Furishikiru ame no ne ni shizumi sou na
Sono yakusoku wa dare no yume de dare no tame no yume darou

Mais um dia como os outros.
Tinha voltado da guilda cedo porque não havia trabalhos que pagassem o que precisava para o resto da renda deste mês
Estou neste momento a tentar continuar o meu romance, já que a Levi leu o meu primeiro capítulo e pediu para que continuasse com um bom trabalho. Pelos vistos ela adorou.
Mas não consigo continuar. Não consigo porque é difícil escrever histórias de amor felizes quando a minha é triste. Não consigo porque a protagonista é suposto viver feliz para sempe com uma pessoa que é demasiado parecida com alguém que é impossível eu ficar, mesmo que queira muito.

[I want to see all of you. I want to love all of you.]
Douka shiteru ne

Já estava farta de estar sentada na cadeira de madeira em frente à secretária. O meu corpo já doía, então decidi tomar um banho quente para relaxar os meus músculos.
Quando me levanto e viro, dou de caras com alguém com o cabelo rosa a olhar para mim de forma curiosa, sentado em cima da cama. Natsu.
-N-Natsu?! O que é que estás aqui a fazer?- disse de forma rápida e comecei a corar. Não queria que ele lêsse o meu romance porque a maior parte é a pensar nele.
-Ora essa. Que raio de pergunta é essa? Sabes que eu apareço sempre na tua casa! Nem sei o porquê de tanta surpresa...
Como sempre entrou pela janela...Acho que vou ter que trancar tudo o que dê para abrir na minha modesta casa: Não...nem isso o ía impedir de entrar.
Cruzei os braços e comecei a pensar em formas extremas de isolar o meu cantinho do resto do mundo. Talvez um rio fundo à porta? Não, o Natsu sabe nadar. Portas e janelas blindadas? Talvez isso resulte mas aposto que os poderes mágicos dele até isso derretiam, já que ele é um Dragon Slayer do fogo.
Continuo com os meus pensamentos quando reparo na ausência de um gato azul que voa.
- O Happy? Não veio contigo?
Natsu ficou admirado com a minha pergunta, devia estar mais à espera que o espancasse, mas de seguida deu um sorriso de orelha a orelha, típico dele.
- Não, ficou com a Charles para tentar ter um encontro com ela, ou então oferecer-lhe um peixe. Riu-se da idiotice do amigo.De repente algo mudou no seu rosto. Ficou bastante sério e algo me dizia que eu não ia gostar do que para aí vinha. Lucy, tenho uma coisa para te contar. Senta-te.- Fez sinal para que me sentasse ao seu lado.
Fiquei bastante assustada.

Tsunagu te to gyaku no te ni wa itsumo shiranai kaori ga shiteru
[I want to see all of you. I want to love all of you.]
Iki wa chan to dekiteru no ni kuzure sou ni naru

Andei devagar para a cama. Sentei-me de pernas cruzadas de modo a que ficasse de frente para Natsu.
-A Lisanna confessou-se a mim...- começou a olhar fixamente para as suas mãos, dava para entender que ele estava bastante envergonhado e constragido.
-Hm...E o que é que vais fazer?
- Lucy, eu nem sei se gosto dela. Estou muito confuso em relação a muitas coisas.
- Acho que devias tirar um tempo para pensar e quando descobrires, fala com ela dei umas palmadinhas no seu ombro para o encorajar. Sou tão boa amiga que escolho a felicidade dos outros em vez da minha. E mesmo que me confessasse, a nossa boa amizade não seria a meesma, é disso que tenho mais medo.
-Mas o meu problema é entre duas pessoas- Julguei vê-lo a corar.
- Não sei o que te dizer, Natsu. Nunca estive numa situação assim, por isso não te sei dar conselhos.
Abraçou-me. Confesso que não estava à espera. Ok...Nada à espera. Mas gostei de sentir o seu calor e as suas mãos a afagar-me o cabelo.
Afastou-se de mim, abriu a janela, pôs um pé de fora e disse:
- Adeus Lucy, desculpa lá o incómodo!- e saltou da janela. Aquele homem nunca usa a porta.
Corri para a janela para me despedir dele , mas quando espreitei lá para baixo, já não o vi.
Não posso deixar de me sentir abalada. Já não basta a Lisanna se ter confessado ao Natsu, agora ele está indeciso entre as duas?! Que mal fiz eu a Kami-sama?
Peguei no meu pijama e diriji-me para a casa de banho.
O resto do dia resumiu-se a ficar sentada na secretária de frente para o meu romance, a decidir que rumo devia dar-lhe.
Anoiteceu. Fui-me deitar, mas a minha mente fervilhava de pensamentos sobre Natsu. Parecia que a minha cabeça queria estar sempre a bater na mesma tecla.
- Mas o meu problema é entre duas pessoas. Estas palavras ecoaram inúmeras vezes na minha mente até conseguir adormecer.

