Ao Despertar escrita por httpsdiamandis


Capítulo 15
Capítulo 15 - Tortura


Notas iniciais do capítulo

desculpem a demora :
só o que eu tenho a falar é:desculpe á todo mundo que não shippa Sarah/Liam, mas eu precisava escrever alguma coisas deles dois senão eu morreria! kkkk

Boa leitura! ^^
ps:não sei quando vou postar o capitulo 16, nao tenho ideia do que escrever, então provavelmente só em 2014.. (feliz ano novo/natal falando nisso husheuhe)



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Não tenho a mínima ideia de quanto tempo fiquei lá no sótão, tentando desvendar aquilo. Nada parecia fazer sentindo...As cartas,aqueles livros esquisitos, eu não aguentava mais ficar ali.

Suspirei e sai daquele lugar empoeirado e fui tomar um banho(que era o que eu pretendia antes daquela doideira toda da chave que Aislin quase ordenou que eu pegasse...Bruxa doida), algo que uma pessoa normal e humana faria.(Sim , não sou humana, mas isso não vem ao caso).

Depois de ficar um século no banheiro tendo crises existenciais, me troquei e enterrei a roupa que estava usando no fundo do cesto, como se estivesse enterrando minha vida junto. (Okay, a parte dramática já terminou.)

Desci as escadas e quase revirei a casa á procura de sangue.Droga. Quando é que essa sede iria acabar? Ah, é, nunca, literalmente. Imortalidade significava também que eu não poderia ficar mais de 24 horas sem sangue. Eu já podia notar os efeitos da abstinência: minha garganta estava seca, meu cabelo estava caindo e minha cara estava assustadora, eu estava parecendo um zumbi com um nariz terrivelmente vermelho, como seu eu estivesse gripada.

Revirei a geladeira procurando por comida. Coloquei um bife na frigideira, mas quando o cheiro começou a recender a cozinha, engoli daquele jeito mesmo, cru. Hm,era melhor que ninguém estivesse ali me vendo comer feito um animal.

Subi as escadas lambendo os dedos, e me joguei na cama. Franzi a testa para a luz acesa, e ela apagou(provavelmente eu a tinha queimado, mas qual é, aquela coisa de bruxa era tão legal!). Fechei os olhos, mas é claro que a sensação de paz não veio. Eu me sentia observada. Merda, será que eu não poderia descansar por um minuto?

Olhei para o relógio no criado-mudo. Já era 1:30 da manhã. Me levantei e fui até a janela. Olhei por entre as cortinas negras para uma parte da floresta que ficava no fim do quintal, depois da cerca. Tinha...Tinha um lobo ali. Pude ver seus olhos brilhando na imensidão negra da floresta.

Desesperada, fechei a janela e sentei no chão. Peguei meu celular, ligando para a primeira pessoa que viria em casa á essas horas, que não se afetaria pelo lobisomem. Liam. Mandei uma mensagem, com medo do lobisomem ter, sei lá, uma super audição.(É melhor prevenir):

Por favor, vem na minha casa, desculpa acordar você, mas tem um lobisomem aqui.

–S.

Fiquei ali, tremendo embaixo da janela por exatos sete minutos. Liam não respondeu. Talvez ele não tivesse visto a mensagem. Ouvi três batidas na porta. Então era isso...Eu estava morta. O que não fazia sentido era porque um lobisomem bateria na porta. Ou poderia ser Liam... Mantendo esse segunda opção, fui até a porta cuidadosamente, mas antes de abri-la , mesmo sabendo que era idiotice, peguei uma faca na cozinha. Amaldiçoei tia Juliet silenciosamente, por não ter uma porta com olho mágico. Finalmente abri a porta e apontei a faca na cara da pessoa, mostrando minhas presas.

–Então eu acordo todo preocupado, para chegar até aqui e quase ser assassinado por você? – Liam disse, com as mãos para cima. Ele estava com a cara toda amassada e cabelo bagunçado, o que o fez parecer humano. Esqueci o drama do lobisomem por um instante ao ver seu rosto.

–Ah, meu Deus, desculpa...Entra – eu o puxei pela mão, largando a faca e trancando a porta desesperadamente.

–Onde ele está ? –Liam perguntou, erguendo um vaso e fingindo procurar.

–Idiota – eu sussurrei, tremendo, pensando nele la, na floresta á menos de dois metros de distância.

