May - Parte VI escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 15
De Volta pra Casa


Notas iniciais do capítulo

May finalmente retornará ao lar, aos braços de John.



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Max ainda dormia e eu o olhava atentamente, não querendo perder nenhum de seus movimentos, sua respiração suave. Mexi as pernas e esse movimento me fez lembrar as pernas de Logan e isso fez com que meu corpo se arrepiasse eu lembrasse de mais coisas. Para ser sincera eu não queria lembrar tanto assim, mas meu corpo gostou de cada toque de Logan. Lembro de seus músculos com perfeição, seus lábios, sua língua. Comecei a ficar ofegante ao lembrar. Me concentrei em Max mas a cada respirada profunda eu me lembrava de meus gemidos e daquela noite que posso classificar como incrível.

– Bom dia - disse Max com a voz sonambula e eu agradeci em meu interior por isso.

– Bom dia - disse ainda tentando esquecer os acontecimentos da noite interior.

– Está tudo bem, mãe?

Agitei a cabeça concordando. Eu estava mordendo minha unha sem perceber.

– Acho que preciso de um banho - ele disse se levantando.

Ele passou as mãos nos cabelos, jogando-os para trás. Era um homem tão bonito, tinha músculos definidos, mas não como os de Logan, os de Logan eram mais definidos e rígidos e haviam os poucos pelos que o deixava ainda mais sexy, ainda mais quando estava suado e encostando em meu corpo. Mordi ainda mais minha unha. Max pegou uma toalha e entrou no banheiro. Assim que ele entrou e ligou o chuveiro eu me levantei rapidamente da cama.

Eu estava arrumada, penteada, já havia tomado banho, maquiada. Fiquei acordada a noite, não consegui dormir lembrando dos toques de Logan e admito que eu queria mais. Saí do quarto de Logan, na noite passada, enquanto ele dormia. Cheguei silenciosamente no meu e tomei um banho, meu corpo estava mais sensível que agora e eu queria tomar banho com Logan, com a água molhando nossos cabelos e eu passando os dedos entre eles. Sacudi minha cabeça, queria parar de pensar nas coisas que fizemos na noite passada, mas era muito difícil.

– Mãe?

Olhei para trás rapidamente. Max estava apenas com a toalha tampando suas partes íntimas e aquilo me fez pensar em Logan daquela forma. Tentei me concentrar nos olhos de Max que são idênticos aos meus. Eu ainda mordia minha unha.

– Você vai tomar banho?

– Já tomei, querido.

– Já?

– Sim, enquanto você dormia - dei uma risadinha, sem parar de morder minha unha.

– Tem certeza que você está bem, mãe?

Assenti rapidamente.

– Só não me acostumei ainda... com você... desse... jeito...

– Mãe, isso não foi contra você, contra o que você é - ele se aproximou e colocou a mão em meu rosto. Pensei que o toque de Max ia me fazer lembrar Logan, mas foi ao contrário, não senti nada ao olhar os olhos de Max e ele me tocar, além da vontade de chorar, que segurei em meu peito. - Eu só queria poder envelhecer ao lado da Melissa.

– Me promete uma coisa? Promete que vai me chamar de mãe mesmo que eu pareça sua filha?

– Claro mãe! - ele sorriu, aquele sorriso lindo que sempre me dava. - Você será minha mãe para sempre, não importa como as coisas se pareçam.

Sorri o abracei. Não tão forte, com medo de machucá-lo. Soltei e lhe dei licença para que se vestisse. Ele saiu e Pietro e Logan nos esperavam perto da escada. Cumprimentei ambos com o mesmo tipo de bom dia. Nem animado, nem depressivo.

"Deixa eu adivinhar, a nossa noite será um segredo?", pensou Logan enquanto descíamos as escadas.

"Sim, ninguém precisa saber", respondi.

"Se arrepende?"

Entregamos nossas chaves, pagamos os quartos, despedimos dos donos do hotel e fomos em direção às motos. "Não, nem um pouco", respondi e lhe dei uma rápida olhadela e ele deu um sorriso rápido e discreto. Demos a partida nas motos e continuamos nosso caminho.

...

– Bom, acho que aqui nos separamos - eu disse parando a moto.

Logan parou a moto logo em seguida. Estávamos numa parte onde um caminho levava ao subúrbio e outro ao Instituto.

– Vai voltar ao Instituto? - perguntei Logan.

– Provavelmente não - Logan suspirou. - Verei pra onde a vida vai me levar, cansei de me prender, sabe?

Sorrimos para o outro.

– Mas... e o meu pai? - perguntou Max.

– Ele não pode ir morar com a gente. Mas sabe, Pietro, o subúrbio é um lugar confortável para se viver. Eles vigiam sua vida, mas acaba sendo agradável. Quem sabe você encontra uma casa por lá e... passa mais tempo conhecendo seu filho.

– Não é uma má ideia - refletiu Pietro.

– Bom... acho que meu pai não cabe na moto.