Estava sentada à sombra de uma grande árvore a aproveitar os dias quentes de primavera.
O vento tocava suavemente na minha face e bagunçava os meus cabelos cor de ouro.
Olhava para a paisagem que tinha à minha frente. Uma planície extensa coberta de relva rasa que era de um verde vivo.
Virei a minha cabeça um pouco para a direita. Reparei num homem de cachecol e cabelos cor-de-rosa que estava de costas para mim, um pouco à minha frente.
- Natsu! Chamei. Ele pareceu não ouvir. Natsu?
Uma rapariga de cabelos curtos e brancos correu para os braços de Natsu. Ele rodou-a, fazendo-a tirar os pés do chão. Ambos davam grandes gargalhadas. Estavam tão contentes que parecia que era impossível ser lhes tirado aquela felicidade. Largaram-se do abraço e caminhavam de mãos dadas.
Levantei-me e tentei correr atrás deles. Sentia que tinha que os alcançar.
- Natsu! Natsu, espera! Natsu!
Corria cada vez mais rápido mas a distância entre nós apenas aumentava. A minha visão começava a ficar desfocada devido às lagrimas que ameaçavam sair, mas mesmo assim continuei a correr. Isto já estava a ficar insuportável.

Kotoba yori mo fukaku aishite kure nara
Me no mae ne iru anata dake wo shinjite ikeru
Fui ni miseta kako ni fureru tabi ni moroku
Uzumetsukusenai kuuhaku ni namida ukabe

- NATSU! Gritei suplicante.
Mas desta vez estava num sítio completamente diferente.
Com a minha respiração fora do controlo, o coração a bater mil à hora, que parecia saltar do meu peito e toda transpirada, encontrava-me sentada na minha cama. Tinha sito um sonho.
Reparei nuns olhos pretos que me encaravam.
Natsu estava sentado no sofá de frente para a cama.
- O que é que estás aqui a fazer outra vez? Perguntei muito nervosa. Será que me esqueci de trancar a janela?
- Vim-te buscar para irmos para a guilda Sabes que horas são?
- Não Nove da manhã ou assim?
- Doze horas e meia!
- NANI?
Levantei-me rapidamente da cama, escolhi umas roupas à pressa e até ia tomar banho se não fosse uma mão forte a agarrar-me o pulso.
- Natsu?! Encarei-o surpreendida.
- Primeiro precisamos de falar._ disse sério. Olhava para ele em busca de alguma resposta, mas ele apenas se desviava do meu olhar. Isto vai ficar feio.
Voltei a sentar-me na cama.
- Estás á vontade para falar.
- Já me decidi fez uma pausa e suspirou Vou pedir a Lisanna em namoro.
Aproximou-se um pouco e sussurrou:
- Mas primeiro preciso de fazer uma coisa
Beijou-me. Sentia os seus lábios tocarem nos meus gentilmente. Mas eu queria e não queria. Queria porque o meu corpo ansiava por isso, mas isso sem dúvida iria trazer grandes tragédias à minha parte psicológica. Quer dizer, beija-me mas vai a seguir namorar com outra?

Yasuragi ni amaete te mo tonari no anata ga watashi no naka kara togire sou ni naru
["I want to see all of you." "I want to love all of you.]
Kotae wa emi ni obore
[You don't love, the everyday shadow when it was lost.]
Kakikesenai hodo kakaeteru

Afastei-o com violência.
- Natsu, se faz favor disse com uma voz firme enquanto apontava para a porta.
-Mas Lucy
- Não quero saber, sai! Agora fui mais agressiva a dizer estas palavras.
Ele, que estava sempre contente e com um sorriso na cara, saiu pela porta pela primeira vez na vida, com a cabeça baixa.

Anata ni nageta kotoba mo aishite kureru nara
Me no mae ne iru anata dake wo shinjite ikeru
Fui ni miseta kako ni fureru tabi ni itamu
Watashi no inai kuuhaku made aishitai
Kizukarenai you ni namida wa nuguu kara
Kono ijou watashi no mae de warawanaide

Cinco anos depois

Estava na entrada da igreja a usar um vestido longo azul-bebé.
Andei assim que ouvi a marcha nupcial. Tudo seria perfeito se a estrela do dia fosse eu e não a pessoa que está à minha frente.
A mim apenas me cabia segurar a longa cauda do vestido de noiva de Lisanna.
Todos os convidados se levantaram e olhavam para a noiva, pois ela estava linda. Todos exceto Gray. Tínhamo-nos aproximado bastante nestes últimos anos. Até porque somos comprometidos um com outro. Mas ambos sabemos que este dia é difícil para mim, tanto quanto o dia que Juvia disse que estava noiva do Lyon foi para Gray.

Sayonara wo kakusu futari ja naku
Sayonara wo naku futari de itai
Omoikaesu yori wasurete hoshii
Soshite watashi wo kuuhaku ni oite
Mou sugita hibi wo ottarishinaide
Mou kore ijou oite ikanaide
Semete...
Sayonara wo nigiri nemuru watashi no
Honokana netsu wo tabako no you ni keshite

Sabíamos que não nos íamos amar tanto quanto o que eu amava Natsu e Gray amava Juvia. Mas entendiamo-nos à nossa maneira. Apoiamo-nos mutualmente e sabemos da dor que cada um carrega.
Já estávamos no altar. Enquanto o padre pegava sermões, dei por mim a olhar para Natsu. Ele estava deslumbrante, mesmo com um fato de cerimónia ele não largava o seu cachecol branco. Esta irá ser a última vez que olho para Natsu assim. A partir de hoje ele irá marido de outra pessoa e eu tenho de respeitar isso.
- Se alguém se opõe a esta união fale agora ou cale-se para sempre- disse o padre.
Seguiu-se um grande silêncio desconfortável. O meu coração dizia-me para agir enquanto a minha cabeça dizia para ficar quietinha. Enquanto deliberava mentalmente, perdi a minha oportunidade de agir.
- E o noivo pode beijar a noiva.

E assim vi aquele que amava ser levado de mim, para sempre...

Kaeranai hibi wo aishita hito yo