Supernatural Tears escrita por Angels Cherry


Capítulo 16
My Last Sake (Parte II)


Notas iniciais do capítulo

Ainda vai ter Parte III, aguenta aí!



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Ia logo passar, certo? Todo ano ela fazia isso e todo ano passava, por que dessa vez seria diferente? Eu me levantei da cama quente e fui até o banheiro, onde tomei uma ducha demorada e relaxante.

 

Eu corei ao perceber que meus pensamentos pairavam em Dean e Sam. Porque? Não faço idéia. Eu já tinha intimidade o suficiente com os dois e tinha feito o favor de estragar tudo.

 

Quando sai, ainda enrolada numa toalha, vi Sam terminando de se trocar. Meu susto foi o bastante para me fazer soltar a toalha, mas tão rápido quanto fiz isso, eu a peguei de volta.

 

Sam virou-se pra mim e nem se quer sorriu. Ou perguntou algo. Muito menos disse bom-dia. Meu estômago doeu. Eu iria me arriscar falar com ele pelo menos agora...

 

- Sammy... – Eu comecei.

 

- Sam! – Ele corrigiu.

 

Então eu percebi que ainda não estávamos prontos. Eu para ser perdoada e ele para perdoar.

 

Saímos cedo daquela cidade. Dean dirigia numa velocidade mais rápida do que o normal, mas nada tão preocupante. Ninguém estava no clima de cantar as músicas de Kansas ou Elvis que tocavam no rádio do carro.

 

Eu só me perguntava quanto tempo isso ainda levaria.

 

Dean freou o carro de repente, jogando meu corpo centímetros á frente. Então eu vi o motivo. Na estrada estava ela de novo, com aqueles cabelos laranjas que mais pareciam fogo subindo por suas costas.

 

Dean tentou me impedir de sair do carro, mas foi em vão. Eu tinha argumentos, argumentos estes suficientes para deixá-los dentro do carro enquanto eu conversava com Dríade.

 

- Então... Decidiu ser civilizada? – Ela perguntou quando me aproximei.

 

- Dríade... O que você quer? – Eu perguntei.

 

- Você sabe, Jill!

 

- Você ainda quer a minha pureza? Minha virgindade? Você nunca me disse pra que.

 

- E preciso?

 

- É a minha virgindade.

 

- Aquela que você não tem mais? – Ela riu da minha cara.

 

- Você é o demônio mais contraditório que eu já conheci.

 

- Sua virgindade de nada me vale... Preciso só da sua pureza! Claro que se fosse virgem seria mais fácil, mas ainda da pro gasto.

 

- Vai embora, Dríade. – Eu pedi.

 

Então ela se aproximou de mim, daquele jeito que só demônio sabe fazer. Deu a volta por mim com a mão sobre meu ombro. Ela então sussurrou em meu ouvido.

 

- Você sabe que você precisa me dar a sua pureza por vontade própria... Não adianta eu arrancá-la a força. Então... Que tal negociarmos?

 

- Dríade, eu não quero acordos com você...

 

- Ah, mas vai querer.

 

Então meus pêlos da nuca se arrepiaram. Dríade voltou a me encarar com aqueles orbes azuis gigantescos que não eram dela. Todos os anos Dríade me aparecia com a mesma aparência e todos os anos eu me perguntava se aquela menina não estava cansada de ter um demônio dentro de seu corpo.

 

- Que tal... A vida de seus queridos Winchester?

 

Eu arregalei os olhos e então a fitei de verdade. Minha boca estava levemente aberta e eu não tinha certeza do que ouvi. Engoli em seco quando ela sorriu sacana pra mim.

 

- Não! – Eu exclamei um pouco mais alto do que antes e no mesmo momento meus olhos se encheram de lágrimas.

 

- Oh! É tão bom ver que isso surtiu efeito! Então, temos um acordo?

 

Eu olhei para trás e enxerguei os dois através do pára-brisa. Dean saiu do carro imediatamente quando me viu chorando. Estava pronto com um livro em uma mão e um frasco de água-benta em outra.

 

Ele passou o braço forte por de baixo dos meus, me abraçando, enquanto eu segurava forte seu ombro, de costas para Dríade. Quando me virei, a moça de cabelos laranja tinha sumido.

 

Afundei o rosto no peito de Dean, enxugando as inúmeras lágrimas que teimavam em cair.

 

- O que aconteceu? – Ele perguntou, inibindo todos os sentimentos.

 

- Promete que não vai sair de perto de mim? – Eu disse com a voz abafada, já que ainda estava encostada ao peito de Dean.

 

Dean não respondeu, apenas me olhou com aqueles olhos verdes que só ele tem.

 

Tudo que eu queria naquela hora era um abraço, dele e de Sam, mas o que ganhei foi um beijo rápido no canto da boca. Sam, que via tudo de dentro do carro, agora decidira sair.

 

- Sam – eu me virei para ele – Você também... Promete que não vai sair de perto de mim?

 

Ele não sabia o que responder. Parecia em conflito: manter o orgulho e sofrer por isso, ou sofrer junto comigo, tentando me confortar. São duas coisas parecidas, mas que o mínimo detalhe muda tudo.

 

- Jill... Eu... – Ele não sabia o que dizer.

 

Então eu tive que me esforçar para conseguir envolver meus braços em seu pescoço.

 

- Não fala nada! Só me abraça – eu pedi afagando o rosto em seu ombro como antes fiz com Dean.

 

Então ele se rendeu e decidiu deixar o orgulho de lado. Seus braços apertaram a minha cintura e ele me puxou para cima, para tentar nivelar a diferença de altura entre nós.

 

Eu estava num misto de felicidade e medo. Não queria que aquele momento acabasse nunca, mas, por outro lado, queria que nunca tivesse começado.

 

Eu já estava deitada, pronta pra dormir e é nessas horas que a gente começa a pensar. Dríade agora tinha uma vantagem sobre mim... É isso que os demônios fazem, não é? Esperam a hora certa?

 

Ela sabia que Sam e Dean eram extremamente importantes pra mim e usou isso pra me manipular.

 

Só tenho uma coisa a dizer: Se for pra salvar Sam e Dean... Que essa vadia me use o quanto quiser.

 


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