Doce Sacrifício escrita por Jessica Hitachiin


Capítulo 20
Capítulo 20 - Destined to Explode


Notas iniciais do capítulo

Musica tema: Time Bomb - All Time Low
[http://www.youtube.com/watch?v=ODwzhjOvfGs]
*u*



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A moto é estacionada na garagem, o garoto moreno desce da mesma e tira o capacete da cabeça. Ele abre a porta de sua casa e deixa o capacete em cima da mesinha de vidro no corredor, indo em seguida até a sala de estar, onde encontra uma garota loira sentada no sofá, mas que se levanta assim que o vê chegar.

– Precisamos conversar – Alexandra diz, sem delongas. Disso Harry já sabia, era o que sua mensagem dizia afinal.

– Sobre?

– A mãe do Nick.

– O que tem ela? – ele esboça um sorriso debochado. – Você está com ciúmes?

– Vai se foder Harry! – Alexandra rola os olhos, ainda sem perder a calma na voz. – Eu só quero saber qual é a sua relação com ela.

A relação deles? O quê e o jeito como Lexi falou lembraram Harry de sua tia Rose. O fato fez com que ele soltasse uma leve risada.

– O quê?

– Eu quem pergunto o quê! – esqueçam a calma, Lexi agora estava realmente irritada. – O que é que tem de errado com você?! Mas que porra você está fazendo da sua vida Jones?!

Os dois se encaram por alguns segundos, em silêncio. Ela esperando uma explicação para todas as coisas idiotas que ele começara a fazer e ele querendo muito que ela simplesmente fosse embora. O que ela estava fazendo ali afinal? Será que Lexi não percebia que ela é o que havia de errado com ele? Que vê-la só o deixava mais infeliz?

Harry fecha os olhos, concentrando-se em sua respiração.

– Lex...

– Deixa pra lá Harry, a vida é sua, certo? Você faz o que bem entender com ela – Lexi tenta esboçar um sorriso compreensivo. Sua tentativa falha miseravelmente, então ela simplesmente lhe dá as costas e sai pela porta, concretizando o pedido silencioso de Harry. A verdade é que ela também não sabia o que estava fazendo ali. Ela não tinha direito algum de criticá-lo, de pedir por explicações, afinal eles não tinham ligação alguma. Aquilo era ridículo! O melhor que ela podia fazer era sair dali de uma vez.

Ethan Jones entra em sua sala de estar e encontra o sobrinho sentado no sofá, sozinho, de cabeça baixa.

– Bela moça aquela. Sua namorada? – Harry nega com a cabeça, fitando um ponto qualquer a sua frente, mas dirige o olhar para o tio assim que este chama seu nome. – Você é a única coisa boa que meu irmão fez, não estrague isso garoto.

Ethan entra na cozinha e Harry tira um pequeno frasco de sua jaqueta preta, o mesmo que oferecera a Jessica mais cedo. Ele pega um dos comprimidos ali de dentro e o leva a boca, deixando-o derreter em sua língua. Por mais que ele quisesse, não poderia obedecer a seu tio em tudo, não é?

~"~

Os raios de sol invadem o quarto, devido às persianas esquecidas abertas na noite anterior, ao mesmo tempo em que o relógio de cabeceira começa a apitar. Nicole abre os olhos e desliga seu despertador. Ela fica de pé num pulo e corre até o calendário pendurado na parede lilás. Estava bem ali, destacado com caneta vermelha, o único dia do ano que valia a pena: o seu aniversário. A morena dirige-se até o seu banheiro para um relaxante banho de espuma e após vinte minutos ela já estava de pé em frente ao seu espelho, decidindo o que fazer com os seus cabelos castanhos e longos, chegando à conclusão de que soltos e lisos era o melhor. Cantarolando baixinho uma música da Britney Spears, Nicole chega à cozinha, dando de cara com seus pais segurando um bolo com glacê cor-de-rosa e cantando parabéns pra você. A garota apaga as velinhas e abraça seu pai, enquanto sua mãe deposita o bolo no balcão de mármore, para evitar acidentes. Daniel olha para a filha e faz uma careta.

– Tem certeza que esse não é o seu uniforme do fundamental? – Nicole revira os olhos, sua saia nem estava tão curta assim. Melissa estende uma caixa a sua frente e os olhos de Nicole brilham.

