A Aurora escrita por rkaoril


Capítulo 19
De volta ao lar


Notas iniciais do capítulo

Aí pessoal! A formatação ta horrível (de novo) por que eu to postando do celular, mas por favor, comentem!

Mais uma coisinha - a fic ta acabando (essa temporada) e eu adoraria receber uma recomendação :33

De qualquer forma, muito obrigado por estarem lendo!

(NÃO É O ÚLTIMO CAPÍTULO)

*formatação corrigida



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Capítulo 19 – De volta ao lar

Surpreendentemente, Oliver estava certo: assim que eu desci da estação 303 um ônibus parou bem em frente a ela e nos deixou ao pé da colina meio sangue – isso não foi necessariamente bom, apenas resultou em mais preocupação da minha parte para o fato de que se ele acertou uma poderia muito bem ter acertado as outras.

Quando eu cheguei no acampamento, já estava amanhecendo. Nico parecia realmente morto no meu ombro e ambos não estávamos em condições fortuitas, então eu simplesmente bati à porta da enfermaria e quando a porta abriu joguei Nico na pessoa em questão e desabei na maca mais próxima.

Eu dormi instantaneamente, e quando dei por mim estava de novo naquela cópia com rochas LCD do Paternon, Nyx sentada em outra mesa de chá sorrindo para mim.
- Olá filha – ela disse, suas maçãs do rosto em círculos de baixo dos olhos enquanto ela sorria – eu estou tão orgulhosa de você.
- Não venha com esse papo – eu cortei – você me mandou em uma missão suicida!
- Na qual você saiu com vida – ela disse, como se fosse um fato óbvio – e eu não iria sacrificar o meu único herói na terra contra Érebo, sabia que você venceria.
- Sabia mesmo? – eu disse, os braços cruzados no meu peito – Ou não tinha escolha, já que com Érebo Gaia teria um peso à sua altura? – então sua expressão se desmanchou em uma raiva descontrolada e por um momento eu pensei em pedir desculpas, mas não recuei – Você realmente não se importa, não é?
- É claro que eu me importo! – ela gritou – Você acha que eu não preferia mandar Ártemis e suas caçadoras? Mas é claro, Hades nunca permitiria que elas entrassem no submundo então eu tive que mandar você!
- Sim, sacrificar sua única filha viva para não ter que lutar uma guerra que já está ganha para você – eu disse – muito gentil da sua parte.

Ela apertou sua mandíbula e eu realmente estava começando a ficar com medo. Nyx continuava calma mesma com raiva, como um gênio do mal que não deixava se abater por algumas provocações. Então ela suspirou dissipando sua raiva, e mandou para mim um olhar tão sério quanto triste.
- Você não entende – ela disse – você era minha última chance de concertar as coisas.
- Com quem? – eu disse – Com Zeus, que tem a pulga atrás da orelha com você desde que você deu um reino pra ele?
- Com o seu pai. – ela disse, e por um segundo eu estava sem resposta. Nyx aproveitou aquele segundo e não parou as explicações – Eu não podia protege-lo, veja, os deuses não podem intervir com os heróis, mas mortais como pais desses heróis não devem ter a nossa preferência. Então quando Gaia afogou o seu pai, bem, eu não pude fazer nada. Então eu negociei com Zeus que você derrotaria Érebo e em troca, ele diminuiria a pena da sua avó, que era o que o seu pai vinha tentando fazer quando me conheceu. Se não fosse por mim talvez Abigail já estivesse livre, então eu tinha que quitar essa dívida.

Eu olhei para ela por um segundo, e por um momento tive certeza que a maioria dos deuses não se explicavam para os mortais após uma discussão – provavelmente os transformavam em sapos ou algo do tipo – e eu engoli em seco. Se era pelo meu pai, eu não me importava em arriscar a minha vida – e além do mais, tudo acabou bem.

