Sedução Da Noite escrita por Leelan Schaffer


Capítulo 31
Minha garota, não pera...


Notas iniciais do capítulo

Please, wrap your drunken arms around me
And I’ll let you call me yours tonight
'Cuz slightly broken is just what I need
And if you give me what I want
Then I’ll give you what you like
— Avril Lavigne



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– Eu não posso acreditar que você deixou a frança para vir morar aqui. Sério, isso é como a maior loucura que eu já ouvi de alguém. – Alexya estava se sentindo meio alta pela bebida enquanto balançava a cabeça em consternação pelo que Terri havia lhe contado.

– Os franceses são enfadonhos. – Terri declarou. – E todo aquele sotaque cheio de biquinhos... Por favor!

– Mas os franceses são gatos, e isso nem você pode negar! – Alexya se inclinou para frente tropegamente.

– Eu não sei... Prefiro os americanos. – Terri tinha um sorriso lascivo no rosto. – Eles me parecem mais viris.

Alexya tentou uma bufada, mas por detalhe não acabou cuspindo. Okay, então ela estava mais do que alta...

Elas estavam em um ambiente mais oculto do clube, com mesas e poltronas de couro confortáveis em que os melhores clientes se sentavam com suas acompanhantes. Alexya não ficou surpresa ao notar que todos ali eram vampiros e alguns humanos que serviam de alimento.

David, o barmen, passou por Alexya enquanto trazia uma garota morena muito atraente e a apresentava a um dos vampiros que estavam sentados sozinhos analisando a pista de dança. Alexya estava longe o suficiente para não ouvir o que quer que ele tenha dito para a garota, mas seja lá o que tenha sido ela assentiu e sentou-se ao lado do vampiro como se ele fosse a coisa mais empolgante que ela já conhecera.

– Essas pessoas que estão com os vampiros, são escravos de sangue como eu? – Alexya perguntou quietamente para Terri.

– Quem? – Terri olhou ao redor e pousou seus olhos na morena que agora alisava o peito musculoso do vampiro enquanto ele falava algo no ouvido dela. – Não, todos humanos desvinculados.

– Oh Deus, eles estão sob influencia, não estão? – A voz de Alexya subiu uma oitava e Terri fez sinal para que ela abaixasse o tom de voz. – Mas isso não é... Proibido?

Terri olhou para Alexya como se ela fosse algum tipo de deficiente mental.

– Você anda lendo muitos romances vampiricos, Alexya. Encare a realidade, vampiros não seguem regras. Humanos são comida com uma bonita embalagem, apenas isso. Você não pensa muito na vaca quando como um hambúrguer, pensa?

– Isso não é a mesma coisa. Eles são animais, não humanos. – Alexya defendeu.

– E nós somos Imortais, não humanos. – Terri rebateu. – Somos superiores, e isso faz com que vocês sejam apenas comida.

– E quanto aos escravos de sangue? O que eles significam pra vocês? – Alexya questionou.

– São como uma vaca leiteira. – Terri tomou um gole de cerveja.

– Mas que porra significa isso? – Alexya murmurou.

– Escravos de sangue são uma fonte constante de alimento com a qual mantemos algum tipo de... – Terri fez uma pausa buscando a palavra correta. – afinidade, por assim dizer. São melhores que um lanchinho qualquer, mas ainda sim não são iguais a nós. Você poderia classificá-los como meio termo.

– Nossa, agora você fez eu me sentir como um cachorrinho de estimação. – Alexya brincou.

– Boa definição. – Terri concordou séria. Alexya virou os olhos.

– Você parece considerar a imortalidade como um dom e não como uma maldição. – Alexya destacou.

– O copo está meio cheio ou meio vazio? Não é assim tudo na vida? Você apenas escolhe de que forma vai encarar as coisas. – Terri deu de ombros.

– Deus, você é sempre tão filósofa assim? – Alexya se queixou.

– Não. – Terri ergueu a garrafa de cerveja em um brinde. – Apenas quando estou bêbada. Agora, se você me der licença, preciso fazer meu desjejum. – Ela levantou-se da cadeira meio trôpega e seguiu até a pista de dança.

Alexya observava Terri chegar por trás de um cara alto de ombros largos e cabelos loiros e apertar a bunda dele de leve. O cara virou-se para ver quem havia o assediado e encontrou uma Terri terrivelmente bêbada e com um sorriso tímido no rosto como se tivesse feito aquilo sem querer.

