Supernatural Tears escrita por Angels Cherry


Capítulo 3
Simple Goodbye... Or not (Parte I)


Notas iniciais do capítulo

Tive que dividir o capítulo em dois porque ele estava muito grande.



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Eu tinha me levantado mais cedo naquele dia porque queria falar logo com os Winchester. Eu iria seguir para o norte até chegar a Nevada e eles tinham planos de ir para a Califórnia.

 

Bati na porta duas vezes e sem demoras um Dean despido de camisa abriu a porta.

 

- Bom dia – eu disse.

 

- Você não dorme?

 

- Muito pouco. – Confessei. – Como estão?

 

- Bem, e você? – Sam perguntou logo depois de sair do banheiro.

 

- Ótima, vou para Nevada – eu disse.

 

E antes que eles pudessem dizer qualquer coisa o celular de Dean tocou. Ele atendeu o telefonema fora do quarto enquanto eu assistia Sam vestir uma jaqueta e pegar seu celular.

 

- A gente vai se ver de novo, certo? – Sam perguntou sem deixar de me encarar.

 

- Ah... – Eu não tinha tanta certeza – Claro!

 

Ele sorriu. Óbvio que ele sabia que não nos veríamos de novo.

 

- Sammy, a gente vai pra Nevada! - Dean disse quando entrou no quarto. – Aparentemente temos um caso em Sparks.

 

Não preciso nem comentar que fomos juntos para Sparks e depois de exatamente 15 horas dirigindo – Dean seu Chevy Impala 67 e eu o meu Chevy 500 – chegamos ao nosso destino. E quando se tem 15 horas para pensar... Em companhia somente de Jimi Hendrix e Johnny Cash você acaba se tocando de algumas coisas, como por exemplo:

Como Dean conseguia ser tão insensível, mas com Sam ele era preocupado.

Ou o fato de o Winchester mais novo ser tão gentil que às vezes irrita.

E claro, o mais importante, como eu, Jill Morgan, não parava de pensar em Sam e Dean Winchester.

 

Meu celular tocou.

 

- Fala! – Eu atendi, era Sam.

 

- Nós estamos indo pra um Motel chamado Rising Sun. A gente se encontra lá?

- Sem problemas.

 

A recepção do lugar estava vazia. Toquei o sino do balcão esperando que um atendente não demorasse muito pra chegar e por sorte não demorou. Uma mulher, alta e cabelos ruivos alaranjados, perguntou no que podia ajudar, claro que não antes de sorrir em resposta a piscadela de Dean.

 

- Dois quartos, um com duas camas e o outro com uma – Sam disse.

 

- Me desculpe, mas só temos um quarto com duas camas de casal – Ela disse.

 

ÓTIMO!

 

- Tudo bem, nós procuramos outro lugar – eu respondi.

 

- Receio que terão problemas... Estamos no festival de Outono, todos os motéis da cidade estão lotados.

 

DOUBLE GREAT!*

 

Larguei a minha mala na cama da direita e, sentada na mesma, tirei meus sapatos. Dean então se jogou na cama em que eu estava e espreguiçou-se.

 

- Ah! Sem chances, você vai dormir na outra cama, com Sam.

 

- Eu não vou dividir a cama com ele – os dois disseram indignados ao mesmo tempo.

 

Eu ergui uma das sobrancelhas.

 

- Ótimo, eu me viro na poltrona – Dean reclamou.

 

Eu bufei, não precisava de tanto drama assim. Ora, eles são irmãos, o que custa dividir uma cama? Eu é que não vou dormir com um deles do meu lado.

Já era tarde e tínhamos dirigido o dia todo. Um banho quente e um pijama confortável foram suficientes para me cansarem mais do que eu já estava. Me deitei na cama e apaguei em cerca de... 6 segundos.

 

Eu acordei, suada e tremendo. Não me lembrava de meu sonho mas eu precisava de um gole d’água. Saí debaixo dos lençóis e, no quarto escuro, percebi Dean dormindo desconfortável na poltrona e que ainda eram três da manhã. Bebi água e voltei para cama, mas então minha consciência falou alto de mais.

 

Perto do ouvido de Dean sussurrei:

 

- Dean, a poltrona não é desconfortável demais? – Ele nem se mexeu – Dean!

 

- O que foi? Quem morreu? – Ele disse, acordando.

 

- Vem deitar na cama – eu o puxei pela mão.

 

Ele não disse nem uma palavra, apenas se jogou no lado direito da cama e voltou a dormir e eu... Bom, levou um tempo, mas eu dormi... Mais quente que o normal.

 

- Bom dia! – Ouvi uma voz masculina praticamente gritar em meu ouvido.

 

Era Sam. Aparentemente ele não só acordou a mim como também seu irmão.

 

- Como dormiram? Bem? Apertados? Confortáveis? Suados ou coisa do tipo? – Tinha um toque de humor em sua fala, mas eu nem liguei.

 

- Feito pedra – eu expliquei.

 

- Muito bem, definitivamente muito melhor do que se eu tivesse dormido numa poltrona – Dean acrescentou.

 

- De qualquer forma, pesquisei sobre os ataques aqui em Sparks – Ele mudou de assunto, o que levou todo o ar divertido de antes. – Todos os corpos retalhados e nenhum tinha coração.

 

- São definitivamente... – Dean começou.

 

- Lobisomens – Eu o interrompi. – Onde os ataques têm acontecido?

 

- Perto de um parque de diversões que chegou a pouco tempo na cidade. – Sam respondeu.