Não por muito tempo – disse uma voz na minha cabeça, mas eu tive o cuidado de ignorar.
- Qual foi a pena da minha avó? – eu disse após um longo silêncio.
- Exilio – ela disse – ela quase foi renegada.
- Zeus vai cumprir a promessa? – eu estava acostumada com as pessoas não podendo me contar as coisas afinal.
- Sim – ela disse – eu o fiz jurar pelo Estige. Sua avó estará fora do Exílio daqui a cinco anos.
- Ela é velha – eu lembrei – provavelmente vai morrer antes disso. – eu disse, e a ideia da minha avó num caixão ou até mesmo no mundo inferior me deixou triste. Eu nunca fui muito com a cara dela, mas ela sempre esteve ali e o pensamento de não a ter do meu lado xingando e praguejando parecia demasiado solitário. E além de Nyx (ou até mesmo Ares que certamente não contava) vovó Forbes era a única família que me restara.
- O exílio se aplicava após a morte – ela explicou – se ela ainda estivesse nele quando morresse, passaria toda a eternidade nos campos da punição. Mas se ela viver tempo suficiente para que ele acabe, seus atos heroicos de quando ela era jovem vão contar para alguma coisa e ela certamente irá para o Elísio. Antes da redução, bem, era impossível que isso acontecesse – ela estava marcada para 150 anos de exílio quando completou 26 anos. Mas agora, talvez ela tenha alguma chance.
- O que ela poderia ter feito para que Zeus a exilasse por tanto tempo? – Nyx olhou para longe, sua expressão tão sombria quanto a de Oliver no Luna Park.
- Ela ultrapassou uma fronteira para salvar o seu avó – ela disse – no fim, ele morreu antes que ela pudesse encontra-lo e foi exilada por ter tentado.
- Uma fronteira! – eu explodi – Você não pode ser mais específica? – Nyx olhou para mim, sua expressão sombria. Por um momento, eu me lembrei da mulher no rio e das mãos molhadas após o autômato do Ronald Mcdonald virar pó de ferrugem e soube que era daquilo que ela estava falando.
- Eevelyn – ela disse – se você quer viver uma vida plena e feliz, por favor, esqueça isso e siga em frente.

E então o palácio de Nyx virou névoa pura, e eu estava caindo na escuridão.

--

- Hey garota! – me disse uma voz familiar – Acorde!

Eu pisquei meus olhos e me sentei na cama da enfermaria. Havia um pôster na parede da minha frente com um sátiro levantando o polegar e uma legenda em baixo – não fique de bode por causa da doença! – e um sátiro alegre com olhos brilhantes sentando ao meu lado.
- Sr. Pattrich! – eu disse, jogando meus braços ao redor dele. Eu não o via desde que que ele tinha me trazido ao acampamento – Eu não te vejo a meses!
- Ei garota – ele disse, me sentando de volta na cama – você está um caco!
- Valeu – eu disse – você parece bem também. – ele balançou a cabeça.
- Eu sempre estou bem – ele disse – mas você está realmente ruim, então de um pulinho no seu banheiro antes de sair para a sua festa. – ele disse – Voce está horrível!
- Ugh – eu disse – minha festa? – ele riu.
- É um ritual do acampamento: quando alguém volta vivo nos os vestimos com túnicas gregas e coroas de louros, depois queimamos a sua mortalha no anfiteatro tirando sarro da cara da morte! – ele socou o ar como se estivesse socando o próprio Tanatos.
- E o que vocês fazem quando o pessoal morre? – ele fechou a cara e não respondeu.
- De qualquer forma, a não ser que você queira parecer um urubu na sua cerimonia de glória e honra eu sugiro que você corra para o banheiro e de um jeito na sua cara.

Tamanha falta de delicadeza me fez levantar da cama e fechar a cara para o Sr. P, mas depois de ter passado um ano na Cherry High School com ele, eu estava mais ou menos acostumada.

Eu cambaleei até o banheiro eu me arrumei o máximo possível – considerando que mesmo arrumada eu parecia um urubu, como o Sr. Pattrich carinhosamente mencionara – e então voltei para a enfermaria, onde não havia mais ninguém.

Hesitante, eu respirei fundo e abri a porta da enfermaria e quase morri do coração quando o cão infernal de duzentos kg foi jogado em cima de mim, e quando eu bati as costas no chão com Nicolas me dando um banho de baba – melhorando a minha aparência, como se eu precisasse – eu ouvi um som de risadas no fundo.
- Ugh Nicolas – eu disse, tentando me livrar dele.
YAY! – ele gritou mentalmente. Os outros provavelmente só ouviram um latido – EU ESTAVA TÃO PREOCUPADO QUANDO NÃO TE ACHEI NA CASA DE NYX!
- Oh, tudo bem Nicolas não tem problema – eu consegui dizer se me afogar no mar de baba – agora, por favor, sai de cima de mim.

