas.

_ é, pensando assim é muito injusto – disse Lily - mas, não vai desistir do cargo por causa do idiota que te escolheram para parceiro não é? - a morena acenou negativamente.

_ nem pensar – disse Alice então notando a ausência de alguém – onde está o Al?

_ também gostaríamos de saber – disse Rose – ele e o Scorpius simplesmente desapareceram – ela lançara o olhar para o trem parecendo preocupada.

Então o som familiar foi escutado bem como uma grande lanterna de ferro pendia iluminando o rosto barbudo do guarda-caça de Hogwarts que Lorcan cumprimentara. O aceno não fora devolvido, pois ao que parecia os olhos de Hagrid deslizavam pela plataforma como se buscasse algo.

_ primeiranistas por aqui – disse Hagrid balançando a lanterna – primeiros anos, por aqui – ele aumentara ainda mais o tom de voz, ao seu lado Canino ganiu.

_ algum problema Hagrid? – disse Lorcan se aproximando com as garotas, o meio-gigante olhou para eles enquanto o gêmeo se agachava para fazer carinho atrás da orelha do mastim napolitano.

_ nós o cumprimentamos, mas você não respondeu – disse Chloe sorrindo gentilmente para o professor de trato de criaturas magicas.

_ Oh, desculpe por não ter respondido, mas é que... – disse Hagrid parecendo um pouco desesperado com algo - os primeiranistas, eu não os vejo e até agora nenhum deles veio até mim.

Dentro do trem, Lysander chegara até um vagão podendo perceber um tumulto de estudantes no corredor, eles simplesmente estavam ali bloqueando a passagem rindo o que com toda a certeza indicava que havia algum problema ali. Atrás dele pode sentir alguém chegar se colocando próximo, ao olhar encontrou um par de olhos orientais o encarando.

_ acho que devemos fazer alguma coisa a respeito, somos monitores é nosso dever – disse Safira Carrow para o garoto que sentiu uma das mãos pequenas e delicadas da garota deslizar pelo seu braço o que o fez arrepiar.

_ é, eu sei – disse Lysander retirando a mão dela de si, enquanto dava um passo para dentro do vagão – abram caminho, andem vamos – ele mudara o tom de voz para um mais serio enquanto transitava entre os alunos que em sua maioria se pareciam com secundaristas e primeiranistas que abriam espaço para o rapaz que seguido pela oriental avançavam pelo corredor estreito pela grande quantidade de pessoas.

_ vamos lá, só mais uma vez – disse uma voz de um primeiranista que gargalhava quando sentiu a mão do monitor da sonserina em seu ombro, o garotinho sem encolheu saindo do caminho.

Ao chegarem puderam encontrar uma dupla de secundaristas da grifinoria que possuíam bolos de caldeirão em suas mãos. Os grandes olhos azuis e os puxados negros seguiram até o teto, quando um dos garotos mais novos arremessou a guloseima em direção ao alto e puderam ver o momento exato que o chocolate se espatifou contra o rosto de alguém.

_ o que diabos... – disse Lysander sem acreditar ao fitar a face de seus dois amigos colados no teto e que tentaram falar o que era inútil já que alguém deve ter feito um feitiço que removeu a boca de ambos do rosto.

_ hei, todos vocês circulando vamos – disse Safira tentando dispersar a massa de estudantes que não lhe dera atenção inicialmente, a garota então puxara a varinha e apontara para a garganta murmurando sonorus – andem, vamos o que estão esperando? Não há nada para ver aqui, todos saiam do trem imediatamente não perceberam que chegamos a Hogsmeade, rápido circulando.

Pouco a pouco os alunos foram saindo mais porque estavam incomodados com a monitora com a sua voz ampliada magicamente apesar de que muitos tropeçaram em seus próprios pés ainda fitando os garotos presos no teto. Alguns ainda resmungavam coisas sobre os monitores sempre acabarem com a diversão, os dois secundaristas que estavam jogando os caldeirões de chocolate desapareceram no meio da multidão assim que os viram de frente para eles.

_ não consigo acreditar, nem mesmo chegamos na escola ainda... – disse Lysander murmurando para si mesmo, mas os três outros no vagão ainda escutavam – e aqui estou eu livrando a cara destes dois.

_ quer ajuda para tirá-los de lá? – disse Safira já com a varinha em punho.

_ não, obrigado Safira – disse Lysander lançando um sorriso agradecido a garota – pode ir, acho que sua irmã e seus amigos estão te esperando.

_ sabe de uma coisa Lysander? Acho que fazemos uma boa dupla – disse Safira sorrindo, e o rapaz soube pelo tom de suas palavras que ela estava sendo sincera – acho que posso me acostumar com ser sua parceira – então desapareceu pela porta deixando o loiro a retornar a fitar os amigos.

_ vocês dois me devem serias explicações – disse Lysander com um sorriso discreto, a cena de seus dois amigos presos no teto com as bocas removidas e com os rostos bem como as vestes sujas de chocolate era realmente engraçado quando se parava para admirar.

Os dois sonserinos começaram a soltar resmungos mudos, se debatendo tentando sair por conta própria dali. O que foi realmente estranho de se ver, o rapaz revirou os olhos para aquilo ao perceber que Scorpius e Albus certamente estavam agitados por estarem felizes em vê-lo ou talvez quisessem sair logo do teto.

