Pov Malu 

Após Alana se juntar a nós, começamos a tocar. Com toda certeza ela era ótima em tudo que fazia. A mãe de Rafa era uma atriz bastante importante em Nova York, vivia sendo chamada para trabalhar nos filmes dos melhores diretores, já havia publicado um livro e constantemente aparecia em novelas, seja como mocinha ou como vilã. Além de que, ela era linda. 

O resto da nossa noite foi maravilhosa, cantamos diversas músicas, todas acompanhadas de Alana. Decidimos assistir a um filme, já que nossa voz estava dando indícios de rouquidão. 

"O último exorcismo. Parte II". Ótima ideia que o Rafael deu, filme de terror. Mas que merda, por que não podemos assistir a um filme de romance água com açúcar? Eu morro de medo de filmes de terror. 

Enquanto Rafa foi preparar a pipoca e pegar as baganas e os refrigerantes, eu e a mãe dele fomos colocar o filme e preparar o local. 

- O Rafa nunca trouxe nenhuma garota aqui - Alana disse do nada, como se quisesse me dizer alguma coisa. - A quanto tempo se conhecem? 

- Sério? Nossa, fico honrada - Digo um pouco corada. - Nós conhecemos a pouco tempo, mas criamos uma boa amizade. é incrível como nós aproximamos rapidamente. 

- E como se conheceram? 

- Nós conhecemos quando eu esbarrei nessa tampinha e ela me disse que eu era muito metido - Rafael disse entrando na sala com um balde de pipoca, brigadeiro, balas e três latas de refrigerante. 

- Nossa, que bela recepção, Rafael - Alana diz gargalhando, eu a acompanho. 

- É, mas nos aproximamos de verdade quando começamos a frequentar o mesmo espaço. O teatro - Eu digo sorrindo abertamente. 

- O que tem demais no teatro? - Lana pergunta curiosa. 

- Lá tem os mais diversos instrumentos. Então teve um dia que eu estava lá tocando piano, e o Rafa me descobriu. 

- A melhor descoberta da minha vida - Rafael fala enquanto se aproxima de mim e me abraça, dando um beijo próximo a testa. Qual é, eu fico no ombro dele, sou baixinha mesmo. 

Nos deitamos no sofá na seguinte ordem: Alana, Rafa e eu. Apertamos no play e começamos a prestar atenção. 

30 minutos depois. 

Pov narrador

Um grito fora ouvido e Malu se agarrou mais a Rafael. Essa proximidade não era comum para um garota como Maria Luiza, mas ela gostava e por isso se aninhou mais ao peito do garoto. Olhou para o lado e percebeu que Alana já dormia. 

- Rafa.. A sua mãe. Acho que não está em uma posição favorável. Não acha melhor coloca-la em seu quarto, não? - Perguntou a menina para a mãe do melhor amigo. 

Não importa que só tenha passado apenas uma semana de amizade, ela já confiava demais nele. Sentia que se caísse, alguém a levantaria. E Rafael achava o mesmo. Nunca tinha encontrado alguma menina tão meiga como Malu. Ele estava definitivamente encantado com a moça. Ela conseguia expressar uma tranquilidade e ao mesmo tempo fazia com que ele quisesse descobrir cada vez mais sobre ela. Ela era tão.. tão diferente. 

Rafael colocou um braço sobre as costas da mãe e outro sobre as pernas, se encaminhando à escada. Chegou ao quarto da mulher e a depositou com cuidado sobre a cama, ligando o ar e cobrindo-a com um lençol. 

Sentiu uma mão tocar a sua e percebeu que sua mãe havia aberto os olhos, apenas um pouco, mas conseguia enxergar mais do que deveria. 

- Cuida dessa garota, ela é uma menina de ouro, Rafa. Não deixa ela escapar, são raras existirem como ela. E olha que eu a conheço a pouco tempo - Alana disse e logo já tinha voltado a fechar os olhos novamente. 

- Pode deixar mãe, vou cuidar da minha pequena -  Rafael sussurrou e saiu do quarto. 

Desceu as escadas com pressa e encontrou Malu na cozinha, lavando os pratos que haviam sujado. 

- Precisa de ajuda? - O menino perguntou se aproximando. 

- Não, já acabei - Ela respondeu enquanto arrumava os cabelos em um coque frouxo - Se quiser posso dormir nos sofá. Não tem problema, ele é bastante confortável. 

- Claro que não. Você vai dormir no meu quarto - Ele respondeu simples e  menina já posicionada ao seu lado arregalou os olhos - Relaxa, não vai acontecer nada, a minha cama é tão grande que se você não quiser tocar o cabelo em mim, você consegue. 

