Amar é...

... dançar no escuro.

- Cheguei! – Nami, entrando em casa, exclamou para ninguém em particular. Não seria surpresa se seu marido ainda não tivesse chegado, ele trabalhava até tarde em alguns dias. A ruiva fechou a porta, depositou a bolsa na mesa da cozinha e foi para a sala, se surpreendendo com a escuridão – Nossa, não estou vendo lhufas.

- Bem vinda. – Alguém murmurou na escuridão.

- Law? Ué, não era hoje que você ficaria até bem tarde na clínica?

- Eu dei uma escapadinha, mas Eustass ainda está me procurando.

- Você não toma jeito! – Deu uma gostosa risada, porém parou ao sentir dois braços fortes a enlaçando.

- Eu não acho engraçado, Nami-ya. – Law resmungou e a ruiva sentiu a respiração quente de seu esposo bater em seu rosto.

- Como você me achou nessa escuridão? – Questionou, abraçando o pescoço dele.

- Você ri de forma escandalosa.

- Eu não sou escandalosa! – Exclamou ofendida.

- Minha escandalosa.

- Falar isso não vai te fazer ficar bem na fita comigo.

- Sabe, essa situação me lembra de quando fomos ao baile da escola juntos. – Ele começou.

- Você não vai me enrolar, Law.

- Os nossos amigos ainda estavam aceitando nosso namoro. Lembro que todos nos olhavam como se fossemos de outro planeta.

- Sanji-kun ainda fazia um belo escândalo quando via a gente se beijar. – Comentou, esquecendo por breves momentos sua irritação – "Solte minha amada Mellorine, seu idiota de merda!", ele bradava furioso.

- Ele ainda faz isso quando vamos ao Baratie. E fica dando em cima de você.

- E você o espanta com o olhar frio e, no máximo, uma ameaça de morte acompanhada de uma cara de bravo que eu acho muito fofa. Seu ciumento. – A risada de Trafalgar se fez ouvir.

- Você ainda lembra a música que tocava na noite, não é?

- Easy, do Faith no More. – De repente, a música citada começa sair do aparelho de som – Mas...?

- Nunca subestime o poder de um controle universal. – Law respondeu e jogou o objeto no sofá – Eu me lembro de como estava escuro e, mesmo assim, conseguia enxergar minha bela deusa. – Começou a se movimentar lentamente de um lado para o outro, guiando a ruiva ao ritmo da música – Você estava usando um vestido roxo longo, sandálias de salto alto, e ainda continuava baixa perto de mim, e os cabelos estavam presos num coque alto, com alguns fios escapando. Se não me falha a memória, o vestido era tomara-que-caia.

- Você estava de terno. – Nami suspirou e cedeu completamente, encostando sua cabeça no peito dele – Sem boné, deixando à mostra seus cabelos negros desgrenhados, usando terno, calça social e sapato também social, tudo negro, e com o cavanhaque e as costeletas...

- Que você não me deixa tirar de jeito nenhum...

- Já disse que você fica charmoso... Você conseguiu de novo. – Murmurou derrotada – Me enrolou direitinho.

-... Está cada vez mais fácil te irritar... E obter o perdão também.

- Sensibilidade de grávida.

- Você só tem três meses.

- Você fala só?! Ainda faltam seis meses para Nick estar com a gente!

- Como pode ter certeza que não vai ser uma garota?

- Intuição de mãe. Como pode ter certeza de que não vai ser um menino?

- Intuição de pai. E ela vai se chamar Lúcia.

- Se for um menino, vai ser Nick.

- Muito bem, e o que faremos se forem gêmeos?

- Não tinha pensado nisso... Que tal pensarmos nisso depois?

- Concordo plenamente. – Sorriu e continuou dançando com suavidade.

- Mas vai ser um menino.

- Será uma garota.

- Aposta quanto?

-... Quer apostar o sexo do nosso filho?

- Hábito de ex-jogadora de pôquer. E aí, aposta quanto que vai ser um garoto? Ou está com medo?

- Cem berris.

- Feito. Agora, nós esperamos os seis meses.

- Eu vou ganhar, Nami.

- Sonha, faz bem.