_ hei, calma ai já vou tira-los dai – disse Lysander enquanto a varinha das vestes – acho melhor eu sair debaixo de vocês, não é? – ele deu alguns passos para trás até que considerou estar seguro – pronto, agora se preparem – ele fez um leve movimento - Finite Incantatem – automaticamente os dois garotos caíram no chão com um estrondo, e resmungando desta vez sendo audíveis, pois haviam recuperado suas bocas.

_ eu juro solenemente que vou acabar com aquele desgraçado quando nos encontrarmos de novo – disse Scorpius enquanto se levantava lentamente do chão – vem, vamos sair logo daqui.

_ certo, ainda estou esperando as explicações de vocês a respeito disto tudo – disse Lysander cruzando os braços ainda encarando os dois que trocaram um olhar um com o outro.

_ não foi nossa culpa – disse Albus e o monitor soltou um risinho pelo nariz para o que acabara de ouvir – é serio, não fizemos nada.

_ somos inocentes desta vez, ou você acha que se tivéssemos feito algo teríamos acabado parando lá em cima – disse Scorpius bufando.

Albus começara então a contar a historia sobre terem tentado ajudar Hugo a se livrar de alguns alunos do sétimo ano que o perturbavam enquanto recolhiam as coisas da cabine e seguiam para fora do trem. Sendo que Scorpius não os havia esperado porque não estava interessado em relembrar o que havia acontecido com ele e o melhor amigo por conta do modo como o moreno relatava a confusão. Logo encontraram do lado de fora Lorcan e as garotas que aguardavam os amigos chegarem.

_ o que aconteceu com vocês? – disse Chloe surpresa com o estado que os rapazes se encontravam – isto é... – ela apontara para as manchas escuras no rosto e roupas deles.

_ é chocolate – disse Lorcan após passar o dedo no rosto de Albus e lamber, o que fez o moreno fazer uma careta e dar alguns passos para longe do amigo.

_ não faça nunca mais isto – disse Albus e o loiro assentira então se voltando para a namorada que se aproximava, a lufana retirara um lenço do bolso e começara a limpar seu rosto.

_ então, vocês ainda não disseram como acabaram neste estado – disse Rose encarando o namorado que havia se sentado sobre o malão de algum deles.

_ acredite, você não viu nada – disse Lysander encarando os amigos com um olhar de repreensão – estes dois estavam em pior estado.

_ contratempos de viagem – disse Scorpius num tom de voz sarcástico.

_ desiste Allie, você nunca vai conseguir me limpar todo – disse Albus fazendo a garota abaixar o lenço, o moreno lhe lançou um sorrisinho de agradecimento pela tentativa.

_ existe outro modo mais pratico – disse Rose apontando a varinha para o rosto do loiro que ainda estava sentado parecendo meio mal-humorado – Targeo – o chocolate de seu rosto e vestes foi sugado para a ponta da varinha.

_ bastante pratico – disse Alice então realizando o mesmo feitiço no namorado que logo estava com as vestes impecáveis.

_ acho que deveríamos pegar uma carruagem – disse Chloe ao perceber que a maioria dos transportes já havia partido rumo à escola.

E para a surpresa da maioria ali presente, eles tiveram a visão de silhuetas negras de cavalos esqueléticos que puxavam as carruagens pela estradinha que levava até o castelo. Albus havia se esquecido de que poderiam vê-los depois do massacre da copa mundial de quadribol. Diferente do que esperava, não os achou horríveis como a imagem que tinha deles em sua mente, talvez fosse porque ainda estavam distantes e não pudesse enxergá-los direito.

Eles caminharam até onde estavam as carruagens restantes. E o grupo pode ter uma melhor visão dos cavalos alados. Os Testrálios tinham os couros negros colados ao esqueleto, no qual cada osso era visível. As cabeças semelhavam a de dragões, e os olhos, sem pupilas, eram brancos e fixos. Da junção das espáduas saíam asas imensas e negras, que pareciam pertencer a morcegos gigantes.

Lorcan se aproximara da carruagem acariciando a fronte do animal que abaixara a cabeça com o carinho do loirinho que sorrira ao vê-los de tão perto. O olhar de Scorpius e Chloe era de surpresa, ambos eram os únicos presentes que nunca haviam ouvido falar daquelas criaturas antes.

_ o que são estas coisas? – disse Chloe com a voz tremula ao encarar os cavalos alados que inesperadamente agora eram responsáveis por puxar as carruagens.

_ do que você está falando? – disse Dakota confusa chamando a atenção de todos os outros – espere, eu deveria estar vendo algo por acaso?

_ eles são testrálios – disse Lorcan encostando a cabeça contra a do animal – só é possível vê-los quando se vê a morte de perto... Eles sempre puxaram as carruagens de Hogwarts – ele então se voltou para Dakota – você nunca presenciou ninguém morrer, então é certo de você não poder enxerga-los.

_ eles não são tão horríveis quanto eu imaginava – disse Albus de modo sincero.

_ quer dizer que preciso presenciar a morte de uma pessoa para ver seja lá o que é coisa – disse Dakota – bem, neste caso espero nunca poder vê-los.

