O Escolhido escrita por woozifer


Capítulo 10
♕ 10


Notas iniciais do capítulo

Aqui está, Amanda desesperada u_u'

Desculpe se houver erros.



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Fiquei olhando atenta a procura de um guarda em especial, e consegui vê-lo, ele tentava correr mas mancava muito, então sua perna boa não agüentou todo o peso e vacilou, vi que sua perna que havia sido acertada estava sangrando novamente.

– Isabella! – gritou Louis ao meu lado, o olhei, ele me olhava com os olhos arregalados enquanto um dos guardas o empurrava com os outros.

Desviei os olhos dele para Josh novamente que tentava se arrastar em direção a parede, todos o viam, mas ninguém o ajudava, e então guardas surgiram tentando me empurrar em direção ao grupo de príncipes, os guarda gritavam comigo e consigo mesmos enquanto tentavam me empurrar, mas eu me desvencilhei deles com empurrões e corri em direção a Josh. Guardas tentaram novamente vir atrás de mim e até correram tentando me alcança.

Um projétil atingiu a parede tudo tremeu, foi a deixa para os guardas ficarem para trás e eu correr – desiquilibrada- em direção a Josh.

– Saia daqui – resmungou ele ao me ver.

– Cale a boca – retruquei e o ajudei a se levantar.

– Ande princesa! – disse um guarda temeroso.

– Fique quieto e me ajude – pedi indicando a coluna, o guarda franziu a testa.

– Mas o esconderijo real...

– Não vou ter tempo de chegar nele, abre logo essa merda! – falei irritada, o guarda arregalou os olhos e acionou o botão atrás da coluna que abriu-se para uma passagem secreta, entrei lá carregando Josh e andamos pelos corredores minúsculos e escuros por dentro da parede até chegarmos a uma luzinha vermelha, eu sabia que logo abaixo dela teria o lugar para inserir a chave que eu carregava comigo para abrir os esconderijos. Somente essas chaves poderiam abrir ou fechar os esconderijos.

Os esconderijos não podiam ser abertos quando alguém estava usando-os, para a segurança e tal.

Assim que entramos no esconderijo guiei Josh até um banco e fechei o esconderijo, então tateei o lugar escuro até encontrar a luz fraca do ambiente e a liguei.

Esse esconderijo era minúsculo se comparado aos outros, só cabiam duas pessoas, tinha todos os suprimentos como os outros esconderijos, esse não era tão confortável quanto o da família real, mas era tão seguro quanto aquele.

Espero que todos estejam bem. Desejei mentalmente e então voltei minha pouca concentração para o soldado ferido presente.

– Só assim para podermos conversar – disse Josh tentando descontrair, mas havia uma careta de dor estampada em seu rosto.

– Acho que os pontos abriram – falei indo até o pequeno armário de suprimentos e peguei um pano e uma faca lá.

– Foi o que imaginei – ele suspirou e estendeu a mão para a faca que eu segurava e eu lhe estendi, Josh rasgou a calça da farda na altura do ferimento e a deixou de lado.

Molhei o pano na pequena pia que tinha ali e comecei a trabalhar em sua perna machucada novamente.

– Imagino que este esteja sendo um péssimo inicio de carreira- comentei tentando deixá-lo menos tenso, mas toda vez que minhas mão esbarravam em sua pele descoberta ele se retesava – estou te machucando? – perguntei quando ele não respondeu.

O soldado soltou um suspiro fundo e vi pela visão periférica ele balançando a cabeça.

– Não, por favor, continue.

Crispei os lábios e continuei a limpar o ferimento.

– Então, o que você fez essa semana soldado Leger?

– Guarda na maior parte do tempo – disse ele simplesmente e quando puxei sua perna pela panturrilha para examinar melhor o ferimento ele soltou um gemido baixo e eu o olhei preocupada.

Pensei que veria dor em seu olhar, mas vi que ele se continha, seu olhar tinha algo que não consegui decifrar, eu só sabia que nunca ninguém havia me olhado daquele jeito, e acabei ficando meio envergonhada e corei quando desviei o olhar, Josh trincou o maxilar de forma audível.