Ele me obedeceu e eu me levantei, tentando livrar a baba da cara. Quando fui capaz de enxergar vi um par de olhos azuis olhando divertidamente para mim.
- yahoo! – disse Conor, colacando minha perna esquerda no seu ombro.
- Yeah – disse Travis, fazendo o mesmo que Conor com a outra perna e caminhando por aí comigo gritando coisas tolas.

Depois disso, eu tive o dia mais maravilhoso da minha vida desde que meu pai morreu.

Primeiro, as meninas de Afrodite arrumaram o meu cabelo, me vestiram com uma túnica grega azul noturno com estrelas e me coroaram com louros prateados – pela primeira vez na minha vida eu parecia atraente – então eu fui levada até o anfiteatro, onde queimamos uma mortalha feita pelo chalé de Hermes – uma vez que eu não tinha meio-irmãos no acampamento – ela era linda feita de um tecido parecido com o da minha túnica, mostrando uma lua negra no centro e lindas constelações prateadas em um fundo azul noturno. Depois, Conor e Travis – meus carregadores pessoais – me levaram até o lugar onde fazíamos as refeições. Ele estava completamente decorado e a fogueira no meio da tarde aquecia todo mundo no fim do inverno.

Os filhos de Apolo cantavam lindas canções de Rock – uma vez que a festa era minha eu pude escolher o gênero que eles iam cantar – como Paramore, Green Day e Halestorm. Nós banqueteamos com meus pratos favoritos – molho Greavy, bacon, carne de porco, batatas fritas com toneladas de queijo e Coca-Cola – e Quíron fez um lindo discurso sobre uma garotinha que sozinha tinha salvo o mundo da Escuridão.

Após o meio da festa, todos tinham de dado os parabéns e tirado fotos comigo, então eu zanzei por perto da fogueira sozinha e pela primeira vez, vi uma mulher sentada aos pés da fogueira sorrindo para mim.

Ela tinha um cabelo castanho cinzento com um lenço nele e usava um vestido simples marrom – embora estivesse realmente frio, mas ei! Eu estava com túnicas gregas – e seus olhos eram vermelhos e calorosos, como uma lareira quentinha.
- Olá. – ela disse – Você finalmente teve tempo para me ver.
- Oi. – eu disse – Quem é você? – ela pegou um graveto do nada, e mexeu um pouco na lareira e esta pareceu um pouco mais quente, me deixando realmente confortável.
- Eu sou Héstia – ela disse.
- Você é a deusa do lar – eu disse genialmente, mas ela simplesmente sorriu.
- Você não conversou comigo quando chegou – ela comentou – muitos não fazem.
- Eu não te vi.
- Sim claro – ela disse – eu não estava presente naquela ocasião, então posso entender. – ela disse, e seu sorriso se abriu mais – Eu estou feliz por você ter finalmente me visto, Eevelyn. – eu sorri para ela.
- Não há de que. – eu disse, e então ela passou a mão pelo fogo e me estendeu a mão. Nela estava... o ovo da fênix! – Isso...
- Você esqueceu no banheiro do posto de gasolina, quando tomou banho. – ela disse – Eu achei que você fosse querer de volta. – então ela deu para mim e quando eu olhei de novo para ela, não estava mais lá.

Um pouco tonta por deuses ficarem se materializando e desmaterializando por aí, eu perambulei mais um pouco pela festa antes de avistar um certo alguém se esgueirando para os lados da floresta.
- Hey! – eu disse, puxando ele de volta – Você tem parte nisso e vai ficar até o final! – Nico revirou os olhos e tentou fugir do meu aperto.
- Você tem sérios problemas – ele disse quando falhou em se livrar de mim, por que afinal já era de noite.
- Você também, aparentemente. – eu disse – Fugindo da festa dos outros, que coisa feia!
- Eu nem me dou bem com esse pessoal – ele disse mal-humorado – por que eu iria ficar?
- Por mim? – eu disse, ele revirou os olhos como se fosse motivo de menos.
- Oh sim – ele disse sarcasticamente – por você que mal olhou pra mim o dia todo. – ele não parecia realmente bravo por eu não ter feito isso, mas apenas apontando os fatos. Essa falta de tato para com ele fez com que eu tivesse uma perda temporária de neurônios e dissesse o que disse a seguir.
- Dance comigo. – eu mandei.
- O que? – ele disse, humor brotando em sua face.
- Dance – eu disse lentamente, como se ele fosse um lesado – comigo.
- Uh, não.
- É o mínimo que você poderia fazer – eu disse – depois de me fazer atravessar aquele rio.
- Isso não tem nada a ver.
- E eu ainda levei um raio por você! – eu disse, mostrando o ombro nu (mantos gregos, por favor) com as veias em relevo – Quero dizer, você provavelmente teria morrido se não fosse por mim. – isso pareceu surtir efeito – E ah, vamos lá. Não é como se eu fosse te morder ou algo do tipo. – eu disse sorrindo, e ele olhou para mim com uma cara de duvida.
- Ok, talvez eu morda. – eu disse – Mas não é com segundas intenções.
- É melhor que eu dance com você mesmo – ele me pegou pelo pulso e me arrastou até perto de onde a música dos filhos de Apolo estava mais alta, e onde os outros campistas e alguns sátiros dançavam – você está começando falar besteiras.
- Sábia decisão. – eu disse. Quando eu parei na frente dele indecisa sobre como lidar com a situação que eu mesma provoquei, olhei involuntariamente para a filha de Apolo que estava cantando por hora. Ela olhou para mim de volta e então para Nico, levantando as sobrancelhas e murmurando alguma coisa para seus irmãos com os instrumentos e uma música suave e bonita instantaneamente começou a tocar. Eu reconheci My Hero do Paramore.

