Mil E Uma fics Law X Nami escrita por Estressada Além da Conta


Capítulo 16
A Menina Sem Voz


Notas iniciais do capítulo

Outra short-fic. XD Boa leitura! o/



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A Menina Sem Voz

Law abriu os olhos lentamente, relembrando a surra que acabara de levar de um trasgo. Havia liquidado o ser, mas apanhara muito. Porém, algo estava fora do lugar ali, e era ele. Pois, se havia lutado e permanecido na floresta, como poderia estar deitado em algo macio, provavelmente uma cama? Só então, quando essa pergunta lhe bombardeou enfim, é que Trafalgar Law, o famoso caçador de bruxas e seres místicos, notou a mão feminina e delicada sobre sua testa.

- Mas o que...? - Sua voz saiu rouca e um tanto cavernosa e seus olhos sonolentos miraram a dona daquela mão. Uma jovem de longas madeixas alaranjadas, usando um simples e longo vestido azul marinho com mangas. Não viu seu rosto, pois ela se afastara rapidamente e fora para a penumbra - Olá?

-... - Não obteve resposta.

- Está tudo bem, não a machucarei, senhorita. - Tentou se sentar, mas uma dor aguda no estômago o atingiu em cheio. Quando pensou que ia cair no travesseiro fofo novamente, um par de mãos o socorreu, e assim pôde sentar - Obrigado. - Novamente, ficou sem resposta, no entanto, isso não lhe importou, pois a beleza da jovem estava o fascinando.

Pele clara, lábios lentamente rosados e finos, nariz um pouco arrebitado e olhos grandes, calorosos, de um castanho profundo como o mar e recheados de curiosidade. Ficaram ali, se encarando, olho no olho, sem a mínima vontade de parar. Porém, o homem desfez o clima com uma simples pergunta:

- Quem é você? - A jovem abriu a boca, mas nenhum som saiu - Você é muda? - Ela negou com a cabeça - Não tem voz? - A moça levou uma mão até a garganta e assentiu. Depois, foi até a parede e, com uma vela, iluminou uma imagem que ela mesma havia feito: Uma mulher de cabelo negro com uma cobra aos pés e, na mão estendida, estava um colar com um pingente de laranja que brilhava muito - Uma bruxa roubou sua voz? - Novamente, recebeu um aceno afirmativo como resposta - Sabe escrever? Tem nome? Por que está aqui? Por que estou aqui? - A ruiva pegou um pedaço de pergaminho que tinha no bolso do vestido e um lápis e escreveu.

- Você faz perguntas demais. Faça uma de cada vez, por favor, não estou acostumada a conversar com as pessoas.

- Bem, escrever você sabe. - Ele murmurou admirando a letra bonita da garota. Devolveu o papel - Tem nome?

- Meu nome é Nami. E o seu, qual é?

- Trafalgar Law. Por que está aqui?

- Eu moro aqui desde que tinha oito anos, quando levaram minha voz.

- E por que estou aqui?

- Quando fui buscar algumas ervas na Floresta das Bruxas, encontrei um trasgo morto. Não muito longe dele, tinha um corpo de homem. Era você. Eu me aproximei e, quando notei que estava vivo, resolvi te trazer até aqui para cuidar de suas feridas. Falando nisso, melhor você não se esforçar demais, precisa de mais um três ou quatro dias para poder andar e mais um para poder continuar a viagem. Teve sorte, as ervas medicinais são frescas.

- Você me salvou, obrigado.

- O que estava fazendo na floresta?

-... Eu sou um caçador de bruxas. E que lugar melhor para achar um bruxa na Floresta das Bruxas?

- Você não tem medo de morrer? E sua família?

- Não tenho família.

-... Sinto muito.

- Não sinta, nunca cheguei a conhecê-la mesmo.

- Também não tenho família. Não de sangue, pelo menos.

- Deve ser bem solitário ficar aqui, totalmente sozinha no meio da floresta.

- Como sabe que estamos ainda na floresta?

- Você não ia aguentar me carregar até a vila mais próxima, Nami-ya. – Ela fez um beicinho, como uma criança.

- Está me chamando de fraca?

- Eu não disse isso.

- E o que você disse?

- Que você não era tão forte. – Nami desmanchou o bico, cruzou os braços e inflou as bochechas.

- Você é um chato, sabia? Está com fome?

- Não precisa se incomodar, eu logo irei embora. – Law tentou sair da cama, mas a ruiva o deteve, o empurrando de forma brusca sobre a cama. Depois, a moça passou a escrever furiosamente.

- NÃO! Você fica aí, ainda não tem condições de voltar a andar normalmente! Se sair antes, pode acabar se matando e vai ser uma enorme falta de respeito para comigo, a pessoa que te ajudou. Agora fique quietinho aí que eu já volto com alguma coisa para comer. Se tentar fugir, vou atrás de você e termino o serviço do trasgo!

- Tudo bem, você é quem manda. – Ele respondeu dolorido. A jovem já estava quase saindo do quarto, até ele falar de novo – Não tenho. – Ela se virou confusa – Não tenho medo de morrer, pois nada tenho a perder. – Nami se virou e escreveu uma última frase no papel já surrado:

- Você tem a sua vida. E, mesmo que por uns dias, tem uma nakama de cabelo laranja.


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Notas finais do capítulo

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