– Desculpe – resmunguei e soltei sua perna delicadamente então peguei a faca que estava ao lado dele no banco e cortei o fio dos pontos que estava em sua perna e tive que tirar lentamente os pontos enquanto ele trincava o maxilar e segurava os gritos com meu trabalho lento. Eu queria fazer aquilo de um jeito mais rápido para acabar com o sofrimento dele, e só Deus sabe o quando eu estava agonizada com ele gemendo baixo de dor e se agarrando ao banco para não gritar.

Quando tirei o ultimo ponto pensei em refazê-los porque o ferimento estava aberto em alguns lugares e o sangue jorrava dali, tanto que Josh foi obrigado a desviar o olhar, ele começou a olhar para o teto como se tivesse algo interessante ali.

– Podemos conversar? Isso me distraí – pediu ele e eu suspirei.

– Certo, sobre o que quer conversar? – perguntei quando me levantei e fui lavar o pano ensangüentado e voltei para limpar sua perna.

– Sobre... Você. Conte-me algo que ninguém mais sabe – disse ele curioso mas ainda não baixava o olhar para mim ou para a própria perna.

– Hum... Sou uma pessoa pública, todos sabem tudo sobre mim – falei e peguei a barra da calça dele que havia sido arrancada pelo próprio Josh e cortei uma tira de pano dali.

– Não é possível que todos saibam tudo sobre você, Isabella.

– Ok, deixe-me pensar... Eu toco instrumentos musicais, você sabia disso?

– Sim há bastante tempo que sei disso.

– Não sei, Leger, não lembro de nada agora – confessei enquanto procurava a caixa de primeiros socorros no armário, quando a achei tudo o que encontrei para esterilizar a perna de Josh foi um soro a base de álcool que doía muito, mas teria que servir.

– Então me conte sobre sua Seleção, já beijou algum dos rapazes?

O olhei desconcertada, Josh me olhava com um sorriso forçado nos lábios, e sua voz pareceu meio raivosa. Engoli em seco e inspirei fundo.

– Não, nunca beijei nenhum deles...

– Porque você está fazendo essa Seleção, Isabella? – perguntou ele repentinamente, parecia muito zangado.

Mordi o lábio e voltei quieta ao lado dele e comecei a passar o liquido a base de álcool para limpar o ferimento e ele urrou um pouco de dor.

– Estou fazendo a Seleção porque preciso de um marido – falei baixo depois de um tempo.

– Não precisa não – retrucou ele bravo, mas depois disse com uma voz doce – você governaria o país muito bem sozinha.

– Não tenho tanta certeza quanto a isso, soldado – falei lentamente e comecei a enrolar a tira de pano em volta do ferimento com força e a amarrei.

Vai ter que servir para estancar o sangue, pelo menos por enquanto.

– Eu tenho, você seria uma ótima rainha. Não precisa de um príncipe ou de um cara da realeza pra te ajudar nisso.

– Porque tanto ódio assim da Seleção, Leger? – perguntei curiosa e o olhei, Josh que me espionava quando foi pego por meus olhos atentos desviou os olhar para o próprio ferimento.

– Não gosto dela.

– Porque não?

– Não é certo uma pessoa ter que passar por isso para achar alguém que ame, Isabella – ele me olhou nos olhos e eu franzi as sobrancelhas.

– Também não gosto disso, mas o que mais eu posso fazer? A Seleção já começou, não posso simplesmente dispensar os meninos e dizer “saiam daqui, eu não quero nenhum de vocês”.

–Mas você quer?

– O quê?

– Um deles, você quer algum deles, Isabella? – ele me olhava nos olhos e não consegui desviar o olhar. Josh exigia uma resposta, uma resposta sincera, ele queria ter certeza dos meus sentimentos sobre os selecionados.

– Não – admiti corando e olhei pro chão. Eu não podia encarar mais aqueles olhos castanhos, simplesmente não podia.

– E você já quis alguém na vida algum dia, Isabella?

Seu tom de voz me tentou a voltar a olhá-lo.