–Desculpe...Nossa, você parece mesmo assustada- seus olhos negros me analisaram, e então ele me puxou para um abraço.

Eu comecei a chorar feito louca, descarregando toda emoção daqueles últimos dias, toda aquela doideira de bruxas, de assassinatos...E dos meus pais. Liam passou a mãos pelos meus cabelos e pela minha cintura, me acalmando e dizendo ‘está tudo bem’ umas trezentas vezes. Ele continuou com seus braços ao meu redor até que o choro virassem soluços. Ele deveria estar me achando uma idiota, a vampira mais melodramática do mundo(que também era bruxa, mas dessa última parte ele não sabia);

–Desculpe por chorar feito um bebê – eu disse(ou pelo menos tentei,soluçando duas vezes entre cada palavra) , saindo dos seus braços e limpando o nariz com a manga da blusa(tentei ignorar a risadinha que Liam deu quando fiz isso).

–Tudo bem, você nunca viu um lobisomem antes. –ele se mostrou compreensivo, é claro que eu já havia visto, mas deixei esse detalhe de lado. Se Liam soubesse pelo menos metade do motivo pelo qual eu estava daquele jeito...

Eu o puxei pela mão até o meu quarto, e fiz gesto apontando a janela. Ele foi até lá e puxou a cortina de leve. Olhei para o lado e vi os livros antigos que eu achara no sótão espalhados pelo chão. Tentei ser o mais discreta possível ao chutá-los para baixo da cama enquanto Liam estava distraído .

–Hm...Não tem nada ali Sarah. – Liam disse, olhando para mim em dúvida. Tentei fazer a melhor cara de ‘não estou escondendo nada’ possível.

–Ele deve ter ido embora então... – sussurrei, ficando vermelha feito um pimentão.

Liam ficou parado por alguns segundos, talvez vendo o quão sã eu estava no momento.

–Vou ficar aqui até você dormir. Não tem com o que se preocupar – ele disse, apontando para a cama, soando 'um pouco' autoritário.

–Não.Tudo bem, vá para casa. Desculpa incomodar – eu gaguejei, incapaz de pensar na ideia de dormir com Liam ali.

Ele suspirou:

–Você me obrigou a fazer isso – então ele veio até onde eu estava e me puxou até a cama, me deitando não muito gentilmente.(tradução: ele me pegou pelo pulso e me jogou na cama)

Mas é óbvio que me vieram 3734847847584 pensamentos sujos quando ele fez isso.

–Não precisava ser tão teatral – eu revirei os olhos, rindo enquanto Liam sentava ao meu lado na cama.

–Eu sabia que assim daria certo – ele deu de ombro, rindo. –Agora durma.

–Me obrigue...Não estou te reconhecendo, onde está aquele cavalheiro?– eu disse com falsa irritação, mas ainda assim arrumei meu travesseiro.(n/a: rimou! hehe).

Eu fiquei parada feito pedra durante alguns segundos, tensa com um cara como aquele do meu lado. Olhei pelo canto do olho e vi que Liam estava deitado exatamente como eu: barriga para cima e as duas mãos sobre o peito. Ele também me olhou e deu uma risadinha.

–Você não vai dormir mesmo, não é? – ele suspirou.

–Claro que não! Que certeza eu tenho de que você não vai me matar durante o sono? – eu disse, rindo.

–Você terá de confiar em mim quanto á isso – ele respondeu. – Bem, vou ter que armar um plano para fazer você dormir...

–Boa sorte.

–Hmm...Então vamos conversar já que você fica bancando a garota má e não vai dormir. – ele deu um sorriso um tanto pervertido. É, com certeza eu não iria conseguir dormir.

–Você parece uma babá – eu disse, reprimindo o impulso de dar uma risada histérica(que era o que eu fazia quando ficava sem graça).

–É claro...Eu não te deixaria aqui morta de medo quase fazendo nas calças por causa de um cachorrinho.

–Ah, cale a boca! Vamos mudar de assunto, okay? – eu bufei, não necessariamente irritada.

–Okay. Sobre o que quer falar? – ele olhou nos meus olhos. Eu desviei o olhar, sem graça(denovo).

–Não sei...Ah! Me fala sobre quando você era rei! Como você virou vampiro?Quer dizer, eu sei que foi por uma doença...Mas, e antes disso?– fiquei animada.

