Sherlock Holmes e o Sumiço da Caixa Espanhola escrita por Carol Stark


Capítulo 15
O Encontro na Mansão


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês!!
Mais mistérios e surpresas pela frente ! **)



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Após o incidente no cemitério, Greyk seguiu com muita dificuldade para sua casa, em algum lugar da cidade, e exausto, desmaiou sentindo ainda sua perna latejar. Acordara e já era dia e foi assim, que em sua sala, Greyk resmungava enquanto realizava sem hesitar, sua própria operação para retirar a bala...

— Maldito doutor! – Greyk falava entre dentes tentando suportar a dor – Ele me paga por isso... Ah, se paga.

Já havia injetado em si mesmo uma substância anestésica mas que ainda não fazia efeito. Greyk estava sentado em seu sofá com a perna atingida estirada numa mesa a sua frente. Tinha ao seu redor vários instrumentos metálicos, cortantes e não cortantes, frascos, panos e curativos diversos. Toda a mesinha e o chão estava respingado de sangue e podia-se ser vários panos ensopados largados no chão próximo onde estava sentado.

Greyk agora não mais sentia tanto o ferimento, o que indicava que o anestésico fazia finalmente algum efeito e com um dos instrumentos retirava friamente a bala que ficara alojada em sua perna na região da panturrilha. Ainda assim, urrou de dor. Largou a pequena bala e após lavar o local, jogou uma substância levemente esverdeada para uma rápida cicatrização que ao escorrer pelo ferimento ardeu sem piedade, fazendo-o gritar mais uma vez.

— Por pouco meu plano não deu certo! Mas eles não perdem por esperar. – Greyk falou rouco de dor e ódio, e agora improvisava um curativo para em seguida amarrar firmemente um pedaço de pano pressionando o local para o estancamento do sangue.

Ele mal conseguia mover a perna, mas ainda assim, levantou-se e entrou rumando para um dos aposentos da casa. Papéis, retratos e jornais velhos era o que ocupava maior parte deste aposento. Greyk sentou-se em meio a esse caos e segurou em suas mãos um papel que continha uma pequena lista de nomes, no qual um já estava riscado. O de Pablo Valdéz. Leu e releu aqueles simples nomes arquitetando qual seria seu próximo passo.

***

Um dia se passara e nenhuma notícia de Watson chegara até Sherlock; muito menos de Rita. Porém isso de maneira alguma indicava que ambos não pensavam no detetive.

“Eu não acredito que estou fazendo isso. Ele deveria estar aqui agora, mas claro! Foi dar um de herói. Ah, caro Holmes, você vai se ver comigo! Não participarei de mais nenhum caso! Não, não , não definitivamente.” – Esses eram os pensamentos de Watson enquanto adentrava apreensivo na propriedade do falecido irmão Valdéz.

Já passava das 16h e por ser uma enorme e rica mansão, encontrava-se mais afastada das demais, o que dava certa segurança ao doutor agora. Watson atravessou os portões, sorrateiro observando tudo ao redor, tentando, como foi recomendado por Sherlock, não apagar nenhuma prova sequer. Nada de interessante pôde observar; apenas pegadas pela estreita trilha até os portões. Resolveu então se ocupar disso.

Watson chegou mais perto do chão inclinando-se para frente, mas não sendo suficiente, agachou-se. Dois tipos de pegadas ele logo reconheceu, pois uma era pequena ora rasa e ora profunda, o que pela convivência com Sherlock, pôde deduzir que o dono da pegada andava apressado ou corria, e o outro tipo eram bem maiores e profundas; alguém corpulento e alto.

“As menores, as de Rita e as maiores de seu irmão.” – Assim pensava Watson com os olhos semicerrados ainda observando as pegadas marcadas no chão úmido. – “Deve ter sido no dia da morte de Pablo, obviamente. Foi a última vez que Rita o viu aqui em sua casa... Mas sendo assim, Sherlock também estava aqui já que seguira Rita... Onde estão suas pegadas...?” – Watson continuava agora curioso e decidido a encontrar algo importante. Saiu caminhando lentamente pelo jardim da frente da mansão e viu por entre as plantas médias e verdes, algumas secas e rentes ao chão. Por cima delas, pegadas sutis e mais afastadas das duas anteriores.

— Achei você Holmes! – Watson falou em voz alta mirando o rastro do amigo – Ok, é melhor entrar agora e terminar logo com isso. – Voltando para a estreita trilha para entrar na casa, viu do lado oposto às pegadas de Sherlock, também algumas plantas caídas e espaços consideráveis entre elas o que indicava que uma quarta pessoa esteve por ali. – Hum! Talvez tenha sido o homem de quem Sherlock nos falou. – Watson falou e abriu a porta da casa entrando em seguida.

