- Ok, o que temos até agora? – Gibbs perguntou assim que chegou na manhã seguinte, entrando no escritório e se sentando.

- Richard “Rick” Thomas – Tony começou a falar, indo em direção ao telão e colocando uma foto da carteira de motorista dele. Pude perceber que ele era bastante parecido com Jonah – Divorciado. Se alistou na marinha, mas não ficou nem ao menos um mês. Se envolveu com drogas no passado, mas depois passou por uma clínica de reabilitaçao e se recuperou totalmente.

- Sua ex mulher, Natalie Wilson, disse que o motivo do divórcio foi simplesmente a falta de comunicação entre os dois, e que eles simplesmente não tinham o mesmo sentimento que sentiam anterioriamente – Ziva disse, abrindo a foto da mulher no telão.

Então me levantei.

- Richard foi informante em muitos dos casos do NCIS e FBI, então, isso com certeza pode ser um motivo. Alguém querendo vingança.

- Ou então, ele teve alguma recaída nas drogas – Mcgee disse, enquanto digitava – eu estou tentando encontrar a lista de casos em que ele foi informante, assim poderemos ter com o que começar... WOW.

Todos olharam curiosos.

- São muitos casos – ele arregalou os olhos – muitos mesmo. Vamos dividir, então cada um checa uma parte.

- E quanto a isso? – eu levantei o papel que Jonah havia mandado me entregar – “Strike One”, isso quer dizer que vão haver mais mortes. Precisamos estabelecer um padrão. O assassino pode estar apenas matando informantes?

- Pode ser um caso em particular, ou então ele colocou isso para que pensássemos que haveriam mais vítimas e nos distrair – Gibbs disse, indo em direção as escadas– vou checar se Ducky tem algo. Jess, deixe esse papel com Abby, por favor.

Eu desci, enquanto Mcgee mandava os arquivos nos nossos e-mails. Vance estava no elevador e segurou a porta pra mim, eu agradeci. Nós não éramos amigos. Mal nos falávamos, mas ultimamente ele andava sendo gentil demais comigo e eu tinha uma pequena suspeita que era porque eu tinha arquivos que poderiam compromete-lo no futuro. Teria que agradecer a Jenny o resto da vida pelo pequeno presente que ela havia me dado.

- Abby, tenho um presente pra você – eu disse, entrando pela porta do laboratório.

- E nem é meu aniversário. O que é, Jess? – ela se virou, gritando por causa do volume alto da música que tocava. Eu abaixei.

- Uma pista. Veja se consegue digitais, caligrafia, algo que possa nos dizer quem deixou isso pra trás.

- Pode deixar. Você tem falado com o Andy?

- Nos falamos ontem, por celular – eu disse, sorrindo – eu sinto falta dele.

- Eu sei – ela olhou pra baixo, tentando conter um sorriso.

- Que foi? – perguntei, entrando na frente dela.

- Nada, nada – dizendo isso, ela aumentou o som novamente e ficou impossível tentar falar mais alguma coisa.

Gibbs mandou Dinozzo e eu para que fôssemos falar com Natalie novamente enquanto Ziva e Mcgee procuravam pistas nos casos antigos do informante. No carro, ele parecia inquieto, como se estivesse incomodado com algo.

- Dinozzo? – eu falei, e ele abriu os olhos como se estivesse perdido em pensamentos – o que tem de errado com você?

Ele parou o carro.

- Tem uma coisa. Eu tive um sonho. Com a Ziva.

- Ok. Primeiro preciso saber, vocês estavam vestidos?

- Jesus, Jessica. Claro!

- Ok, continue.

- Nós estávamos no escritório. Tudo normal. Fornell chegou e chamou por “Agente Dinozzo”

Ele parou de falar.

- E...?

- E nós dois viramos. Eu e Ziva, juntos.

- Como em... casados? – eu arregalei os olhos – Tony Dinozzo e Ziva Dinozzo?

- Casados – ele olhou pra mim, e depois para frente.

- Mas você tá assim por quê acha que isso é um sinal?

- Se é um sinal eu não sei. Mas me deu uma idéia que eu não consigo tirar da cabeça.

Ele ligou o carro, enquanto eu tentava assimilar o que ele me disse.

- Tony, você tem noção de que se vocês se casarem, isso passa a ser oficial, certo? Vocês serão marido e mulher.

- Eu sei.

- E vocês vão morar juntos.

- Eu sei.

- E você sabe que não pode voltar atrás.

- Eu sei, ok? – ele disse, virando – se pra mim – mas no sonho, quando ela respondeu ao ouvir meu sobrenome. Eu quero que ela tenha meu sobrenome, entende? Eu quero que eles nos chamem de “Agentes Dinozzo”. Quero ser como o Sr&Sra Smith, mas Dinozzo. Eu quero isso, e eu acho que ela quer também.

Eu sorri.

- O que? – ele perguntou.

- Vendo você falar assim. Tenho certeza que vai fazer minha amiga muito feliz.

- É só isso que eu quero.