Fanfic De Ones escrita por Nicolle Bittencourt, Tina Santos, Nina P Jackson Potter, Nai Castellan Jauregui, BiahMulinPotter, Zack Shadowarg, Black Umbrella, Liah Violet, Miss BaekYeollie


Capítulo 8
Apenas Um Sonho


Notas iniciais do capítulo

E aí, pessoal? Aqui é Carlle Oliveira. Talvez algum de vocês conheça alguma de minhas fics, (Kane- Os Artefatos Perdidos do Egito / De Volta a Alagaesia... / As Nossas Últimas Cartas Anne&Peter). Então, essa fic é sobre Jogos Vorazes, e é um pequeno acontecimento fictício que ocorre depois do beijo lindo de Katniss e Peeta em Em Chamas. Capítulo 24, páginas 373, 374, 375. Acontece depois que Peeta diz para Katniss dormir.
Enfim, espero que gostem. Boa leitura *-*.



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— Eu. Eu preciso de você.

Ele parece triste, toma uma respiração profunda, como se para iniciar uma longa discussão, e isso não é bom, nada bom, porque ele vai começar a falar de Prim e de minha mãe e tudo o que vai bastar para eu ficar confusa. Então, antes que ele possa falar, eu paro seus lábios com um beijo.

Eu sinto essa coisa de novo. A coisa que só senti uma vez antes. Na caverna no ano passado, quando eu estava tentando fazer Haymitch nos enviar alimentos. Eu beijei Peeta cerca de mil vezes durante os Jogos e depois. Mas houve apenas um beijo que fez com que eu sentisse algo mexer dentro de mim. Apenas um que me fez querer mais. Mas minha cabeça ferida começou a sangrar e ele me fez deitar.

Desta vez, não há nada além de nós para interromper-nos. E depois de algumas tentativas, Peeta desiste de falar. A sensação quente dentro de mim cresce e se espalha para fora do meu peito, descendo pelo meu corpo, para fora ao longo dos meus braços e pernas, para as pontas do meu ser. Em vez de satisfazer-me, os beijos têm o efeito oposto, fazendo a minha necessidade ficar maior. Eu pensei que era uma perita em fome, mas este é um tipo de fome inteiramente nova.

É o primeiro estrondo da tempestade de relâmpagos – o disparo acertando uma árvore à meia-noite – que nos traz aos nossos sentidos. Ela desperta Finnick também. Ele senta-se com um grito agudo. Vejo seus dedos escavando a areia, quando ele se reafirma que, independentemente do pesadelo que ele habitava não era real.

— Eu não posso mais dormir — diz ele. — Um de vocês deve descansar.

Só então é que ele parece perceber nossas expressões, a maneira que nós estamos envolvidos em torno de nós mesmos.

— Ou os dois. Eu posso vigiar sozinho.

Peeta não vai deixá-lo, no entanto.

— É muito perigoso. Eu não estou cansado. Você deita, Katniss.*

Quando Peeta me diz para dormir, não consigo. Fico pensando nos meus pensamentos anteriores. Pensando no quanto eu estava enganada ao achar que não amava Peeta. Meu Peeta.

Sei que não sou exatamente o tipo de menina que fica pensando sobre um garoto deste modo. Eu nunca tive tempo, nem, sinceramente, interesse em ficar noites em claro pensando em algum garoto. É claro que as circunstâncias não são normais, pelo menos, não o normal para alguém que vive miseravelmente no distrito doze. Ou vivia, porque depois de vencermos os primeiros jogos, acabamos ricos, e mesmo sem eu precisar fazer nada, nunca passei muito tempo refletindo sobre minha vida amorosa, se posso dizer que tenho uma. E mesmo a algumas horas atrás, em que eu havia voltado a ter a obrigação de fingir amar Peeta, e estava em frente a verdade avassaladora de que ia ter que me casar com ele, eu não havia ficado tão peturbada… de um jeito tão bom.

Eu não sei, não consigo entender! É simplesmente inquietante, e eu não consigo dormir.

Como, de repente, Peeta Mellark, o garoto do pão, o que eu fingi, e finjo que amo de maneira especial, transformou-se em Peeta Mellark... O homem que eu amo?

Começo a entender isso, e meus olhos se enchem de lágrimas, porque eu sei que vou dar minha vida por ele, e que nunca vai haver um mundo em que eu e Peeta ficamos juntos, e construímos uma vida, e temos filhos que vão crescer em segurança. Esse mundo não vai existir, digo a mim mesma agora. Mas não consigo me obrigar a aceitar isso. E minha mente viaja.