— Alguém acaba de entrar! – Lestrade exclama com seus olhinhos esbugalhados; neste momento se aproximando da mansão a tempo de ver o calcanhar de Watson para em seguida a porta se fechar. O inspetor desceu do coche e continuou:

— Mexam-se seus palermas! Procurem alguma entrada dos fundos enquanto eu e mais um vamos por aqui! – Falou apontando para um dos policiais e depois para os portões de entrada. - Cerquem o intruso!

— Sim inspetor! – Responderam alguns já se direcionando para a parte de trás a procura de alguma forma de entrarem.

— Você! – Lestrade apontou para um outro – Suba naquela árvore!

— Mas senhor--

— Isso é uma ordem! Vá e nos dê cobertura. E caso o intruso consiga fugir, atire apenas para imobilizá-lo.

— Certo. – Falou subindo a contra gosto, porém eficiente na frondosa árvore.

— Isto aqui é caro. – Watson falava simples observando um comprido vaso ao canto da parede. Caminhava com atenção. Viu que a casa possuía várias escadas e era dividida por alas: uma para empregados talvez, outra para visitantes, outra para ele, e ainda muitas outras que não conseguiu imaginar utilidade.

O ambiente estava úmido e cheirava mofo em algumas partes, certamente os empregados não mais viviam ali e o local estava agora abandonado até que a Scotland Yard chegasse, revistasse e interditasse para investigações.

A Sala era a maior que Watson já vira. Percorreu o olhar por toda ela mirando cada canto e mobília que eram inclusive de luxo. Móveis de boa madeira com desenhos esculpidos; símbolos de seu país de origem. A lareira ocupava toda uma parede com ainda quadros belíssimos de renomados artistas em molduras douradas e cor de mogno. Uma estante ocupava a parede adjacente. Inúmeros livros a preenchiam e um lustre cintilante fora pendurado no centro do teto. De fato, apenas naquele cômodo, Pablo já possuía muito dinheiro com aquilo se resolvesse vender tudo. Mas claro, continuaria com a mansão e conseguindo a caixa, se tornaria o homem mais rico e influente da Inglaterra. Watson caminhou até a lareira e tocou-a. A parede fora trabalhada minuciosamente em alto relevo que se vistos de longe, formavam um discreto castelo. Watson admirou aquela arte ainda passando os dedos por sobre ela e apenas uma pequena parte estava em baixo relevo, o suficiente para um polegar na horizontal. O doutor encaixou seu polegar no local e com um estalido, a lareira saiu milímetros para fora.

Quando Watson ia abrir a passagem que acabara de descobrir, ouviu um ruído vindo dos fundos. Correu até uma parede encostando-se nela e mirando com o canto do olho corredor adentro. Voltou-se para frente encarando a porta, apreensivo. Alguém tentava entrar para o desespero do doutor. Viu a maçaneta girar lentamente, mas não pôde ver quem entrava, pois saiu deste corredor um homem alto com uma arma que Watson logo desarmou e socou-o; girou e ficou de frente para o corredor. Mas ouviu uma voz gritar vinda da porta:

— PAREM! Este é o Dr. Watson!

— Lestrade?!

— Dr. Watson, o que faz aqui?!

Ambos se encaravam incrédulos enquanto todos os policiais abaixavam as armas.

— Creio que o mesmo que você e que inclusive deveria ter avisado a Holmes e a mim não acha? – Watson perguntou irônico.

— Apenas gostaria de ter uma certa vantagem do Sherlock... Mas e então, encontrou alguma coisa?

— Não.

— Por um momento pensei que fosse a tal pessoa que apareceu no cemitério. O zelador nos chamou e fomos até lá. Não havia mais ninguém, apenas algumas gotas de sangue e furos de balas... Estamos atrás desse impostor. Parece-me perigoso.

— Ah, que ótimo. Sherlock e eu também queremos pegar este patife! – Watson exclamou expressando ainda raiva – Quer dizer então que consegui acertá-lo?! – O doutor pensou alto e satisfeito.

— Bem, então ao trabalho! – Lestrade falou alterando a voz - Vamos nos dividir: três homens venham comigo para a ala a esquerda. Mais quatro vão para a ala direita, o restante, vasculhem os demais andares. Watson fique por aqui, caso alguma coisa possa acontecer.

Watson consentiu, pois assim desejava. Alguns segundos depois, se viu sozinho novamente naquela sala, e sem demora, se dirigiu novamente para a lareira.

Abriu-a.


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Notas finais do capítulo

... E o que será que Watson vai encontrar...?

Vejo vocês nos reviews! :D

Ps: Procuro imagens mais parecidas possível com minha imaginação, mas é claro, APENAS MINHAS DESCRIÇÕES, NO ENREDO SÃO IMPORTANTES; as imagens são apenas ilustrações para tornar o capítulo mais imaginativo. ^_^
Beijocas!!