–Esse vai ser sempre o nosso assunto? Tempos antigos? – ele riu.

–Ah, pare de ser um chato! Falar sobre isso é legal –insisti.

–É tão chato que você vai acabar dormindo – Liam murmurou, então se deu conta do que acabara de dizer. – Ei, obrigado por formar um plano para mim de como te farei dormir.

–Ah, isso não é justo – eu disse, me virando de costas para ele.

–Você quer ouvir a história ou não? Enfim... O ano era 1349, e eu estava no meu terceiro ano como rei de...

–Golpe baixo, é tudo o que eu tenho dizer. Agora me dê detalhes!Você também tinha esse cabelo de Aro Volturi naquela época? – exigi, me virando outra vez, com verdadeiro interesse.

–Ah, oque tem de errado com o meu cabelo?-Liam disse, irritado(ou então ele estava fingindo muito bem).

–Nada, agora me conte sobre 1349 – ri, puxando uma mexa de seu cabelo preto.

–Okay, mas sem mais comentários sobre meu cabelo! – ele revirou os olhos.

–Ah, comece logo- eu insisti.

Os olhos negros de Liam brilharam, e então ele pareceu envelhecer uns 10 anos, enquanto me contava sua história. Ele me contou com detalhes como era o reino, o jeito que os raios de Sol brilhavam através do vidro da janela nos fins de tarde...O olhar de admiração que seus súditos davam sempre que o viam...Como seu pai, rei, conseguira se casar com um simples camponesa...Eu me vi perdida naquele mundo de Liam, imaginando as coisas que ele me contava. Viver aquela vida parecia ser tão extraordinário...

–Você sente falta de lá, não é? – eu sussurrei, sonolenta, contra seu braço. Enquanto Liam contava histórias, meio que inconscientemente eu me deitara em seu peito, então nós estávamos abraçados. Ele não discutiu, ao invés disso só colocou os braços ao meu redor.

–Claro...Em nenhum dia sequer em meus 663 anos deixei de lembrar da minha casa... Mas agora também tem coisas, lugares e... pessoas, ou vampiros, que seja...Eles valem a pena. Sinto falta é claro, mas se eu pudesse, não voltaria para lá. – Liam respondeu, a voz tão baixa quanto a minha.

Eu bocejei.

–Sabia que seria tão chato que iria acabar fazendo você dormir – eu estava de olhos fechados, mas pude ver o sorriso na voz de Liam.

–Não é chato...Falando nisso, você vai me contar mais...Só que não agora, porque estou quase desmaiando – eu disse, grogue, bocejando outra vez.

–Durma...Eu não vou deixar ninguém te machucar...Nem que minha vida seja o preço por isso – Liam disse isso tão baixo, que ainda não sei se ele realmente falou ou se foi parte de um sonho.

A última coisa que senti antes da inconsciência foram suas mãos acariciando as minhas.

**********

Liam POV.

Eu não dormi a noite inteira. Não com ela em meus braços. Sarah ficou murmurando coisa a noite inteira, algumas inaudíveis, e outras nem tanto. Após algumas horas olhei para o relógio. Já era 5:45 da manhã. Olhei para a janela, observando o amanhecer entre as cortinas pretas. Levantei da cama, escrevi um bilhete e coloquei no criado-mudo, perto do relógio dela.

Desci as escadas e fui até o meu carro. No porta-malas havia uma caixa cheia de sangue. É...Aquilo iria deixa-la feliz.

Enchi a geladeira de Sarah com sangue, e, quando estava abrindo a porta da casa dela para ir embora, não consegui. Eu senti uma sensação esquisita. Sem saber o porque, voltei para o quarto de Sarah. Ela continuava dormindo(falando e babando) normalmente. Ah, Liam, você está ficando louco! O que Sarah pensaria ao saber que você está aqui, feito um psicopata assistindo ela dormir?pensei, balançando a cabeça e reprovando a mim mesmo.

Fui até a janela, com a intenção de fechar a cortina de dar o fora dali. Mas foi ai que eu percebi. O lobo, me encarando fixamente. Cerrei os dentes, mantendo fixo o olhar naquele monstro. Sem saber exatamente o porque(talvez fosse meu eterno ódio por lobisomens), abri a janela e pulei, e, antes que ele fugisse eu o segui pela floresta.

