Amor De Irmãos escrita por Minori Rose


Capítulo 20
Resquícios


Notas iniciais do capítulo

Eu acordei cedo pra postar esse capítulo então me amem haha u.u
Tava com uns rolos ai de novo, por isso a demora e tal; muita gente disse que não compreendeu o capitulo passado, espero que este ajude. Eeeeeeeenfim, espero que gostem docinhos da Lêle ♥
Boa leitura.



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Estou apaixonado por essa garota de que estou falando

Estou apaixonado, não posso viver sem ela

Amo, mas parece que

vivo sem amor

Eu amo, mas a pior época de se viver

É quando se está apaixonado.




Agnes o ligou de ultima hora; Adam não estranhou e começou a dialogar normalmente, continuando a mastigar com rapidez já que a hora do almoço se esgotava. Prestava mais atenção no gengibre do que nas palavras da mãe até que ela começou a falar de algo que lhe chamou muito a atenção.


– Sabe onde estou? – ela perguntou animadíssima.

– Aonde?

– Aqui; no Rio... Eu e a sua irmã.

Não ouviu o barulho do garfo largado no nada, batendo no prato e chamando atenção. Era falha a sua tentativa de descrever a si mesmo o que sentia, o que havia passado em sua cabeça naquele momento... A possibilidade de ver Violetta o assustava. Um lampejo de emoções o atingiu fortemente naquele momento; novamente aquela euforia estranha despertou dentro de si... As mesmas perguntas, ansiedades e saudades de anos atrás tornaram a consumi-lo. Agnes continuava falando, e a única coisa que disse foi “me espere” antes que sua eletricidade fora do comum o pusesse de pé.

Largou o dinheiro lá e saiu feito um louco do restaurante; torcia para que a trajetória: pista, escada, esteira, demorasse a se cumprir. Já estava com o cigarro na boca e em meio aos seus devaneios as cinzas caiam em seu colo, queimando-o. Por ser cerca de uma hora o transito parava o tempo todo. Batia na buzina diversas vezes como se isso fosse fazer o engarrafamento e seus próprios pensamentos passarem.

Lembrou-se de tudo que fez, que lhe disse e que para ela escreveu; puxou a gravata para baixo, mas o nó em sua garganta permaneceu. Transbordava de saudades, amor e desejo por Violetta. Céus... Ela com certeza estava maravilhosa. E ele sabia disso; a sua nova obsessão senhora coleção Violetta Barizon que ele tanto amava, e folheava todo dia só fazia esfregar em sua cara uma mulher que não seria sua. Dentre exatamente todas que poderia ter aquela era a que seu corpo ansiava e o coração aclamava.

No fundo mais do que sabia. São Paulo não era Marte... Teria de vê-la algum dia. Mas que fosse em outro pois naqueles Adam se afogava em inseguranças e duvidas. Ele não era assim, inseguro e impotente, mas era assim que a garota também conhecida como sua irmã caçula o deixava. Resquícios. E em meio a tudo isso se SP não era Marte podia ser considerado Netuno de tão distante que os irmãos se encontravam.

Graças ao bom Deus, a distancia entre o restaurante e Galeão não era tão grande, e finalmente pôs os pés naquele lugar abrangedor de oportunidades, ceifo de corações. Pés aqueles que torturavam o piso de concreto, cor cinza, á sinal de seu nervosismo. A insanidade batia tão forte em sua porta que sua mente ensandecida pelo querer permitia-lhe um breve vislumbre de seus movimentos, de seu jeito. Ah, que vislumbre bom. Seu vestidinho cor cáqui ou talvez um tom pastel... Ele não era bom com esse tipo de coisa; um sapato com aspecto masculino aos pés e mesmo assim ela permanecia excessivamente atraente, os mesmo cabelos louros esvoaçantes ao vento... Talvez estivesse mais curto.

O seu ver imperfeito, confuso e difuso em realidade ficção quase não o deixou cair em si, dando-se conta de quão real aquela cena era. A imaginação e espera haviam acabado. Sua querida ali estava somente poucos metros longe dele... Estava tão atordoado. Pode vê-la voltar puxando alguém consigo, assim que pôs os olhos nele próprio. Sua vontade, querer, libido, amor, paixão barravam as palavras de Fernando, as palavras dela própria.

A sua menina calorosa existia, vivia e permanecia. Sim... Pra ele.

Acenou para sua mãe enquanto andava devagar. A espessura da arquitetura impedia uma visão melhor de Violetta; aquela puta sensação de adolescente tomou conta de seu estomago. Ridículo a seu ver era pouco. Empurrou junto ao sem andar de homem de negócios, seus sentimentos até que para o fim de sua tortura constatou sua presença. Violetta não havia fugido, mas ele estava a ponto de fugir dela.

