Rubi Vermelho Como Sangue escrita por Lucy Himeno


Capítulo 10
A novata


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu sei que faz tempo, muito tempo que não posto... Eu realmente tô correndo muito aqui, com a faculdade e as provas finais já chegando... VOCÊS ACREDITAM QUE EU TENHO QUE ESTUDAR LATIM?! ;W; Antes que queiram me apedrejar, ao menos me deixem postar o cap, sim? ^^"



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Passei por paredes bege e portas bem envernizadas em um tom de mogno muito escuro, não precisei andar muito até chegar na sala que me fora indicada pela menina que descia as escadas. É, talvez garotas não sejam assim tão raras nesse colégio...

A porta com a placa 1-A estava colocada abaixo da janelinha de vidro da porta, que servia apenas para ver o que se passava do outro lado. Vi um professor alto e muito magro, usava óculos discretos de aro fino, devia ter quase uns cinquenta anos, a julgar pelos cabelos grisalhos penteados de modo a tentar esconder uma calvice já bem aninhada. Ele pôs sua maleta sobre a mesa enquanto os alunos permaneciam quietos, imóveis quase como robôs em seus lugares. Aparentemente a disciplina desse colégio era mais rígida do que pensei... ajeitei franja com os dedos e passei as mãos no cabelo a fim de colocar no lugar qualquer fio rebelde, respirei fundo e bati na porta.

O professor voltou-se para mim e veio em minha direção para abrir a porta. Reparei neste momento que ele usava uma daquelas "golas brancas de padre". Não sei porque me surpreendi, afinal, estou num colégio católico e ex-masculino...

–O que deseja ? - Me perguntou, ajustando seus óculos no lugar em seguida

–Eu sou Ruby, a aluna transferida - respondi, sem muito interesse

–Oh sim, o senhor Malaquias me falou algo sobre. Pode entrar filha, eu a apresentarei à sala.

Nossa, até que ele é um senhor bem gentil - pensei enquanto adentrava a sala. Olhei para o lado, um pouco assustada, à fim de checar quantos alunos haviam, e principalmente, se haviam outras garotas. Cerca de 25 alunos e... somente duas garotas?! Droga, estou começando à ficar assustada...

–Atenção, classe - disse o professor - Temos uma aluna nova. - ele voltou-se para mim - Pode se apresentar.

–E-eu sou Ruby... Sou de "..." e acabei de me mudar... Prazer em conhecê-los. - Me apresentei rapidamente, sem dizer meu verdadeiro nome, obviamente, e sem sorrir em nenhum momento. Eu não estava feliz de estar em outra escola, e não fingiria isso.

Eu esperava uma recepção mais calorosa, mas no fim, não houve nenhum "Bom dia Ruby" uníssono de toda classe, como eu esperava... não que eu me importasse, não vim para fazer amizades, de qualquer forma.

–Pode escolher qualquer um dos lugares vagos para se sentar, filha - disse o professor, gentil novamente.

Eu escolhi a terceira cadeira da penúltima fila, era o lugar mais longe daquelas duas meninas. Elas me encararam e falaram algo entre si quando me apresentei, dando risadinhas... Isso não me agrada.

O professor já estava começando a escrever o tema da aula no quadro quando alguém bateu na porta novamente, abrindo-a em seguida.

–Desculpe o atraso, professor! - Disse Eric, com seu irmão Abel e a menina de óculos que vi mais cedo logo atrás dele.

–Podem entrar - disse o professor.

Eric sentou-se na primeira cadeira da fila do meio, e a menina de óculos na terceira cadeira da primeira fila, pode ter sido impressão, mas ela parecia estar muito vermelha. Abel, com os olhos ainda um pouco vermelhos por ter chorado mais cedo, sorriu de canto para mim e sentou-se na cadeira de trás.

–Desculpe pelo de mais cedo... - Sussurrou para mim, envergonhado e olhando para baixo.

–Não tem pelo que se desculpar, eu tenho que lhe agradecer, você me salvou de certa forma... - Respondi, tentando animá-lo.

Apesar de eu não gostar de História, a aula desse professor - José é o nome dele, eu acho - até que era bem interessante, consegui assistir toda sem bocejar nenhuma vez, o que era novidade para mim. Depois de duas aulas de História, tive uma aula de matemática, que é um tédio em qualquer lugar, e depois, um rápido intervalo de apenas vinte minutos. Retirei uma maçã da mochila e fui procurar uma pia onde lavá-la, a maior parte dos alunos estavam saindo da sala, inclusive Eric e Abel, que saíram rapidamente para conversar em algum lugar. Alguns colegas de classe me disseram oi timidamente, respondi sem vontade, e continuei seguindo em direção a porta, e quando já estava prestes a sair, as duas meninas que sentavam no fundão da sala surgiram e interromperam minha passagem.

