Assimetria conveniente escrita por DeadPmoon


Capítulo 2
E agora?


Notas iniciais do capítulo

Eaí gente! Obrigada pelos comentários maravilhosos. Fiquei feliz! Por favor, continuem dizendo o que gostaram, o que não gostaram, o que poderia ser melhor, o que ficou ótimo, o que ficou horroroso.. Enfim. Eu estou sempre aberta para sugestões, dúvidas e críticas!
E lembrem-se: São os comentários de vocês, meus leitores, que me dão forças para continuar escrevendo! Eles valem ouro para mim.
Sem mais delongas, aqui está o segundo capítulo. Divirtam-se!



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Capítulo 2 – E agora?

MAKA P.D.V

Posso descrever a minha primeira reação ao ver meu corpo ali, bem na minha frente, com apenas uma palavra: Perplexidade. Eu já havia visto de tudo nesse mundo em que vivo, desde felinos falantes metamórficos a sacos-de-pulgas imortais. Até a lua e o sol aqui são anormais! Agora, me ver com os meus próprios olhos, isso foi novidade! Paralisei por um segundo, tentando procurar, instintivamente, alguma lógica na situação (por mais que nesse mundo isso seja dispensável), até que então “me” ouvi dizendo:

– Maka? Tá maluca? É o Kid aqui!

Ditas essas palavras, imediatamente comecei a compreender o que poderia estar acontecendo. Conferi primeiro “minhas” mãos: em cada dedo médio havia disposto um anel de caveira. Para ter certeza da minha teoria, passei as mãos no “meu” cabelo e o senti bem curto (e exageradamente macio). Não demorou para concluir: Eu estava no corpo do Kid. Logo, os risos exageradamente altos do pessoal já ecoavam em minha cabeça e, em poucos segundos, uma ânsia mesclada com raiva já ocupava a minha mente.

–KID! SAI DO MEU CORPO! – Exaltei, irritada – CADÊ AQUELA BRUXA MALDITA? DEVOLVE MEU CORPO! – Comecei então a olhar para os lados, em uma tentativa inútil de avistar aquela pestinha. É claro que ela já havia sumido, provavelmente já estava ciente de que quando descobríssemos o efeito do feitiço, sobraria pra ela. Eu estava louquinha para atingí-la com um belo Maka-Chop! Pena que ela já havia escondido a presença.

– Isso não é nem um pouco maneiro! – Soul exclamou, ao mesmo tempo que ria loucamente.

– HAHAHAHA! – Liz mal conseguia pronunciar uma sílaba de tanto que gargalhava com a situação. Sério! Como podiam rir? Não tinha a menor graça! Como iríamos fazer uma missão daquele jeito? Eu mal sabia segurar uma pistola!

– Já deu de risadas, né? – Kid anunciou, expressando tanta seriedade quanto eu. Pelo menos alguém com bom senso!


– Desculpe – Liz limpou as lágrimas que acompanhavam o riso e, aos poucos, foi se contendo. – Mas é que isso beira ao ridículo – Ela então afirmou. Agora me diga algo que eu não sabia! Pouco depois, o pessoal finalmente parou com aquela estúpida sessão de risos.


– O que faremos? – Perguntei a mim, quer dizer, ao Kid.

– Acho que a primeira coisa a fazer é conversar com meu… - Ele se interrompeu, olhando para mim com uma expressão incomodada - Sério, quer parar de fazer isso com meu cabelo? Você tá estragando a simetria dos fios! – Ele exclamou. Eu estava enrolando o meu (dele) cabelo em meus dedos constantemente, devido a minha ânsia pela situação. Parei com os movimentos, afim de evitar discussões (eu já estava com problemas o suficiente).


– Obrigada. Já basta essas linhas brancas! Pelo menos o formato dele deve ser simétrico! – ele resmungou, indignado - E agora que estou me vendo de fora do meu corpo, a falta de simetria parece pior! Eu sou imprestável, um inútil… Um pedaço de lixo… - ele ajoelhou no chão e começou a chorar. Aquela típica cena parecia infinitas vezes mais ridícula com o meu corpo. Em pouco tempo, os risinhos voltavam a ecoar no ambiente.


– Nunca pensei que veria a Maka agindo assim! – Soul disse em tom de escárnio. Isso me deixou extremamente constrangida e, pior, feria profundamente o meu orgulho! Agi rapidamente e puxei Kid pelo braço, para ele se levantar.





–Você não é assimétrico! Pára com isso! – Forcei um sorriso da forma mais verdadeira possível. Desejava com todas as minhas forças que ele parasse com aquele ataque obsessivo logo! Não combinava nem um pouco com o meu corpo!





–Você acha? – Ele indagou em tom esperançoso, enxugando uma lágrima.

