Mudanças escrita por gsaint


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Buenos días, alegria!

Aqui vai mais um capítulo, espero que gostem.



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Os dias foram se passando, passaram-se também as semanas, o mês. E assim estavam no último dia de aula, no outro dia teria um almoço só com Victor, Lia, Orelha, Morgana, que tinha ficado meio louca e aceitou namorar o Orelha, Pilha, dona Rosa, a madrinha do Pilha, e Marcela, que era sua vizinha e que cuidou dela desde que ela chegou na cidade há uns 3 anos atrás.

Marcela se via muito em Fatinha, quando era da mesma idade. Por isso se davam tão bem, eram loucas, faziam o que tinham vontade sem se preocupar com que os outros iriam pensar, falar. Mas muitos não entendiam isso e acabavam tendo uma visão errada delas. Mas pela diferença de idade não ser tão grande, se consideravam irmãs. Ela era a irmã mais velha da Fatinha e a Vilma, mãe da mais nova, adorava tudo isso.

E quando ela soube da gravidez, invés de criticar, a abraçou e disse que brigaria com Lia para ser a madrinha. Só ela para saber o que Fatinha estava passando.

- Mas isso aqui tá uma delícia, hein, Marcela. - disse Pilha de boca cheia.

- Obrigada, Pilha. Essa foi feita com muita dedicação para hoje. - agradeceu Marcela.

- Lionel, você não sabe que falar de boca cheia é falta de educação? - Rosa falou repreendendo o afilhado. - E coma mais verdura, você tá muito fraquinho. - todos riram enquanto Pilha ficava envergonhado.

- Poxa, madrinha... a senhora tá sempre me fazendo passar vergonha.

- Que vergonha que nada, coma logo que eu tô mandando. Olhe pra Vitinho, veja o exemplo que ele está dando. - disse apontando para o prato do Victor.

- A senhora só sabe elogiar o Victor. - falou meio cabisbaixo.

- Mas eu só como muita verdura, dona Rosa, porque a Lia me obriga. - Victor disse.

- Ah é verdade, sou prova disso. Ela vive me obrigando a comer também. - acusou Fatinha.

- Obvio, vocês só pensam em comer porcarias. Estão todos fracos que nem o Pilha. - Lia respondeu, fazendo todos rirem.

- Mas o Orelha era assim também, agora está quase virando vegetariano por minha causa. - Falou Morgana.

- Tá vendo, Lionel? Arrume uma namorada assim, viu? Que o faça comer coisas saudáveis.

E assim a tarde se passou, cheio de risadas, em união, porém todos temendo a hora da despedida.

Que quando chegou foi um chororó sem fim. Por parte da Fatinha, claro, Pilha e Orelha. Eles realmente gostavam muito dela e sentiriam muito a sua falta.

No outro dia Victor e Lia iriam buscá-la para levá-la no aeroporto junto com Marcela.

Quando todos foram embora, olhou sua casa e sentiu lágrimas descerem. Sentiria falta de estar ali. Foi seu lar nesses três anos que estava no Rio. Suas coisas já tinham sido enviadas para a casa dos pais, só faltavam ela e as malas de roupa.

Foi tomar banho para finalmente ir dormir, amanhã o dia seria cheio de emoção.

Passava óleo no corpo em frente ao espelho, no seu quarto. Sorria enquanto via que sua barriga já estava começando a crescer, afinal já tinha três meses. Não via a hora de estar com um barrigão, mesmo que isso significasse que fosse ficar parecendo uma vaca gorda, mas era seu filho que estava ali dentro, se formando, crescendo... parou e percebeu que era a primeira vez que pensou no bebê como um menino. Dizem que intuição de mulher grávida não falha e a intuição dela dizia que seria um menino. Mas no próximo iria fazer uma ultrassonografia para confirmar. Esperava que ele mostrasse logo.

- Já vai - gritou quando escutou a campainha tocar, atrapalhando assim seus pensamentos. Colocou seu roupão e foi pra sala atender.

