Você Me Faz Tão Bem escrita por Little Girl


Capítulo 2
Será?


Notas iniciais do capítulo

Hey meus amores.. Mais um cap pra vocês ;)



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Pov Narrador

– Você? - Perguntaram juntos, estranhando a presença um do outro naquele local.

– O que você está fazendo aqui? Eu nunca te vi aqui antes. - Disse ele com um ar superior na voz.

– Óbvio que você não viu. Alguma vez na vida você já olhou pra alguém além de você mesmo? Creio que não.

– E porque você está aqui agora? Não é permitido vir ao teatro na hora da aula, por que ela já começou sabia? - Ele falou na tentativa de deixa-la sem resposta. Não funcionou.

– Ah é? Deve ser por isso que você também está aqui, por que é proibido... Você não deveria estar na aula? Afinal, como você disse, ela já começou. - Ela também sabia ser esnobe de vez em quando, e tinha ótimas respostas pra gente assim.

– An... Eu estou aqui porque... Por que eu só ouvi o sinal quando já estava na porta do Teatro e não quis perder a viagem. - Ele terminou de falar com um dos cantos da boca para cima. Sinal de vitória. - Você toca? Eu não sabia.

– E o que você sabe sobre mim? - Perguntou ela. Porém deixou a pergunta no ar, pois assim que falou pegou suas coisas e se dirigiu a saída.

– Ei, espera ai. Onde você está indo? - Ele perguntou se entender por que ela tinha dado as costas pra ele. Ninguém costumava dar as costas pra ele, muito menos as mulheres.

– Pra aula. Ela já começou esqueceu?

Pov Rafael

Como aquela garota resistiu a mim? Nunca tinha acontecido isso. Todas costumavam cair aos meus pés, corriam atrás de mim mesmo que eu nunca tivesse ao menos olhado para elas.

– Ta acordado, cara? - Perguntou Arthur, um velho amigo meu, percebendo minhas feições provavelmente confusas.

– Você conhece aquela garota? - Perguntei apontando para a menina de cabelos castanhos ondulados.

– Quem? A Yasmin? Conheço né cara, ela é gostosa pra caralho.

– Não Arthur. Aquela baixinha, de cabelo ondulado. - Falei mostrando melhor.

– Ah, conheço. Ela já estuda aqui a um tempão, mas ninguém fala com ela. Dizem que ela é abusada demais, mas não deixa de ser uma das mais gatas do colégio. Se você ta assim por ela, espera só até ver a melhor amiga. - Disse Arthur abrindo um sorrisinho.

– O que tem a melhor amiga dela? - Ele só estava me deixando obviamente mais confuso que antes.

– Elas são o oposto, cara. A Clara é super popular, amiga de todo mundo, super legal e ainda é fácil de pegar ela. Não é tão gata quanto a Malu, mas também é bonita. E não esquece de uma coisa, a Malu é impossível. - Depois de falar isso Arthur saiu e me deixou sozinho

...

As aulas passaram voando até dar o toque para a saída. Sai sem falar com ninguém, mas continuei a olhar para as pessoas, a procura dela.

Andei em direção a minha casa. Mas por algum motivo, que eu desconheço, vim parar numa praça central. Estou ficando alienado demais ultimamente.

Pov Malu

Sai da escola com os pensamentos avulsos de sempre. Ah, para vai. Quem eu to querendo enganar? Sai pensando no garoto ousado (e lindo) que me encontrou hoje cedo na sala e no teatro.

Caminhei até a praça central da cidade, me sentando sobre a grande e verde grama que continha ali. Observei as poucas crianças que brincavam no parquinho. Brincando com as suas mães, ou até mesmo sozinhas, mas ainda assim, felizes.

A minha vida podia ser perfeita - Digo olhando para um casal de namorados que passeava. O garoto estava falando alguma besteira que a fazia gargalhar.

– A sua vida parece ser perfeita.

– Parece... Só parece - Eu digo tranquilamente, mas depois olho pra trás assustada. Levo um susto ainda maior quando vejo quem está ali.