Tá, até parece!

O cara sorriu e apenas um dos cantos dos seus lábios se curvou. Quando ele olhou ao redor para ver se Terri estava acompanhada de alguém mais, os olhos de Alexya se fixaram no rosto dele que agora estava bem visível. Era Josh.

– Puta merda. – Alexya resmungou e saltou do seu lugar rapidamente indo em direção a pista de dança.

– Olá. – O barman David disse aparecendo em frente a ela. – Tem alguém incrivelmente atraente e divertido querendo te conhecer. Posso te levar até ele?

Alexya podia ver os olhos verdes dele se tornando quase completamente negros enquanto ele tentava usar compulsão nela e ela sabia que ela deveria desejar ir com ele até onde ele quisesse levá-la, mas a pressa em tirar Terri de cima do seu ex-namorado fez com que ela desconsiderasse qualquer sugestão hipnótica que ele pudesse tentar usar nela.

– Desculpa, mas to meio ocupada agora. – Alexya respondeu alto o suficiente para que um humano normal pudesse ouvi-la acima do barulho da musica e tentou se desvencilhar para longe de David.

– Eu insisto. Você vai adorar ele. – David tinha um sorriso convidativo no rosto e Alexya sentia a compulsão aumentando em torno e dentro dela fazendo com que ela cedesse e o acompanhasse a onde ele queria levá-la.

– Mas eu tenho... – Alexya tentou novamente.

– Isso pode ser feito depois. – David garantiu e Alexya sentiu aquela urgência diminuir dentro dela até se tornar algo tão superficial quanto passar na lavanderia.

– Certo. Aonde vamos? – Alexya quis saber.

David sorriu carinhosamente para ela e respondeu misteriosamente;

– Você já vai ver.

Ele seguiu segurando o braço de Alexya enquanto puxava ela através dos corpos se movimentando e levava ela até a área VIP em que ela havia estado mais cedo com Terri, antes que a vampira tivesse que fazer alguma coisa que Alexya não conseguia se lembrar muito bem o que era.

Eles passaram por diversas mesas onde casais estavam em diversos graus de pegação, - a maioria estava na fase da mordidinha no pescoço – até que pararam um uma mesa afastada onde um cara ruivo estava sentado.

– Esse é o amigo que lhe falei. – David fixou os olhos nos de Alexya e eles eram novamente quase completamente negros. – agora vou deixá-los sozinhos para se conhecerem melhor.

Alexya assentiu com a cabeça enquanto David se afastava. Ela olhou para o ruivo que vestia um terno negro muito bem cortado que ela identificou como sendo um Armani legitimo. Em sua mão havia um copo de Whisky com duas pedras de gelo.

Hum, bonito e com bom gosto. Alexya pensou.

– Venha, sente-se. – Ele a convidou.

Alexya sentiu novamente uma compulsão tomar conta de seu corpo e logo ela estava encarando os olhos azuis do vampiro ruivo enquanto sentava obediente ao seu lado.

– Me diga, qual seu nome? – Ele perguntou com interesse.

Alexya sorriu debilmente para o vampiro e disse seu nome, enquanto um canto do seu cérebro se agitava com uma sensação incrível de dejavú.

O cara ruivo sorriu para Alexya e com esse pequeno gesto fez com que ela se sentisse de alguma forma especial.

– Você tem um lindo nome. – O ruivo declarou enquanto chegava mais próximo a Alexya e começava a falar diretamente em seu ouvido. – Você veio sozinha aqui esta noite?

Alexya pensou um pouco sobre isso e a memória de Terri ligeiramente bêbada lhe voltou à mente.

– Não Augustus. Ela é minha acompanhante essa noite. – Uma Terri nada bêbada e muito irritada pairava na ponta da mesa encarando os dois.

– Vejam só, Theresa! Já se passaram o que? Cinqüenta anos? – Augustus, o vampiro ruivo lançou um sorriso completamente falso na direção de Terri e passou o braço direito ao redor dos ombros de Alexya possessivamente.

– Não passou tempo o suficiente, é o que eu penso. – Terri resmungou e deu um meio passo para mais perto de Alexya. – Agora, se você puder fazer o favor de devolver a minha garota...

