No Rules escrita por drê


Capítulo 9
Eu prometo


Notas iniciais do capítulo

Awwwn :( rs



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Todo aquele sufoco que eu havia passado com o Arthur, foi deixado de lado enquanto eu olhava aqueles olhos cor de mel da Kate. Ela estava parada na minha frente, enquanto eu segurava sua mão, pedindo que ela não fosse embora. Ela olhava em meus olhos, e pouco a pouco foi abrindo um sorriso.

– Impossível não ficar aqui, contigo pedindo desse jeito. - ela riu.

Eu a puxei ainda mais forte, fazendo-a cair sobre o meu colo. Eu continuava encarando-a, e sem falar nada eu a beijei. Foi um beijo que eu sentia necessidade de tê-lo. Foi um beijo que dei com carinho, com amor.. Com afeto. Eu a beijei com toda a minha vontade, sentindo o gosto daquela morena. Beijá-la era a coisa mais confortante que eu poderia fazer.

– Nate.. Que beijo foi esse? - ela falou, assim que terminamos de nos beijar. Ela sorria, e eu sorria junto. Acariciava seu rosto com toda delicadeza.

– Do que você tá falando? Foi só um beijo. - fiz ela se levantar, ajudando-a a sentar no sofá, logo do meu lado.

– Não foi só um beijo.. Foi diferente. - terminou a frase, num tom mais baixo. - Mas eu gostei. - sorriu.

Eu não falei nada. Não conseguia falar nada. Eu apenas a admirava. Ela era linda demais, e apenas seu sorriso me enlouquecia. Ficamos naquele sofá, nos abraçando, de vez em quando nos beijando e assistindo à TV. Era ótimo estar com ela ali, sem preocupações, somente eu e ela. Me fazia bem e nem sabia.

Mas pouco durou. Ouvi alguém abrindo a porta e quando percebi era minha mãe. Havia esquecido que não tinha contado pra ela sobre o Arthur, e ainda não sabia como contar a ela sobre o ocorrido.

– Oi, meu filho. - ela falou, segurando algumas sacolas do mercado. Eu corri ajudá-la. - Ah.. Oi Kate. - ela sorriu, quando viu que Kate estava ali.

– Boa noite, srta. Madeleine. - Kate sorriu, e logo se aproximou dela, cumprimentando minha mãe com beijos. Típico das mulheres.

– Fico feliz que esteja aqui com Nate. - ela falou. - E então, cadê o Arthur? Comprei uma camisa pra ele, que ele vai adorar. - falou, com um sorriso estampado no rosto.

Quando terminei de soltar as sacolas sobre o balcão da cozinha, suspirei. Parei ali mesmo, sem virar para elas e passei uma de minhas mãos sobre o meu rosto, me apoiando no balcão com a outra. Pensei em mil e uma maneiras de contar o fato a ela. Mas nada que fosse calmo.

– Nate.. O que houve? - ela falou, percebendo que eu escondia algo.

Me virei, e fiquei apertando meus lábios, desejando que aquilo não estivesse acontecendo. Percebi que Kate também suspirou e cruzou seus braços. Minha mãe já começara a ficar mais nervosa ainda.

– Alguém de vocês pode me dizer o que está acontecendo? Onde está o Arthur? - ela gritou.

– Mãe.. - falei, calmamente.

– Nathan, me fala! Agora! - ela berrava ainda mais.

– Calma, srta. Madeleine.. - Kate tentou acalmá-la também.

– Eu estou calma. - ela a interrompeu. - Eu só quero saber onde está meu filho.

– Mãe! - falei um pouco mais alto. - Arthur está no hospital. - ela arregalou os olhos. - Eu não queria te dar uma notícia dessas, não sabe como isso é doloroso pra mim.. Mas você tem o direito de saber.. O Arthur.. - dei uma última suspirada. - Ele foi baleado.

Ela não falou nada. Ficou me olhando. Encarou Kate, e depois voltou a me encarar. Vi seus olhos se encherem de lágrimas e segundos depois eu as vi caírem sobre seu rosto. Me aproximei dela, e a abracei forte. Muito forte. Deixei-a chorar no meu ombro o quanto quisesse. Senti a mão gelada de Kate tocar o meu ombro. Sem desabraçar minha mãe e a olhei. Dei um sorriso confortante, e ela o retribuiu. Preparou um copo de água e depois o entregou a minha mãe.

Eu dei uma volta pela casa, lembrando daquela madrugada horrível. Minha mãe se acalmava aos poucos e Kate ficava próximo a ela, a confortando.

– Por que? - ela falou. - Ou melhor, como? O que vocês aprontaram para o Arthur estar no hospital, Nathan? Se você me falar que foi uma briga..

