The Auror escrita por Heitor


Capítulo 23
Capítulo 23 - O Sacrifício




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/367703/chapter/23

O gato cinzento vinha descendo as escadas, calmamente. Era engraçado ver seu movimento e jeito tão passivo. Fazia esquecer o mal que estava por vir. Mas essa sensação era passageira.

– Qual o problema, Hunter? – Disse Eleanor, ao gato. Havia acabado de romper o silêncio. Eles não disseram nada desde que Kailene foi embora.

O gato miou.

– Vou colocar sua ração. – E pegou o gato no colo, e levou-o para a cozinha.

– Vocês já pensaram no que vamos fazer?

– Eu pensei no que eu irei fazer. – Disse Adam.

– Sou eu que devo chutar esse mal daqui. – Disse Klaus.

– Não é nem você, nem ele. – Disse Zoey. – Nós vamos fazer algo.

– Nós? – Exclamaram Adam e Klaus em uníssono.

– O que quer dizer com isso? – Perguntou Adam.

– Quero dizer que esse grupo que você vem treinando entrará em ação.

– Mas Zoey, eles só tem dois dias de treinamento!

– Não nos subestime. – Disse Klaus.

– O que você estava pensando, Adam?

– Já que eles tanto me procuram, eu vou atrás deles. – Disse o garoto. – Vou me oferecer. Se eles me querem, darei isso a eles. E em troca, irei dizer para fazerem uma visita aqui pacificamente.

– Não! – Exclamou Zoey, indo até ele. – Você não vai se entregar!

– Eu tenho!

– Não seja burro. – Disse Klaus. – Você não conhece Oris. Ele faz qualquer coisa por poder. Ele tem o típico jeito de pessoas que gostam de ver os outros sofrerem.

– Então, o que faremos?

– Vamos até lá. – Respondeu ele. – Juntos.

– Temos que impedi-los. – Completou Zoey.

– Então é o que faremos. – Disse Adam. – Iremos até lá.

Ao pôr do sol, o grupo se reuniu na rua das casas amarelas.

Adam, Zoey, Klaus, Eleanor, Beatrice, Augustus, e Jason.

Depois de Adam explicar todo o plano, Jason perguntou:

– E como vamos chegar lá?

– Qual de vocês sabe aparatar? – Perguntou Adam.

Eleanor, Jason e Klaus levantaram as mãos.

– Então vocês serão nossas caronas. – Disse Zoey.

Os sete caminharam até a área rural. Eles aparentavam coragem, mas não era o que sentiam no momento. Todos estavam muito tensos, a não ser Beatrice, que andava com uma cara sonhadora. Para ela, era como se fosse uma aventura. Ela era destemida.

Ao chegarem em frente ao bosque, Adam respirou fundo.

– Você não irá chamar a Tori? – Perguntou Zoey, sussurrando próximo ao ouvido de Adam.

– Ela está mal. – Disse Adam. – Precisa ficar perto de Neville.

E entraram no bosque. Adam, Zoey e Klaus caminharam na frente. Augustus, Eleanor e Jason logo atrás. Beatrice ia andando calmamente olhando ao redor.

– Aqui é um local agradável. – Disse ela.

Ninguém respondeu.

Ao saírem do bosque, na ponta do penhasco, Adam se aproximou e olhou para baixo. A água estava agitada. Chocava-se nas rochas pontudas com força.

– É agora. – Disse ele.

Os outros seis assentiram.

Eleanor, Jason e Klaus ficaram a frente.

Beatrice segurou em Eleanor. Adam e Zoey seguraram em Jason. Augustus segurou em Klaus. E eles sumiram de cima do penhasco num estalo.


+ + +



– Senhor. – Disse Oliver. – Está tudo pronto.


– Ótimo. – Respondeu o senhor. Mas a voz não pertencia a Oris.

– Os gigantes, alguns centauros, o maior número de membros, e outras criaturas já estão preparados. Aguardarão o sinal de Oris.

– Certo. – Disse a voz. – Ele saberá a hora certa.


+ + +



Adam, Zoey e Jason sentiram o solo firme abaixo de seus pés. Cambalearam um pouco de um lado para o outro. De repente, Beatrice e Eleanor apareceram ao seu lado.


– Aonde está Klaus? – Perguntou Eleanor.

Um estalo.

– Bem aqui. – Respondeu ele, aparecendo logo à frente, com Augustus ao seu lado.

O enorme castelo estava um pouco mais à frente deles. O grande portão com lanças afiadas na ponta impedia a passagem.

– Como vamos entrar sem chamar a atenção? – Perguntou Eleanor.