Uh, aquela filha de Apolo teve um impressão errada da ocasião.

Nico percebeu a deixa que a filha de Apolo deu a ele, rapidamente passando uma mão pela minha cintura e pegando uma mão minha com a outra – uma posição de dança que se meu pai estivesse presente, certamente aprovaria para um garoto dançar com sua filhinha. Graças a qualquer deus responsável pelas danças, Nico não tentou nada muito difícil como seguir a batida da música ficando apenas no passinho pra lá e passinho pra cá, realmente facilitando as coisas pra mim. Então eu parei de olhar para os meus pés – o que foi um erro considerando o número de vezes que eu pisei nos dele a seguir – e olhei para ele.

De alguma forma, a luz da lareira e a escuridão da noite o fizeram ainda mais bonito, como um fantasma – e a real tristeza nos seus olhos, que olhavam nos meus realmente ajudava com esse ar. Naquele momento, eu realmente estive grata por estar viva e poder estar dançando com um garoto após ter salvo o mundo, e então eu cortei o silêncio.
- Você me tirou do tártaro. – eu disse – Como você sabia que eu precisava de você?
- O seu pai. – ele me disse – Ele havia me dito há um tempo que precisava dar uma coisa à sua filha, que estava em uma missão importante. Eu pensei que sua filha fosse uma mortal comum que não veria o seu fantasma, e o deixei sair do Mundo Inferior por um tempo. Quando eu estava quase no palácio de Hades, ele me encontrou e pediu que eu te ajudasse, e então eu soube que a filha que ele estava falando era você.
- Ele realmente fez isso? – ele assentiu.
- Ele te deu o que precisava?
- Sim. – eu disse – E eu não estaria aqui se não fosse aquilo.

Ele então sorriu, uma coisa rara para ele. Ele parecia tão bonito – tão alegre – sorrindo que eu realmente lamentei o destino cruel dele, e desejei que eu pudesse abraça-lo e garantir que tudo ficasse bem sem que fosse um momento embaraçoso. Então ele me girou e me puxou de volta.
- O que foi isso?
- Você acabou de dançar como uma dama de verdade. – eu bufei.
- Ótimo. – eu disse – Já posso me casar.

Ele revirou os olhos, e melodia estava já no fim. Felizmente, a filha de Apolo era esperta e começou a tocar I’m not a Angel do Halestorm, que era ótima para danças lentas.
- Nico. – eu disse.
- Sim?
- Você tomou banho? – ele então riu, o que me fez ganhar a noite.
- Sim – ele disse – eu cheiro bem?
- Muito bem – eu disse e ele revirou os olhos.
- Você irritante, sabia?
- E você – eu disse – precisa melhorar suas técnicas de sedução.

Isso provocou outra gargalhada.

- As atuais – ele disse sorrindo – parecem estar funcionando.
- Não, na verdade. – eu disse. Ele revirou os olhos e dançamos em silencio por um bom tempo até que no final da música, sua expressão ficou sombria e ele parou – O que foi?
- Eu tenho que ir. – ele disse – Negócios no Mundo Inferior.
- Ok. – eu disse, me separando dele mas ficando ali, do lado – Cuide-se di Angelo.
- Você também, Forbes. – ele disse, com um último sorriso que eu prometi guardar, e então ele se foi.


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