Armistice escrita por Jewelry Bonney


Capítulo 15
Angústia




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Angústia

Bonney estava na cozinha ela andava de um lado para o outro, já era tarde da noite junto dela estava seu imediato e o médico. Ela estava indecisa e precisava decidir algo importante:

— Oras já vai acontecer amanha não? Preciso tomar logo uma decisão. Os homens estão esperando por isso!

— Capitã, você já sabe minha opinião: É uma péssima ideia. E se você realmente estiver... — Bonney levantou a mão tentando impedir o médico de falar — doente, poderia ser facilmente atingida por um tiro.

— Com certeza, o Comandante Ace também não iria gostar de vê-la lá. Ele ficaria preocupado.

— Então vocês acham que não devo mesmo estar nesse resgate? – Bonney suspirava, parecia ter medo de arrepender-se depois da decisão.

— Minha sincera opinião capitã... — disse o médico apoiando-se na mesa — Acho que devemos assistir daqui e confiar no bando do Shirohige, sua saúde não está boa e Ace-san ficaria muito preocupado se te visse lá.

— Capitã, o Shirohige não deixaria nenhum de seus homens, ainda mais um de seus comandantes, morrer!

Bonney estava louca para ir, mas tinha que ser sensata, Ace não a perdoaria se ela fosse. Era arriscado, se a marinha soubesse de seu segredo? E se desconfiassem dela, seria executada ali. Ela teria que ir ao QG da Marinha, era um grande risco a sua tripulação e a ela mesma. Ace nunca se perdoaria se acontecesse algo com Bonney, ela sabia disso; ou o pior, se ela o salvasse. Bonney suspirou desanimada enquanto pensava: "Porque Ace tinha que ser assim?".

— Vamos dormir, amanhã acordaremos cedo para assistir a transmissão, caso aconteça qualquer coisa, se realmente avançarem com a execução... Nós iremos partir para a guerra! — Disse a passos pesado retirando-se da cozinha deixando os dois para trás.

"Esses idiotas estavam certos" ela pensava, talvez também não estivesse mentalmente preparada para a guerra. Bonney sentia as lágrimas escorrerem seu rosto então enfiou a mão na polaina tomando vivre card e olhando-o queimar cada vez mais enquanto ela sussurrava: "Assim que você estiver livre, vou te encontrar Ace. Eu prometo."

~/~

Bonney havia acordado razoavelmente cedo, estava ansiosa demais para ficar na cama. Ela olhou para o espelho e sentiu-se melhor, apesar de ter dormido pouco, acreditava ter dormido bem. "Será um longo dia, não?" disse Bonney para seu reflexo, logo em seguida retirando-se de sua cabine.

— Capitã, faltam cinco horas.

— Vamos comer, digam aos cozinheiros que quero obentos prontos, vamos para o local da transmissão imediatamente.

Tudo havia sido de acordo com o que Bonney ordenava, em menos de meia hora, todos já estavam em terra seguindo a capitã. Depois de um tempo de caminhada, Bonney parou em frente a uma das árvores do arquipélago, sua vista era perfeita para o telão. E caso precisasse, ali era fácil para partir para o porto.

Algumas pessoas iam chegando ali, dentre elas tinham, principalmente, jornalistas e repórteres. Bonney começava a se estressar, ela ficava incomodada pensando "Porque vão expor Ace dessa forma? Tudo isso é tão... Ridículo". Um fotógrafo aproximava-se do local onde Bonney estava e esbarrou em seu cozinheiro.

— Me desculpem... Mas a vista daqui é ótima, incomoda-se se eu ficar por aqui? — Perguntou o rapaz distraído, Bonney olhou a máquina e arrancou das mãos do rapaz, jogando-a no chão para quebrar. — Que!? Qual seu problema, sua maluca?! Uma mulher não deve agir assim.. — O homem parou de reclamar para olhar com quem falava. Ao ver os olhos lilás de Bonney encarando-o ele começou a tremer.

— Suma daqui senão quebro sua cara! — Disse Bonney enquanto pisoteava a câmera. O homem entendeu o recado e saiu correndo apavorado.

Após isso Bonney voltou observar a movimentação, viu Hawkins chegar, Drake, Capone, todos acompanhando de suas tripulações.

— Ligaram os telões! — Anunciava alguém. Bonney virou-se para olhar, havia milhares de soldados e as forças mais poderosas da marinha estavam lá. Se acontecesse algo em Sabaody, naquele momento, com certeza ninguém seria preso. Bonney fechou os punhos devido à ansiedade e ficou atenta a movimentação das pessoas.

— Capitã, tome cuidado.

— Eu sei seu idiota! — Respondeu ela de forma brava, mas ao mesmo tempo triste. Eram momentos de extrema tensão, ninguém tirava os olhos do telão, os jornalistas não paravam de escrever, deveriam estar detalhando o que era visto naquela terrível paisagem.

Bonney pegou um obento e começou a devorá-lo, ela estava muito ansiosa. A praça ia lotando à medida que aproximava-se o meio dia.

