Sedução Da Noite escrita por Leelan Schaffer


Capítulo 16
A realidade bate a porta... Mas não gira a maçaneta. Ufa!


Notas iniciais do capítulo

Have you ever fed a lover
With just your hands?
Closed your eyes and trusted
Just trusted?
Have you ever thrown a fist
Full of glitter in the air?
Have you ever looked fear in the face
And said "I just don't care?"
— Pink.



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Alexya estava na terceira aula do dia, escrita criativa e a professora, Senhora Hope – Eu sei, Esperança? - estava explicando aos alunos como eles deveriam baixar as defesas de sua mente e simplesmente escrever o que quer que sua cabeça desejasse criar, por mais absurdo que fosse, para que começássemos a adentrar em terrenos desconhecidos para a maioria dos alunos.

– Vocês podem escrever sobre qualquer coisa. Apenas fechem seus olhos e imaginem uma cena diferente. O tipo de cena que você poderia ver em algum filme fantasioso. – Sra. Hope explicava. – Vocês podem usar pessoas que conhecem como personagens. Vocês agora são como um Deus! O destino delas está em suas mãos. Vocês irão decidir o que irá ocorrer com elas.

Alexya realmente gostava da aula de escrita criativa. A senhora Hope falava sobre o assunto de uma forma tão apaixonada que era difícil você não se perder em meio as suas palavras e divagar junto com ela. Alias, olhando ao redor da sala, Alexya percebeu que ela não era a única presa nas palavras da professora.

– E se eu quiser ser a personagem principal, eu posso? – Uma garota ruiva no fundo da sala, perguntou.

– Você está livre para preencher qualquer papel na história. Você pode até criar outra aparência. Ter poderes mágicos. Eu só não quero que vocês usem um roteiro que já estava escrito. Roubar personagens, ok. Se colocar no lugar da mocinha e deixar que outra autora decida o rumo da historia, não. Vocês são os Deuses agora. Vocês têm o poder de criar e devem usá-lo. – Senhora Hope respondeu, gesticulando com as mãos.

– E lá se vai a sua chance de se colocar no lugar da Sookie Stackhouse, Luisa. – Outra aluna, dessa vez morena, brincou com a ruiva que havia feito a pergunta.

Risos soaram ao redor da sala com a piada, mas a ruiva, Luisa, não pareceu se importar com a brincadeira da outra garota. Por um momento Alexya se lembrou das brincadeiras entre ela e Melanie e se pegou sorrindo também.

– E agora vem a parte boa.- Sra Hope continuou, sorrindo abertamente. – Para a próxima aula, eu quero que vocês escrevam um pequeno conto. E esse conto vai valer a nota do trimestre, então eu não vou aceitar desculpas como “ah professora, estava no bolso das minhas calças jeans e eu acidentalmente lavei meu trabalho.”. Sério pessoal, eu não sei como vocês acham que eu ainda vou cair numa história tão velha quanto essa.

Gemidos de desanimo soaram pela sala, quando os colegas de Alexya se deram conta de que tinham exatamente uma semana pra fazer o trabalho, e como valia a nota do trimestre, não haveria como simplesmente não fazê-lo.

– Agora vamos ao que interessa. – A Sra. Hope pegou o canetão e começou a escrever no quadro, pontuando cada item com uma seta. – O tema é o sobrenatural. Vampiros, fadas, lobisomens, fantasmas... Vocês podem usar um só ou vários deles no texto, desde que eles interajam de uma forma coerente. Segundo, você será o personagem principal. Suas características e adjetivos devem ser aqueles que vocês reconhecem em vocês mesmos, nada de colocar que você é incrivelmente atraente se você não se sente assim. Mas se quiserem, vocês podem ter características como velocidade ou força, no caso de escolherem ser um dos seres sobrenaturais. Eu quero um conto de no mínimo 5 folhas, escritas no Word com letra em tamanho 11. Nada de aumentar a letra pra atingir o tamanho pedido, hein pessoal. Isso é coisa de ensino fundamental.