Na verdade Josh, você está me fazendo te querer exatamente agora com esse seu tom de voz poderoso, profundo e rouco, portanto pare com isso.

– Realmente? Nunca tive nenhuma relação, com ninguém – falei corando -. Pronto, aí está algo que somente você sabe, agora.

– Você... Está falando sério? – disse ele cauteloso e eu voltei a lhe olhar. Josh me olhava com os olhos brilhando.

Qual é o seu problema, cara? Quer dizer, você é todo lindo, fofo e tal, mas sério, qual a empolgação numa garota que nunca beijou? Sério que você está me olhando todo idiota assim por uma coisa dessas? Sai dessa vida Josh, na boa, isso não pode ser normal.

– Estou – falei corando e tapei o rosto com as mãos então soltei um gemido abafado e envergonhado – não use isso contra mim, por favor.

Eu esperava qualquer reação dele, qualquer reação mesmo, menos a que ele teve. Josh começou a gargalhar, ele ria a ponto de quase se afogar na própria gargalhada, então parava um segundo, retomava o fôlego e voltava a gargalhar.

O que me assustou não foi o fato de ele estar rindo, foi o fato de eu conseguir notar um alivio dele enquanto ele ria loucamente a ponto de se inclinar pra trás e depois se contorcer gargalhando e olhando pro teto.

– Pare de rir de mim – resmunguei irritada e ele tentou parar de rir, ele segurava o riso por um tempo, mas voltava a rir pouco depois e demorou uns minutos para que ele se controlasse.

– Desculpe – disse ele rindo um pouquinho e limpou uma lágrima do canto do olho de tanto que ria.

Bufei e cruzei os braços emburrada.

– O que é tão engraçado afinal? Tenho certeza de que muitas garotas na minha idade nunca beijaram.

– Eu sei, desculpa pelo ataque de risos – disse ele sorrindo bobo pra mim.

O que eu fiz? Meu Deus, o que eu fiz? Por favor, alguém me diz que estou enlouquecendo, por favor, por favor, por favor, alguém vem me falar que sou péssima em decifrar sentimentos alheios, pelo amor do Senhor. Não Isabella, não, não, não, esse sorriso bobo dele não é sorriso de apaixonado, não é, tira isso da cabeça, tira isso da cabeça, você está errada, Josh não está apaixonado, Josh não está apaixonado, muito menos está apaixonado por você. Oh Deus, o que eu vou fazer, ele está apaixonado por mim não está? Ele está sorrindo idiota igual gente apaixonada, ai meu coração, vou enfartar. Josh, para isso não tem graça, para com isso... Espera, o olhar diferente que ele me deu foi... Oh céus, ele estava me olhando com desejo! Meu Senhor vou ir pro fogo cruzado dos rebeldes que acho que eu morro mais rápido do que essa tortura psicológica que estou tendo. E porra coração! Para quieto cara, para não é legal ficar rápido e descompassado assim coração, não é. Minha mão virou chuveiro, socorro minhas palmas estão suando. Meu Deus, meu Deus, meu Deus. Acho que estou morrendo, adeus mãe, pai, Rebeca e Rachel, adeus mundo.

Soltei um gemido alto e balancei a cabeça freneticamente quando comecei a andar de um lado pro outro perdida em pensamentos insanos e fantasias idiotas.

– Isabella, você está bem? – perguntou Josh de forma doce e preocupado, o olhei e balancei a cabeça tentando tirar os pensamentos idiotas da minha cabeça.

– Você não está apaixonado por mim, está? – soltei sem pensar muito e soltei outro gemido abafado porque tapei o rosto com as mãos de vergonha.

Ouvi Josh rir baixo.

Ele está rindo! Está rindo! Sinal de que estou errada e de que ele não está apaixonado por mim... Espera, ele não está apaixonado por mim, mas porque? Sei que não sou exatamente a menina mais bonita do reino ou coisa do tipo, mas... Qual é, porque ele não me quer? É duro ser rejeitada, sério.

– Está tão na cara assim? – ele disse num sussurro.

– Aaaaaaaaaaaaaaaaahhhhn – resmunguei balançando a cabeça loucamente ainda com o rosto tapado.