_ você acha que algum de nos gosta disto? – disse Scorpius sorrindo sarcástico para a prima que pareceu desconcertada.

_ o sim, claro como se eu esperasse que vocês quisessem ver alguém morrendo... – disse Dakota sem jeito, ela odiava ficar tão desligada do mundo como sua mãe nunca realmente havia lhe deixado viver uma vida normal antes ou mesmo interagir com as pessoas.

Uma das carruagens já partira enquanto a ultima ainda se mantinha ali parada com a porta aberta como se aguardasse mais alguém. As garotas no interior dela riam parecendo se divertir entre si, quando uma delas olhou para o lado de fora e avistou o grupo ali parado.

_ há um lugar em nossa carruagem, se você quiser pode ocupá-lo Lysander, adoraria ter a companhia sua até Hogwarts – disse Safira sorrindo para o rapaz até a ruiva se meter a frente dela.

_ não se preocupe queridinha, as pernas dele não vão cair se for andar até o castelo ao meu lado e dos amigos dele – disse Lily grosseiramente enquanto fechava a porta da carruagem.

A carruagem partiu, sendo que todos a ficaram fitando enquanto se distancia até que não podiam mais desaparecendo no nevoeiro. Ao se virar, a ruiva pode encarar os olhos repreendedores do namorado pela sua atitude antes que pudesse vir dando algum sermão à garota começou a caminhar e ao perceber que ninguém o fazia se voltou para os outros.

_ o que estão esperando – disse Lily olhando por cima do ombro – é uma longa caminhada até a escola – então os outros começaram a caminhar a seguindo sendo que a ruiva ainda continuava na frente.

Eles seguiram pelas trilhas deixadas pelas carruagens na terra úmida da estradinha que levava até o castelo. Albus seguia caminhando ao lado de sua namorada com um dos braços ao redor de seus ombros, ao lado deles seguia outro casal que era formado por sua prima e Scorpius ainda com aquele olhar serio no rosto.

_ então, quem são os outros monitores? – disse Albus tentando quebrar o silencio.

_ oh... Bem, da grifinoria temos o Colin Creevey e Flora Springs – disse Alice percebendo a tentativa do namorado e perceber que havia recebido atenção dos amigos próximos deles.

_ Colin é legal, apesar de que não posso saber se ele mudou alguma coisa enquanto estive fora – disse Rose – a Flora é uma garota tão doce e adorável, era a garota com quem eu me dava melhor no dormitório.

_ ele continua o mesmo, um pouco diferente na aparência é claro – disse Albus – mas a mesma coisa, ainda é comentarista dos jogos de quadribol.

_ e da Corvinal? – perguntou Rose para a lufana que pareceu pensar um pouco tentando se lembrar dos dois monitores que faltavam.

_ Raj Davies e Esther Goldstein – disse Alice fazendo Scorpius rir por algum motivo que a fez olhar confusa para ele – algum problema?

_ os dois são namorados – disse Scorpius rindo levemente – todos sabem que não serve muito colocar casais como monitores, é da a oportunidade para eles ficarem se agarrando pelos cantos.

_ não é bem assim – disse Lysander se aproximando deles – alguns estudantes não abusam da posição que possuem para ficar de amassos no banheiro dos monitores.

_ não era a Lily que estava pensando nos encontros noturnos de vocês dois – disse Scorpius com uma voz convencional como se fosse algo bem comum.

_ O que você falou? – disse Albus surpreso, seus olhos estalaram com o simples pensamento que tivera - encontros noturnos com quem? – ele olhara de um para o outro, e seu melhor amigo começou a rir – nem pense nisso Lysander, posso aprovar vocês namorarem, mas não passe dos limites com minha irmãzinha.

_ por Merlin, você não pensaria que eu... – disse Lysander que então notou o olhar do amigo e suspirou – eu respeito muito sua irmã e sua família o bastante para não tentar nada que saiba que possa vir fazer com que eu perca sua confiança.

_ eu sei – disse Albus sorrindo levemente.

Logo após mais alguns poucos minutos eles chegaram próximos aos portões de Hogwarts que se encontravam abertos e um lampião pendia iluminando a sua frente, ao que tudo indicava haviam notado a ausência deles. Ao se aproximarem notaram a face pálida iluminada pela luz bem como um olho branco opaco que fazia conjunto com cicatrizes grossas e grotescas de um dos lados de seu rosto.

Automaticamente os quatro rapazes fecharam a cara para a visão do professor menos favorito deles, Salazar Salvatore possuía seu tradicional sorriso arrogante na face com um pouco de sarcasmo em seus olhos ao perceber os alunos que haviam se atrasado se aproximando.

_ ora, vejam quem resolveu dar as caras no jantar – disse Salazar Salvatore olhando quando cada um parava para encara-los – estava começando a achar que filhos de heróis como vocês achavam que os estudos não eram importantes.

_ como o senhor notou nossa ausência? – disse Lorcan erguendo a sonbrancelha confuso, sentindo o feixe de luz ferir seus olhos quando o professor o direcionou em sua direção para encara-lo.

