Sedução Da Noite escrita por Leelan Schaffer


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

I can be tough
I can be strong
But with you
It's not like that at all
There's a girl
That gives a shit
Behind this wall
You just walk through it
— Avril Lavigne



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Alexya estava parada dentro do escritório de Lucian. A alça de sua mochila pesava como uma tonelada em seu ombro direito e ela verificava a decoração do lugar para não ter que olhar nos olhos do seu mestre.

Certo, eu sou uma covarde, e daí?

As paredes da direita e da esquerda não podiam ser vistas, estavam cobertas com estantes feitas sob medida onde livros e mais livros chamam a atenção de Alexya.

Seus dedos coçam enquanto ela imagina como seria passar a ponta dos dedos pelas lombadas dos livros, lendo seus títulos, sentindo o cheiro de literatura impregnada nas paginas.

Ela podia sentir suas pernas querendo mover-se mais perto, seus olhos buscando ansiosos.

– E então? – A voz de Lucian interrompeu os devaneios de Alexya.

Ela olhou para ele, lindo como sempre.

Estava sentado em uma cadeira que parecia ser muito confortável, seus cotovelos apoiados em sua mesa de mogno negro, seus dedos entrelaçados.

Olhava fixamente para ela.

Alexya resolveu sentar-se. Se essa ia ser uma conversa longa e desgastante, não tinha por que permanecer de pé.

Moveu-se até uma das duas cadeiras que ficavam em frente a mesa de Lucian, e se surpreendeu por ela ser confortável.

Mas então, tudo na casa de Lucian era confortável.

Atrás de Lucian, a janela de vidro deixava Alexya saber que a noite estava estrelada e, bom, linda.

– O quanto você já sabe? – Alexya arrastou seus olhos da noite lá fora para o rosto de Lucian, se perguntando se ele já não sabia sobre toda a conversa e só estava fazendo aquilo para deixá-la mais desconfortável do que já estava.

Ele deu de ombros. Seu rosto uma mascara de indiferença, nunca traindo nada. – Que você estava nervosa por que tinha que me pedir... Algo. Suas emoções estavam por todo o lado. Chegava a ser enlouquecedor.

Alexya assentiu, aceitando o que ele disse. Fazia sentido. – Eu entendo. Eu acho que eu devo começar te pedindo desculpas? Eu realmente não quis ser uma cadela.

Lucian ergueu uma sobrancelha para Alexya. – Você sempre age sem pensar nas conseqüências? Por que se você sempre o faz, então, geralmente você acaba por ser uma cadela.

Alexya engoliu em seco e olhou para o outro lado. – Você não entende.

– Então me faça entender. Eu acho que mereço, no mínimo, uma explicação.

Alexya suspirou, mas não olhou de novo para Lucian. Ela não poderia. – Você... – Ela toma ar. – Eu não sei exatamente como te explicar isso. – Ela para e pensa por um momento. – É você, sabe? – Seus olhos buscam os de Lucian. – Você faz isso comigo.

– Eu faço você agir como uma cadela? – Ele soava levemente divertido.

Alexya olhou para suas mãos pousadas em seu colo. – Não, não é isso.

– Então o que é? – Ele pergunta, e ela pode sentir os olhos de Lucian perfurando um buraco na sua cabeça.

– Essa... Coisa, de escrava de sangue. – Ela olhou para o céu estrelado lá fora. – No começo, tudo o que eu poderia fazer era enlouquecer. Eu achei que a minha vida ia ser arrancada de mim. Achei que eu nunca mais seria a mesma, e então tinha você...

Alexya olha novamente nos olhos de Lucian. – Você era tão arrogante, tão frio e distante e de repente você era carinhoso, amável até. E quando você me tomava em seus braços, eu me sentia caindo. Uma longa, longa queda. E eu deveria ter medo. Eu deveria querer me afastar, afinal você me lembrava da vida que eu supostamente havia perdido.

Lucian olhava serenamente para ela, e isso fazia com que ela quisesse falar. Se abrir pra ele. Como não havia feito com ninguém antes.

– Mas eu não queria, sabe? Me afastar. E então eu percebi... Que na verdade, eu não havia perdido minha antiga vida. Eu apenas... Eu tinha descoberto novas experiências, mas elas não eram de todo ruim. Mas então, chegava à noite e eu vinha até você. E, Deus, você estava sob minha pele. E você me tocava e eu derretia. Acho que meu cérebro derretia junto, por que eu concordaria com qualquer coisa que você me pedisse.