“Começo a sonhar em beijá-lo de novo, imaginar seus doces lábios nos meus. Imagino-me vestida com um dos belos vestidos de Cinna, este feito especialmente para uma ocasião, branco. Vejo os cabelos de Peeta, louros, ao sol, em uma campina verde. Ele está impressionantemente lindo com um terno negro, e vem em direção a mim. Não, eu estou indo em direção a ele. O rosto dele está tão feliz, tão feliz, que sinto-me mais leve, e radiante. Entre mim e ele, percebo, está outra cabeça loura, só que essa tem cabelos longos, trançados com flores. Não quaisquer flores. Primroses. Prim. Ela também está de branco, e caminha lentamente, arrastando uma cauda atrás de si. Tão linda. Ela dá uma viradinha de cabeça, e vislumbro olhos azuis, um tanto mais escuros que os de Peeta, mas igualmente felizes. Sorrio também. Seus lábios formam um visível “eu amo você”, e eu sussurro a mesma coisa de volta.

Como se fosse acelerada de repente, minha visão pula. De repente, Peeta está tenramente ajoelhado diante de mim. Estou sentada em uma cama enorme, na ponta, sem o vestido brando, agora, mas com uma camisola. Peeta também já não está de terno, e sim com um short de flanela. Observo seu peito, nu, musculoso, subindo e descendo rapidamente, como se estivesse nervoso. Eu também estou nervosa. Mas, diante dessa visão, registro outra coisa: eu... sinto uma necessidade. Muito forte, ainda mais do que nos dois beijos que trocamos que me tocaram lá no fundo da alma.

Percebo que há uma lareira bem em frente.

‘Eu amo você, Katniss’. ‘E você acha que eu não amo você, Sr. Mellark?’.

Ele sorri.

‘Eu amo mais, Sra. Mellark.’ ‘Você que pensa.’

Quero parar de falar e beijá-lo, e é o que faço. Ele se levanta lentamente, comigo em seu colo, e me deita na cama enorme. Sussurra mais um “eu te amo”, em meu ouvido. Eu quero responder, mas não consigo achar forças. Estou mole, de felicidade, de amor, de paixão.

De novo, minha visão é acelerada.

Eu e Peeta estamos abraçados. Em nossa frente, há um berço. Dentro dele, uma criança, de alguns meses, provavelmente. A cabeça dela é coberta de cabelos negros, que caem pelos ombros. Sem aviso, ela abre os olhos, e eu cambaleio, porque são idênticos aos de Peeta. Até a expressão é igual. Sinto os braços de Peeta se apertarem ao meu redor.

‘Ela é tão linda, Katniss. Linda como você’

A visão ia se acelerar novamente, mas algo impediu. O quarto começou a balançar.

Tremer. De longe, ouvi uma voz.

‘Katniss... sinto muito, mas precisamos ir.’

Ir? Para onde? Não!”


Abro os olhos. Eu adormeci, percebo.

Minha vontade é de chorar.

Aquilo não é verdade.

Nem nunca vai ser.

Entendo, agora.


– Não tem problema, Peeta. Eu só… estava tendo um sonho bom. Muito bom.

– Sobre o quê? – ele pergunta.

– Nada... nada que vá acontecer algum dia.

– Como assim? – ele parece preocupado.

–Não é nada, Peeta. Apenas foi um sonho muito bom.

Ele olha para mim como se não estivesse acreditando.

Viro-me, e começo a arrumar minhas coisas.

É uma boa oportunidade para deixar as lágrimas caírem.

Mas Peeta não se convence. Volta a ficar na minha frente, e colhe as minhas lágrimas com um carinho inestimável. Sinto novamente a vontade de beijá-lo mas me contenho rapidamente. Eu não vou deixar minhas emoções atrapalharem meu único objetivo aqui: salvar a vida de Peeta.

Depois de limpar minhas lágrimas, ele me abraça tenramente, passando os fortes braços em volta de mim.

– Vai ficar tudo bem. – ele sussurra em meu ouvido. – Você vai ficar bem.

Demoro um segundo, ponderando o que dizer.

– Vai ficar sim.

“Foi apenas um sonho. O mundo é cruel. Nunca haverá uma criança de cabelos negros. É nesse mundo que vivemos. O mundo em que, se ela existisse, seria assassinada, e seu sangue iria para a taça de vinho de Snow”.


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Notas finais do capítulo

É isso, gente. Ficou bem pequeno, não é? *Como perceberam, o primeiro parágrafo e um pouco mais foi retirado do livro, para dar a base da fic. Sei que não ficou muito grande, mas essa é uma idéia que eu sempre quis desenvolver, e me pareceu completo, sem nada a acrescentar.
Espero que tenham gostado *-*. Se quiserem, confiram minhas fics, que eu citei lá em cima.
Beijos, e até a próxima.
:)