Seu pobre coração de menino rico batia tão rápido que não sabia nem pra onde olhar, dizer então... Falas não eram cogitadas. Começou pelas clavículas, um de seus maiores fetiches; estavam tão ressaltadas a pele... Foi subindo o olhar vagarosamente – mal se dando conta de como aquilo era estranho – e deliciou-se com a imagem de teus lábios cobertos por um gloss rosinha, da qual adoraria ali mesmo provar o gosto. As sardas intactas aos anos e depois de alguns milésimo de segundos seus olhos. Lindas esmeraldas. Brilhantes, magníficas e hipnotizadoras.

Segurou em seus ombros antes de puxá-la para si. As pessoas ao redor não importavam, o barulho dos saltos, as rodinhas das malas, as conversas ao telefone nada era tão importante como ela. Somente aqueles braços que se cruzaram em baixo dos seus, em volta de seu corpo, àquelas mãos que apertavam o seu terno; a testa encostada em meu peito ou as respirações aceleradas. Que as pessoas sumissem. Eles sentiam fome, libido um pelo outro. Adam pensou em como aquilo poderia, ironicamente ser uma nova chance dada por Deus.

Por que sim ele pensava nisso, em como era errado aos olhos de Deus desejá-la naquele modo. Mas ele acreditava também que o Ser Superior sabia que nem ele, muito menos ela se amavam de propósito; não faziam nada a ninguém, eram boas pessoas. Soltou Violetta com um pouco de hesito e corou junto á ela quando a olhou nos olhos, afastaram-se um pouco. Ela ainda tinha um jeito doce, delicioso. Antes que qualquer um dos dois pudesse dizer algo Agnes o fez. Aliviou-se por isso, admitia.

Evitou olhar a irmã nos olhos á todo custo, somente sorriu enquanto a mãe falava, pois Violetta nada disse. Ignorou com afinco o cara que falava com ela; podia reconhecê-lo era colega de trabalho. Isso, amigos... Fora avisado de que elas não iriam para o apartamento consigo. “Tudo bem” disse amaldiçoando a assessora; no final das contas não dirigiu a palavra á Violetta. Uma ou duas, somente por bom senso. Não resistiu, antes de voltar ao carro e beijou-a na bochecha esquerda... Jurou que se não houvesse tanta gente, á beijaria nos lábios sem medo. “Leia a mensagem que vou te enviar.” Ele disse sussurrando antes de afastar novamente.

Um pouco mais tarde, dando se conta que não voltou ao trabalho e também não avisou foi para casa dando um dane-se para tudo. Enviou a mensagem que mais traduziu um apelo: “Por favor, dê um jeito de ir me ver ainda hoje; eu não sabia de nada disso e acredite precisamos conversar. Prometo que responderei todas as suas perguntas...”.

Em outro sms enviou o endereço e depois daquilo desligou o celular. Não se empenhava em arrumar aquele lugar á tempos... Bárbara costumava fazer isso para ele. Alias disse a noiva que estava cansado e não poderia vê-la naquela noite. Precisava ficar sozinho com Violetta. Que seja o que Deus quiser, ou melhor o seu corpo mandar.



Violetta chegou as instalações cerca de meia hora depois; culpando-se por não tê-lo ignorado. Ainda teve de responder “por cima” as indagações de Bernardo que mesmo sem querer ela havia metido nessa historia. A assessora passou as instruções de vida em viajar pra trabalhar em outra cidade.



Junto com ela e Bê tinham mais duas modelos: Marien e Bianca. Máma era uma velha colega de Violetta e elas rapidamente engataram um papo. De toda forma a regra, geral era clara: Que saíssem, que bebessem, e que assumissem suas responsabilidades no dia seguinte. O cara foi o primeiro a se mandar com Bianca. Marien conhecia umas pessoas na cidade e pretendia sair para uma boate; pretendia levar Violetta junto. Bonitas do jeito que eram não precisariam nem pagar pra entrar.

Seria assim se ela não fosse de menor, e se a mãe da menina não estivesse do lado dela o tempo todo. Marien se entristeceu com isso, droga não queria se ferrar sozinha. Depois de ler a mensagem à menina nada disse a mãe; não queria que ela estivesse junto. Estavam cansados, mas seus interesses eram maiores. Agnes foi caindo no sono gradativamente e assim que finalmente saiu em sono profunda ela se mandou também. Deixou um bilhetinho para evitar brigas.