— Ei! Olhem! É o Hiken no Ace! — Gritou alguém no meio da multidão. Bonney rapidamente virou-se para o telão e a cena que viu fez seus olhos encherem de lagrimas.

Era o Ace, seu Ace subindo aquela plataforma, mas não era o Ace que ela conhecia: o que veio resgatá-la ou aquele Ace forte, de costas larga que sempre sorria para ela e a abraçava com seu corpo quente. Ele estava machucado, parecia fraco e prestes a cair morto em qualquer instante.

Bonney largou seu obento fazendo-o cair no chão, alguns dos homens entraram na frente dela para evitar que aquilo chamasse a atenção. Bonney respirava fundo tentando controlar-se tentou apenas limpar o rosto e voltar a assistir a transmissão. Ace estava ajoelhado e Sengoku aproximava-se dele recebendo um Den den Muchi, ela pensava: "O que significava isso? O que vai acontecer?"

— Eu tenho algo a lhes contar — dizia o Almirante da Frota — Portgas D. Ace... É sobre a grande importância de sua morte hoje. — Ele fez uma pausa e virou-se para Ace.

Bonney arregalava os olhos e estava com medo de que acontecesse o pior para Ace.

— Ace, conte-os o nome de seu pai! — Prosseguiu Sengoku.

Bonney gelou, olhou ao redor e todos que assistiam a transmissão pareciam confusos. Deviam estar pensando algo como: "Pai? Porque isso é importante agora?!".

— Capitã? — Um dos tripulantes olhava Bonney que parecia assustada com aquilo, revelarão o "segredo" dele?

— Calado!

— Meu pai é o Barba Branca. — Respondeu Ace na transmissão.

— Não! Diga a verdade. — Dizia Sengoku.

— É sim! Barba Branca é meu único pai! — Ace respondeu de forma raivosa para Sengoku, com certeza ele sabia o rumo daquilo tudo.

— Nós procuramos muito por você naquela época, porque soubemos que poderia existir um filho "daquele homem" em alguma ilha — Sengoku parecia impaciente – Baseando-nos em um pouco de informação cedida pela Cipher Pol, nós investigamos todos os recém-nascidos, crianças prematuras e suas mães, mas não conseguimos te achar. — o Almirante de Frota deu um longo suspiro e continuou:

— Era de se esperar, a sua mãe arriscou a vida para lhe dar a luz, ela usou um truque que pode ser chamado de orgulho materno. Isso nos enganou... De fato, enganou todo o mundo... — Bonney suava frio, os homens pareciam surpresos com a reação de Bonney, ninguém estava entendendo porque as palavras do almirante da frota estavam afetando a capitã. Sengoku continuava falar da história de Ace:

— Há uma ilha chamada Batelira no South Blue. O nome da sua mãe é Portgaz D. Rouge. Ela fez algo que desafiava completamente as leis da natureza... Por amor ao seu filho. Ela o manteve em sua barriga por 20 meses! — Ace estava pasmo. Ele não acreditava que tudo aquilo realmente estava sendo dito, sendo revelado para o mundo inteiro. Temia que seu precioso segredo estivesse prestes a tornar-se algo público. E Sengoku continuava falando:

—E assim que ela lhe deu a luz, ela perdeu todas as forças e morreu imediatamente. Um ano e três meses após a morte do pai, a criança nasceu com o sangue do homem mais hediondo em suas veias. — Ace tremia de raiva em Marineford e Bonney quase chorava em Sabaody — Esse era você! — Disse Sengoku para Ace — Você sabe disso, não sabe? — Ele fez uma pequena pausa, quase que dramática e disse:

— Seu pai é... O rei dos piratas, Gold Roger! — Tudo pareceu cair numa extrema tensão, toda a praça, todo quartel da marinha, praticamente em todo o mundo um silêncio absoluto dominava. A surpresa foi tão grande que todos ficaram emudecidos. E após um tempo os repórteres voltarem a gritar, abismados com a notícia.

— Capitã, é melhor sairmos daqui. — Disse o imediato tentando aproximar-se de Bonney que agora parecia extremamente preocupada. Eles haviam entendido, a relação dela naquele exato momento e seu contato com Ace a condenariam a morte. Além disso, ela se angustiava ao ver o sofrimento de Ace por ter seu segredo revelado.

— Deixe-me em paz, precisamos continuar aqui! — Bonney tentava controlar-se, limpava o rosto, tentava respirar fundo para passar os sentimentos que lhe preenchiam, queria correr para salvar Ace daquela tortura. - Vamos ficar até o fim!

— E se eles descobrirem... — Sussurrou o navegador ao médico.

— Fique quieto pareça indiferente, temos que proteger a capitã, se ficarmos demonstrando, ai sim eles vão descobrir. — Respondeu ao nakama. Bonney levantava-se do chão, o cozinheiro lhe passou outro obento que a capitã recebeu e devorou.

Certo, Sengoku havia revelado o segredo de Ace.