_ bem, se você olhar direito Scamander... Creio que mesmo você notaria que estão em um numero muito grande para que a ausência de vocês passasse despercebida – disse Salvatore – eu deveria leva-los até seus chefes de casa e contar que se atrasaram, mas não quero atrasa-los para o banquete desta noite – ele iluminara o caminho até a porta e se voltou para os alunos – creio que conheçam o caminho até o salão não é mesmo?

Salazar Salvatore se afastara dando espaço para que todos entrassem em seguida os seguiu para dentro do castelo atravessando com eles a grande porta do castelo e juntos caminharam pelo corredor em direção ao salão principal com o som de seus passos ecoando e a luz do lampião brilhando atrás de suas cabeças.

Albus não entendera porque parecia que algo estava muito errado ali. O professor não era o tipo de pessoa que deixaria passar uma oportunidade de atingi-los de alguma forma, como se tivesse adivinhado seus pensamentos o ex-auror cortou o silencio com sua voz em um tom acidamente divertido.

_ antes que me esqueça – disse Salvatore – menos dez pontos de cada um pelo atraso com exceção da senhorita Greengrass que irei poupar por não ter culpa de ter escolhido tão mal as suas primeiras amizades em nossa escola.

_ nossa, que generosidade da sua parte – murmurou Scorpius em um tom grosseiro para que apenas seus amigos próximos ouvissem.

_ menos dez pontos pela falta de respeito para comigo Malfoy – disse Salvatore de zombaria – agora retornando, vejo que temos entre nós monitores então menos dez pontos extras deles pelo atraso e uns cinco pontos do senhor Scamander por estar em vestes trouxas.

Albus sentiu a namorada tremendo ao seu lado, ela nunca havia perdido pontos antes para a sua casa desde seu primeiro ano ao olhar para Lysander pode notar que o amigo parecia ter franzido o cenho ainda mais depois daquela frase se voltando para encara-lo por sobre o ombro, fuzilando-o com os olhos.

_ o que faz com que todas as quatro casas fiquem em negativo antes mesmo do primeiro dia de aula – disse Salvatore rindo levemente – vejamos, temos cinquenta e cinco pontos a menos para a sonserina, vinte pontos negativos para a grifinoria e lufa-lufa o que me faz pensar que talvez este ano seja a corvinal a ganhar a taça, pois eles perderam apenas dez pontos por conta da senhorita Potter não saber escolher com prudência com quem anda.

_ como se eu fosse seguir seu conselho e abandonar meus amigos – disse Lily sussurrando sem pensar, logo se sentiu estupida por sua atitude.

_ para alguém da corvinal, você consegue ser bem estupida as vezes – disse Salvatore com um tom de deboche – o que nos leva a menos cinco pontos da sua casa.

Albus sentia seu peito queimar, com a vontade de confrontar o professor por ser tão injusto com eles daquela forma. Acabou se deixando levar pela razão e ficar em silencio, o mínimo sussurro podia ser ouvido naquele corredor como se a pessoa estivesse usando o tom normal de voz o que fez com que ele desejasse imensamente que a porta do salão principal não estivesse tão longe.

Seus amigos pareciam ter entendido isto também, pois mais nenhum deles falou mais nada que pudesse complica-los ainda mais, todos já haviam feito suas casas ficarem em negativo agora imaginar que poderiam pegar uma detenção por conta de desafiarem um professor era realmente loucura demais e só seria feita por alguém sem nenhum bom senso.

As portas de carvalho não barravam o som de risos e conversas que vinham das mesas das quatro casas, e sem nenhuma cerimonia o professor tomou a frente e as empurrou fazendo a claridade vinda das velas flutuantes do salão iluminar seus rostos. E com um empurrão, o professor fez com que Albus e Scorpius fossem os primeiros a entrar e dar de frente para todos os rostos que automaticamente se voltaram para o grupo de alunos.

Salão Principal, com as quatro longas mesas das Casas e a dos professores ao fundo, estava decorado, como sempre, com velas no ar que faziam os pratos refletir e faiscar. Fora automático que o som de talheres fosse se extinguindo e os cochichos entre alguns alunos bem como os cutucões de ombros e alguns apontando para o grupo encabulado de oito pessoas que andaram apressadamente cada uma para sua respectiva mesa sem ao menos olhar para os rostos de quem os apontava.

O quarteto sonserino avançou se sentando em um canto afastado da mesa próximo de onde uma garota ruiva terminava de comer solitária o seu jantar. Albus se sentou ao lado da prima acenando com a cabeça para ela que retribuiu discretamente. Dakota se sentou entre seu primo e Lorcan enquanto Lysander tomava o outro lado do moreno.

Albus e os amigos já se preparavam para encher seus pratos com a bela comida do banquete o que não aconteceu, pois rapidamente os pratos se esvaziaram e o rapaz viu surgirem às taças com sobremesas e o cheiro de tortas e pudins vir até suas narinas como se tivessem acabado de sair do forno.

_ vocês se atrasaram – disse Lucy em seu tradicional tom de voz sem vida.

_ tivemos imprevistos – disse Albus trocando um olhar com os amigos para que não tocassem no assunto com a garota por perto.

_ é, eu soube... – disse Lucy sem encara-los ainda com os olhos voltados para seu prato - Parkinson e a gangue dele, não é mesmo?

