Solidão escrita por Isamu H Ikeda


Capítulo 1
Solidão


Notas iniciais do capítulo

* Madruguei novamente. Não tenho salvação 3 UHSASASAUSH.

* Alone cada vez mais sendo meu bode expiatório... Mas como eu digo: Transformar sentimentos e aflições em palavras, frases ou textos é fácil. Difícil é você admitir que são mais do que isso. Entendem?

* Talvez, boa parte disso seja por que eu me identifico bastante com o Alone, por diversas razões e motivos.

* Enfim, boa leitura. ♥



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Estou cansado de sorrir. Não sinto sequer mais vontade de fazer coisa alguma, nem mesmo pintar. É como se isso tivesse perdido toda beleza e graça aos meus olhos, neste momento. Não vejo mais motivos para me levantar desta cama velha. Não há mais ninguém no quarto, apenas eu. Todos os outros órfãos que sobraram estão dormindo em outro cômodo. Faz um bom tempo que não dirijo a palavra à nenhum deles...

Fito dois quadros, postos cuidadosamente ao alcance de meu olhar. Um contendo o semblante terno e meigo de minha irmã mais nova, Sasha. E outro o de Tenma, inacabado, mas ostentando toda aquela determinação que somente ele possui.

Suspiro com total desânimo e me pergunto onde eles estão... O que fazem... Se estão bem... Se estão sorrindo sem mim... Se sentem a minha falta tanto quanto eu sinto a deles.

Esta solidão, quase cálida, tornou-se minha única companhia já a um bom tempo. Cada vez mais presente e mais forte em minha miserável vida sempre que percebo que estou longe de minha irmã e do meu melhor amigo. Ela me persegue como uma sombra, pronta para me ter em seus braços mórbidos e frios.

É como se meu nome carregasse uma maldição. Perdi meus pais quando era muito novo, Sasha foi “adotada” e separada de mim, e agora Tenma foi embora... Minhas únicas alegrias do mundo foram para longe. Eu que não tinha mais nada até então, somente o sorriso de ambos, os vi serem levados por homens estranhos e se afastando cada vez mais de mim...

Apático, já não tenho mais aquele fulgor em meus olhos azuis que agora são totalmente opacos. Meus cabelos, outrora dourados, se tornam mal cuidados e ligeiramente bagunçados.

Viver perdeu toda a graça.

Vez ou outra eu noto um abismo que aumenta a cada instante. Esse abismo tem uma voz. Uma voz que me chama, seduzindo-me para cair na escuridão... Ser engolido por ela... Vejo penas negras que antecipam um par de asas enormes que surgem em meu corpo. Alucinações, porém a dor é real.

A dor...

Dor que vem e vai, dor que me domina, dor que me fascina. A dor que me faz gritar todas as noites, que me deixa em prantos enquanto choro e rio de igual para igual com um louco. Um completo insano.

Por que...? Eu não mereço sorrir? Estou fadado a viver em um mundo preto e branco? Minhas pinturas... Perderam o propósito. Não há alma nelas pois eu, o pintor, perdi a minha.

Imerso em agonia, eu dou-me por vencido. Permanecer acordado é tão doloroso quanto ter uma adaga cravada em meu peito. Dormir é o mesmo que morrer para mim. Não penso, não lembro, não sinto... Não desejo. Amanhã será a mesma coisa, os mesmos sentimentos, a mesma dor e o mesmo sonho impossível. Já não me resta mais nada. Deixo as sombras me envolverem e cuidarem de mim.

Não faz diferença, não é mesmo? Não importa quantas pessoas façam parte da minha vida, elas irão me deixar cedo ou tarde. Eu sempre estarei sozinho.

Sozinho... Este é o meu nome.


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