–Olha só Michele, parece que temos outra garota fracassada nessa sala... - disse a morena.

–Como se aquela quatro-olhos já não fosse irritante o bastante, aparece essa emo, né Marcela, haha... - disse a loira.

–E-eu não sou nenhuma quatro olhos! Vocês não deveriam tratar ela assim! - disse a menina baixinha de óculos, cujo nome eu havia esquecido desde cedo.

–Ora, quem é você para querer nos enfrentar agora? Só por que arrumou uma amiguinha nova? - falou a loira, em tom desafiador, encarando a menina.

Eu permaneci indiferente esse tempo todo, mas como a pequena tentou me defender, apesar de não me importar, resolvi tomar uma atitude.

–Eu não tenho tempo para perder com garotas fúteis como vocês... Ao invés de saírem distribuindo ofensas, porquê não se preocupam em cuidar da pele de vocês, ou ao menos compram uma maquiagem melhor para cobrir todas essas marcas de espinhas? Aliás, vocês deveriam parar de usar giz de cera como sombra, se for falta de dinheiro, pode deixar que eu mesma faço uma campanha solidária para vocês duas. Agora, se me dão licença... - peguei a mão da baixinha de óculos e abri caminho entre aquelas duas, que ficaram perplexas e sem saber o que responder. Ouvi muitas risadas dos meninos da sala, e ouvi alguns xingamentos daquelas duas, mas não me importei, e continuei seguindo pelo corredor, puxando a minha colega de classe baixinha e corajosa junto.

–Er... desculpe, mas... poderia me soltar por favor? - perguntou a menina, envergonhada por eu ter saído puxando ela por aí.

–Ah, claro, desculpe. - respondi, soltando-a.

–Por que você fez aquilo por mim? Por que me defendeu? - Ela perguntou, muito timidamente e com o rosto vermelho.

–Você me ajudou mais cedo, e tentou me defender também não? Acho que era o mínimo que eu podia fazer.

–Muito obrigada, Ruby... - respondeu ela, olhando para baixo - Mas talvez aquelas duas tentem se vingar, principalmente de você...

–Eu realmente não me importo... - disse, esticando os braços e bocejando, a aula de matemática foi realmente cansativa - Mas me diga, qual o seu nome mesmo?

–E- Eu me chamo Laura, Laura Kuroyama! - Me disse, com o tom da voz muito alterado, a timidez dela era realmente extrema.

–Kuroyama? Você é descendente de japoneses então? Até que tem uma aparência, com esse cabelo liso e preto...

–S-sinto muito, eu menti! - disse, me fazendo uma reverência exagerada até demais - Meu Sobrenome verdadeiro é Montenegro, mas eu meio que traduzi para um equivalente japonês porque eu... Sou uma otaku! Me desculpe! - Exclamou, muito envergonhada e exaltada...

–N-não tem problema... Mas tente agir mais normalmente, por favor...

–Sim, desculpe... - respondeu, quase sem forças - Você quer lanchar comigo? Eu fiz bastante comida hoje...

–Hm... Claro, apenas me mostre onde posso lavar minha maçã e vamos.

Que menina mais esquisita essa... Não por ser otaku, eu também gosto de mangás e já assisti alguns poucos animes... Mas ela realmente tem reações estranhas. A segui até o banheiro, lavei minha maçã e depois subimos escadas -mais escadas! - e fomos comer no telhado da escola, um terraço com uma vista muito bonita das colinas da cidade, mas haviam poucos alunos ali, provavelmente por preguiça de subir as escadas... Eu sofria com os degraus, mas já estava acostumada.

–E- E então, Ruby-san? Por que você veio parar nessa cidade minuscula e chata? - me perguntou

–Hm... Meus pais quiseram comprar uma casa nova, e eu acabei por aqui. Ah, não precisa colocar o "san"...

–Ruby-chan então? - me perguntou, corando - Onde você mora?

–Eu acho estranho esse negócio de usar terminações japonesas, mas tudo bem... Eu moro numa casa estranha, muito grande e antiga, fica a uns 10 minutos de caminhada daqui.

–N-Não pode ser! - disse ela, tapando a boca com as duas mãos e reprimindo um gritinho agudo.

–O que foi, Laura?

–V-Você está morando... Na casa mal-assombrada!


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Notas finais do capítulo

Achei esse cap. estranho, mas tudo bem... e_eAcabei de terminar de escrever, prometo que tentarei melhorar no próximo! (e não demorar tanto!)Pra quem lê a história e ainda não favoritou, favorite! Assim fica mais fácil de você saber das atualizações!kisus e até! ^^