– Claro que acho! Na verdade, você é a pessoa mais simétrica que eu conheço nesse mundo! – Exclamei com animação. Elogiá-lo estava fazendo o efeito desejado. Em pouco tempo ele se recompôs. Ufa.

Discutimos então o que faríamos e logo entramos em acordo que, antes de resolver qualquer coisa, deviamos conversar com o Shinigami-Sama. Seguimos então o caminho para Shibusen e nos direcionamos direto ao caminho para Death Room. Quando chegamos lá, a figura do Shinigami-sama logo apareceu no espelho.

– Eaí crianças! Como foi a missão? ~ - Perguntou. Logo ele notou, afinal, conseguia visualizar nossas almas. – Opa! Parece que temos um probleminha aqui ~ - Ele cantarolou, em tom de brincadeira. Até tu, Shigami-sama?

– Vejo que você já percebeu, pai. – Kid observou. – O que podemos fazer sobre isso? - Enquanto estávamos tentando solucionar o problema, Soul, Patty e Liz estavam logo atrás, soltando risinhos infantis.


–Nada, ué! ~ – Ele disse, novamente em tom de brincadeira.


– Pai! Isso é sério! – Kid se exaltou irritado. Eu também estava prestes a explodir!

– Estou falando a verdade! Não dá pra fazer nada, por enquanto. Acostumem-se a essa vida por um tempo. Só poderão tomar qualquer atitude quando a bruxa resolver liberar o Soul Protect de novo. – Ele instruiu – Por enquanto, só dá pra esperar. Em consequência do feitiço, vocês provavelmente não poderão ir para nenhuma missão. – Essas palavras me deixaram extremamente exasperada. Como eu iria treinar? Eu PRECISAVA ficar forte. – Pelo que vi, suas almas foram trocadas, assim como a consciência. Então vai ser impossível fazerem algo - devido a incompatibilidade de almas. Não daria portanto, para a Maka usar a Liz e a Patty como arma, e muito menos para o Kid ter o Soul como parceiro. – Ele observou, notando a extrema incompatibilidade de almas entre os dois.

– Disso você pode ter certeza – Kid e Soul afirmaram em coro, em tom de desprezo. Por que aqueles dois se odiavam tanto?

– Mas e se eu usar o Soul com o corpo do Kid? E o Kid usar Patty e Liz no meu corpo? – Sugeri.

– Vocês podem até tentar. Mas ainda não irei permitir que façam qualquer missão, pois ainda exitem outros fatores de risco a considerar que podem interferir na eficácia do combate. Por exemplo, a falta de costume com as habilidades físicas do corpo do outro. – Ele tinha razão. Eu não saberia, a princípio, usar o corpo de Kid em combate, sem falar que ele não é um simples humano. Mas eu poderia treinar isso.

– E se eu treinar? – Perguntei. Devia considerar qualquer possibilidade de continuar lutando, pois deveria me fortalecer. Mesmo que no corpo do Kid, minha alma se tornaria mais forte e minha mente aprenderia novas habilidades!

– Vou pensar nisso Maka. Apenas descanse, por agora. E discuta com o Kid como irão conviver. Depois nós conversamos melhor sobre isso. – Ele concluiu. Concordei sem objeções, apesar de chateada, pois devia respeitar as decisões do Shinigami-sama.

Saímos da Death Room e sentamos todos em um banco qualquer no corredor da escola, pra decidir o que fariámos a partir dali.

– Maka, você vai ter que morar na minha casa! – Kid anunciou de repente, autoritário.

– Porque, Kid? – Perguntei.

– Tudo que me deixa perfeitamente simétrico está lá. – Ele disse. Claro, a simetria! – Eu vou lhe ensinar passo a passo como fazer minhas tarefas hoje. – Suspirei. Olha com quem eu fui resolver trocar de corpo! Não havia outra opção senão aceitar os termos dele. O corpo era dele, afinal, e eu com certeza não queria causar outro ataque obsessivo nele para expor meu corpo ao ridículo de novo.

– Certo, então – Concordei sem hesitar.

– Oba! A Maka vai morar na nossa casa! – Patty exaltou com alegria.

– E eu, Maka, como fico? Quem vai cozinhar para mim? – Soul indagou, preocupado.

– O Kid pode fazer isso. É ele que vai morar com você.

– O QUÊ? – Os dois exclamaram juntos, surpresos.

– Ué, nada mais natural não? É ele que tá no meu corpo! Não queremos ficar levantando suspeitas pela escola pra todo mundo ficar sabendo sobre o que aconteceu, queremos? – Falei, praticamente os obrigando a concordar.

– Não, não queremos. – Eles por fim cederam em juz ao meu olhar corrosivo e ameaçador. Até o próprio Kid não parecia acreditar o quão medonho o olhar dele poderia parecer.

– Ótimo – Conclui, autoritária.