_ o covarde do seu primo te contou pelo visto – disse Scorpius mordendo um cupcake – aquele cara nos deve uma, Merlin sabe o esforço que estou fazendo para não fazer nada contra ele e preferir desviar toda a minha atenção e fúria para os imbecis que nos colaram no teto.

_ pelo menos não perdemos a sobremesa – disse Lorcan avançando sobre o pudim antes que qualquer um se aproximasse, ele partiu um generoso pedaço e colocou em seu prato – alguém mais quer? – ele estendera a sobremesa para o irmão.

_ e então, como foi à seleção? – disse Lysander – a professora McGonagall falou algo importante no discurso? – ele dera uma garfada em seu pudim e levara tranquilamente para sua boca.

_ não, ela ainda não fez porque teve que se ausentar da mesa dos professores por alguns instantes – disse Lucy – quando retornou o banquete já estava colocado.

_ eu queria ter ouvido a canção do chapéu seletor... É minha parte favorita – disse Lorcan com as bochechas cheias com a de um esquilo com grandes nozes em sua boca.

_ é a mesma coisa todos os anos, falando de todas as casas e coisas do tipo – disse Lucy revirando os olhos – ele puxando o maior saco dos grifinorios como sempre acontece.

_ eu queria ter o visto novamente, ele só me selecionou e não fez mais nada – disse Dakota comendo um pedaço de torta – um chapéu cantando é algo que não vemos todo o dia.

Albus encarou a mesa dos professores podendo ver o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas se sentando ao lado direito do lugar ocupado pela diretora McGonagall que comia em silencio o seu jantar. Salazar Salvatore viera então até seu ouvido e sussurrara algo que o moreno tinha certeza que era referente a ele e seus amigos, a diretora de modo discreto encarou a mesa da sonserina mais especificamente onde os rapazes estavam sentados antes de dar sua resposta ao professor que não parecera ficar feliz já que se encostara a sua cadeira tornando a beber de sua taça ainda fitando o quarteto como se esperasse algo mais deles esta noite.

Olhou para a mesa dos professores e sorriu para Hagrid que de fato acenava com a cabeça levemente enquanto comia sua sobremesa. O grande guarda-caça jamais conseguira se comportar com a mesma elegância que a professora Stella Glanvill ao seu lado, a professora de feitiços e diretora da corvinal apesar de sua aparência gótica transpassava um ar de moça refinada e culta pelo modo como erguia sua taça a boca.

Ela quase desaparecia ao lado do professor de Trato de Criaturas Magicas como o topo de sua cabeça batia um pouco acima do cotovelo de Hagrid. Do outro lado do meio-gigante se encontrava sua esposa, Madame Máxime que se mostrava magnifica contrastando com o aspecto rustico de seu marido.

Ao lado de Stella Glanvill para a surpresa dos rapazes pôde ver a professora de Adivinhação, Sibila Trelawney. Tinha a aparência esquisita de sempre, faiscando com seus colares e longos xales, os olhos ampliados pelos enormes óculos. Apesar de que naquele instante parecia quase em colapso, que parecia em estado claro de nervos já que tremia enquanto degustava sua sobremesa quase furando um de seus olhos se não fosse pelas grossas lentes de seus óculos.

O moreno franziu a testa ao que parecia algo preocupava a professora que não estava em seu melhor estado apesar de que ela nunca fora alguém que se possa considerar normal. Ela raramente saía de sua torre, e ao pensar bem sobre isto os rapazes perceberam que ela nunca a vira em um banquete inaugural.

Os rapazes continuaram olhando para a mesa, encontrando o rosto de Neville Longbottom que conversava com Denis Creevey, o professor de estudo dos trouxas. Um homem de cabelos loiros de um aspecto um pouco sujo com pele branca, olhos azuis muito claros e de estatura mediana baixa.

Então vinha Teddy Lupin com os cabelos em um tom negro como geralmente usava quando estava em eventos formais ou na presença da diretora. McGonagall havia dito para que o jovem professor tentasse manter uma aparência mais seria e apresentável, de modo que o metamorfomago tentava evitar comparecer com tons berrantes de cores em seu cabelo para não ser repreendido. Apesar de que sempre que se encontrava afastado da diretora ou nos corredores, Teddy mantinha os cabelos no seu tradicional tom azul.

O professor de Transfiguração dera uma piscadela para os rapazes bem como um sorriso leve enquanto retornava a prestar atenção ao que ouvia de Horácio Slughorn. O professor de poções estava um pouco avermelhado talvez pelo hidromel que bebia ou algo assim, sendo que também poderia ser as velas flutuantes que reluziam em sua careca brilhante.

Scorpius parecia estar um pouco avulso da conversa que sua prima estava tendo com Lucy que preferiu focar em outros lugares. Ele olhou para as outras mesas, podendo ver Rose ao lado de Chloe se sentarem entre seus colegas de casa podendo notar que a ruiva estava sendo saudada pelos seus amigos que ainda não a haviam visto.

Enquanto Alice se sentara ao lado de Augusta que certamente fez um comentário sobre o atraso da irmã já que se pode notar a monitora fazendo uma cara seria e respondendo algo que sou como um “cale a boca” nos seus lábios se contorcendo.

