Fazia um belíssimo dia, daqueles que qualquer um faz questão de sair de casa para aproveitar.

O sol brilhava fortemente, mas ao mesmo tempo não era um dia muito quente. Era agradável para qualquer tipo de pessoa.

A moça sorriu para seu reflexo no espelho e ajeitou a coroa que adornava delicadamente seu cabelo, fazendo em seguida o mesmo com o vestido branco - e a mão demorou-se acariciando o ventre, um pouco maior.

O dia pelo qual mais ansiava finalmente chegou: ela e Gray, seu Gray-sama, iriam formar um laço que duraria para sempre.

Encarou-se pela última vez e abriu a porta da sala onde estava

- Juvia! - Era Lucy - Eu estava indo te chamar, você tá pronta?

Assentiu, já estava pronta há muito tempo.

Andava em passos lentos, prestando atenção em cada detalhe do lugar no caminho.

Lá esperavam os padrinhos. Lucy correu para o lado de Natsu - que agora era, oficialmente, seu namorado - e os dois foram para a fileira de entrada na cerimonia.

Gajeel, que iria levá-la ao altar, estava impaciente.

- Você demorou. - Ele disse, com a cara emburrada de sempre, e Juvia sorriu. O conhecia bem o suficiente para saber que ele estava muito feliz por ela, apesar de não falar.

A cerimônia começou.

Ela caminhava ao som da clichê Marcha Nupcial, mas tocada em um arranjo, tão único e lindo, no piano.

Seus olhos só focavam nele, e os dele nela.

O tempo paralisou durante essa troca de olhares e toda a vida a dois passou pela mente da noiva.

Pensando bem, era engraçado o sol ter dado as caras quando todas as etapas de seu relacionamento com o Fullbuster avançaram em dias chuvosos e com direito a bons clichês.

Conheceram-se em uma cafeteria, onde ele trabalhava como gerente para pagar as despesas da faculdade.

Gray veio para sua cidade após, num ímpeto de fúria, querer provar ao cunhado e a irmã mais velha, Lyon e Ultear, que era capaz de se sustentar em outro lugar sem a ajuda de ninguém. Então, conseguiu esse emprego com a amiga de infância, Erza, que era dona do lugar.

Após esse dia, Juvia sentiu-se completamente encantada pelo rapaz e começou a frequentar cada vez mais o lugar.

E então, tornaram-se amigos íntimos.

Até que, certo dia, decidiu-se declarar o que sentia para ele.

Foi em meio a chuva que Juvia disparou um “eu te amo” afobado, seguido de “quero ter trinta filhos com você”, atropelando-se nas palavras. E o beijou.

Um beijo urgente, apaixonado, que ela tanto fantasiou. Um beijo na chuva, típico desses clichês de filmes.

Depois do acontecido, ela teve que fazer uma viagem de um mês para a França, a trabalho e também para visitar alguns parabéns.

Quando voltou, encontrou Gray a sua espera no aeroporto e foi recebida com um “bem vinda de volta, garota da chuva” e um pingente com formato de floco de neve.

Naquele mesmo dia frio e chuvoso de outono, tiveram sua primeira vez na casa dele e a garota sentiu-se completa.

Ele arrumou um emprego melhor: Lucy, uma amiga cujo pai era um homem bastante influente, conseguiu indicá-lo para uma empresa de marketing, onde conseguiu bom cargo e por terem visto futuro nele, era bancado também com cursos. E ele estava cada vez mais perto de se formar.

Um ano depois, Juvia descobriu estar grávida. Estava nervosa por não saber como falar com o namorado, insegura, mas feliz, realizada. Construiriam uma família juntos.

Comprou um lindo sapatinho de lã e o usaria para contar a Gray, uma espécie de surpresa (e já não era uma surpresa por si só?!).

E quem foi surpreendida foi ela: quando ia pegar os sapatinhos, o rapaz surgiu com uma caixinha. Um anel de noivado.

Era um pedido de casamento.

A chuva lá fora cessou.

.

Agora, estava a uma palavra de realizar seu maior sonho.

Não conseguiu nem mesmo conter as lágrimas.

- Eu aceito. - Declarou, sorrindo, sendo beijada por ele antes mesmo de o padre anunciar que “pode beijar a noiva”.

E foram felizes para sempre.