Luz das Estrelas escrita por Bela


Capítulo 10
Capítulo 10 - House Party


Notas iniciais do capítulo

Finalmente voltei!! Depois de muitas provas e muita coisa ao mesmo tempo... Mais um capítulo! Boa Leitura amores!



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Acordei e ainda estava com o vestido da noite anterior. Meu rímel estava todo borrado e meu cabelo, desgrenhado. Eu estava morrendo de sono e sem coragem de me levantar da cama. Então fechei novamente os olhos e as lembranças da noite anterior invadiram minha mente. Não queria me lembrar, mas não tive forças para não fazê-lo.

Tudo começou assim que entrei pela porta da casa de Percy. Realmente era um lugar enorme e dava para ver que tinha uma piscina atrás por conta do barulho constante de pessoas caindo na água. O interior da casa ainda era mais bonito, super bem decorado o que me fez pensar no quanto os pais dele eram ricos. Após a porta haviam duas salas, uma de cada lado e na frente uma escadaria em espiral e para um dos lados o que eu imaginava ser uma cozinha.

Haviam pessoas por toda a parte, reconhecia algumas mas a maioria nunca tinha visto na vida, e o que eu esperava que fosse uma festa para o ensino médio parecia que todo o colégio estava lá. E a cada centímetro eu encontrava mais um casal praticamente se engolindo, porque definitivamente aquilo não era apenas um beijo. Uma música muito alta tocava vinda da sala a esquerda, de onde também veio algum objeto não identificado que quase me atingiu na cabeça, mas eu abaixei a tempo, uma pena mesmo. Isso me lembrou porque eu prefiro ficar em casa lendo de que ir a uma festa. Se seu objetivo não é ficar bêbada, drogada, surda, com um galo na cabeça ou contrair AIDS, não vá a esse tipo de festa.

Fui abrindo caminho entre as pessoas até chegar detrás da escada, onde ficava duas portas enormes de vidro que davam para a parte de trás. A essa altura Grover não estava mais atrás de mim e isso era bom porque já estava mais do que na hora de encontrar Percy e uma parte de mim estava ficando nervosa porque nas minhas ilusões eu o encontrava rapidamente, o que não tinha acontecido.

A parte de trás era igualmente grande porém a que eu mais apreciara de toda a casa. Havia uma piscina no canto esquerdo, que por sinal estava mais que lotada, com várias cadeiras e bancos ao redor. Para iluminar, tinham posto pequenas lâmpadas juntas que mais pareciam pisca-piscas de natal, que roubou minha atenção, se não estivesse acontecendo uma festa aquele lugar seria aconchegante. Do outro lado, muitas pessoas dançavam e comiam. Fui naquela direção e vi que em cima de uma mesa de piquenique haviam vários doces, salgados, pizza e, como em todo canto da casa, cerveja.

Pelo caminhar dessa festa pelo jeito a comida seria a melhor coisa. Torci para que não tivessem colocado drogas, e comi alguns doces, que estavam realmente bons.

Mal havia chegado mas não pensava em outra coisa a não ser ir em bora. Eu só precisava achar Percy, mas agora eu sei que eu deveria ter ido embora naquele momento, ou melhor, nunca ter ido. Mas como prever o futuro não é uma das minhas habilidades eu continuei a procurá-lo.

Já havia visto em todos os lugares - menos nos quartos, mas eu nem me atreveria em entrar lá – mas algo me disse para dar uma olhada dentro da casa novamente, quem sabe ele estivesse circulando para ver como estavam as coisas e nos desencontramos, apesar de não termos nos encontrado ainda.

Quando entrei de novo decidir dar uma olhada primeiro na sala de onde vinha a música. Parecia que ela estava ainda mais alta do que antes. Uma leve fumaça cobria o chão, gelo seco. Mas não era apenas isso, alguma coisa estava fazendo minha garganta ficar seca e começar a doer, então percebi que em um canto várias pessoas se aglomeravam perto de uma mesa com ponche, cheguei mais perto para ver se também tinha água. Não tinha água mas eu encontrei outra coisa que não só fez minha garganta doer, mas o meu coração.

Nesse momento alguém bate na porta do meu quarto me tirando de meus devaneios, era a minha irmã.

–Annabeth, você está aí? - Girou a maçaneta, sorte minha que dessa vez tinha lembrado de trancar.

–Estou. - Respondi, me levantando da cama.

–Eu vou sair com papai para almoçar, quer vim? - Continuou quando eu não respondi. - Não tem almoço em casa, você vem?

–Eu... Eu, não to a fim de sair. Mas compra alguma coisa lá e trás para eu comer. - Falei me aproximando da porta para garantir que ela ouvisse.

–Pode deixar, até mais.

Depois se fez silêncio. Achei melhor me lavar e colocar uma roupa limpa, para tentar não parecer tão morta. Entrei no banheiro e liguei o chuveiro, tirei as roupas que, ontem pareciam perfeitas, mas hoje me traziam más lembranças. Entrei no chuveiro e a água estava fria, mesmo assim me obriguei a deixar que ela batesse em mim. Permaneci lá, com a água batendo no rosto e com os olhos fechados até que as lembranças e arrombaram novamente a minha porta.

Assim que olhei para o lado vi quem eu queria ver porém do modo como eu não queria ver e com quem eu não queria ver. Tudo ao redor perdeu importância. Eu sentia como se uma bola de demolição estivesse dentro de mim, destruindo-me aos poucos. E a cada segundo a dor aumentava. Apesar disso eu não conseguia tirar meus olhos dos dois. Percy agarrado com uma menina com um salto de dar medo, uma saia – super curta - preta, provavelmente de couro, e uma blusa branca folgadinha com um colar lindo no pescoço. Essa garota era ruiva, e por acaso era minha melhor amiga.

Eu me lembrei daqueles filmes em que a protagonista pega o seu namorado beijando outra mulher e ele fica dando a desculpa que foi beijado. Percebi que, mesmo que ele não fosse meu namorado nem eu fosse a protagonista de algum filme, ele não poderia dar essa desculpa. Então o plano dela tinha dado certo. E se ele se permitiu ser fisgado ele não gosta mesmo de mim. Constatar essa verdade foi duro demais para mim.

Apenas alguns segundos haviam se passado desde que eu os vira mesmo assim não aguentei ser torturada daquele jeito. Ordenei que minhas pernas me tirassem dali o mais rápido possível e só então comecei a chorar. A vida não é um filme, as coisas nem sempre dão certo no final. Ele não sairia correndo atrás de mim, se desculpar, dizer que me ama e nos beijarmos na chuva. Não. A única coisa que ia acontecer era meu coração ser espatifado no chão, como um vidro, que não pode ser concertado novamente.

Fiz questão de não olhar para trás, apesar de tudo eu ainda tinha o meu orgulho, e quando vi já estava na frente da casa ligando para a minha irmã me buscar. E nossa, eu estava chorando muito. Ainda bem que agora eu tinha a minha irmã porque eu perdi o garoto que eu amo para minha melhor amiga. Se bem que o termo perder não se encaixa bem, até porque isso não é uma competição. Nunca foi e era eu quem estava me iludindo pensando que esse final seria diferente.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que eu demorei muito gente, mas eu não tive como postar antes. Deixem um review pra mim pls, sejam legais :) Só uma coisa, o que vocês acharam da situação de Annie? Ela foi muito dramática? Hehehe. Me digam o que acharam! Beijo, até mais xoxo.



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