Lily se sentara ao lado de seu primo Hugo que já destrinchava uma grande coxa de peru entre os dentes como um feroz cão faminto que ao encarar a prima sorriu ainda de boca cheia para ela que retribuiu o com um sorrisinho leve.

Rose olhou ao redor do salão, o teto que refletia o céu do lado de fora estava belíssimo, mas talvez fosse sua saudade daquele lugar que a fazia pensar isto já que a noite se mostrava sem estrelas e com nuvens cinzentas sem nenhuma lua a vista o que fazia extremamente necessário as velas. Ela só poderia estar nostálgica se lembrando da primeira vez que estivera naquele lugar como se fosse a séculos atrás.

Ela olhou na mesa da sonserina em busca de seus amigos, acabando por encontrar com um par de olhos que a encarava de uma das pontas. Zack Zabini parecia nem ao menos saborear sua sobremesa já que parecia seriamente concentrado na visão da ruiva que começou a ficar sem jeito com aquilo ao mesmo tempo em que se lembrou de que deveria encontrar um modo de conversar com o rapaz.

Então notou algo estranho, ele não estava próximo de Goyle e Dolohov ou de qualquer outro de seus amigos que se encontravam afastados mais para o meio da mesa as gargalhadas enquanto alguns septimanistas contavam algo com ares diabólicos fazendo uma das gêmeas Carrow rindo escandalosamente.

Ao lado de Zabini, no entanto se encontrava outro garoto que a ruiva certamente nunca notara antes. Era alto e magro, possuía um rosto de feições delicadas e um pouco atraentes e cabelos negros um pouco cacheados com um par de olhos negros presos a um livro grosso que lia sendo que algumas vezes se voltava para o amigo ao seu lado e fazia algum comentário sobre algo.

_ quem é aquele que esta com o Zabini? – disse Rose para Chloe que até então estava distraída com sua torta de chocolate então voltando os olhos para a mesa rapidamente para ver quem a amiga apontava.

_ aquele é Eldred Nott – disse Chloe em seu tom de voz baixo tradicional – ele é um quintanista assim como você – ela tornara a comer sua sobremesa, mas a ruiva ainda parecia confusa.

_ eu nunca o notei, ele foi transferido de outra escola por acaso? – disse Rose tentando se lembrar do garoto antes daquela noite, mas estranhamente não conseguia.

_ ele era invisível – disse Flora Springs ao lado de Rose, uma garota com alguns enfeites de flores pequenas no cabelo ruivo trançado – até onde observei não costuma se enturmar muito com as outras pessoas, prefere o fundo das classes e geralmente ficava na biblioteca a maior parte do tempo.

_ então, eu deveria conhece-lo – disse Rose ainda mais surpresa – eu sempre estava por lá a maioria dos dias da semana – ela então parou e olhou para a colega de dormitório com a face de ponto de interrogação – como sabe tanto sobre ele?

_ Faith Valentine – disse Flora indicando uma das colegas de quarto das delas – ela gosta dele, dá para acreditar nisto? Gostava eu acho, parece que a atenção dela está em outra pessoa já – as três garotas encararam podendo ver a garota de cabelos cacheados negros conversando com Sean Finnigan.

Ao perceber o olhar das garotas, o grifinorio acenou para a sua amiga terceiranista que sorriu para o garoto quando a garota se voltou para encara-los e fechou a cara para Chloe a fazendo se encolher e voltar a encarar seu prato.

_ o tal garoto Finnigan parece, no entanto gostar de você – disse Flora em tom de voz baixo para Chloe – e devo admitir, que para uma terceiranista você tem bastante sorte ou é a Valentine que realmente tem um dedo podre para rapazes.

_ ele é apenas meu amigo – disse Chloe sem jeito – mas o que você dizia mesmo Rose? – falou na tentativa de mudar de assunto.

_ eu estava para perguntar a vocês – disse Rose ainda encarando a mesa da sonserina - qual é a do Zabini fazer amizade com alguém um tanto antissocial, ele geralmente prefere outro tipo de amigos.

_ preferia – disse Chloe olhando para a ruiva pelo canto dos olhos – no quarto ano... Ele rompeu com a gangue dele e começou a andar por ai solitário, foi assim por um mês e meio mais ou menos até que ele se aproximou do Nott e desde então tem andado um pouco mais calado do que o habitual.

_ quer dizer que não provoca mais os rapazes? – disse Rose surpresa, parecia estranho imaginar Zack Zabini diferente do garoto arrogante e metido a badboy que conheceu em seu primeiro ano.

_ não, apesar de tentar evitar isto – disse Chloe – acaba pelos rapazes ainda acharem que há algo de estranho... Como se ele planejasse algo, bem isso meio que aumenta os problemas deles.

_ aumenta os problemas deles? – disse Rose tentando ignorar os insultos mentais que dirigia aos rapazes, em especial Scorpius que ela tinha certeza de como conhecia o namorado de que era o responsável por essa perseguição ao garoto mesmo que ele estivesse os deixando em paz.

Rose então colocou a questão por encerrada, não queria saber o que seu namorado estivera aprontando as suas costas. A ideia de Scorpius ter perturbar alguém daquela forma como a garota ao seu lado descrevera parecia tão errado mas ao mesmo tempo algo tão provável que preferia evitar de pensar naquilo para que não estragasse sua noite.

