O Castelo Dos Meninos escrita por Lady Padackles


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Nessa história, Sam e Dean tem a mesma idade e não são irmãos. O sobrenome de Dean é Campbell, para ficar diferente do de Sam (Winchester). Universo Alternativo!

Apesar de ser uma história narrada, gostaria que notassem que ela é escrita toda sob o ponto de vista do Sam. Ou seja... O narrador apenas narra o que se passa com ele, os pensamentos dele, e a sua percepção sobre os outros.



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Era tarde da noite e Sam Winchester estava nervoso. Finalmente chegara a escola que seria seu novo lar por um bom tempo. As escadarias que levavam ao casarão pareciam não ter mais fim. O garoto subiu acompanhado de empregados que carregavam suas malas. Esse era o preço que pagava por vir de uma família tão rica... Seus pais sismaram em enfiar-lhe naquela escola interna só para meninos, que parecia se localizar bem além do fim do mundo. De fato, a construção ficava no alto de um despenhadeiro. Sam foi imediatamente conduzido aos seus aposentos. Era um quarto luxuoso que segundo os empregados possuía uma bela vista para o mar.

– Assim que amanhecer, você verá como é bela a vista de sua janela, Sr. Winchester! – disse-lhe o rapaz que o acompanhou até o quarto – Seja bem vindo! – completou.

Apesar de todo o conforto, o garoto quase não pôde dormir, ansioso pelo que o aguardava no dia seguinte. Estava se mudando para lá no meio do ano letivo, o que para ele era motivo de preocupação. Todos os outros meninos já estavam enturmados a essas alturas, e ele já se imaginava solitário e abandonado pelos corredores da escola.

Sam acordou sobressaltado poucos minutos antes do inicio da primeira aula. Havia perdido o café da manhã, e ainda sentia-se muito cansado. Enfiou o uniforme de qualquer jeito e correu para não chegar atrasado logo em seu primeiro dia na nova escola. Entrou correndo na sala, e atirou-se sobre a primeira carteira vazia que viu pela frente. A turma era grande, e os meninos, que conversavam animadamente, nem pareceram notar sua presença. Assim que o professor de matemática entrou em sala, calaram-se todos, e sentaram-se educadamente.

A primeira hora de aula correu bem, porém Sam estava muito cansado, e precisava fazer um enorme esforço para manter os olhos abertos e prestar atenção. Entre bocejos ainda pôde ouvir o professor chamar um de seus colegas ao quadro negro para resolver um exercício.

– Sr. Campbell, por favor, venha até o quadro resolver essa equação para a turma – ele disse.

Um rapaz se levantou e andou até a frente da sala. Sam notou como ele era bonito, com cabelos louro escuros bem cortados e lindos olhos cor de esmeralda. Dean Campbell pegou um giz branco e começou a rabiscar o quadro em um movimento monótono. Sam abaixou a cabeça. Não podia mais controlar o sono. Dormiu.

O sinal tocou, acordando o jovem Winchester. Ele abriu os olhos sobressaltado, dando um pulo da carteira. Já era hora do intervalo. Ficou envergonhado ao perceber alguns meninos olhando para ele e rindo. Levantou-se e foi até o refeitório, onde aquela hora do dia os meninos podiam comprar lanches e guloseimas. O café da manhã, almoço e jantar já tinham seu preço incluído na exorbitante mensalidade do colégio. Os lanchinhos eram por fora.

Sam era um garoto grande, e como não havia tomado o café da manhã estava especialmente faminto. Pegou uma bandeja e encheu de pães, bolos e sucos. Foi se encaminhando para uma mesa vazia quando foi surpreendido por um garoto bonito de olhos azuis que sorria para ele.

"Oh meu Deus, vou apanhar já no primeiro dia" – pensou. Sam já ia entregar todo o lanche que acabara de comprar ao garoto, quando este lhe estendeu a mão cordialmente.

– Olá, eu sou o Castiel! Prazer em conhecê-lo! – Ele disse sorrindo.

Sam ficou assombrado, e estendeu a mão para cumprimentar o colega. Ele nunca tivera um amigo como Castiel – atlético e bonito... Em sua cidade natal, Sam tinha apenas dois amigos: um magricelinho nerd e míope, e um gordinho babão e desajeitado. Tinha sido vítima de bullying por toda a vida, desde o ensino fundamental, quando era apenas um garotinho estudioso e fracote.

Winchester sentiu-se no céu. Em nenhum momento imaginou que sua vida poderia ser diferente naquele castelo. "Talvez nessa escola não exista bullying, e todos os garotos sejam legais" – pensou, sorrindo, no alto de sua inocência. O que ele de fato não havia percebido é que o patinho feio do passado havia tornado-se um belo cisne, e era um cisne que todos observavam agora com admiração. Sam era muito alto, forte e bonito.

