Meu escrita por Kalhens


Capítulo 1
É inútil


Notas iniciais do capítulo

Eu realmente não sabia qual seria a categoria disso...Enfim.
Boa leitura o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/366339/chapter/1


Fico pensando. É possível querer ser igual à pessoa que você mais detesta?


Em minhas mãos, mais um desafio passado pelo L.


Às vezes não sei se ele manda os restos dos seus casos para mim com intenção de me dar experiência, ou para me humilhar com esses desafios estúpidos.


E, principalmente, porque fica mandando só para mim.


Claro, eram quebra cabeças divertidos, mas tenho certeza que você ficaria muito

mais feliz em receber uma coisa dessas do que eu.

É. Acho que essa é a diferença.


Bem, aqui estamos na biblioteca.


É uma relação engraçada essa.

Todos apenas sabem falar sobre como você vive indo na sala de brinquedos em que eu costumo ficar. Como se não fosse óbvio que eu sempre fico lá, mesmo sabendo que você eventualmente vai aparecer e se irritar comigo sem motivo aparente.


Nenhum deles imagina que eu também sei o lugar onde você sempre está. Enfiado, entre livros, páginas e anotações, estudando, estudando, estudando.

Para tentar chegar aos pés do L.

Sim, pés. Isso, para você, estaria bom.


Você jamais o quis superar. Você apenas quer estar no mesmo nível que ele.


Passando pelas estantes é fácil ver enormes buracos numa sessão de biologia com tendências à criminalística. Então, você passou por aqui.


Seguir os rastros é simples e encontrar o som intermitente de teclado e caneta riscando o papel é quase ridículo.


Ali está você, as costas recurvadas em cima de livros e mais livros, o cabelo loiro escorrendo para frente. Dá até para desconfiar se essa má postura é de propósito, numa tentativa de conseguir o mesmo arqueado nojento das costas do L.


Abro a pasta, sentando entre as estantes, bem atrás de você. Como sempre, o problema é trivial. Não mais do que análise e organização probabilística de dados seguida da eliminação de variáveis que não se encaixem na média de um desvio, seguida de uma reavaliação dos pontos excepcionais.


Qualquer computador bem programado poderia cruzar os dados e dar a resposta.

Mas não.

Eu mesmo o faço. Laboriosamente. Nome a nome, número a número, evitando o uso de papel, me forçando a decorar.


Do jeito que eu sei que L seria capaz de fazer.


Eu não quero ser como o L. Eu sequer gosto dele. Apenas um dia me disseram que eu poderia ser o próximo e, desde então, isso pareceu ser a força que me jogou numa inércia monótona que alguns chamariam de ‘’vida’’.


Mas ai, você apareceu.


Você gosta dele, não é? O idolatra, quase.

Chega a ser vergonhoso. O modo como se preocupa com ele. Com o que L pensa de você.


Bem. Eu serei melhor.


Nossa linha de chegada será a mesma, mas sempre estarei na frente.

Antes de chegar no L, terá que passar por mim.


Ele já não será mais seu objetivo.


É algo egoísta, eu sei.


Mas, pense.


As noites que passar em claro, estudando caso após caso, serão por mim.

As tardes que passar enfiando nessa biblioteca, abrindo rombos pelas estantes enquanto se sobrecarregam de livros, serão para me superar.


Tudo.



Viro as páginas e te ouço fazer o mesmo.

Ás vezes. Eu realmente queria poder ir até ai, puxar esses fios loiros, te deixar com uma postura decente e poder avisar, olhando bem fundo nos seus olhos, que tudo isso é vão. Que não adianta, eu jamais te deixarei chegar ao L.


Mas não. Acho que seu orgulho não lidaria bem com isso.


Quando notei, você havia dormido.


Por cima dos livros todos, um cotovelo deitado numa tecla que digitava um ‘’z’’ infinitamente pela tela a fora.


A vontade de tocar é quase insana, mas sei que você vai acabar acordando. Esticar os dedos, e não poder alcançar. Há algo de deprimente nisso.


Vou deixar.


Deixar todos continuarem acreditando que a obsessão é sua. Que é você quem me persegue. Todos, sobretudo você.


Nos seus sonhos, o ouço chamar pelo L.

Queria. Queria poder arrancar esse nome dos seus lábios para sempre, tomando-os para mim.


Mas tudo bem.


Vou para a sala de brinquedos, te esperar. Irritado, por ter se deixado cochilar em cima dos estudos.

E é engraçada essa certeza de que você virá.

Pelo simples fato de que a cada dia mais, mesmo sem nem perceber, você é meu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Para Konan. Há! Uma fic em que o Mello não é louco pelo Near.
Para Clara. Uma one Mello e Near. Sem nem insinuações do Matt, repare.

Para quem mais que tenha lido essa coisa, não tive oportunidade de mandar para betagem, portanto agradeço se me avisar caso encontre algum erro ou incoerência.

Alias, quanto ao Near não gostar do L. Não lembro se foi o Ohba ou o Obata, mas um deles disse que tinha essa impressão no ''How to Read''.

Enfim.
Grata o/

Kalhens.