Naquele momento a professora Mcgonagall se levantara e todas as conversas no salão morreram automaticamente com as cabeças sendo voltadas em direção a mesa. A diretora continua a mesma de sempre, naquela noite vestia vestes verdes musgo com detalhes em bronze de uma maneira fina naquele tecido leve que parecia ser seda senão algo parecido.

_ espero que todos tenham saboreado o belo banquete que nos foi ofertado esta noite, acredito que deva tomar alguns momentos do tempo de todos antes que possamos nos retirar – disse McGonagall – Os alunos do primeiro ano precisam saber que o acesso à floresta em nossa propriedade é proibido aos estudantes... e vale um lembre-te para que os mais velhos não ousem entrar em seu interior sem esta acompanhado de um professor responsável.

Albus e trocou olhares com seus amigos na mesa da sonserina. Desde que haviam se tornado animagos quase sempre os rapazes tiravam pelo menos uma vez a cada quinze dias para irem explorar os terrenos de Hogwarts em especial a Floresta Proibida.

_ nosso zelador pediu para que lembrasse a todos de não são permitidos alunos desacompanhados nos corredores após o toque de recolher – disse Mcgonagall fazendo uma pausa - bem como não são permitidos a execução de feitiços pelos alunos nos corredores independente do horário... Foi acrescentado à lista de itens proibidos pelo Filch cerca de mais cento e sete novos logros e brincadeiras das Gemialidades Weasley.

_ como se eles realmente pudessem impedir a entrada delas na escola – disse Scorpius sussurrando para Albus ao seu lado – temos uma filial em Hogsmeade, bem como podemos fazer encomendas via coruja não é?

_ por Merlin, você não precisa de logros de qualquer forma – disse Lysander no mesmo tom – e caso realmente queira possui-los, não os deixe muito a vista, pois se lembre de que os monitores terão que fiscalizar os quartos e bem, comigo vocês não precisam se preocupar... Mas tem a Safira, e não posso dizer a mesma coisa dela.

_ Safira – disse Scorpius num tom malicioso – desde quando você se refere a Carrow pelo primeiro nome afinal? – ele sorrira em deboche levando seu bolinho a boca dando uma nova mordida.

_ não vejo mal algum, afinal somos companheiros de monitoria – disse Lysander – e por favor, não use este tom de voz novamente...

_ ora, por que não? – disse Scorpius com um tom de voz inocente, o que fez o moreno ao seu lado rir baixinho da atitude do melhor amigo.

_ você sabe muito bem porque, ela já tem um temperamento difícil e a tendência é piorar ainda mais se continuar com essas suas provocações – disse Lysander seriamente – eu lutei muito para conquista-la, não quero perde-la de maneira tão fácil.

_ quietos vocês – disse Lucy com um tom de voz irritado para os rapazes, então indicando com sua cabeça ruiva a diretora que continuava o discurso.

_ Os testes para entrar para os times de quadribol das casas serão realizados a partir da segunda semana de aulas, poderá ser realizada pelos primeiros anos também apesar de que devo lembra-los de que no caso dos primeiranistas é necessária uma autorização especial solicitada para com seu diretor de casa para que se possa possuir uma vassoura própria – disse Mcgonagall então ela fez um silencio que a maioria dos alunos notou, e o salão agora se encontrava em um silencio um tanto aterrorizante – eu deveria terminar por aqui os avisos e dizer para que os monitores guiassem os alunos para os salões comunais, mas há algo que gostaria de dizer antes...

Houve um burburinho temporário, talvez pela voz um tanto abalada da professora como se fosse difícil o que quer que tivesse para ser dito naquele momento. Albus sentiu uma má sensação como se esperasse o que fosse ser dito apesar de não saber o que seria.

_ como veem – disse Mcgonagall - alguns de nossos alunos não retornaram este ano para os estudos e isso se deve porque infelizmente alguns de seus colegas de casas fizeram a travessia do véu cedo demais – ela suspirou – eles eram como vocês, tinham sonhos, planos de vida bem como pais e familiares que os amavam.

A sala se encontrava em um silencio quase inquebrável. Ao encarar ao longo da mesa, Albus pode ver uma garota de traços orientais do sétimo ano que estava chorando silenciosamente e o rapaz sabia muito bem o motivo apesar de estar surpreso em ver Kelly Chang-Hong chorar.

_ para aqueles que não perderam ninguém próximo, espero que agradeçam em silencio por isto e aqueles que não estavam naquele momento nas montanhas na Bulgária se sintam sortudos por não terem presenciado aquela atrocidade que as vitimas sofreram – disse Mcgonagall – neste salão creio que muitas pessoas sentem um vazio dentro de si em decorrência da perda de amigos ou membros da família perdidos, mas nos devemos mantê-los em nossas mentes apenas com lembranças boas e ter fé de que aqueles que foram responsáveis paguem por seus atos – ela então olhou para o lado enquanto os alunos podiam notar a professora Glanvill dando a volta na mesa dos professores e alguns alunos se levantando de seus lugares e se dirigindo a um espaço num dos cantos do salão – agora penso a todos que mantenham silencio em sinal de respeito enquanto prestamos nossas homenagens por meio desta canção que será executada pelo coral de Hogwarts.