Destapei meu rosto e caminhei até a ponta oposta a que Josh estava, encostei minhas costas na parede e deslizei até o chão, cruzei as pernas e deixei minhas mãos inertes no colo.

– Isabella? – chamou ele tentando ter novamente minha atenção, mas eu não queria fazer contato visual.

Menos contato, menos esperanças.

– Como isso aconteceu? – soltei novamente.

Tenho seriamente que aprender a controlar minha língua.

– Não sei... Só aconteceu – disse ele envergonhado.

Tirei a coroa da cabeça e mexi nos cabelos nervosamente.

– Não sei como agir – admiti e ele riu de novo.

– Nem eu. Não sou do tipo que diz pros outros o que está sentindo.

– E porque me disse então? Eu poderia conviver com a duvida – falei e mordi o lábio. Não foi a coisa certa a se dizer, nem de longe – Desculpa.

– Pelo o que? Por não poder retribuir? Tudo bem.

– Não por isso, por estar sendo insensível quanto a isso. E sobre corresponder... Você sabe que mesmo que eu corresponda, isso não muda muito, ainda tem Seleção, ainda em castas, ainda tem meus pais, ainda tem realeza, ainda tem tudo isso aqui – falei gesticulando em volta.

– Eu sei Isabella, eu sei – ele se levantou manco e veio até mim, então parou na minha frente e se inclinou em minha direção, seu rosto a centímetros do meu.

– Leger, não faz isso – pedi olhando para cima para poder olhar seu rosto.

– Isso...?- indagou confuso.

– Proximidade – expliquei, mas ele continuou confuso –, vai ser mais difícil depois.

– Não me importo. Só me deixe te olhar.

– Como se você não me visse praticamente todos os dias – falei sarcástica e revirei os olhos.

– Não tão perto – disse ele e estendeu a mão para tocar meu rosto – me permita te tocar só por enquanto, Isabella. Não me negue os pequenos prazeres da vida.

Suspirei e deixei que ele tocasse calmamente meu rosto, sua mão era macia, grande e quente.

Josh acariciou minha bochecha com a costa das mãos, depois correu os dedos pelos meus cabelos e então sua mão pousou delicadamente no meu pescoço.

Eu segurava os suspiros cada vez que ele me tocava com tanta veneração e tanta paixão, tive que morder o lábio com força quando seu polegar começou a desenhar círculos invisíveis no meu pescoço, me arrepiei mas ele não pareceu notar, ou se notou não demonstrou. Josh levou sua mão até atrás da minha cabeça e puxou meu rosto pro seu.

Minha respiração – que já não estava muito regularizada- se desregularizou de vez, ele sorriu e me olhou nos olhos por um segundo meio que pedindo permissão, e acho que meu olhar desesperado por mais dele me denunciou, logo depois senti seus lábios pressionados contra os meus.

Josh tinha um cheiro adocicado e bom, seus lábios eram quentes e eu ansiava por mais, e meio que lendo meus pensamentos ele aprofundou o beijo, e então nos perdemos no tempo, fomos para uma dimensão paralela onde não existia Seleção, Illéa, castas ou realeza, uma dimensão a parte onde só existíamos eu e ele.

– Isabella! – gritou uma voz preocupada, autoritária e abafada. Meu pai.

Arregalei os olhos e Josh fez o mesmo, seus olhos estavam assustados mas ainda brilhavam de empolgação.

Só então me vi em que estado estávamos, sem que eu percebesse, Josh havia se sentado a minha frente, eu estava de joelho entre suas pernas, minhas mãos enroscadas em seus cabelos castanhos, uma das mãos dele estava na minha cintura e a outra no meu pescoço.

– Isabella! – gritou a voz dessa vez mais perto.

– Voltando a realidade – resmungou Josh quando me levantei e desamassei minha roupa, ele ajeitou seus cabelos e eu fiz o mesmo com os meus, voltei a por a coroa na cabeça e deixei Josh ainda sentado no chão então fui abrir a porta do esconderijo.


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Notas finais do capítulo

Quem gostou do beijo? Me digam por favor :/

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