– Vocês estão me dizendo que algo ou alguém ajudou Laufey a chegar até Asgard. – Thor disse tentando absorver a informação recém passada. – Mas quem?

– É isso que temos que descobrir, pode talvez estar relacionado com as energias registradas em Midgard. – Sif disse observando o loiro. – Quanto mais cedo partirmos para lá, melhor. – Loki apenas observava, não ousava falar, pois temia que o irmão não acreditasse nele. Estava curioso para descobrir a fonte de tal energia, poderia ser algo grande, poderia se aproveitar, enfim, de algo. Thor depois de muito pensar, disparou para Sif:

– Não posso partir sem saber o que Laufey quer com Odin. Amanhã me encontre aqui ao amanhecer, é o tempo que peço, quanto a você – Se virou para Loki – Não quero arriscar, ficará em Asgard sob os poderes de Odin. Já causaste muita destruição por lá, não será bem recebido. – Loki iria retrucar, mas Sif o interrompera:

– Nesse caso eu não vou. – Lady Sif declarou e ambos irmãos olharam perplexos para ela. – Odin, o Pai de Todos e rei de Asgard me deu a tarefa de vigiar cada passo e limitá-lo, seja aqui ou seja em Midgard. Eu dei a minha palavra que faria isso e eu vou. Aonde eu for, Loki irá também. – Thor olhou pensativo para a deusa enquanto Loki olhava para os lados disfarçando um riso miúdo que acabou por brotar em seus lábios.

– Se é assim, ele irá conosco. Mas Sif, tenha cuidado. – Thor disse cauteloso e Sif apenas acenou compreensiva com a cabeça. – Verei se descubro algo sobre a visita de Laufey, interrogarei até os guardas se for preciso. Lady Sif, Loki, amanhã ao amanhecer partiremos, estejam prontos. Acenou com a cabeça e saiu da sala de jantar, deixando Loki e Sif sozinhos. Por um instante eles se encararam e Lady Sif foi a primeira a quebrar o silêncio:

– Vou para a sala de treinamentos – Fez uma pausa – Você vem? – Loki apenas deu de ombros e seguiu a garota, ambos sem dizer uma palavra, deixaram o cômodo em direção ao espaço de treinamento, até que Loki disse:

– Obrigada por me incluir nessa, cara Lady Sif. Não aguentaria passar o resto da eternidade preso em Asgard em pleno tédio. – Disse e sorriu largamente. Sif em um movimento súbito, tirou sua adaga do cinto e prensou-o contra o pescoço de Loki, empurrando-o contra a parede, e disse com um tom de voz que Loki podia jurar ser gostoso demais para o momento:

– Eu apenas fiz aquilo, pois mantenho minha palavra. Se você, Loki, deus da Trapaça ousar nos trair- Sif foi interrompida por ele:

– Já sei – disse entre risadas irônicas - você vai me matar.

– Matar? Não – Sif disse rindo e entrando no jogo do deus – Você com certeza merecerá coisa pior, muito pior. – Disse e ele subitamente parou de sorrir lembrando-se do tempo que ficara preso. Com certeza preferiria a morte. Em um movimento rápido, Loki tomou a adaga das mãos de Sif e girou, prensando-a na parede.

– Sabe que esse tempo preso me fez esquecer de como você poderia ser agressiva, Sif. – Ele disse rindo provocante na cara da garota, numa distância pequena demais. – Que bom que você me relembrou, também esqueci de como esse papel de durona fica sexy em você. – Loki disse essas palavras num sussurro, e Sif já havia amolecido e por um momento em seus braços, cerrou os olhos para apreciar o tom dele e as palavras ditas, até que ouviu o barulho de guardas em sua direção e subitamente empurrou-o e lhe deu um tapa.

– Nunca, jamais me toque de novo, trapaceiro. – Ela disse dura e impassível, e saiu em passos largos na direção contrária do deus, que por alguns momentos sustentou um riso vitorioso.

Xxx

O dia ainda não havia iniciado na enorme Asgard e Loki, Thor, Sif e os três guerreiros atravessavam a bifrost em passos largos, rindo e conversando entre si.

– Relaxem meus amigos, eu não vou demorar. Assim que resolvermos os problemas que afligem Midgard, voltaremos.

– Então nunca voltaremos. – Loki que até então havia permanecido calado, falou, porém foi ignorado.

– E como sobreviveremos sem a nossa guerreira favorita – Fandral disse dramatizado e Sif o olhou rindo.

– Pobre Fandral, minha ausência vai ser difícil, mas você sobrevive. – Ela disse ainda rindo. – Assim como sobreviveu àquela batalha em Jotunheim.

– Sinto que não sobreviverei à isso. – Disse, fazendo todos rirem, e deu um sufocante abraço em Sif, mantendo suas mãos eu seus ombros em seguida.

– Oh por favor, você sobreviveu a coisas piores. Certamente na primeira elfa de luz que você encontrar num bar em Alfheim, já nem lembrará meu nome. – Sif disse e todos riram, concordando.

– O que farei sem seu delicioso bolo de canasta ou seu ensopado de rena, Lady Sif? – Volstagg disparou, entrando na brincadeira.

– As cozinheiras fazem melhores que aquilo, por favor – Sif disse entre risadas. Loki, que até ali permanecia calado e com a cara fechada, disparou:

– Não é como se ela fosse ficar pra sempre em Midgard.

– Sim rapazes, parem de drama, dentro de alguns meses estarei de volta. – Sif disse concordando.

Ao chegarem à Heimdall, Thor com um semblante sério e preocupado, perguntou ao vigilante:

– Heimdall, existe alguma outra ponte como esta em algum dos nove reinos?

– Não que eu saiba – fez uma pausa - A Bifrost é única nos nove reinos. – respondeu.

– Como eu imaginei. – Thor disse, deixando todos confusos. – Fandral, Volstagg, Hogun, com a minha ausência e a de Lady Sif, preciso que vocês fiquem de olho em Asgard, sejam os olhos e ouvidos de meu pai, defendam-na como vocês sempre fizeram. – Os três apenas concordaram. Olharam entre si e, em uníssono, declararam:

– For Asgard! – E sorriram.

– Descobriu algo sobre a visita de Laufey? – Sif perguntou, quebrando o clima feliz.

– Vi a hora em que Laufey saiu da sala do trono, e deixou Asgard com uma espécie de energia branca. Perguntei ao Pai de Todos e ele, deliberadamente, se recusou à responder. – Thor disse e Sif completou:

– Estranho...