Supernatural Tears escrita por Angels Cherry


Capítulo 7
In a Perfect Shape (Parte II)




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Respirei fundo. Sam tinha conseguido um convite pra mim e não foi difícil entrar na festa. O Hotel que estava sendo utilizado para o baile estava lotado de pessoas ricas e elegantes. A maioria tinha mais de 50 anos e os poucos que tinham menos que isso, eram extremamente sérios e hostis.

 

Procurei pelos River no salão todo e quando os encontrei tratei de ir cumprimentá-los.

 

- Detetive Rhodes – Klaus beijou minha mão.

 

- Por favor, aqui sou só Claire... A Detetive ficou na delegacia – eu o repreendi.

 

- Oh, me perdoe então. Já lhe apresentei Sophie e Marine? – Ele apontou para as duas jovens ao seu lado. – Sophie, minha filha e Marine, minha sobrinha.

 

- Oh, sinto muito pelo seu pai – Eu disse olhando tristemente para Marine.

 

Ela apenas fez um sinal com a cabeça. Uma música lenta começou a tocar. As duas jovens pediram permissão para se retirarem e essa foi a minha deixa.

 

- Seria estranho lhe pedir um dança? – Eu perguntei. Normalmente esse é o papel de um homem, mas eu não tinha tempo para esperar tradições e coisas do tipo.

 

Um pouco surpreso, mas lisonjeado, Klaus acertou a oferta e começamos a dançar.

 

- Não sabia que detetives tinham tempo para bailes – ele comentou.

 

- Em geral não temos, mas meu pai faz questão que eu apareça em eventos como estes – dei uma desculpa qualquer.

 

Um silêncio curto nos domou. Estávamos dançando, ou pelos menos ele estava. Ele estava ali, eu estava com a cabeça bem longe, ou não. A única coisa que vinha em minha cabeça naquele momento era a raiva que eu tinha de mim mesma e de Dean e Sam por ter me submetido a isso.

 

- Você está encantadora hoje, Detetive... – Ele disse – Claire.

 

- Obrigada – eu corei.

 

Mais uma vez o silêncio.

 

- Sua esposa não está presente hoje, Sr. River? – Perguntei, dessa vez realmente incorporando a personagem que nós precisássemos que fosse.

 

- Não, porque? – Ele respondeu com um sorriso nos lábios.

 

- Hum, talvez porque eu ache que ela é uma mulher de sorte – Eu arrumei a sua gravata.

 

- Talvez você também seja uma...

 

A porta daquele quarto de hotel bateu forte causando um barulho, que apesar de alto, foi irrelevante para nós. Eu estava gritando de raiva por dentro, mas por fora estava aos beijos com Klaus River: um homem rico, egocêntrico, infiel e pervertido.

 

A mão direita dele percorria toda a extensão das minhas costas, enquanto a esquerda ocupava-se em acariciar minha coxa. Parecendo interessada eu acariciava seus cabelos enquanto em minha mente só mantinha um objetivo: o anel.

 

Joguei-o na cama a fim de imobilizá-lo, mas ele não pareceu muito feliz com isso e então puxou meu cabelo de uma forma que ele considerava sexy.

 

- Oh, belo anel – eu comentei enquanto nossas mãos estavam entrelaçadas – posso experimentar?

 

E então ele me beijou. Sem pedir, arranquei o anel do seu dedo indicador e coloquei no meu dedo de compromisso e o encarei. Estava muito fácil.

 

- Preciso de um minuto – eu disse e fui em direção ao banheiro.

 

Tranquei a porta e me virei pro espelho. Meu penteado estava desmanchando, a manga do meu vestido estava caída. Meu batom estava borrado... Fui até a janela e olhei para fora. Seria fácil sair por ali.

 

Ergui o vestido e coloquei a perna pra fora da janela quando ouvi um berro vindo do quarto. Tropeçando no salto, corri até a porta do banheiro e quando a abri vi um Klaus desesperado encostado na parede e bem a sua frente um fantasma... James.

 

James me encarou. Eu corri até Klaus. Agora ele estava vulnerável sem o anel. O fantasma avançou em Klaus e então a primeira coisa que alcancei no chão voou na direção do fantasma. Era incrível coincidência eu ter pego logo o espeto da lareira, que era de ferro.

 

- Aquele é James – Klaus gritava.

 

- Eu sei... – Eu corri até minha bolsa em cima da cama e peguei o celular.

 

- Jill, algum problema? – Sam perguntou.

 

- É James... Ele veio pegar Klaus – Eu gritei.

 

Meu celular sumiu da minha mão. James estava logo em minha frente mas parecia não querer me fazer mal. Ou não conseguia. Eu estava com o anel. Empurrei Klaus até o banheiro e travei a porta com outro espeto da lareira. Aquilo não ia adiantar por muito tempo.

 

- James está morto, morto, morto – Klaus gritava.

 

- Sim, está – eu respondi.

 

- Mas que raios de mulher é você?

 

Essa pergunta eu não fiz questão de responder.

 

James forçava a porta do banheiro e eu segurava a barra quase inútil. Ele ia entrar alguma hora e não iria demorar. Então de repente o barulho parou e a porta do banheiro não estava mais sendo forçada, mas a do quarto havia sido arrombada.

 

- Jill! – Ouvi Dean do lado de fora.

 

Abri a porta e corri, mas antes de poder tocá-lo James apareceu pronto para atacar. Dean atirou duas, três vezes no fantasma com balas de sal, mas nenhuma o acertou. Sam tentava ajudar Klaus a se levantar e eu observava tudo àquilo sem poder fazer muita coisa. Ou pelo menos parecia que não podia fazer muito.

 

Dean e Sam estavam apanhando feio de um fantasma. A Espingarda já não estava mais em mãos e Klaus ainda não estava totalmente protegido. Os Winchester estavam ganhando tempo apenas.

 

Minhas mãos sujas tentavam acender á tempo aquela lareira e quando finalmente ela pegou fogo eu arranquei o anel prateado com uma enorme pedra azul do meu dedo e taquei no meio das chamas.

 

Rezei internamente para que aquilo funcionasse e estava perdendo as esperanças quando o fantasma de James ainda estava a atacar Dean e Sam. Corri até um As caído no carpete do quarto e o abracei.

 

- Você está bem?

 

Ele não respondeu, mas por sorte me encarava com um sorriso leve.

 

James estava com as mãos na garganta de Klaus e este lutava por ar até que buracos por onde passavam luz foram se formando no corpo do fantasma. O anel tinha começado a derreter e segundos depois não existia mais um fantasma de James River.

 

O vento entrava pela janela do Impala e bagunçava meus cabelos, mesmo eu estando confortável no banco de trás.

 

- A gente devia fazer aquilo mais vezes! – Dean comentou.

 

- Aquilo o que? – Sam perguntou.

 

- Vestir a Jill em roupas curtas e decotadas que valorizam as curvas e...

 

- Cale a boca! – Eu mandei, e ele apenas riu.

 

Ah! Eu suspirei. Era a sensação de um trabalho bem feito tomando meu corpo de novo.

 

 

 

 


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