– Está tudo bem, Max. Eu não preciso de moto - ele sorriu, o mesmo sorriso espertalhão que Max dá. Dei uma risadinha ao ver a semelhança tão real em minha frente.

– Então - fui em direção a Pietro e lhe dei um abraço -, até depois.

– Até, May.

Sorrimos para o outro e caminhei em direção a Logan. Nosso abraço foi muito mais além do que imaginávamos. Seu abraço me envolveu e eu me apertei a ele de uma maneira inexplicável. Não digo que era amor, mas acho que temos uma tensão sexual em relação ao outro, nos damos bem nesse assunto.

– Obrigada, Logan - sussurrei em seu ouvido. - Por tudo.

– Sempre estarei aqui pra te ajudar, May.

– Tenho certeza disso - sorri.

Nos afastamos um pouco para olhar pro rosto do outro. Ambos queríamos nos beijar naquele momento, mas não seria correto, Max não entenderia.

– Nos vemos por aí, daqui há alguns anos, quem sabe - ele sorriu e tocou na ponta do meu nariz.

– É... quem sabe - sorri.

Nos afastamos e o vi subir na moto e partir.

– O que foi isso? - Max perguntou me olhando estranho.

– O que? - perguntei fingindo não entender.

– Por acaso você está apaixonada pelo cara que me matou? - perguntou Pietro. - O cara que te largou por aquela Phoenix? Sério? Por que eu acho que seria...

Enfiei minhas garras no estômago de Pietro e o olhei nos olhos, ele sentia dor.

– Você não morre, mas sente dor - disse dando uma risada maléfica. Tirei minhas garras. - É melhor você calar a boca, gosto de brincar de torturar as pessoas - dei uma piscadela sexy para Pietro e ele deu uma risadinha safada.

– Acho que posso me acostumar com isso.

– Até mais, Pietro!

– Até!

Ele saiu correndo e eu e Max continuamos nosso caminho em minha moto.

Após um tempo, chegamos em casa, estacionei a moto e fui bater a campanhia. John abriu a porta.

– May!

– Oi John!

Nos abraçamos como um casalzinho apaixonado e eu lhe dei um beijo intenso. John me segurou na nuca e acompanhou a intensidade de meu beijo levando meu corpo mais perto ao dele. Max pigarreou e paramos o beijo.

– Esse é o...

– Max - completei a frase de John.

– Max!? - ele ficou surpreso.

– Oi John - ele sorriu e colocou as mãos no bolso.

– Mas.. ele...

– Eu cresci! - ele sorriu. - Agora cresço como o Nick. Temos a mesma idade de novo!

John olhou pra mim e eu dei um sorriso de uma falsa animação.

– Que tal entrarmos? - eu disse.

Entramos e começamos a andar até a sala.

– Mas... como isso foi possível? - perguntou John.

– Dei a minha imortalidade pro meu pai.

– O seu pai... morto?

– Sim. Mas agora ele não está mais morto - ele deu uma risadinha. - Agora ele é imortal. Mãe... estou ansioso para falar um oi com a Melissa, eu...

– Vai querido, vai - sorri e fiz sinal para ele sair.

Max saiu de casa animado.

– E como você está? - John me olhou preocupado.

– Péssima - respondi com uma risada.

– Nossa meu amor, posso imaginar o quanto foi difícil pra você.

– Agora eu vou perder todos - as lágrimas começaram a chegar sem minhas ordens.

– Own, meu amor - John me sentou no sofá e me envolveu em seus braços.

– Vou perder você, Nick e Max...

– Calma meu amor, falta muito para isso acontecer, ok? Olhe como ainda estou forte - ele tentou me animar e eu sorri pra ele.

– Mas eu vou continuar vivendo depois que vocês se forem. Ficarei sozinha...

– Mas o Max não disse que o pai dele voltou e...

– Não quero ficar com o Pietro. Eu quero vocês. Eu já me conformei que ele morreu, foi muito difícil aceitar e agora terei que aceitar de todos vocês.

– Calma meu amor, calma. Por que você não faz como os mortais costumam fazer: viver cada dia como se fosse único e aproveitar. Não sofra por algo que ainda está por vir, minha linda.

– Mas ele pode morrer com...

– Eu sei meu bem, eu sei... mas é assim. Posso perder o Nick facilmente como perdi também a mãe dele. Sei que nós temos uma diferença, sei que pra você a dor da perda vai durar mais tempo, mas...

Eu o beijei. John era o homem mais incrível da face da Terra que eu já conheci. Mesmo não sabendo como é ser imortal e ver todas as pessoas que você ama envelhecerem, adoecerem e morrerem, ou vê-las morrer por qualquer coisa enquanto você não pode fazer nada para ajudá-las, ele ainda tenta fazer com que eu me sinta melhor. E foi então que eu vi a diferença de John e Logan. Entre John e eu havia o amor além do sexo e isso deixava tudo ainda melhor. Por mais que John não fosse selvagem, ele sabia como me deixar completamente entregue a ele.


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