– O que faz aqui? - Eu pergunto confusa.

– Acho que o mesmo que você - Ele diz coçando a cabeça - Só.. Só querendo um vida perfeita.

– Quem diria que Rafael Cortez, o desejado e popular do colégio, falaria algo assim. A sua vida sim parece ser perfeita. - Eu disse voltando a postura de durona que até alguns minutos atrás não estava em meu corpo.

– Acho que no fundo ninguém me conhece direito a ponto de falar quem sou ou como sou. Muito menos de como é minha vida.

– Talvez, mas ela parece mesmo ser perfeita.

– E porque ela parece ser perfeita? - Perguntou ele.

– Milhões de garotas correndo atrás de você, tem tudo o que quer e quando quer, um monte de gente vive atrás de ti só esperando que você mande pra eles irem lá e fazerem o que você quer. Como cachorros obedecem seus donos. - Fiz uma cara de nojo quando ele acabou de falar, com nojo das pessoas e do garoto que estava na minha frente. Não sabia como ele conseguia suportar toda aquela gente interessada na vida dele.

– Não sei da onde você tirou que isso é bom, mas eu garanto que não é. As vezes eu acho que estou sozinho e que só tenho a música como amiga de verdade, como se todos os outros tivessem apenas interesse em mim.

– Pelo menos em uma coisa posso dizer que concordamos. Mas, interessados em que? - Eu perguntei confusa, como sempre.

– Ah, pelo visto você não sabe. Sou filho de Alana Jolie Cortez, sim, aquela famosa atriz. Só prova mais uma vez que você realmente não parece interessada na minha vida. - Ele disse, pela primeira vez naquela conversa com os cantos da boca apontados para cima. Seria aquilo um sorriso ou foi só impressão?

– Hum... Mas o que isso tem a ver com estarem interessados na sua vida? - Perguntei. Estava ficando cansada da minha lentidão constante.- E, só pra constar, eu realmente não estou interessada na sua vida.

– Não sei exatamente o por que, só sei que estão. - Suas covinhas se destacaram com o sorriso que ele me deu. Nunca tive vontade de morder ninguém, mas pela primeira vez eu estava. Não me culpem, eu não sou de ferro. E isso não significa que ele tenha que saber que eu o acho lindo. - Mas eu estou interessado na sua. Vem, me conta de você enquanto eu te pago um sorvete.

...

A tarde passou voando e rapidamente tive que ir embora pois já anoitecia. Fui pra casa praticamente correndo com medo de deixar meu pai sozinho e preocupado.

Abri a porta e joguei minha mochila na mesinha que tinha do lado do sofá, subindo logo depois pro meu quarto. Empurrei a porta e fui direto pro banheiro.

Me despi, entrando no box logo depois. Pensei na tarde que tive hoje com Rafael. Nunca me passou pela cabeça que longe da visão das pessoas do colégio ele fosse tão gente boa. Mas no final da conversa a gente combinou que ninguém saberia sobre a nossa quase amizade. Não era bom pra imagem dele andar com alguém tão desleixada e não popular como eu, e eu não estava afim de que todos ficassem comentando sobre nós, então tecnicamente eramos amigos escondidos.

Passei alguns hidratantes por todo o meu corpo e rosto, o desodorante e o perfume logo depois. Quando fui pegar a minha escova de cabelos uma lamina cai da gaveta.

Como aquele objeto ainda estava ali? Eu tinha jogado todas fora quando perdi muito sangue ano passado, fu parar no hospital e quase morri. Prometi ao meu pai que não usaria mais aquilo, mas os meus problemas ainda machucavam tanto, pensar nas brigas com a minha mãe ainda doía tanto, pensar nela me magoava de um jeito ou de outro. Me abaixei e peguei o objeto olhando e lembrando de como a sensação parecia ajudar a levar todos os meus problemas pelo ralo.

Será?


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Notas finais do capítulo

Reviews? Recomendações? ;)



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