Castiel mostrou-se amável, convidando Sam para sentar a mesa do refeitório com ele e seus amigos: Clark e Oliver – ambos bonitos e simpáticos. Logo Sam descobriu que Clark era o capitão do time de futebol americano, e ficou ainda mais bem impressionado. Todos os capitães que conhecera em sua escola anterior eram uns tremendos idiotas.

Achou curioso o fato de seus novos amigos aparentemente não terem comprado nenhuma merenda. Será que eles não estavam com fome? Sam já ia oferecer repartir sua comida quando Clark lhe dirigiu a palavra, em tom malicioso.

– Sam, você não precisa ficar comprando essas coisas... - E dizendo isso, o moreno de olhos azul esverdeados agarrou o sanduíche de um garoto corcundinha que passava tentando não ser percebido. O pobre guinchou entristecido ao perder seu tão apetitoso alimento.

– Obrigado, moleque, adoro sanduíche de carne – e dizendo isso Clark deu uma enorme mordida no pão, e o corcundinha, sem dizer palavra, saiu de perto chorando.

Um calafrio subiu pela espinha de Sam. Ele não era malvado... Mas agora, pelo jeito, fazia parte da turma dos valentões. Encolheu-se desajeitado em sua cadeira e começou a comer sem jeito. Logo Castiel e Oliver haviam conseguido também alguns lanches roubados e todos se deliciavam e riam, falando mal dos pobre desgraçados, que olhavam para eles acovardados e famintos.

– Da próxima vez nem pense em gastar seu dinheiro com comida – Oliver lhe disse sorrindo.

Sam não fez comentário algum. Não sabia se queria amizade com aqueles valentões. Ao mesmo tempo, era bom ter encontrado companhia. E mesmo malvadinhos, seus novos colegas eram divertidos. Castiel então era extremamente simpático e brincalhão. Sentou-se com o trio nas aulas que se seguiram e almoçou com eles. Na hora do lanche da tarde foi impedido de comprar qualquer coisa.

– Vá roubar alguma coisa! – Clark ordenou-lhe amigavelmente.

Sam hesitou, mas antes que pudesse dizer alguma coisa Castiel puxou-lhe pelo braço e o encostou na parede.

– Escute aqui, Sam – disse ele – Acho que você ainda não percebeu, mas aqui nessa escola existem vários grupos de amigos – alguns fazem bullying, e os demais sofrem bullying. Não existe um meio termo. Eu te trouxe para o meu grupo na tentativa de salvar sua pele. Roube a merenda de uns moleques e tire esse olhar de cachorro triste da cara. O Clark e o Oliver não são bonzinhos como eu... É melhor não fraquejar na frente deles.

Sam apenas concordou com a cabeça, assustado. Castiel saiu catando doces e chocolates de alguns pobres infelizes. Depois encorajou Sam a fazer o mesmo.

Sob o olhar vigilante de Clark e Oliver, Sam pediu licença a um moleque gordinho e esquisito que certamente não fazia parte de nenhum grupo de valentões. Agarrou o lanche do coitado e, trêmulo, sentou-se ao lado dos colegas. Por pior que estivesse se sentindo, Winchester não queria fazer parte da turma dos fracotes agora que conseguira seu passaporte para virar valentão.

Sam devorava os deliciosos biscoitos do gorducho, já conformado com sua nova vida de ladrão de merendas, quando reparou Dean, o lindo menino louro, sentado. Ele comia uma maçã, e por algum motivo Sam não conseguiu deixar de prestar atenção nos movimento que este fazia abocanhando a fruta. A bela cena foi interrompida por um garoto feio e bruto que chegou arrancando a maçã das mãos do garoto.

Dean nem mudou a expressão de seu olhar, e agiu como se nada tivesse acontecido. Não pareceu indignado, acovardado ou triste. Simplesmente limpou seus lábios com um guardanapo como se tivesse naturalmente terminado seu lanche.

O brutamontes colocou o resto da maçã de uma vez só na boca, e então avançou para cima do sanduíche de um garoto que se aproximava em uma cadeira de rodas. O menino pareceu reclamar bastante, e depois dirigiu-se para a mesa de Dean e sentou-se ao seu lado. Quando o valentão saiu de perto, Dean tirou uma barra de chocolate do bolso e repartiu com o colega.

Sam viu Dean se levantar da cadeira e sair acompanhando o cadeirante. Em seguida dois irmãos gêmeos idênticos, bem grandões, avançaram neles por trás derrubando ambos no chão. Sam quase se levantou para ajudá-los, porém conteve-se. O cadeirante gritava, mas Dean não esboçou reação alguma. Apenas levantou-se e ajudou o amigo em seguida.

"Como pode esse garoto, forte e bonito, ser alvo de bullying nessa escola?" – perguntava-se Sam. "Na minha antiga escola ele seria o garoto mais popular de todos...". "Será que ele se recusa a se unir a qualquer grupo de valentões para salvar sua pele?". E com esses pensamentos, finalmente retirou-se para descansar em seu quarto.





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Notas finais do capítulo

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