 

- Mais especificamente, alguns dias antes da Lua Cheia? – Dean perguntou.

 

- Exatamente.

 

- Certo, então a gente vai investigar esse parque e fica lá até escurecer? – Dean perguntou, sentando-se na poltrona.

 

- Esse é o plano.

 

Crianças correndo em todas as direções, palhaços distribuindo bexigas, montanha-russa, roda-gigante, tiro ao alvo, ursos de pelúcia gigantes. Todo um conjunto formando o Carnival Clown.

 

Andávamos os três sem dizer uma palavra. Dean observava um grupo de garotas, provavelmente colegiais. Sam parecia um pouco reservado demais e eu...

 

Um palhaço ao meu lado soprou um punhado de confete perto do meu rosto, o que me fez levar um susto.

 

- Odeio parques de diversão! – Exclamei. Dean riu.

 

O que raios eu fiz pra merecer uma coisa dessas? Lobisomem! Parque de diversão! Só faltava o lobisomem ser um palhaço. Não que eu tenha medo de palhaços, mas eles me irritam porque em teoria eles são sempre felizes, mas em prática são coisas assustadores que provavelmente comem criancinhas.

 

- O que acham da montanha-russa? – Dean perguntou.

 

- Não, sem chances, estamos aqui pra procurar evidencias e provas... – Eu disse.

 

- Qual é, a gente tem o dia todo pra fazer isso...

 

- Não!

 

O cinto desceu sobre a minha cabeça, eu mal conseguia virá-la pro lado, mas me confortava saber que Sam e Dean estavam lá também. O carrinho começou a andar e o barulho que ele fazia sobre os trilhos me apavorava.

 

- Sabe... Você podia ter dito que tem medo de montanhas-russas! – Dean gritou.

 

- Eu não tenho... – E então o carrinho se soltou na descida – MEDO DE MONTANHA-RUSSA!

 

Foi uma volta inteira com subidas e descidas e loopings e tudo o que uma montanha-russa tem direito. Definitivamente, odiei.

 

- Fale a verdade, você acabou gostando da montanha-russa? – Dean perguntou.

 

Mas eu não estava bem pra responder...

 

- Acho que vou vomitar – e não deu tempo de correr pra lugar nenhum, eu só virei a cabeça e vomitei nos sapatos de alguém.

 

Ergui um pouco a cabeça e os olhos para enxergar o dono dos sapatos. Era um mágico típico de parque de diversão, usando fraque roxo e cartola comprida. Dean teve que segurar a gargalhada e Sam...

 

- Desculpe, senhor – Sam pediu ao mágico em meu lugar, já que eu estava ocupada me limpando. – Ela não se deu muito bem com a montanha-russa.

 

- Ora, não foi nada – Ele disse enquanto mexia em meu cabelo castanho. – Afinal, uma garota linda como você não precisa se preocupar com esse tipo de coisa.

 

- Ah – um gemido de minha parte.

 

- Não quer ir até meu gabinete para se limpar? Aliás, sou conhecido como Sir Teppop por aqui. – Ele estendeu uma mão em minha direção e quando viu que não iria oferecer a minha, tomou-a a força e beijou-a.

 

- Ah – outro gemido. – Talvez outra hora. – Puxei minha mão para longe dos dedos finos dele.

 

- Compreendo. Não quer deixar seus irmãos sozinhos no parque. Mas a senhorita não me disse seu nome.

 

- É Jill – disse, cautelosa.

 

- Foi um prazer, Jill. Nos vemos mais tarde.

 

E sua última frase me causou calafrios na espinha. Olhei para Sam e Dean e os dois estavam com as sobrancelhas erguidas seguindo o mágico com os olhos.

 

- Isso foi sinistro – Dean comentou – Ele deve ser do tipo mágico pervertido que atrai garotas inocentes para suas cabines onde...

 

- Não termine essa frase, Dean – Sam pediu.

 

- Eca! – Eu sacudi a cabeça. Em partes, lembrar das palavras asquerosas daquele mágico me fez enjoar novamente. – Agora podemos procurar por coisas importantes?

 

Um dia inteiro... Rodamos todo o parque, vigiamos o estacionamento, becos escuros na região e nada de provas ou algo que pudesse incriminar alguém. O jeito seria esperar o anoitecer e a lua cheia e ver o que iria acontecer.

 

Eu estava dentro do meu Chevy com Sam ao meu lado e juntos vigiávamos o estacionamento, enquanto Dean ficava mais perto da entrada do parque caso ouvisse alguma coisa.

 

A lua já estava no céu a mais ou menos uma hora e nada de ruídos ou uivos. Estava começando a ficar entediante.

 

- Jill, já volto – Sam disse.

 

- Aonde você vai? Vai me deixar sozinha aqui enquanto pode haver um lobisomem a solta por aí?

 

- São cinco minutos... Ahn, a natureza me chama. – Ele saiu em direção ao mato.

 

O silêncio reinou. Nem grilos eu conseguia ouvir. Pensei em ligar para Dean e checar como estavam as coisas, mas se algo tivesse acontecido ele teria ligado. Ouvi barulho de mato mexendo.

 

- Sam? É você?

 

Nenhuma resposta. O barulho continuou. Peguei a pistola com balas de prata e sai do carro em direção onde Sam havia sumido. Não me afastei muito do carro e então o barulho parou. Resolvi voltar pro carro mas quando me virei...

 

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!

 


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Notas finais do capítulo

Roupa da Jill - http://www.polyvore.com/morgans_second_moment/set?id=11792107