– Não foi por motivo nenhum. Quer dizer, a gente só estava num lugar errado, na hora totalmente errada. - comecei a falar mais alto. - Não tivemos culpa. Queríamos apenas saciar nosso desejo. E você sabe como nós somos, não gostamos de questionar nossas atitudes. - comecei a falar sem parar. - Arthur combinou de pegar maconha no San Jordano e eu apenas fui. Chegando lá, haviam pessoas que estavam se devendo. E quando eu vi tinha gente morta do meu lado e meu irmão baleado em um canto. - comecei a chorar. - Eu não queria que isso tivesse acontecido. Se eu pudesse, eu teria me colocado no lugar dele. Eu não queria, mãe.. Não queria. - Me escorei na parede e escorreguei, parando quando senti minha bunda encostar no chão. Ergui minhas pernas, apoiando meus braços, sobre meus joelhos. E chorava. - Me desculpa.. Mãe.. Me desculpa. - soluçava.

Eu encarei minha mãe. Ela chorava e me encarava. Kate também estava emocionada com toda aquela situação. E nós ficamos assim. Eu chorei até esgotar. Até chegar no meu limite. Minha mãe havia adormecido no sofá, e Kate preparava alguma coisa pra mim comer, mesmo que contra minha vontade.

– Não precisa. - falei, quando ela se aproximou. Eu continuava sentado no chão, me culpando por não ter impedido Arthur de ir lá.

– Precisa sim, Nathan. - ela falava baixinho pra não acordar minha mãe. - Come.. Nem que seja só um pouco. - ela me olhava. Eu negava com a cabeça.

Sentia que iria chorar mais uma vez. Vem cá, sussurrei pra ela. Ela se aproximou de mim, e eu a abracei. Ficamos ali, até que finalmente parei de chorar. Vai passar, me falou, em seguida me dando um beijo na testa. Me ajudou a levantar, e depois me abraçou rapidamente.

– Vou levar minha mãe lá pra cima. - falei, seguindo até minha mãe.

Peguei-a no colo, e lentamente a levei até meu quarto. Kate me ajudou arrumar minha cama, onde eu pude colocá-la. Nós a tapamos com minhas cobertas e mais uma vez, descemos. Olhei o relógio que marcava meia-noite e quinze.

Acendi um cigarro e junto dela, segui até a sacada. Eu sei que ela não gostava que eu fumava, mas eu precisava. Tanto quanto precisava dela ali comigo. Era algo que eu não podia evitar. Eu necessitava. Era meu vício.

Nós continuamos abraçados. Era o que eu mais precisava, porque me acalmava. Ela estava de frente pra mim, e eu a abraçava apenas com um de meus braços. Ela me olhava, enquanto eu olhava longe. E desviava ou sorria quando eu a olhava. Beijei-a a testa milhares de vezes.

– Sabe que só estou deixando você fumar por causa dessa situação, né? - ela beijava meu peito delicadamente.

– Sim, mandona. - ri. - Eu sei disso. - sorri pra ela.

– Que bom que sabe, porque quando nós estivermos juntos, você não vai fumar. - continuava falando de um jeito brabo. Eu ria. - É sério Nate! - ela resmungava, quando eu não ficava sério. Joguei meu cigarro sacada abaixo, e coloquei minhas mãos em seu rosto. Olhava seus olhos. - Não ri de mim. - falou baixinho.

Eu a levei até a outra parede, prensando nossos corpos. Continuava com as mãos em seu rosto, acariciando de leve. Senti sua respiração ficar ofegante. Lentamente eu aproximava nossos rostos.

– Faço qualquer coisa que tu pedir, Kate.. - sussurrei. - Desde que você não saia do meu lado. - ela sorriu.

– Não vou sair, Nate. - ela falou. - Eu estou aqui. E eu vou continuar aqui.

– Não sei o que tu faz comigo, morena.. Mas me deixa fissurado em ti. - sorri. - Você consegue me fazer tão bem, e isso parece tão natural pra você.

– E é. - ela riu. - É fácil te fazer bem, Nate. Só é preciso te reconhecer. Saber das tuas manhas, tuas manias, saber o que falar pra ti. Não é todo mundo que consegue, claro, porque você é muito fechado. - riu novamente. - Mas fico feliz em saber que eu consegui, e que tenho bons resultados.

– Melhor do que você imagina. - continuava acariciando seu rosto. Era tão linda. Eu não cansava de olhar pra ela. Olhar aqueles olhos, aquela boca. - Agora me promete..

Eu prometo. Nate, eu prometo estar do teu lado quando você precisar. Nem que seja pra te fazer companhia ou simplesmente só te ouvir. Pra fazer um cafuné até você dormir, te abraçar, te mimar mais um pouco.. Eu prometo. - falou. E foi as melhores palavras que eu podia ouvir.

Me senti grande. Me senti completo.. Realizado.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem. ♥



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