Cinco fileiras de alunos formavam o coral, ali se encontravam representantes das quatro casas da escola e cada qual possuía feições serias e talvez um pouco tristes de fato. Stella Glanvill se encaminhou até onde eles estavam já removendo das vestes sua varinha que costumava usar de batuta quando regia o coral. Albus pode encontrar o rosto familiar das duas garotas Longbottons em meio aos membros do coral, uma ao lado da outra num dos cantos das primeiras fileiras.

Carry my soul into the night

May the stars light my way

I glory in the sight

As darkness takes the day

Carregue minha alma pela noite

Que as estrelas iluminem meu caminho

Eu glorifico em minha visão

Enquanto a escuridão rouba o dia.

Aquele inicio, aquelas vozes demonstravam sentimento a cada letra que cantavam. Era um sentimento de perda, sofrimento como nunca o rapaz sentira antes em seu coração como se ele estivesse se partindo.

Ferte in noctem animam meam

Illustre stellae viam meam.

Aspectu illo glorior

Dum capit nox diem.

Carregue minha alma pela noite.

Que as estrelas iluminem meu caminho

Eu glorifico em minha visão.

Enquanto a escuridão roubam o dia.

Seus olhos estavam focados em Alice, a garota cantava de uma forma que sua voz bem como dos outros membros do coral se misturassem em uma apenas. Elas ecoavam pelas paredes, do lugar mesmo os fantasmas haviam parado para prestar seu respeito e admirar aquela triste canção. Então aconteceu sem quem ninguém esperasse, os fantasmas se uniram ao coro surpreendendo a todos. Primeiro foi a fantasma da corvinal, seu tom de voz melodioso e belo fez com que todos aqueles que não pertenciam a sua casa olhassem para ela admirados afinal muitos acreditavam que ela nem mesmo falava.

Cantate vitae canticum

Sine dolore actae

Dicite eis quos amabam

Me numquam obliturum

Cante a música de vida.

Vivam sem arrependimentos

Diga a eles, aos que amei (cante uma música)

Eu nunca os esquecerei (uma música de vida).

Então aconteceu, o mais impressionante de tudo que foi uma voz sofrida e angustiada soando acima das cabeças dos sonserinos. Ao encarar, puderam ver para admiração de todos o Barão Sangrento fazendo companhia a sua colega fantasma e ao coral com sua voz incrivelmente bela mas que assim como a dos outros parecia estar carregada de dor.

Sing a song, a song of life

Lived without regret

Tell the ones, the ones I loved

I never will forget

Never will forget

Cante uma música, uma música da vida,

Viva sem arrependimento,

Diga a eles, aos que amei,

Eu nunca os esquecerei.

Eu nunca os esquecerei.

Ao lado de Albus, ele pode notar Lorcan puxando sua varinha das vestes e erguem para cima e sem dizer nada a ponta se iluminou com uma luz pacifica e calma. O ato do rapaz não passara despercebido pelo irmão que fez o mesmo sendo acompanhado por sua namorada na mesa da corvinal. Albus e Scorpius acompanharam os gêmeos bem como Rose e Chloe imitaram o ato na mesa vermelha e dourada.

Ao final da musica todas as varinhas já se encontravam iluminadas e erguidas, e só foram se pagando aos poucos conforme seus donos retornavam a se sentar em seus lugares.

Stella Glanvill se voltara para o salão e se curvara bem como os membros do coral que receberam palmas respeitosas pela atuação daquela belíssima canção. A maestra fizera um sinal que dispensara seus alunos que começaram a se dispersar retornando para seus lugares em cada uma de suas mesas.

_ obrigado a todos, acredito que nunca antes o coral fez uma apresentação tão bela quanto esta – disse Mcgonagall – parabéns professora Glanvill pelo trabalho que tem feito com seus alunos.

_ não fiz nada demais diretora – disse Stella se curvando em frente a Mcgonagall – isto é fruto do esforço de todos os meus alunos, eles merecem o credito por sua magnifica atuação não eu apenas – uma nova salva de palmas ocorreu enquanto a diretora da corvinal retornava para seu lugar.

_ boa noite a todos, monitores se certifiquem de que ninguém se perdera pelo caminho – disse McGonagall – um bom e produtivo primeiro dia amanhã e espero que todos possam ter bons sonhos esta noite.


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Notas finais do capítulo

Antes de mais nada.
Onde estão vocês minhas leitoras? Apenas dois reviews que eu tive capitulo passado. Eu posso entender que este final de ano está corrido para todos, mas entendam que não custa nada perder alguns minutos de tempo para comentar. Afinal vocês gastam mais tempo lendo a fic do que escrevendo um review não é mesmo?

Bem, vamos lá.
Musica deste capitulo - In Noctem: http://letras.mus.br/harry-potter/1523947/traducao.html

E eu atualizei o blog com a foto dos Weasleys. Pelo menos da maioria deles.
http://thefanficsthiago.blogspot.com.br/

Gostaria que dissessem o que pensam das escolhas que fiz. E deem sugestões de quem vocês imaginam como Fred II e Roxanne que sem duvida são os que mais me dão problemas de conseguir encontrar atores que me agradem.

Beijos. Espero comentários de todas vocês neste capitulo combinado? Até a próxima.



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