The Auror escrita por Heitor
O gato cinzento vinha descendo as escadas, calmamente. Era engraçado ver seu movimento e jeito tão passivo. Fazia esquecer o mal que estava por vir. Mas essa sensação era passageira.
– Qual o problema, Hunter? – Disse Eleanor, ao gato. Havia acabado de romper o silêncio. Eles não disseram nada desde que Kailene foi embora.
O gato miou.
– Vou colocar sua ração. – E pegou o gato no colo, e levou-o para a cozinha.
– Vocês já pensaram no que vamos fazer?
– Eu pensei no que eu irei fazer. – Disse Adam.
– Sou eu que devo chutar esse mal daqui. – Disse Klaus.
– Não é nem você, nem ele. – Disse Zoey. – Nós vamos fazer algo.
– Nós? – Exclamaram Adam e Klaus em uníssono.
– O que quer dizer com isso? – Perguntou Adam.
– Quero dizer que esse grupo que você vem treinando entrará em ação.
– Mas Zoey, eles só tem dois dias de treinamento!
– Não nos subestime. – Disse Klaus.
– O que você estava pensando, Adam?
– Já que eles tanto me procuram, eu vou atrás deles. – Disse o garoto. – Vou me oferecer. Se eles me querem, darei isso a eles. E em troca, irei dizer para fazerem uma visita aqui pacificamente.
– Não! – Exclamou Zoey, indo até ele. – Você não vai se entregar!
– Eu tenho!
– Não seja burro. – Disse Klaus. – Você não conhece Oris. Ele faz qualquer coisa por poder. Ele tem o típico jeito de pessoas que gostam de ver os outros sofrerem.
– Então, o que faremos?
– Vamos até lá. – Respondeu ele. – Juntos.
– Temos que impedi-los. – Completou Zoey.
– Então é o que faremos. – Disse Adam. – Iremos até lá.
Ao pôr do sol, o grupo se reuniu na rua das casas amarelas.
Adam, Zoey, Klaus, Eleanor, Beatrice, Augustus, e Jason.
Depois de Adam explicar todo o plano, Jason perguntou:
– E como vamos chegar lá?
– Qual de vocês sabe aparatar? – Perguntou Adam.
Eleanor, Jason e Klaus levantaram as mãos.
– Então vocês serão nossas caronas. – Disse Zoey.
Os sete caminharam até a área rural. Eles aparentavam coragem, mas não era o que sentiam no momento. Todos estavam muito tensos, a não ser Beatrice, que andava com uma cara sonhadora. Para ela, era como se fosse uma aventura. Ela era destemida.
Ao chegarem em frente ao bosque, Adam respirou fundo.
– Você não irá chamar a Tori? – Perguntou Zoey, sussurrando próximo ao ouvido de Adam.
– Ela está mal. – Disse Adam. – Precisa ficar perto de Neville.
E entraram no bosque. Adam, Zoey e Klaus caminharam na frente. Augustus, Eleanor e Jason logo atrás. Beatrice ia andando calmamente olhando ao redor.
– Aqui é um local agradável. – Disse ela.
Ninguém respondeu.
Ao saírem do bosque, na ponta do penhasco, Adam se aproximou e olhou para baixo. A água estava agitada. Chocava-se nas rochas pontudas com força.
– É agora. – Disse ele.
Os outros seis assentiram.
Eleanor, Jason e Klaus ficaram a frente.
Beatrice segurou em Eleanor. Adam e Zoey seguraram em Jason. Augustus segurou em Klaus. E eles sumiram de cima do penhasco num estalo.
+ + +
– Senhor. – Disse Oliver. – Está tudo pronto.
– Ótimo. – Respondeu o senhor. Mas a voz não pertencia a Oris.
– Os gigantes, alguns centauros, o maior número de membros, e outras criaturas já estão preparados. Aguardarão o sinal de Oris.
– Certo. – Disse a voz. – Ele saberá a hora certa.
+ + +
Adam, Zoey e Jason sentiram o solo firme abaixo de seus pés. Cambalearam um pouco de um lado para o outro. De repente, Beatrice e Eleanor apareceram ao seu lado.
– Aonde está Klaus? – Perguntou Eleanor.
Um estalo.
– Bem aqui. – Respondeu ele, aparecendo logo à frente, com Augustus ao seu lado.
O enorme castelo estava um pouco mais à frente deles. O grande portão com lanças afiadas na ponta impedia a passagem.
– Como vamos entrar sem chamar a atenção? – Perguntou Eleanor.