– Boa sorte para nós duas querida. Seja lá pra onde você esteja indo com esse vestido sexy. – Marien disse rindo, limpando os borrados do batom vermelho de Violetta.


Ponto de vista – Violetta



Paguei um taxi licenciado até o endereço que Adam me passou. Conversei empolgadamente com o taxista sobre a minha profissão já que ele me reconheceu. Assim que chegamos ao bairro não pude deixar de pensar em como Adam deveria estar ganhando uma fortuna.


Liguei para ele e pedi para que descesse. Atendeu logo no terceiro toque; provavelmente estava de tocaia perto do celular... Gostei disso. Meu coração batia loucamente rápido; não conseguia manter a postura perto dele. Se chegasse muito perto eu cairia por seu cheiro, se me tocasse me renderia as suas mãos fortes, se me beijasse – coisa que eu duvido – eu não o renegaria. Foi assim que eu cheguei ali, já fora do meu ponto de ignorância, leia-se proteção.

Adam demorou um tanto para realmente chegar. Quando veio parecia tão sério, meu Deus recluso. Andamos lado a lado sem dizer nada; subimos o elevador e a mudez dele me incomodava ao mesmo tempo em que, eu mesma não fazia nada para mudar essa situação simplesmente por que as palavras travavam em minha traquéia. Nunca o vi tão tenso. Podia ver seu corpo rígido por de baixo da camisa preta; alias ele não havia mudado muito... A não ser a barba que agora evidenciava. Não grande, não “deixou-me crescer agora”. Uma coisa charmosa e sexy. Olhei para o chão afim de encerrar esses pensamentos ridiculamente torpes.

Sozinhos naquele quadrado minúsculo... Podia até ver meu descontrole. Aquele perfume me embriagava. Finalmente a porta do elevador abriu e uma brisa bateu em meu rosto... Respira. Ele saiu em minha frente indicando passagem, bateu as mãos nos bolsos verificando que as chaves permaneciam no esquerdo. Pegou-as e abriu a porta. Parou para que eu entrasse e o fiz sem olhá-lo.

Adentrei reparando na mobília. Simples e sofisticada, muito a cara dele, se não fosse um porta retrato coral que saltava sobre a decoração preta, branca e cinza; Caminhei até o objeto enquanto meu sapato fazia barulho ecoando o espaço, abafando o barulho das chaves que agora eram jogadas sobre uma mesinha de centro.

Era ela. Bárbara; não havia nenhuma evidencia acentuada, mas mais quem seria? Ou melhor eu praticamente aceitava. Uma ruiva de madeixas naturais, certamente aquela cor linda não seria feita por tinta... Uma xícara sobre uma mesa, uma manta em suas pernas e um livro que por sua vez sobrepunha a manta xadrez; parecia foto de Tumblr. Olhei aquela foto apertando os punhos e com um nó na garganta. Eu poderia, Não, eu havia perdido totalmente pra ela.

O detalhe naquela fotografia que mais me doeu foi a aliança. Sentia que ele me avaliava. Me recompus por dentro secando meus sentimentos mais fluidos; não olhei para seu rosto e sim para as mãos dele. Choque de realidade, Adam nunca foi de usar acessório muito menos aliança... Aquilo era mesmo tão sério e doido. Minha voz interior me responsabilizava pela dor; eu podia estar em um outro lugar, um qualquer. Bebendo um drink qualquer, beijando uma pessoa qualquer. Mas não, eu fui mesmo parar ali, a mercê de qualquer coisa que e fizesse acreditar na vida novamente.

Passei os olhos sobre os outros poucos retratos que ali haviam. Nenhum meu. Senti mais uma facada de decepção por isso; por tudo. Por que estava demorando tanto pra fazer alguma coisa... Não me amava mais? Eu talvez não passasse de um passado. Uma parenta, pura linhagem. Fechei os olhos tentando recuperar a calma, pouco me importando com sua presença. Ouvi passos. Mas só abri os olhos quando um barulho maior me obrigou.

Adam jogou uma pilha de papeis em cima da mesinha... Afrouxei os punhos quando minha respiração descondensou. Eram todos os meus trabalhos. Prendi a minha atenção naquilo e me assustei quando ele me abraçou. Olhou para mim e sorriu, antes de acender-me novamente.

– Entende minha menina? A mesma situação se repete, mas pouca coisa muda. – disse com sua voz levemente rouca e firme, soprando em meu ouvido. – Entende, como você ainda á minha vida?


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Notas finais do capítulo

Está bom? Se sim fale, se não fale também rs
Até mais, beijos!