Dois meses após a derrota dos Homúnculos, Edward e Alphonse voltaram para a casa dos Rockbell. E se estabeleceram lá. Logo após o jantar, Alphonse foi para cama, dizia que não aguentava mais ficar de pé. Se acostumar com o seu corpo devia ser meio difícil, ele estava extremamente cansado, pois o estado dos seus músculos e corpo era meio delicado. Enfim, eram três da manhã. Winry fazia ajustes no automail restante de Edward, em parte ela estava feliz porque ele ainda tinha uma razão para ir vê-la. Um suspiro cansado saiu de seus lábios ressecados.

 - Nhé... – ela revirou os olhos. – Preciso de mais café...

            A garota remexeu os bagunçados cabelos, pegou sua caneca e começou a descer a escada com passos leves. Ela estava tanto feliz como cansada, fazer os ajustes da perna de Edward era meio nostálgico, só que... Ela ignorou aqueles pensamentos, apenas sorriu enquanto chegava à cozinha. Suas mãos começaram a vasculhar os armários em busca de café instantâneo.

 - Sinceramente... – ela fechou os armários. – Vovó realmente precisa fazer compras... Ed?!

            O alquimista tinha uma caneca em mãos, ele estava sentado sobre o balcão com os cabelos semelhantes a um ninho de ratos e uma calça e camisa velhas (que serviam como uma espécie de pijama) e, surpreendentemente, folgadas. Eles se encararam por alguns segundos, porém os olhares eram diferentes. O ex-alquimista encarava-a em choque, tendo a caneca próxima a seus lábios, não se movia. E o olhar de Winry pode ser descrito nas palavras de Winry.

 - Meu café...

            Ele simplesmente respondeu com um sorriso travesso. Winry tirou uma chave inglesa do bolso de sua calça e a ergueu num gesto ameaçador. Não demorou muito até os dois estarem correndo pela casa feito loucos. Winry empunhando a chave como uma faca, e Edward correndo com todas as forças que seu corpo tinha e que seu automail protótipo permitia. Eles acabaram subindo as escadas. Edward conseguiu dar uma curva rápida e entrar em seu quarto e de Alphonse, e logo em seguida trancando a porta justamente quando Winry chegara ali. Ela bateu a chave inglesa contra a porta.

 - Ed!

 - O quê? – ele respondeu baixinho, provavelmente para não acordar seu irmão, o que não foi de muita utilidade.

 - Abre a porta. – disse a garota de cabelos dourados. – Eu quero meu café.

 - Não. – respondeu ele, curto e grosso.

 - Mas eu preciso... Eu to fazendo os ajustes do seu automail.

 - Vá dormir. – respondeu a voz. – Amanhã você termina. Eu já acabei o café, de qualquer jeito.

 - Mentiroso... – resmungou ela. – Ugh! Amanhã você vai fazer café pra mim.

            Nenhuma resposta. Winry se dirigiu ao seu quarto e desabou em sua cama. Edward fez o mesmo.

 - Eu tenho pena dos seus futuros filhos, Nii-chan. – disse a voz de Alphonse.

 - AL?! – berrou Edward. – Você está acordado?!

 - Ainda não estou muito acostumado a dormir, sem contar que com um barulho desses é impossível ficar acordado. – respondeu ele, debaixo das cobertas. – Eu quero levar Winry ao altar.

 - Que altar?! – gritou Edward. – Oi, Al! Me responda! Al! Al!

            O garoto não fez nada além de rir.