– E quem disse que não queremos chamar a atenção? – Disse Klaus.
– Nos três vocês executam o feitiço Bombarda. – Disse Adam.
Eles assentiram.
– Um.
Eles sacaram as varinhas.
– Dois.
Deixaram apontadas ao portão.
– Três.
As mãos deles tremiam.
– Bombarda! – Gritaram todos.
O grande portão estourou com um alto barulho. Alguns pedaços de ferro voaram ao lado deles, e caiu do penhasco.
– Corram! – Disse Adam. Os sete correram para dentro, com as varinhas em punho.
Uma mulher morena e um outro velho apareceram na porta do castelo, com as varinhas apontadas a eles.
Antes que eles abrissem a boca, Klaus e Augustus gritaram:
– Estupefaça!
E os dois bateram com a cabeça na porta e desmaiaram.
– Muito bem. – Disse Eleanor.
– Não há tempo para elogios. – Replicou Adam, abrindo a grande porta do castelo.
O hall era enorme, e seis bruxos estavam parados franzindo a testa para eles, com as varinhas em punho.
– Ataque surpresa, é? – Debochou um homem, que usava um anel de esmeralda. Um brilho verde faiscava na pedra.
Adam e Zoey o reconheceram.
A garota correu na frente de Adam e gritou:
– Estupefaça! – O homem riscou a varinha no ar rapidamente e o feitiço ricocheteou. Zoey foi acertada na barriga e se chocou contra a parede.
Os jovens entraram no hall, antes que Adam pudesse se dirigir a Zoey, uma sombra negra passou em alta velocidade em sua frente e se materializou em uma mulher ao lado da garota. A mulher levantou Zoey, que estava fraca devido ao tombo, e puxou seus cabelos para trás. A varinha da mulher estava apontada ao queixo da garota.
– Solte a! – Gritou Adam.
E de repente, tudo aconteceu muito rápido.
Várias penumbras negras rodopiaram em volta deles, e se materializaram em pessoas. Homens e mulheres, todos vestidos de pretos. E um á um, prenderam os jovens com a varinha apontada ao queixo.
Menos Adam, que ficou parado observando a cena no meio do hall.
– Solte os! – Gritou ele.
– Que gritaria é essa? – Perguntou um senhor, parado no alto da escada que ficava no centro do hall. Em frente a Adam.
– Flavius Braeden? – Perguntou Adam, boquiaberto. O ex-ministro, que Oris dizia ter se sacrificado no ministério, estava parado a alguns metros dele. Em carne e osso.
O homem era uma versão mais velha de Oris. Seus cabelos escuros com alguns fios de cabelo grisalho. Ele foi descendo a escada calmamente, com a varinha curta apontada a Adam.
O garoto não ousou se mexer. Flavius foi até ele, e antes que Adam se desse conta, ele acenou com a varinha e Adam caiu no chão, com correntes de aço prendendo-o contra o piso.
– Não! – Gritou Zoey.
– Sua namorada? – Debochou Flavius. - Traga-me ela aqui, Joanne. – Disse ele á mulher que segurava Zoey.
Sem hesitar, a moça foi, ainda pressionando os longos cabelos negros de Zoey para trás. A garota tremia.
– Jogue-a. – Ordenou Flavius.
A mulher empurrou Zoey contra o chão, que abraçou Adam, e logo depois tentou remover as correntes. Mas era impossível.
– Não os machuque! – Disse Eleanor. O homem que estava segurando ela, cutucou-a com força com a varinha no pescoço. Ela gemeu.
– Agora, traga a garota para mim. – Disse Flavius. A mulher levantou Zoey e segurou seu braço com força, pôs a garota na frente de Flavius. Zoey ousou olhar no fundo dos olhos negros do homem.
– Seu monstro! – Gritou ela.
– Não, Zoey! – Dizia Adam, se debatendo no meio das correntes. Sua varinha estava em baixo de uma outra corrente, perto de seu pé.
A mulher deu um chute nas costas de Adam.
– Calado! – Exclamou ela.
– Calma Joanne. Essa é sua. – Disse Flavius, se referindo a Zoey.
– Não! – Gritou Adam. – Leve-me no lugar dela! Eu me sacrifico por ela!
Flavius deu uma risada maligna. Acenou com a varinha e as correntes sumiram.
Adam se levantou e correu para abraçar Zoey.
O homem colocou-os ao seu lado e acenou a varinha novamente. Uma algema de aço prendeu as mãos de Adam e Zoey, um de frente para o outro.
– Vocês são meus.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!