Alexya não gostava de ser chamada de minha garota por, bem, outra garota, mas o tom que Terri estava usando não deixava margem para discussão e ela pensou melhor antes de abrir a boca.

– A pequena Alexya? – Augustus olhou para Alexya e passou a unha do indicador levemente desde o maxilar até o ombro de Alexya. – Não sei não, Theresa. Nós estamos nos dando tão bem.

Alexya viu Terri endurecer quando Augustus tocou seu pescoço, e a viu ainda mais furiosa quando ele se negou a deixá-la partir.

Uma parte obscura da mente de Alexya pensou que Augustus poderia ser aquele a dar-lhe o sangue que ela precisava. E por mais que ela quisesse ir com Terri pra longe dele, ela não poderia deixar sua equipe na mão...

– Mantenha esses teus caninos podres longe dela, Augustus. Não sei se andar muito com os lobos danificou os teus sentidos, mas ela é minha escrava de sangue. Você não reconhece o cheiro do laço nela? – Terri dizia cada palavra mortalmente baixo e Alexya pode sentir o ar ao redor da vampira mudando conforme o poder exalava dela.

Augustus enrijeceu e se afastou suavemente de Alexya, como se ela tivesse algum tipo de doença contagiosa. Alexya olhou entre ele e Terri e abriu a boca para tentar explicar que ela não era escrava de sangue de Terri coisa nenhuma, mas a vampira já tinha sua mão fechada em torno do pulso de Alexya enquanto puxava ela para longe de Augustus e de sua chance de ter um pouco de sangue vampirico.

As pessoas na pista de dança se afastavam e abriam caminho por onde Terri passava com Alexya tropeçando para acompanhar o ritmo da vampira. David, o barman olhando confuso enquanto Alexya saia praticamente arrastada para fora do clube com uma Terri muito irritada liderando o caminho.

Quando estavam praticamente no estacionamento, Alexya calçou seus pés no chão e puxou seu braço do agarre de Terri. A vampira parou e olhou para Alexya com olhos incrivelmente assustadores.

Alexya deu um passo atrás. O rosto de Terri suavizou.

– Que merda foi aquela sobre ser sua escrava de sangue, Terri? – Alexya vociferou para a vampira enquanto passava por ela e ia até a calçada. Ela não precisava arriscar ser atropelada no meio da rua.

– De nada, por salvar a sua vidinha humana insignificante. – Terri resmungou, enquanto caminhava até a calçada em um ritmo lento e deliberado. – Quem sabe da próxima vez eu deixo você virar petisco de vampiro.

– É, quem sabe da próxima vez você não se intromete naquilo que não foi chamada. – Alexya chutou uma pedra próxima a seu pé direito. – Merda, Terri! Você estragou tudo!

Terri tinha uma expressão confusa no rosto. Alexya estava se sentindo furiosa.

– Você é estúpida ou algo assim? – Terri chacoalhou os ombros de Alexya um pouco forte de mais. – Você ia ser o jantar, Alexya. Augustos ia beber o seu sangue!

Alexya tirou as mãos de Terri dos seus ombros com um pouco de violência. Terri pareceu não notar.

– E daí? Um pouco do meu sangue por um pouco do sangue dele! Não era uma troca tão ruim, afinal... – Alexya divagou.

– Você pretendia matá-lo? – Terri parecia atordoada.

– Não, claro que não. Eu apenas ia... Negociar com ele. Conseguir um pouco do sangue dele. Um copo seria o suficiente. – Alexya olhou para seus pés pensando em como ela faria para voltar até lá e conseguir um novo doador.

– Você é mais maluca do que eu pensava! Você não pode ter dois laços de sangue, Alexya.

– Eu não quero um segundo laço de sangue! Deus, um já é o suficiente para me deixar louca. Eu quero apenas um pouco de sangue de vampiro. Sangue sem vinculo, sangue sem que um laço se forme. Entendeu ou quer que eu desenhe? – Alexya sabia que provavelmente ela soava meio louca, mas ela não se importava.

– Você quer apenas o sangue, sem o laço? Pela força e tudo mais? É isso? – Terri parecia finalmente compreender.

– É, é isso. E você acabou de estragar a minha única chance. – Alexya resmungou.

– Talvez não. – Terri sorriu como se fosse a portadora de um segredo muito importante. – Me diga Alexya. Que preço você estaria disposta a pagar?


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Notas finais do capítulo

OMG, o que vocês acharam?!