Today is gonna be the day (IV)

- Nami-ya, o que você está fazendo? – Law perguntou assim que adentrou a cozinha.

- É rude entrar de repente. – Nami repreendeu fazendo uma cara de desgosto, mas logo sua expressão se suavizou e fez algo que Trafalgar nunca pensaria que ela faria, pelo menos não para ele. A ruiva sorriu para ele como uma criança alegre – Estou fazendo chocolate.

- Chocolate?

- O aniversário do Luffy foi há algum tempo atrás, mas com toda aquela confusão de Punk Hazard nós não conseguimos comemorar. Quero pelo menos dar a ele um chocolatinho. – Voltou-se para a panela – Espero que não esteja ruim, faz tempo que não cozinho e não sei se as gotas de laranjas vão fazer alguma diferença. – Pegou a colher de pau que havia deixado de lado, mexeu o chocolate, tirou a colher e levou-a à boca para provar, sujando seu canto da boca no processo – Acho que está bom. Você gosta de doces, Trafalgar?

-... Um pouco. – Traffy respondeu, mais preocupado em encher seus olhos com visões da moça mais bela que já havia visto. OK, isso soara muito como um idiota apaixonado, coisa que o Cirurgião não era de forma alguma, porém ele tinha que admitir que ela era bonita. E, novamente, aquela sensação de paz tomou conta de sua mente. E isso já o estava irritando.

- Então... Você pode me dizer se ficou bom? – A navegadora indagou, erguendo a colher cheia daquele doce. Mas Law ignorou completamente o objeto, ergueu uma das mãos e passou o polegar de leve no canto da boca dela, onde estava sujo do presente de Luffy, sentindo a maciez daquela pele clara. Depois, levou o dedo à boca e o sabor doce invadiu lhe a boca, junto com um cítrico vindo das laranjas.

- Está bom, Nami-ya. – Comentou e foi embora. Queria pensar no porque de ter tido tal impulso. Ela era a Gata Ladra e era perigosa. Não no sentido de ser forte, como Doflamingo, mas sim de ter astúcia para dar, vender, doar e ainda ia sobrar, e muito.

Porém, a lembrança do toque nos lábios macios fazia o ato de relembrar Doflamingo uma coisa sem importância. Law queria voltar para aquela cozinha e descobrir o porquê, no entanto sua mente e seu orgulho diziam para manter distância da navegadora. E, aliás, se ele seguisse a outra parte de sua consciência que dizia para entrar lá e esclarecer as coisas, o que diabo ele ia falar para Nami? "Nami-ya, por que você faz isso comigo? Por que me deixa perdido?", ou algo assim? Traffy quis cair na gargalhada, imagine ele, o Cirurgião da Morte, um dos piratas mais temidos, indo perguntar para uma mulher o porquê de ele ficar estranho perto dela.

- Trafalgar! – Falando na ladra...

- Nami-ya? – Trafalgar se virou para ver a ruiva escorada na batente da porta.

- Acabei fazendo mais do que queria. Você... – Corou um pouco, o que fez o médico imaginar o motivo do constrangimento – Bem, você não quer um pouco? – Law arregalou um pouco os olhos. Mal não ia fazer, certo?

- Talvez depois. – Ela sorriu novamente com alegria evidente por saber que alguém havia apreciado seu trabalho na cozinha e Traffy continuou andando para Enel não sabe onde (#EPICFAIL).

Because maybe

You're gonna be the one that saves me

And after all

You're my wonderwall

[Porque talvez

Você vai ser aquela que me salvará

E no final das contas

Você é minha protetora]