– Vamos querida, abra – ela obedece a sua mãe e puxa o delicado laço, tirando a tampa da caixa e encontrando o seu presente: um vestido preto curto, tomara-que-caia, com um trabalhado de pretas brancas no busto. – Você pode usá-lo em sua festa no sábado.

~"~

– Tudo bem, quem foi? – Jessica pergunta aos dois adolescentes sentados numa das mesas do pátio do Roundview.

– Quem foi o quê? – Alison retruca surpresa com tamanha irritação logo de manhã.

– Meus pais descobriram sobre os comprimidos na boneca, alguém contou pra eles e vocês dois são os únicos que sabiam sobre isso.

– Não fui eu, juro! – David ergue os braços, livrando-se da acusação.

– Talvez não sejamos os únicos. Você esqueceu uma pessoa, uma pessoa que sabe de tudo: uma letrinha inconveniente que vem nos atormentando há meses.

– Você acha que... – Jess encara a amiga, realmente aquilo fazia sentido. – Aquela filha de uma...! – ela leva as mãos ao rosto e senta num dos bancos antes que explodisse de raiva. – Agora eu tenho que voltar a frequentar as reuniões do NA*, eu odeio aqueles caras! – então solta um suspiro, um pouco mais calma. – E estou de castigo, não vou poder ir à festa da Nicole.

– O quê? – agora quem parecia nervosa era Alison. Jessica não parece notar isso e somente dá de ombros, acrescentando:

– Tudo bem, eu nem tava muito a fim de ir mesmo.

– Ta, mas e eu?

– Seus pais também te deixaram de castigo? – David decide voltar pra conversa, especialmente para irritar a loira, que ignora o seu comentário sarcástico.

– Eu não vou àquela festa sozinha.

– Se quiser, podemos ir juntos – essa é uma puta ideia bacana David, só que não.

– Não, valeu. Um pedófilo armada é mais seguro.

– Sabe as palavras? Elas machucam.

– Sabe aquela parede ali? Vai ficar com um buraco e a sua cabeça nele se você não calar a boca.

Então os dois resolvem se ignorar novamente e Jessica se pega sorrindo. Era quase como se ela tivesse voltado quatro anos atrás.

~”~

A campainha toca e Marta pára seus afazeres na cozinha para ir atender. Ela era a empregada dos Everdeen, mas Jessica sabia que seus pais só a mantinham ali pra que ela ficasse de olho na garota. Marta abre a porta, deparando-se com um garoto moreno cujo esboçava um belo sorriso.

– Boa tarde Marta.

– Boa tarde Sr. Campbell. Entre.

Jessica aparece ao pé da escada no momento em que o garoto chega à sala.

– Com licença – Marta retira-se rapidamente, voltando para a cozinha. Sua torta estava no forno e ela de jeito nenhum a deixaria queimar.

Joshua esboça um sorriso tímido para a garota de braços cruzados que vinha em sua direção.

– O que você está fazendo aqui?

– Depois de ter que aturar suas alucinações ou sei lá o que por uma tarde inteira, é assim que você me recepciona?

Vai jogar na cara agora? E foi você quem quis ficar lá. Viado!

– Nem foi tão ruim assim vai...

– Sério? Eu quase apanhei de uma velhinha no meio da rua por sua causa! – Jessica solta uma risada pela lembrança.

– Desculpa. Mas de verdade agora, o que você quer?

– Trabalho de Sociologia, se esqueceu?

– Puta, é verdade!

– Senhorita Everdeen, olhe o linguajar! – a empregada vulgo babá de Jessica aparece na sala, com um espanador em mãos.

– Desculpe Marta. Joshua e eu vamos subir pro meu quarto, tudo bem?

– O que vocês vão fazer lá? – os dois jovens trocam um olhar malicioso, só por brincadeira.

– Você quer mesmo saber Marta? – a garota responde com outra pergunta, encarando os olhos castanho-esverdeados de Joshua. Ambos tinham um sorriso sombeteiro no rosto, cúmplices na brincadeira. Já a cara de Marta dizia: poupe-me dos detalhes, criança.

– Não. Desde que não usem nada ilegal ou ilícito, pra mim tanto faz.