Bonney respirou fundo e virou-se de costas para o telão enquanto comia. a observava de outra árvore. Bonney suspirou, não poderia levantar suspeitas por nada, ainda mais agora que todo o mundo sabia daquela história. Se desconfiassem de algo, ela seria caçada, assim como Rouge foi.

— Já estou melhor, vamos continuar. — Disse ela limpando sua boca e parecendo mais calma. A capitã sentando-se no chão para continuar sua refeição, estava tentando se distrair para não sair correndo.

Bonney queria ir para lá, queria resgatá-lo e abraçá-lo, mas tinha que ser sensata naquele momento, pelo bem de todos. Então ela disse em baixo tom, só para a tripulação:

— Vou me controlar e vamos ver isso até o fim! — Ela parecia determinada enquanto tomava fôlego para continuar, mantinha-se de costas para o telão enquanto comia, olhava a movimentação, já tinha visto alguns supernovas, mas não o Mugiwara.

Será que ele não ficou sabendo da que havera uma guerra? "Patético", pensou ela. "Além de tudo tem esses malditos repórteres... Porque tanto alvoroço?" "Respire fundo Bonney e acalme-se", ela tentava focar enquanto ouvia Sengoku ainda falando, talvez estivesse declarando guerra à Barba Branca. Como se aquilo já não fosse óbvio.

— Ei! Vocês trouxeram pizza, não?! — Perguntou a um dos cozinheiros, ele remexeu a bolsa pegando uma caixa e passando para a capitã.

Bonney passou a assistir de forma distraída enquanto comia, ela olhava apenas para Ace, parecia tentar bloquear o que acontecia ao redor. Até o momento em que a câmera voltou-se para o mar.

Eram os aliados de Barba Branca. Alguns segundos depois três navios apareciam no meio da baia, era o Moby Dick, navio do Shirohige acompanhado de seus comandantes e homens.

— Convenhamos, eles tem estilo não? — Disse Bonney rindo histericamente, Ace gritava por Barba Branca, aquela cena fez Bonney emocionar-se por um momento. O imediato aproximou-se da capitã, que no momento esboçava um sorriso.

— Um dia, ele me contou que tentou matar o Shiohige mais de cem vezes antes de entrar no bando dele. — Dizia ela de uma forma carinhosa — Um idiota... Depois que o Shirohige tirá-lo de lá, com certeza ele vai ficar muito feliz.

— Vamos encontrá-lo depois, capita? — perguntou o imediato, Bonney parecia muito mais confiante com a chegada do Barba Branca no local.

— Mas é claro, seu idiota! — Bonney já passava para seu quarto obento, a jovem sempre ficava procurando Ace na transmissão, queria ver como ele estava. "Ace, você é tão idiota por achar que não deveria ter nascido... Tantos te amam e você me falava aquilo" pensava ela enquanto via todos ali querendo salvá-lo.

— Pai... Minna... Mesmo depois de eu ter ignorado o aviso de vocês e ter perdido o controle... — Ace fazia uma pausa, Bonney o xingava de idiota várias vezes em seus pensamentos — Porque vocês simplesmente não me esqueceram?! A culpa é toda minha por ter terminado assim!

— Não, se me lembro bem, fui eu que mandei você atrás dele, filho . — Bonney olhava tudo aquilo admirada. Barba Branca defendia Ace, o Comandante Marco declarando guerra à marinha por ele.

Ela queria lutar também, mas agora mais do que nunca, ela seria morta se aparecesse lá. Um tsunami aproximou-se do quartel e Aokiji o congelou, os comandantes de Shirohige desembarcavam, finalmente havia começado a guerra. Um gigante tentava salvar Ace... Tudo parecia irreal.

— Ace... Você tem nakamas bem estranhos. — Dizia Bonney enquanto mastigava, ela parecia descontraída agora. Apenas um pouco tensa com a situação de Ace, mas no fundo acreditava que ele seria salvo e após algumas horas partiria para encontrá-la.

— Gigante maluco, sair avançando assim... — Resmungava Bonney atenta. Ela via Ace triste, mas era óbvio que um gigante avançando sozinho ali não foi a melhor ideia, mas algo de repente lhe chamou a atenção: o Marinheiro lendário sentava-se ao lado de Ace.

Era impossível ouvir o que diziam já que não estava mais sendo transmitido o som de lá, mas Garp parecia triste — Velho idiota, Ace vai ser salvo, não deveria ficar acreditando que a marinha venceria. — Aquilo deveria ser difícil para ele, imaginava Bonney. Ela perdia-se em seus pensamentos, tentava concentra-se para não levantar suspeitas novamente, mas algo surpreendeu não somente ela, mas todos que estavam na praça.

— O que aconteceu? — Gritou um homem — Um navio de batalha acabou de cair do céu?

De repente ouviu-se um grito, era Ace chamando por uma estranha figura unida a vários outros que um dos telão tentava focar.

— Ace! — Gritava desesperadamente — Finalmente te encontrei e estamos aqui para te salvar!

Era ele, Mugiwara no Luffy!


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