Nocturna - Fic Interativa - escrita por Elora


Capítulo 3
Desastre


Notas iniciais do capítulo

Olá,queridos!
Os primeiros personagens enviados por vocês.
Espero que gostem!



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Os alunos ainda estavam apavorados pelo desastre na sala de aula,alguns tiveram ferimentos leves apenas arranhões mais nada tão sério; alguns caminhavam perdidos pelo estacionamento.Por está razão, as aulas foram suspensas.Adorei isso.

Então senti um soco no estômago,quando vi o Alex e Anita juntos parado ao lado do conversível branco dela.Anita estava pendura como um pingente em seu pescoço e a sua boca  pintada de vermelho a centímetros da  dele.Senti a raiva aflorar dentro de mim,porém fiz a única coisa sensata a ser feito.Fugi o mais rápido dali.

Atravessei o campus,meus  pés seguiam automáticos até o meu destino final,eles já estavam familiarizados com o caminho.Avistei a sala do laboratório de Química abandonado, folhas e galhos secos crepitavam sob o meu All-Stars;empurrei a porta enferrujada com força, o rangi suave das dobradiças ressecadas tomaram conta do lugar.Adentrei no recinto e joguei-me desajeitada na primeira mesa antiga de mármore escuro, usei a mochila como um travesseiro, encarei o teto imundo a falta de existência de lâmpadas fluorescentes dava uma atmosfera sombria e inabitável no recinto.

– Você vem comigo – falou alguém, surgindo em minha visão e,tomou-me pelo braço.

Encarei-o assustada com o seu gesto rude repentino,seus olhos negros inexpressivos fitavam-se impaciente,desvencilhei-me da sua mão com um puxão agressivo.

– Você me confundiu com outra pessoa – avisei,sentando na mesa. – Eu nem o conheço – completei,relutante.

– Você é a Luisse,não é? – perguntou,um tom de voz agressivo.

– Sim,sou eu – respondi.

– Então você vem comigo – insistiu ele,só agora reparei a presença de outra pessoa na sala,uma garota loura tinha uma estatura mediana vestia uma jaqueta jeans sob uma blusa lilás e uma calça desbotada, encolhida imóvel bloqueando a única saída.

– O que você quer comigo? – indaguei,pondo-me de pé.

– Somos amigos do Alex – ele revelou, apontando para si e para a garota loura,tomou o meu braço e começou a me arrastar até porta.Finquei os meus pés no chão,me libertei dos seus braços fortes e fitei-o seriamente.

– Nós queremos apenas conversar com você,já que o Alex não conseguiu – explicou,a garota loura. – Nós não vamos te machucar.Eu sou a Rebecca – instruiu,sua voz soou gentil.Mas eu não confiava neles.Não mesmo. – Então fazemos o seguinte,eu vou procurar o Alex e o trago até aqui para nós conversarmos civilizadamente –  esclareceu ela,enfatizou  a ultima palavra, lançando um olhar repreensivo ao rapaz.

– Eu não vou com vocês – eu disse,minha voz ecoou compenetrada na sala ampla. Voltei à mesa e peguei a minha mochila,ele lançou-me um olhar enraivecido. – E eu quero ver quem vai me forçar a ir com vocês – acrescentei eu.

– Adoro garota decidida – pronunciou ele,um sorriso sagaz cruzou o seu rosto. – Que pena que elas sempre cedem quando eu mando – confessou,irônico.

Franzi a testa.

– Mas você não manda mim – repliquei,num tom de voz ríspido.

– Vamos ver – disse ele,antes de concluir a frase, ele já estava me levantando pela cintura e pondo-me de bruços em seu ombro largo.

As cadeiras e mesas tamborilaram no chão,alguns objetos estocados nas estantes de madeira flutuavam no ar, tubos de ensaio, apagadores, caixas de papelões, partes de um esqueleto humano e armários de vidros estouraram simultaneamente formando um redemoinho de quinquilharias no meio da sala;peguei um crânio que atravessou a minha visão periférica e bati com toda força em sua cabeça  e nas suas costas musculosa o que fez ele desequilibrar e afrouxar os braços entorno dos meus joelhos.

Corri em direção à porta entreaberta,mas a garota loura ainda continuava ali inativa e numa fração de segundo ela ser transformou em uma borboleta preta com bordas amareladas como um ouro fundido, e saiu porta afora deixando o caminho livre para minha fuga.

Porém, ele  já estava parado ao lado da parede,encarei o objeto mais pesado próximo,uma mesa,sai em disparada em sua direção tropeçando em meus próprios pés pelo caminho,cheguei antes dele surgi a minha frente um sorriso divertido reinou em seu rosto esculpido pelos anjos, ergui a mesa e lancei-a em seu peito,e corri novamente em direção a porta.Ele me interceptou no meio do caminho e jogou-me na parede, uma dor lancinante se apoderou do corpo frágil. Meus olhos vasculharam o local à procura de alguma coisa que pudesse me tirar desta situação,ele parou na minha frente outra vez vi um jarro de flores flutuante serpentear avulso da estante adjacente de mim,estiquei-me ao máximo que pode e alcancei-o,entretanto ele pegou o jarro das minhas mãos impossibilitando o meu  contra-ataque e o lançou no quadro negro formando  um tapete  de estilhaços de vidros multicoloridos.

Pôs seu corpo robusto em minha frente, impedindo que eu não me mexesse, deixando apenas uma pequena passagem de ar entre nós,seus bíceps musculosos exaltados, sob a camisa verde-escuro formaram barreiras dificultando a minha fuga.Uma tatuagem de escorpião descia pela sua clavícula na pele pálida, seu cabelo louro-claro  desgrenhado roçava os seus ombros definidos,seu rosto tinha traços angelicais e, não coincidiam com os seus olhos que exprimiam pura ausência de qualquer sentimento.Ele não é humano.Seu ser maligno emanava isso,cada pedaço do seu corpo escultural,despejava gotas de um ser sobrenatural.

Seus olhos imprudentes e profundos se colidiam nos meus assustados e inofensivos,sua mão prendeu o meu pulso contra a parede tingida de bege,ele ultrapassou o limite de espaço entre nós,sua boca convidativa próxima dos meus lábios rosados e sua respiração ofegante fazia cócegas no meu rosto translucido.

Espera por todas as coisas inescrupulosas,tapas,socos,pontapés e puxões de cabelos.Menos o que ele fez a seguir.Um beijo.

Seus lábios pousaram nos meus famintos e selvagens,uma corente elétrica fluiu pelo meu corpo como um fio desencapado que percorria dele através de mim, o estrondo produzido pelos objetos inertes chocados no chão inundou na sala.Eu tinha todos os motivos para afastá-lo de mim,todavia não fiz.Naufraguei em seus braços e me perdei em sua boca,sua mão enterrada em meus cabelos ondulados,passei a mão a sua nuca o puxando para mais perto e,ele se afastou confuso com que acabara de fazer e, examinou minhas feições.Uma sombra furtou o seu semblante.

– Carmely – sussurrou ele,seus olhos pareciam vagos e distantes. Então vi um pedaço de vidro em cima de uma mesa de granito escuro,reuni todas as minhas forças e concentrei-me no estilhaço e em seguida ele pousou em minha mão que continuava imóvel  atrás da sua nuca.Encarei-o os seus olhos pela ultima vez antes de cravar o retalho de vidro em suas costas.


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Notas finais do capítulo

O capitulo é curto,mas prometo que o proximo será maior.
Bjs!