Foi difícil acompanhá-lo, mas eu precisava saber a verdade, o que ele queria com Sarah? Levou pelo que pareceu uma eternidade até que o lobisomem diminuísse a velocidade. Por fim saímos em uma campina com um galpão de madeira no centro. Estávamos á quatro metros de distância um do outro. Ele voltou devagar até onde eu estava, se contorcendo durante o trajeto. Eu sabia o que viria depois, ele iria revelar sua identidade humana. Fiquei em choque ao perceber que era uma garota. Olhei em volta, para qualquer lugar, menos para ela. Não era o fato dela estar nua, mas eu a conhecia. Alexis Hale. Da ‘matilha’ de Jonathan Hale, filho direto de Morrighan. O que eles estavam fazendo ali? Ah, merda. O reconhecimento passou pelo meu rosto. Eram eles os lobisomens que estavam vindo para a cidade.

–Quanto tempo...Liam Underworld –ouvi o sorriso na voz de Alexis. Ela me dava nor nervos desde 1967, quando nos ‘conhecemos’(tradução=ela dormiu com Mathew, quase lutou até a morte com Anne...Problemas tipícos de lobisomens)

–O que você está fazendo aqui? – eu perguntei, tentando não parecer afetando, ainda evitando encará-la.

–É oque eu pergunto á você, cunhadinho. Onde está Mathew? Ei..Porque você não olha para mim enquanto fala? Só por que eu estou sem roupa? – ela riu, provocativa.

–Da última vez que seu...Clã...Encontrou o meu...As coisas não acabaram bem, por que estão de dando ao trabalho de nos seguir? – perguntei, irritado.

–Ah, vocês, os Underworld, pensam que tudo giram em seu redor só porque são a merda de realeza? – observei com o canto do olho ela fazer aspas no ar. – Tenho uma novidade, queridinho, não viemos aqui por sua causa, viemos aqui por causa da sua namoradinha.

–O que? – eu grunhi, olhando no fundos de seus olhos que me davam um sorriso cruel.

–O namoradinho humano da garota das tatuagens não ficaria feliz de saber que você passou a noite no quarto dela, não é mesmo? – ela passou a mão no meu peito. Deus, como lobisomens me irritavam.

Cerrei os dentes.

–O que. Você. Quer. Com. Sarah? – grunhi, certo de que todos os lobisomens ocultos na floresta(eu sabia que não estávamos sozinhos, caso contrário já teria matado-a).

–Nada até sabermos o que ela é. E você vai falar tudo o que queremos – uma voz murmurou atrás de mim. Era Brooke, outra garota do ‘clã’.

A última coisa que eu ouvi foram risadas, então alguém quebrou meu pescoço, e o mundo inteiro ficou silenciosos e escuro.

**************

Ao abrir os olhos a primeira coisa que fiz foi lembrar dela. Eles a pegaram? Ela está morta?, pensei, em pânico.

Olhei em volta. Eu estava em um galpão, suspenso por correntes. Uau, que jeito mais medieval de tortura, chegava até a ser irônico.

–Finalmente, Bela Adormecida, agora as coisas vão ficar interessantes – ouvi uma voz em algum lugar do galpão. Alex.

–É tão bom reencontrá-lo, Alex...Sua companhia continua desagradável, como sempre. – dei uma risada, grogue, não completamente curado do nocaute.

–Para de bancar o engraçadinho, Underworld. Ande, fala! O que a garota é? – ele grunhiu, apagando o cigarro que estava fumando.

–Nem que eu morra, nunca saberão de nada. –ri, desafiando-o.

–Pare de bancar o herói, Underworld. Pode ser fácil, ou difícil, você escolhe – é claro que o próprio Jonathan Hale, o ‘Alfa’, apareceu, abrindo as portas do galpão e vindo até onde eu estava. Ficamos cara á cara.

Cuspi em seu rosto, bem em sua maldita cicatriz.

–Então vai ser do jeito difícil – os olhos cinzentos(exatamente como os de Morrighan, sua mãe), brilharam perversos, então ele apontou uma arma para mim.

Olhei para a arma inofensiva(já que balas comuns não me faziam mal) e comecei a rir, mas meu deboche foi interrompido quando ele puxou o gatilho, e a bala atingiu um pouco abaixo do meu coração. Balas de madeira. Maldito. Meu grito de agonia ecoou pelo galpão.

–Quem está rindo agora, heim?Agora, comece á falar!


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