– E quem disse que não queremos chamar a atenção? – Disse Klaus.

– Nos três vocês executam o feitiço Bombarda. – Disse Adam.

Eles assentiram.

– Um.

Eles sacaram as varinhas.

– Dois.

Deixaram apontadas ao portão.

– Três.

As mãos deles tremiam.

– Bombarda! – Gritaram todos.

O grande portão estourou com um alto barulho. Alguns pedaços de ferro voaram ao lado deles, e caiu do penhasco.

– Corram! – Disse Adam. Os sete correram para dentro, com as varinhas em punho.

Uma mulher morena e um outro velho apareceram na porta do castelo, com as varinhas apontadas a eles.

Antes que eles abrissem a boca, Klaus e Augustus gritaram:

– Estupefaça!

E os dois bateram com a cabeça na porta e desmaiaram.

– Muito bem. – Disse Eleanor.

– Não há tempo para elogios. – Replicou Adam, abrindo a grande porta do castelo.

O hall era enorme, e seis bruxos estavam parados franzindo a testa para eles, com as varinhas em punho.

– Ataque surpresa, é? – Debochou um homem, que usava um anel de esmeralda. Um brilho verde faiscava na pedra.

Adam e Zoey o reconheceram.

A garota correu na frente de Adam e gritou:

– Estupefaça! – O homem riscou a varinha no ar rapidamente e o feitiço ricocheteou. Zoey foi acertada na barriga e se chocou contra a parede.

Os jovens entraram no hall, antes que Adam pudesse se dirigir a Zoey, uma sombra negra passou em alta velocidade em sua frente e se materializou em uma mulher ao lado da garota. A mulher levantou Zoey, que estava fraca devido ao tombo, e puxou seus cabelos para trás. A varinha da mulher estava apontada ao queixo da garota.

– Solte a! – Gritou Adam.

E de repente, tudo aconteceu muito rápido.

Várias penumbras negras rodopiaram em volta deles, e se materializaram em pessoas. Homens e mulheres, todos vestidos de pretos. E um á um, prenderam os jovens com a varinha apontada ao queixo.

Menos Adam, que ficou parado observando a cena no meio do hall.

– Solte os! – Gritou ele.

– Que gritaria é essa? – Perguntou um senhor, parado no alto da escada que ficava no centro do hall. Em frente a Adam.

– Flavius Braeden? – Perguntou Adam, boquiaberto. O ex-ministro, que Oris dizia ter se sacrificado no ministério, estava parado a alguns metros dele. Em carne e osso.

O homem era uma versão mais velha de Oris. Seus cabelos escuros com alguns fios de cabelo grisalho. Ele foi descendo a escada calmamente, com a varinha curta apontada a Adam.

O garoto não ousou se mexer. Flavius foi até ele, e antes que Adam se desse conta, ele acenou com a varinha e Adam caiu no chão, com correntes de aço prendendo-o contra o piso.

– Não! – Gritou Zoey.

– Sua namorada? – Debochou Flavius. - Traga-me ela aqui, Joanne. – Disse ele á mulher que segurava Zoey.

Sem hesitar, a moça foi, ainda pressionando os longos cabelos negros de Zoey para trás. A garota tremia.

– Jogue-a. – Ordenou Flavius.

A mulher empurrou Zoey contra o chão, que abraçou Adam, e logo depois tentou remover as correntes. Mas era impossível.

– Não os machuque! – Disse Eleanor. O homem que estava segurando ela, cutucou-a com força com a varinha no pescoço. Ela gemeu.

– Agora, traga a garota para mim. – Disse Flavius. A mulher levantou Zoey e segurou seu braço com força, pôs a garota na frente de Flavius. Zoey ousou olhar no fundo dos olhos negros do homem.

– Seu monstro! – Gritou ela.

– Não, Zoey! – Dizia Adam, se debatendo no meio das correntes. Sua varinha estava em baixo de uma outra corrente, perto de seu pé.

A mulher deu um chute nas costas de Adam.

– Calado! – Exclamou ela.

– Calma Joanne. Essa é sua. – Disse Flavius, se referindo a Zoey.

– Não! – Gritou Adam. – Leve-me no lugar dela! Eu me sacrifico por ela!

Flavius deu uma risada maligna. Acenou com a varinha e as correntes sumiram.

Adam se levantou e correu para abraçar Zoey.

O homem colocou-os ao seu lado e acenou a varinha novamente. Uma algema de aço prendeu as mãos de Adam e Zoey, um de frente para o outro.

– Vocês são meus.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Auror" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.