- Ai meu Deus, o que eu estou fazendo?! Mas, tudo bem. Só por essa noite e se você tentar algo, eu grito pela sua mãe - Malu falou gargalhando pela expressão que Rafael fez. 

- Não vou fazer nada, eu tenho medo da minha mãe. Ela já te ama, se eu te fizer mal, ela me estrangula. - Ele falou e a garota riu alto novamente, tapando a mão de novo, não queria acordar a mias nova amiga. 

Pov Rafael 

Subimos em direção ao meu quarto e eu abri a porta. Malu entrou primeiro e eu a segui. 

- Uol, fico em dúvida em qual é maior; o seu quarto ou a sua casa - Malu falou me fazendo gargalhar. Aquela garota é incrível. 

- Topa um piquenique amanhã? No central park -Perguntei tocando na mão dela. 

- Claro - Respondeu mostrando suas covinhas - Ei, o que acha de um jogo rápido? Tipo, eu faço a pergunta e você responde com uma palavra só. Se quiser pode fazer o mesmo comigo. 

- Topo. Quem começa? - Perguntei animado. 

- Eu. Esporte favorito? - Ela perguntou sendo obvia. 

- Basketball. Minha vez. Duas coisas que você mais ama fazer? 

- Cantar e ler. E você? 

- Cantar e ler também - Rimos - O que você mais ama? 

- Meu pai. E você? 

- Minha mãe. Série favorita? 

- Glee. Música favorita? 

- Hero, já cantei ela pra você. Cantor e ator favorito? 

- Cory Monteith. Ele era os dois - Ela falou e abaixou a cabeça. Notei que uma lágrima escorria pelo seu rosto, a enxuguei com o polegar. 

- Sinto muito pela morte dele. 

- É.. Foi ele que me incentivou a continuar a viver sabe? As vezes parece exagero, mas não é. Muitas pessoas acham que eles são pessoas normais, que não tem nada demais. Mas não, ele fez com que eu me sentisse especial. Eu e mais meio milhão de pessoas. Já o conheci pessoalmente, ele e a Lea. Eles estavam em um evento de Nova York que eu fui, minha mãe também era atriz. Então quando eu descobri o que havia acontecido, eu liguei pra Lea. Ela tava tão mal quanto eu. Eles se amavam - Lágrimas e mais lágrimas escorriam de seus olhos. A abracei, esse cara era realmente importante pra ela - Enfim, vamos continuar? Pergunta pra mim? 

- Claro, flor favorita? 

- Lírios. Coisa que aconteceu mais importante pra você nesses últimos dias? 

- Conheci você. E pra você? 

- Conhecer você - Sorrimos juntos. 

- Malu, eu vou tomar banho, se quiser tomar um também pode tomar no meu, vou no do corredor. Tem algumas blusas minhas que vão caber como vestidos em você. Então, fica a vontade - Respondi e sai do quarto, sem esperar uma resposta. 

Essa garota ta me deixando maluco. O que ela tem? Por que ela esta mexendo assim comigo? Isso nunca aconteceu. 

Entrei no chuveiro e fiquei embaixo do mesmo alguns minutos, sai logo depois e me enxuguei. Peguei uma roupa que estava la, não sei como, penteei os cabelos, escovei os dentes e passei perfume, saindo do banheiro logo em seguida. 

Adentrei o meu quarto e olhei para a cama. Malu estava deitada com os cabelos molhados, com um camisa minha que ia até a metade de suas coxas e o meu perfume. Aquela perfume nunca havia sido tão bom. 

Passei a mão por seus cabelos levemente bagunçados e a observei. Ela me transmitia calma, me faz um bem que eu não sentia a anos. Eu a adorava, e a cada palavra eu ia adorando cada vez maia. 

Ela tinha algo de especial. Algo que as outras não tinham. Um toque que de encanto, mais uma beleza extraordinária e fascinante.

- Você já consegue ser tão especial pra mim. Seus olhos, não consigo tirar a atenção deles. Sua pele, lisinha como uma porcelana, seu sorriso, não existe nenhum mais bonito que ele. Sua risada, aquela que faz com que todos riam também. Tudo tão perfeito. Tudo tão maravilhoso. Você me inspirou dês do primeiro instante, me fez superar tudo que eu precisava com o mais sincero dos olhares - Pro de falar e respiro um pouco. 

Percebo que um leve sorriso se forma em seu rosto. Sera que ela havia escutado? Sera que ela ia pensar que eu era um idiota de ta falando assim? Agora eu já falei e que se dane.É a verdade, e eu vou dizer o que eu quero. 

- Você é um anjo na minha vida.