A caixa ficou guardada no meu carro por segurança no porta-malas, pois pelo que eu vi, ele não era um garoto comum.

Bom, ele ficou desacordado por 3 dias, sendo que pelo laudo do médico, ele tinha sofrido várias lesões pelo corpo, e tinha sofrido uma fratura no braço. O mais engraçado foi quando o médico me perguntou como eu o encontrei, se eu o conhecia, enfim tive que me virar para dar uma resposta plausível para poder não dar pistas sobre o que aconteceu de verdade.

Eu tinha passado o dia inteiro na faculdade, mas antes de ir para o hospital fui para a casa e tomei um bom banho. Depois a Jú apareceu no meu quarto pra falar comigo.

- Oi, - Disse ela entrando no quarto – Preciso falar com você – Falava se sentando na minha cama.

- E sobre o que você quer falar comigo? – Sentei na cama junto com ela.

- Eu vou me mudar para a casa da minha mãe. Ela quer que eu vá para Nova York.

- Nossa! Nova York!? – Eu fiquei bem surpresa com que ela tinha acabado de me dizer. Eu não esperava uma notícia daquelas, mas eu já deveria ter me acostumado depois do que houve comigo a 3 dias atrás.

- Mas, você vai quando?

- Vou nesse final de semana sem falta.

- Nossa, mas já!? – Não pensei que fosse tão rápido assim.

- Sim. Minha mãe me quer lá o mais rápido possível.    

Nós ficamos em silêncio um tempo até ela falar.

- E como ta indo o cara que você encontrou desmaiado na estrada?

- Ele está bem, mas ainda não acordou.

- Nossa quem escuta essa história nem acredita, e eu to falando isso porque o Bruno nem acreditou quando eu contei. 

- Você contou pro Bruno, sobre o garoto!?

- Claro que eu falei. Você me ligou falando o que aconteceu, logo depois o Bruno ligou querendo falar com você e eu acabei falando.

- O Bruno deve ter ficado louco.

- E como. Ele até bateu o telefone na minha cara, acredita!

- Eu imaginava – Disse pegando minha bolsa que estava em cima da cadeira.

- Você vai para hospital ver aquele garoto?

- Vou. Quero saber como ele está, e também tenho esperança que ele acorde.

- Então ta. Me mande notícias.

-Sim – Disse já em frente a porta saindo do apartamento.

Eu fui para o hospital ansiosa por notícias dele, e quando cheguei lá tive uma surpresa que me agradou muito. Ele tinha acordado no finalzinho da tarde. Eu lógico quis ver ele logo.

Eu fui em direção ao quarto que ele estava, mas fiquei sem saber o que falar, pois não sabia como ele reagiria a minha presença,  eu também não podia chegar lá jogando vária preguntas sobre ele.  Eu fiquei parada um tempo em frente à porta me preparando para entrar, então tomei coragem e entrei.

Logo quando abri a porta ele me olhou de um jeito meio surpreso, mas eu achei aquilo tão fofo que eu fiquei sem falas.

- Oi – Ele falou de um jeito clamo e ao mesmo tempo simpático.

- Oi.

Eu respondi sem saber o que falar. Eu tinha que ser o mais agradável possível, pois assim eu poderia ganhar a confiança dele e ele poderia me contar mais sobre aquela caixa.

– Então como você está? Está se sentido bem? Ah, Desculpa. Meu nome é Alice Green.  Acho que te enchi de perguntas.

- Não tem problema – Ele deu um sorrisinho meia boca que me deixou tonta. Ele parecia tão calmo, isso me intrigou ainda mais, me fazendo querer saber mais sobre ele. – Eu tenho que te agradecer pelo que fez por mim. O médico me contou, então obrigado.

-Nada, mas...você não é daqui. Bom, desse país, né? – Disse pois o seu sotaque soava um espanhol, então deduzi que ele só podia ser um estrangeiro. – Seu sotaque não engana.

- Err, é eu não sou daqui realmente. - Ele mexeu um pouco no cabelo, ficando meio sem jeito.

Ele fez uma cara meio preocupada, o que me fez pensar que então ele entrou no país ilegalmente. Ele viu a minha cara e logo disse.

- Eu não entrei ilegalmente, pode ficar despreocupada. – Ele deu um sorriso meio sínico, e isso me irritou um pouco.

- Pelo modo que eu te encontrei eu fiquei preocupada, mas eu não falei nada sobre você. E eu não estou te jugando de forma nenhuma.

Ele fez uma cara do tipo que não estava gostando muito de mim, e eu não queria aquilo, por muito ao contrário eu queria se amiga dele.  Resolvi então começar tudo de novo de um jeito melhor.

- Acho que é melhor a gente começar de novo. – Falei fazendo sinal e sai pela porta e entrei de novo e me apresentei novamente em seguida – Oi! - Ele riu e isso me fez me sentir melhor.

- Oi! – Ele entrou na brincadeira.

- Bom, meu nome é Alice Green.

- O meu é Souma.

- E como você ta indo?

- Bem, obrigado.

Pensei que seria mais difícil, mas até que consegui conversar com ele legal. Ele me falou um pouco sobre ele e eu sobre mim. Ele tem uma pinta de galanteador que me deixa desconsertada em certos momentos.

 - Então você viaja pelo mundo...

- Sim. É maravilhoso e o melhor é encontrar com garotas bonitas como você pelo caminho. – Eu fiquei leve mente corada com o comentário.

- Você parece que é do tipo que vê uma garota bonita e fica louco.

-Você ta me chamando de safado!? – Ele fingiu uma cara de espanto.

- Em termos – E nós rimos em seguida.

Quando eu encontrei o Suma naquele lugar eu nunca iria imaginar que eu iria adorar conversar com ele, e que ele me traria tanta paz. Eu fui embora e prometi que voltaria no dia seguinte para vê-lo.