Um Amor Arranjado escrita por Summer Deschanel


Capítulo 5
Maldita Obrigação


Notas iniciais do capítulo

É isso. Penso que vai ser complicado eu postar essa semana ainda, estou em semana de provas. Qualquer coisa é só comentar, obrigada. Beijos.



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Shaoran subia as escadas com hesitação. Pensou em desviar-se para outro cômodo, porém era sua obrigação cumprir o que fora prometido pelos seus próprios lábios. Seus passos agora demonstravam sua determinação. Parou em frente à porta em que guardava certa flor. A abriu sem provocar qualquer ruído, deparando-se com a jovem Sakura paralisada em frente à janela principal do quarto, com a camisola branca que a dera, admirando a beleza de uma lua cheia. Shaoran aproximou-se da jovem, passos com o objetivo de serem silenciosos, porém sem sucesso. Sakura sobressaltou-se prendendo sua respiração, como se a falta de oxigênio trouxesse proteção. O jovem Li encurtou a distância entre a jovem, reconhecendo a beleza da mesma. Era de fato encantadora, mais ainda recebendo aquele banho da luz de uma lua ao céu escuro.

– Não ouse tocar em mim. – Anunciou Sakura lentamente. Shaoran deu um basta em seus passos, refletindo no que acabara de ouvir, apreensivo. – Não pretendo.

Sakura volveu seu corpo para o marido, completamente confusa, porém com um grande alívio em seu coração. – Venha, vamos dormir. – Falou Shaoran em um tom autoritário. A jovem flor assentiu, sentando-se na cama. O chinês deitou-se retirando seus sapatos, enquanto a flor de cerejeira o fitava, ainda perplexa.

– Ah, e mais uma coisa! – Afirmou Shaoran apontando para o rosto de sua nova mulher. – Ninguém precisa saber o que ocorre neste quarto. Isto é uma ordem. - Olhou para Sakura com desgosto, enquanto dava ênfase à última frase. Sakura olhou para suas mãos em seu colo, assentindo. Shaoran deitou-se novamente, fechando seus olhos, enquanto virava o seu corpo ficando de costas para a sua esposa. A flor suspirou pesadamente, deitando-se na cama, tentando ocupar somente a beirada. As lágrimas teimavam em cair, mas a jovem as manteve firmes. “Não desmancharei uma lágrima sequer por este homem“ prometeu para si.

Logo o sono a dominou por completo a fazendo flutuar em seus sonhos, longe do fardo horrível que fora obrigada a carregar em suas costas. Shaoran, contudo, encontrava-se em conflito com seus pensamentos. Revirava-se na cama procurando cair em um sono profundo. Voltou-se para sua esposa, reparando nos suspiros que deslizavam por entre seus lábios enquanto dormia. Não era um ronco desagradável, poderia considerar adorável por um lado, porém fora o suficiente para irritar o jovem chinês. – Ah, tem mais essa... – Sussurrou inquieto. Retirou-se da cama, dirigindo-se para o chão onde sentou encostando-se à parede. “Será uma noite longa” Pensou consigo.

A luz do sol adentrara as janelas, acompanhado pelas canções feitas pelos pássaros. Sakura abriu suas esmeraldas esverdeadas, deparando-se com um corpo sentado no chão. Afagou seus olhos, com espanto. Logo o reconhecera. Shaoran apresentava-se fatigado, grandes olheiras ao redor de seus olhos, e apesar do seu desconforto, dormia tranquilamente. Sem ação, sentou-se ao lado do marido o cutucando. O chinês abriu seus olhos, encantado por acordar com duas esmeraldas o encarando. Demonstrando sua irritação, bufou ao reconhecer a figura a sua frente. – Desculpe, mas o senhor não parecia estar confortável.

– Não preciso de sua preocupação. – Disse o jovem seco, levantando-se em um pulo. – Agora, licença. Tenho assuntos a tratar. – Retirou-se do quarto, deixando para trás uma jovem aturdida.

Shaoran apoiou-se a mesa de seu escritório, aguardando as palavras do homem a sua frente. – Realizou o que fora prometido, senhor Li? – Questionou o rapaz de cabelos pretos e olhos azuis. Shaoran fitou o chão, em busca das palavras certas. – Senhor Hiiragizawa, peço paciência.

– Hum, com isto devo concluir a sua falta de responsabilidade quanto o compromisso? – Questionou Eriol. Shaoran suspirou, negando com a cabeça. – Perdoe-me, mas eu o farei. – Se defendeu. – Sabe que sua mãe anseia por este herdeiro, correto?

– Sim, eu tenho isso em minha mente. Mas me questiono, por que as pessoas ainda dão ouvidos a minha mãe? Não percebem que a mesma se encontra em desequilíbrio com a sua sanidade? - Questionou o jovem chinês, mais para si mesmo. Eriol o encarou por longos segundos, mas não soube o que dizer. – Sinto muito, senhor Li. - Shaoran assentiu sentando-se em sua cadeira, em frente à mesa.

Ainda em um dos quartos, encontrava-se a jovem Sakura, sentada no chão, em um momento de reflexão. Levantou-se desanimada retirando-se de seus devaneios, olhou em volta e não havia ninguém no quarto. Vestiu-se rápido, e arrumou o seu belo cabelo castanho claro. Ficou mais alguns minutos no quarto por medo de sair de sua zona e deparar-se com o seu marido. A flor de cerejeira gargalhou com sua atitude medrosa. Sem hesitação,se aproximou da porta, respirando fundo a abriu. Desceu as escadas, cautelosa. Assim que chegou ao primeiro andar, Sakura não encontrou ninguém na sala, apenas um silêncio que chegava a incomodar os seus ouvidos. A jovem suspirou aliviada. Fora decidido conhecer a sua nova casa. Andou em direção ao corredor, em completo silêncio, adentrou a primeira porta que lhe chamara atenção. Seus olhos fitavam, mas era quase impossível de se crer. Havia inúmeros livros e grandes estantes. A flor logo presumiu que aquela era a sala da biblioteca. Entrou devagar olhando para os livros empilhados. Desastrada como tal, Sakura tropeçou em um livro, provocando um barulho estrondoso. De joelhos no chão, colheu o livro que a fizera cair.


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