~"~

Madison devorava seu enorme sanduíche junto a um imenso copo de refrigerante, ao seu lado Jeremy parecia surpreso por vê-la comendo alguma coisa, talvez toda aquela desconfiança fosse coisa da sua cabeça. Já do outro lado da mesa Nicholas e Alexandra comiam tranquilamente seus lanches, Nick tinha um braço envolto ao ombro da namorada e os dois riam de algo que ele havia dito. Madi termina com o conteúdo de seu copo e levanta-se.

– Vou ao banheiro, volto já.

– Quer que eu vá com você? – Lexi se oferece para acompanhá-la e Madison hesita, Jeremy percebe que ela ficou um pouco nervosa.

– Não precisa – dando um meio sorriso Madison segue até o banheiro.

– Lexi? Pode ir atrás da Madi, por favor? – Jer pede, ainda fitando o caminho que a namorada acabara de fazer.

– Por quê? – ela retruca confusa, olhando dele para o corredor. Jeremy suspira, um pouco irritado, ela estava perdendo tempo.

– Só vá, Lexi, rápido.

Ainda sem entender nada, Alexandra levanta-se e vai atrás da amiga, passando pelas outras mesas até chegar aos fundos da lanchonete.

– ‘Tá tudo bem? – Nick questiona o irmão assim que os dois ficaram sozinhos.

– Espero que sim.

~"~

Ao chegar ao banheiro Lexi ouve ruídos estranhos, sem fazer barulho ela aproxima-se das cabines, notando que o som vinha de uma delas. Ela sabia do que se tratava, mas achou melhor não tirar nenhuma conclusão precipitada, talvez não fosse Madison ali. Ao ouvir o som da porta destravando ela se esconde atrás do pilar perto da porta, sem realmente saber o motivo, e observa enquanto a amiga ia até o lavabo, com um rosto pálido. Julgando que já vira o suficiente, Lexi deixa o banheiro e esboça seu melhor sorriso ao chegar à mesa onde os garotos estavam. Ao se sentar ela lança, disfarçadamente, um olhar de “precisamos conversar” a Jeremy.

~"~

O quarto estava exatamente como Joshua se lembrava: as paredes lilás com os mesmos pôsteres pendurados, as mesmas persianas brancas, a estante cheia de livros. Contudo, ele notou uma pequena diferença: uma das prateleiras – e ele se lembrava muito bem – que antes sustentavam cinco bonecas de vestidos feitos pela avó de Jessica, agora estava vazia. Ele espera Jessica tirar seu violão e algumas partituras de cima da cama para se jogar na mesma, colocando o Woody de pelúcia que estava ali sobre seu colo. Folgado, o Campbell? Imagina...

Jess revira os olhos pelo garoto espaçoso e bate em uma de suas pernas.

– Tire esses pés imundos de cima da minha cama – Josh ri, mas faz o que ela pediu, sentando-se e colocando seus pés no chão enquanto a observava ir até a sua escrivaninha, pegar uns papéis e voltar.

– Certo, por onde começamos? – antes que ele pudesse responder seu celular toca, indicando o nome de Naomi na tela. Jessica parece ter notado, pois faz uma careta e logo dispara:

– Como você a aguenta? – “droga! Eu disse isso em voz alta?”. Joshua ri, interrompendo os pensamentos dela sobre se jogar pela janela.

– Eu preciso – “precisa? Como assim?”, isso ela não diria em voz alta. Josh ignora a ligação e sorri para a garota a sua frente. – mas não por hoje. Senta aí, vamos começar.


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Notas finais do capítulo

*NA: Narcóticos Anônimos.
Uau, duas semanas! O primeiro recorde de atraso em DS! Em vez de ficarem bravas comigo, deveríamos comemorar - sqñ.
Nesse capítulo eu não quero que vocês comentem, quero que vocês critiquem, beleza? Mas construtiva e racionalmente. Digam o que está faltando, o que não estão entendendo, o que eu preciso acrescentar, o que eu preciso tirar. Isso é importante para que eu tenha uma base, caso contrário eu vou me perder, vocês vão se cansar da história e eu vou ficar frustrada, de modo que não me sobraria alternativa a não ser desistir de DS.
Agora que eu já coloquei pressão o suficiente, que tal fazer esse pequeno favor pra mim? Grata.
Não obstante, quero me desculpar pela demora pra postar esse capítulo, não vou dar desculpas só vou dizer que semana que vem tudo volta a normalidade.
PS: Alguém aí está acompanhando The X Factor? Só pra saber...



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