– Mas não sei por quanto tempo vou conseguir aguentar ficar convivendo com ele. – Kid disse, apontando para o Soul. Em certo ponto, devo até concordar com ele. Afinal, a personalidade deles são totalmente contrárias. – Mas a seu pedido, farei o esforço. – Ele sorriu gentilmente, olhando para mim. – Porém, hoje, passarei a noite em casa mesmo, te instruindo a arrumar meu cabelo, roupas, etc. Essa é a minha condição. Certo?

– Tá certo, Kid. Soul, passe em qualquer loja de conveniência e compre algo pra comer hoje. Você vai sozinho pra casa dessa vez.

Ele resmungou porém assentiu. Logo nos despedimos e eu fui com Kid, Liz e Patty a caminho da enorme mansão onde eles moravam.

Chegando lá, me surpreendi com a extravagância do local. Já havia os visitado uma vez, mas isso não me impediu de me surpreender com o tamanho e beleza da mansão. Havia, a princípio, um enorme jardim replete de belos tipos de arranjos florais, que imergiam os visitantes em um paraíso de cores e formas. A estrutura da frente da mansão se assemelhava muito a da Shibusen, onde caveiras e velas gigantes eram as decorações mais frequentes. A entrada dava para um enorme salão. O chão era coberto por um carpete vermelho de veludo com detalhes trabalhados em fios dourado. Nas paredes estavam pendurados retratos moldurados em dourado com fotos familiares.

– Esse lugar é lindo! – elogiei, boquiaberta.

– Obrigada – Ele agradeceu parecendo um tanto convencido. – Muito bem, a primeira coisa a fazer é te ensinar a andar pela casa!

– Isso vai demorar… - Liz murmurou – Eu to indo tomar um banho. – Ela então saiu a caminho de um dos cinquenta banheiros que deveriam existir ali.

– E eu vou brincar por aí! – Patty correu, gargalhando.

Kid então começou a me apresentar cada quarto, sala e cozinha da casa (sério, pra que quatro cozinhas?). Eu tentava absorver as informações com eficácia mas não demorou muito para eu esquecer tudo que ele havia dito.

– Conseguiu se localizar agora? – Ele perguntou, ofegante (de tanto andar pela casa, que era enorme!)

– Acho que sim – Menti de forma não tão convincente. Ele notou e suspirou, parecendo exausto.

– Logo você se acostuma. Vem, faltou eu te mostrar o seu quarto.

Ele então me levou para um quarto enorme com uma cama King Size coberta por um conjunto de cama belíssimo. Aquele colchão parecia muito confortável, admito.

– Obrigada Kid – Falei docemente e então sorri.

– Não há de que. Meu quarto é aquele logo ao lado. Se precisar de algo, estarei lá. Vou tomar um banho para me… - Ele então se interrompeu de repente. A princípio não entendi o motivo – Tomar… banho… - Ele então pareceu corar violentamente e um fiozinho de sangue escorreu pelo meu, quer dizer, pelo nariz dele.

– MAKA-CHOP! – Eu bati nele, (aliás, essa foi a primeira vez que o Kid recebeu um Maka-CHOP de mim), percebendo onde os pensamentos dele estavam o levando. QUE PERVERTIDO!

– EU vou te dar banho, KID. – Ordenei, extremamente autoritária e mais vermelha do que nunca – e você vai manter seus olhos fechados o tempo TODO. – Afinal, aquele corpo era meu. Não haveria problema se eu desse banho nele. Era só ele não ficar espiando.

– Sim senhora – ele assentiu com expressão de dor no rosto. Agora ele tinha uma noção melhor do poder do meu Maka-chop.

DEATH THE KID P.D.V

Cara, aquilo doeu bastante! Eu tentei evitar pensar besteira, mas os meus hormônios falaram mais alto naquele momento. O que eu poderia fazer? Eu sou um menino em plena adolescência! E só de pensar em tomar banho com esse corpo… Não, devo parar de pensar essas indecências! Vamos apenas fazer o que ela pediu e tudo dará certo. Eu fecho os olhos e ela me dá banho. Mas… nós dois então, de certa forma, estaremos tomando banhos junto? Chacoalhei a cabeça afim de espantar meus pensamentos. Chega! Não quero levar mais um Maka-Chop. Apenas relaxe e vamos lá.

Nos dirigimos ao banheiro. Fechei os olhos e então disse:

– Já estou de olhos fechados. Pode tirar a minha roupa.



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Notas finais do capítulo

MUHAHA! Adoro Cliffhangers. É maldade, mas criam na história um suspense delicioso. Eaí, querem saber como foi a experiência deles de tomar banho juntos? (Não é o que vocês estão pensando, seus pervertidos! Bem, admito que essa última frase pareceu meio sugestiva, mas não é nada disso que vocês tão imaginando!) Bem, se quiser saber, comenta.
Até a próxima (:



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