Alexya balança a cabeça. – Mas, mesmo que você me acuse de ser uma cadela, eu não sou. Ou, bem, não de propósito. Quando o calor do momento passava, eu me lembrava que, querendo ou não, eu ainda tinha uma vida ao sair pela porta. E, bom, eu não queria pensar em como eu ia encarar as pessoas que se importam comigo. Elas não tem culpa da minha... Fraqueza.

– Você considera estar comigo um sinal de fraqueza, então? – Lucian perguntou. Sua voz soava mais rouca do que Alexya esperava.

– Eu não... Olha. – Ela suspira. – Eu não deveria estar com você. Por causa dos meus erros o Josh estará se tornando um lobisomem na próxima lua cheia e eu não tenho nem idéia de como ele vai reagir. E, por mais que eu gostasse de negar, se eu não estivesse estado com você, em primeiro lugar, pode ser que ele não tivesse que passar por isso. E a culpa é toda minha.

– E então o que? Você veio me dizer que está “terminando” comigo? – Lucian faz as aspas no ar. – Por que, pelo que eu vejo, nunca houve realmente algo para ser terminado.

– Não, não foi por isso que eu vim. – Alexya olha novamente para suas mãos.

Deus, as palavras de Lucian a estavam machucando.

– Então o que você quer de mim, Alexya? – Ele praticamente grita.

– Eu preciso estar em algum lugar, amanhã à noite. – Ela responde vagamente, ainda olhando para suas mãos. – E eu quero te pedir que não mande ninguém me buscar. Eu vou aceitar a dor do chamado do sangue.

– E por que eu faria isso? Por que te deixaria ir tão facilmente? Você acha que é só chegar aqui e pedir e eu vou te deixar ir onde quer que você queira ir? Você deveria saber melhor.

Os olhos de Alexya voam em direção aos de Lucian e ela reza mentalmente para que ele veja o desespero dela, veja o quão importante é para ela que ele a deixe ir. – Eu prometo a você que será só essa noite. Prometo que vou ser uma escrava de sangue melhor. Prometo o que você quiser.

Lucian olha pra ela friamente. – Não há nada que você possa me oferecer.

Alexya pensa por um minuto. – Eu... Eu termino com o Josh. Se você me deixar ir, eu termino com ele.

Ela não sabia de onde essas palavras haviam saido, mas sabia que eram um blefe. Ela não terminaria com seu namorado apenas para poder ir a uma festa, terminaria?

Não. Sua mente disse a ela. Você terminaria por que assim você poderia ficar com Lucian.

Bom Deus, o que ela estava fazendo?

Lucian deve ter visto o conflito nos olhos de Alexya, pois ele sacudiu sua cabeça e apenas disse: - Mantenha seu namorado, Alexya. Ter você arrasada pelos cantos reclamando de ter perdido ele não é algo que eu queira passar.

– Então o que? – Ela perguntou. – Isso quer dizer que você não vai me deixar ir?

– Não. – Lucian respondeu, e ele parecia incrivelmente cansado. – Isso quer dizer que você pode ir, por que é isso ou você vai ficar me enchendo o saco amanhã.

O rosto de Alexya se ilumina como as luzes de natal e ela se levanta da cadeira, da a volta na mesa e se joga nos braços de Lucian, o abraçando.

– Valeu! Sério, obrigada mesmo! Eu prometo que vou ser uma escrava de sangue melhor, você vai ver! – Ela beijou a bochecha de Lucian.

Ele apenas sorriu tristemente para ela. – Tanto faz.

– Você é um cara legal, Lucian. – Alexya disse a ele.

Ela tinha o rosto de Lucian preso em suas mãos, enquanto olhava no fundo daqueles tristes olhos azuis. Ela se inclinou e pressionou um beijo cálido em seus lábios, e sentiu o corpo dele se tencionar embaixo dela.

Lucian se afastou.

– Você não deveria fazer essas coisas. – Ele a censurou.

Ela lançou um sorriso brilhante a ele. – Eu não poderia evitar.


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Notas finais do capítulo

Wow, Alexya está finalmente reconhecendo seus sentimentos pelo Lucian?
O que vocês acham pessoal?

XOXO