Alexya anotava cada ponto em seu caderno, prestando total atenção as palavras da professora.

– Trabalho com capa, margem e por Deus, eu não deveria nem ter que lhes lembrar isso, mas uma biografia abreviada do escritor, no caso vocês, no final. E antes do conto, uma sinopse instigante, pessoal. Eu não quero um resumo, ouviu Daniel? – A Sra. Hope disse, olhando pra um dos jogadores de futebol americano que estava conversando no canto da sala. – E espero que todos vocês saibam a diferença entre resumo e sinopse. Agora, eu aconselho a vocês que comecem a trabalhar.

A professora se virou para falar com uma aluna que havia ido até ela provavelmente para tirar suas duvidas com relação ao trabalho, quando ouviu o que mais temia desde a noite passada.

– Você é amante de um vampiro.

Pânico invadiu o corpo de Alexya, seguido por culpa. Seu primeiro instinto foi negar. E então ela se forçou a se manter tranqüila, embora um monte de sentimentos se agitasse dentro do seu corpo.

– Desculpe, eu acho que ouvi errado. O que você disse Brittany? – Alexya perguntou tranquilamente como se por dentro não estivesse quase tendo um AVC.

– Você. Amante de um vampiro. – Ela disse, sorrindo.

Alexya abriu a boca para negar, afinal não fazia idéia de como Brittany havia descoberto sobre Lucian, mas não importava. Ela morreria negando.

Brittany deve ter visto um olhar de confusão no rosto de Alexya, por que ela logo se apressou em explicar. – No meu conto. É meio assim, aparecem algumas vitimas de assassinato nessa pequena cidadezinha, e tudo indica que é um vampiro por causa das perfurações. Eu sou uma detetive, que é lobisomem durante as luas cheias. E você é a amante de um vampiro, que no caso seria o Josh. E no começo tudo aponta para o Josh, mas no final vai ser descoberto que é outro vampiro, mas não um vampiro bonzinho como o Josh.

Alexya sentiu a tensão deixar seus ombros e soltou a respiração que ela não tinha notado que estava segurando. Ela assentiu para Brittany, deixando claro que havia entendido.

– E quem é o vampiro mal? – Alexya perguntou.

Brittany fez uma cara de desgosto e engoliu em seco. – É a Melanie.

Alexya levantou uma sobrancelha interrogativamente, mas não disse nada. Alexya não era cega, e já havia visto a forma como a amiga tratava a garota. Não era grande surpresa que Brittany quisesse colocar Melanie no papel de vilão em seu conto. Ao menos ali, Brittany poderia brincar de Deus e castigar Melanie pelos seus erros.

– E eu, tenho algum poder especial? – Alexya perguntou, divertida.

Brittany franziu o cenho como se estivesse pensando sobre isso. – Na verdade não, mas você é incrivelmente bonita, se serve de consolo. E muito corajosa. – Ela deu de ombros. – Não é muito diferente da realidade, realmente.

O sinal do intervalo soou e Alexya pegou seus materiais e se virou para Brittany, que recolhia suas coisas na mesa atrás da dela.

– Você sabe o que? Você poderia me dar uma cópia do seu conto, depois que você entregar ele. Pra eu dar uma lida. – Ela disse com um sorriso.

Os olhos de Brittany se acenderam como as luzes de natal. – Claro. Te dou sim.

As duas saíram da sala, se enfiando nos corredores cheios de alunos e professores. Alexya e Brittany conversavam sobre a festa de comemoração à nova capitã das Wolf’s que seria naquele final de semana, quando uma mão pousou no ombro de Brittany e ela ouviu uma voz – uma que não deveria estar nos corredores da faculdade de Alexya.

– Hey, maninha.

Os olhos de Alexya cruzaram com os de Kyle e de repente ela pensou que o conto que Brittany iria escrever poderia não ser tão fictício quanto ela havia pensado.


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Notas finais do capítulo

Woow, por essa Alexya não esperava... '-'