A pessoa parecia que não tinha ouvido, pois continuava a tocar. Tentou ir mais rápido, porque além do som já estar começando a irritá-la, iriam acabar acordando Marcela, e o prédio inteiro também.

- Aff, tá surdo? Eu disse que já vou. - falou com raiva enquanto abria a porta e tomava um susto.

- Sua mãe não ensinou que não deveria abrir a porta sem antes olhar quem era?

- Se fosse um sequestrador, estuprador, ladrão, ou qualquer outra coisa, eles não iriam bater na porta ou tocar a campainha até me fazer ficar irritada. E quando é algum estranho o porteiro me liga antes. - respondeu ainda irritada. Mas isso era bom, pois daria forças para não fraquejar.

- Hum, posso entrar? - perguntou.

- O que você quer, Bruno? - continuou parada, respondendo a pergunta dele.

Ele deu um passo a frente, entrando assim no apartamento, estendeu a mão e colocou por cima da dela, que estava ainda na maçaneta da porta, retirando-a, e fechou a porta. Fatinha olhava tudo em choque pela falta de vergonha na cara dele.

- Você sabia que isso é invasão de domicílio? Pois não lembro de ter deixado você entrar. - disse ela ainda mais irritada que antes, enquanto ia sentar no sofá.

- Então você vai mesmo embora? - sussurrou enquanto olhava a sala, onde as fotos espalhadas não estavam mais nos lugares, entre outras coisas que tinham ‘desaparecido’ e as malas que estavam no cantinho.

- Vou. - respondeu, por incrível que pareça, mais calma.

-  Sabe o que eu tinha achado? Que você estava dizendo que iria embora só pra me fazer ficar com você. - disse ele, dando um sorriso que só mostrava tristeza. Fatinha rolou os olhos e bufou.

- Mas é muita falta do que pensar mesmo, né? Não acredito que você veio aqui uma hora dessa da noite pra me falar uma coisa descabido dessa.

- Calma, Fatinha. Vejo que você ultimamente por qualquer coisa tá ficando irritada, estressada, gritando feito uma louca. Você não era assim. - falou enquanto tentava pegar nas mãos dela, coisa que ela desfez rapidamente e se levantou.

- Além de tudo ainda fica me espionando? Olha, Bruno, estou cansada. Preciso dormir, amanhã acordo cedo. - falou enquanto caminhava até a porta, abrindo-a. - Então peço gentilmente que você saia da minha casa. Agora!

- Você tá me expulsando? - ele disse.

- Estou pedindo gentilmente. Mas entenda como quiser.

- Pensando bem,  foi até bom não ter tido algo sério com você. Não sei se aguentaria essas crises. - irritado, saiu da casa da loira.

- Idiota! - sussurrou Fatinha, sentindo as lágrimas rolarem pelo rosto.

Não iria mais chorar por ele, tinha se prometido isso. E esse estresse todo não fazia bem pro bebê. Então respirou fundo, enxugou as lágrimas e foi dormir.

Bruno, depois que saiu do prédio onde a ‘louca’ morava, pensou em ir beber, mas além de estar de carro, pensou que já estava ficando alcoólatra, então resolveu ir pra casa. Com isso prometeu a si mesmo que iria parar com isso de beber pra esquecer as coisas, invés disso iria se dedicar mais nos estudos, afinal faltava meses para acabar o curso.

Ele nem sabia explicar direito o motivo de ter ido lá visitá-la. Acho que era só pra confirmar pra mim mesmo que ela estava indo e que eu não iria mais vê-la, que não iria mais tocá-la, beijá-la. Nem uma despedida decente tiveram.

Muitos poderiam não entender essa relação deles, mas era a mais simples... só ficavam, sem compromisso, sem brigas, sem questionamentos, sem pressão. Era tudo desejo. Porque se prender a um status, pra depois tudo ir se desgastando? E ainda tinha esse jeito Fatinha de ser, os pais dele eram tão caretas que iriam implicar o tempo inteiro com ela. A mãe principalmente.

Dizem que o tempo cura tudo. Então esperava que o tempo fizesse esquecer dela e que ela fosse feliz.


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