Fix You escrita por Sara Black


Capítulo 3
Boas vindas


Notas iniciais do capítulo

- Eu sei pessoal eu demorei mt pra postar, mil desculpas, mas eu entrei em um mês cheio de provas, estudar, estudar e estudar, a única coisa que eu fiz esse mês. Finalmente tive um tempinho pra postar e nas férias faço isso de novo
— Capítulo um pouco maior como foi pedido.
— Boa leitura



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            ''Luzes te guiarão até em casa e aquecerão teus ossos''

Passei cada minuto dentro do carro e do avião lendo e ouvindo música, às vezes desviava os olhos do livro para olhar meu pai que, ou estava pedindo alguma coisa para a aeromoça ou vento tv.

 O bom do meu pai é que ele era tão quieto e independente quanto eu, havia puxado isso dele, gostava de ficar no meu canto, e ele também, apesar de ás vezes me perguntar se esse silêncio todo não o incomodava, afinal minha mãe era uma tagarela de primeira, talvez ele gostasse um pouco mais de ouvir do que de falar, por isso me esforcei para a cada 20 minutos fazer um comentário idiota como ''quanto tempo acha que demora para chegarmos'' ou ''estou ansiosa para conhecer a cidade'' o resultado era promissor ele desviava os olhos da tv que ficava no assento da frente olhava para mim e respondia calmamente as perguntas que eu sei que ele deveria estar cansado de responder, depois de um tempo o deixei  quieto e adormeci.

Acabo de acordar com uma mão balançando meu braço direito, levanto a cabeça do acento ponho a mão no rosto, devo estar com a cara toda amassada.

- Finalmente chegamos - diz Charlie com um sorriso cansado.

Saímos de dentro do avião e seguimos em direção do aeroporto, passamos pela porta da frente e fomos chamar um taxi, a viatura chegaria em breve, não me preocupei em perguntar quando a Charlie.

 Enquanto olhava a cidade pelo vidro molhado lembrei-me casa, de que talvez. Só talvez eu fosse sentir mais falta do que o necessário de ir ao jardim de casa sentir o cheiro das tulipas vermelhas que a minha mãe cuidava com tanto apresso e de sair aos domingos para comer costela com batata frita no restaurante de Dominik.

 Mas isso é passado, preciso me lembrar de que as coisas aqui vão ser as mesmas de lá, preciso me lembrar constantemente que não deixamos nada para trás, de que essa impressão de estarmos tentando nos ''livrar'' de Rénne seja coisa da minha cabeça, meu devaneio durou cerca de trinta minutos até eu cair no sono novamente.

Acordei ainda dentro do taxi, bem na hora em que passávamos pela placa escrita ‘‘Bem-vindo a Forks''

Como meu pai disse, era uma cidade pequena.

Forks é uma cidade do Condado de Clallam em Washington. 3.532 pessoas.  Animador. Assim que passamos pela placa olhei de soslaio pro meu pai como quem diz ''3.532 pessoas?''

- A cidade já cresceu claro. Essa placa não é trocada desde 2010 - diz Charlie

- É garota, agora somos 3.545 - diz o taxista soltando uma risada no final.

Ok com essa eu tive que rir, meu pai tentou fazer uma cara feia para o taxista só que não deu muito certo e ele acabou rindo no final.

- Animação Nessie, aqui é a cidade da pesca, quem sabe você não sai pra pescar uns Salmões com seu velho?

Respondi que sim enquanto revirava os olhos, quem sou eu pra acabar com a felicidade do meu velho?

Eu tinha que dar um desconto pro meu pai, a cidade tinha seu charme, principalmente a natureza, algo abundante por ali, altos pinheiros envolta da estrada denotavam isso. Abri a janela sentindo a brisa húmida arrepiar minha nuca.

- É bem aqui, oque achou?

Virei para o lado de onde meu pai falava, desci do carro para olhar mais detalhadamente, a casa era ótima, dois andares, madeira pintada de branco, uma porta verde escura quase preta, sem muro e sem jardim. Eu cuidaria pessoalmente daquilo, acho que foi justo por isso que segurava uma tulipa na mão.

- Valeu Erick - falou  dando o dinheiro ao taxista.

- Não há de que Charlie, e se precisar é só ligar - disse Erick ajudando meu pai a tirar as malas da porta malas e dando um cartão a ele. - Tchau garota.

- Tchau disse enquanto dava um leve aceno com a mão e ele ia embora.

Ajudei meu pai com as bagagens e entramos na casa, o piso era de madeira, já estava mobilhada, paredes verdes, cortinas pesadas e num tom de azul, mobilha de madeira escura e bem envernizada, uma lareira de pedra clara no canto, encima um quadro de floresta, parecia a daqui, fora outros quadros espalhados pela sala, meu pai deve ter contratado uma decoradora, tinha uma poltrona marrom com um pano xadrez do mesmo tom encima, encostei as malas no canto da porta e fui me sentar no sofá azul, passei os dedos no veludo macio enquanto olhava os detalhes, minha mãe com certeza mudaria aquele lugar, colocaria mais cor, laranja, creme, verde claro, um azul mais celeste, detalhes em vermelho, coisa e tal. A personalidade dela era mais extravagante ao contrário a da minha e de Charlie. Aquela casa estava simplesmente perfeita pra mim, simples e discreta, assim como a cidade, aquela casa tinha seu charme.

-Então oque achou?

Me sobressaltei com a voz de meu pai atrás de mim.

- É... Maravilhosa, eu adorei tudo.

- Então acho que vai gostar do seu quarto.

- Oh claro meu quarto, é...

- Segunda porta a direita, vou junto levar as malas.

Subimos as escadas, enquanto ele colocava as malas dele no outro quarto entrei pra ver o meu. E pela primeira vez dentro de quase um mês me senti em casa. As paredes verdes num tom mais musgo do que o da sala, a colcha rocha, os quadros nas paredes, o closet no canto e as prateleiras vazias, contribuíram para meu ânimo, me senti recomeçando, era isso que meu pai queria? Me fazer recomeçar? Me dar uma nova chance? Bem ele conseguiu talvez ele me conhecesse melhor do que eu pensava.

- Você está sorrindo, eu sabia que ia gostar - meu pai falou da porta com orgulho.

- É pai você acertou em cheio, falei colocando a tulipa na janela.

- Vou deixar você sozinha pra se...habituar

- A claro, o resto das coisas chegam quando?

- Amanhã, espero. Vou ter que ir à delegacia na volta ir resolver coisas de última hora na sua escola, volto com algo pra gente comer, depois passamos no mercado certo?

- Claro, claro, sem fome no momento.

- Ok se cuide - falou deixando um beijo na minha testa.

Ele desceu as escadas e apenas ouvi o barulho da porta fechando.

Olhei pela janela e estava chovendo, esse era a jeito da cidade me dar boas-vindas.


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Notas finais do capítulo

Deixem seus comentários, pf quero saber oque estão achando, não custa nada e aquece o coração de uma autora :)