No sábado de manhã (de manhã mesmo ¬¬’) Sasuke chegou na minha casa todo alegrinho me sacudindo, estaria mentindo se dissesse que não gostei de vê-lo pela manhã, mas meu mau-humor estava aflorado e a cada “bom-dia” que ele dava eu tinha vontade de mata-lo.
-Sakura se você não sair logo desse banheiro eu vou te tirar!
-Você não ousaria.
-Quer apostar?
-Não, eu tenho medo da sua mente doentia.
-Então sai logo daí.
-O que você queria?! São oito e pouquinha da manhã em pleno sábado e eu estou acordada! Sinta-se feliz por ainda estar vivo!
-Agora eu fiquei com medo.
-Realmente nossa relação não é baseada no carinho e compreensão. - tom irônico aflorado ao máximo
-Sem dúvidas...
-Seu retardado.
-Você que disse!
-Era para você discordar, até isso eu tenho que falar?... FECHA OS OLHOS! – sai correndo do banheiro para o closet – PODE ABRIR!
-Você esta parecendo uma criança... Você estava de toalha não é?
-É, mas até onde as pessoas sabem você é meu professor/colega e não meu namorado.
-Ah claro! Esqueci desse detalhe.
-Depois a lerda sou eu. – sai do closet sacudindo o cabelo
-Mas agora não tem ninguém aqui para ver não é? – ele pegou na minha cintura e me trouxe para perto.
-Você não acha que se eu não aprender a tocar violão as pessoas vão perguntar o que eu estou fazendo com você?
-Claro. – ele me trouxe mais para perto – Vão dizer que você estava seduzindo o inocente irmão mais novo da família Uchiha... Sem dúvidas.
-Sei... É mais fácil falarem que você me seduziu.
-Vamos deixar isso para depois? Aí a gente decide quem seduziu quem.
-Bobo.
-O bobo que te ama. Boba.
Nos aproximamos a ponto de sentirmos as nossas respirações na pelo um do outro, pode parecer burrice, mas esse era nosso primeiro beijo, aquele outro eu esqueci para não ter más lembranças, sim, esse era nosso primeiro beijo e nós queríamos apreciar ao máximo ele. Ele roçou os seus lábios nos meus e isso me fez ficar arrepiada, sem dúvidas esse seria o melhor beijo da minha vida, puxei-o mais para perto e ele me envolveu num beijo caloroso e carinhoso, então descobri que a perfeição pode levar a prática, mas o melhor não é aquele que prática, mas aquele que põe paixão no que faz, e ele era a minha paixão eu pedi, implorei para que o tempo parasse naquele instante, para que eu nunca tivesse que me separar dele.
-Sakura você já fez suas ativid... – Kakashi invadiu meu quarto fazendo eu e Sasuke nos separarmos aos pulos – AI MEU DEUS! HARUNO SAKURA! ERA POR ISSO QUE VOCÊ IA FAZER AULAS DE VIOLÃO?!
-Mais ou menos... – Sasuke caiu na risada – A aula ainda não começou...
-E VOCÊ ESTA RINDO POR QUÊ?!
-Kakashi fui eu! Eu agarrei ele!
-E ele é uma donzela indefesa?
-Donzela não... Mas indefeso sim... Olha como ele é magrinho... – a essa altura Sasuke estava rolando de rir, maldito seja!
-Não estou vendo nada disso.
-Kakashi pelo amor de Deus, – ele me encarou, o puxei para dentro do quarto e fechei a porta – pelo amor do Icha Icha Paradise não conta nada para o papai!
-E porque eu contaria? Eu não tenho nada a ver com isso, a não ser que você esteja fazendo algo de errado.
-Não é bem assim, o problema é que se ele descobri vai querer que eu noive com o Sasuke e essas coisas.
-NOIVAR?!
-É, coisa de gente velha e doida. Eu com 16 anos noiva, por favor, Kakashi! – fiz aquela cara manhosa que ele não resiste
-Não me olhe assim! Eu nem sei porque você pede, a besta aqui sempre deixa, eu não vou contar nada para o seu pai, mas juízo viu? Ju-í-zo!
-Eu sou muuuito ajuizada viu?
-Vou fingir que acredito para poder dormir tranquilo a noite, e você rapaz – Sasuke parou de rir e o encarou sério – se você fizer ou acontecer alguma coisa com ela eu te caço nem que seja no inferno.
-Eu não vou deixar nada acontecer com ela.
-Acho bom, para o seu próprio bem. – Kakashi saiu deixando o ar um tanto pesado entre nós dois
-Você tem certeza que ele não é seu pai?
-Idiota.
-Ele tem uma maneira doce igual a você de tratar as pessoas.
-Deve ser por que foi ele que me criou.
-Mas você tem pai.
-Eu sou sortuda, tenho dois pais. Minha mãe morreu assim que eu nasci e papai se afundou no trabalho para não enlouquecer, a principio tudo ia bem, porém com o meu crescimento eu comecei a atormentar as babas cobrando a atenção dele, mas ele não conseguia me encarar nos olhos, isso é uma coisa bem nítida na minha memória, o jeito que ele encarava o chão quando estava perto de mim, ele não me olhava porque eu era o monstrinho que tinha tirado a vida da pessoa que ele mais gostava no mundo, só que naquela época eu não sabia disso, ele não podia me dar atenção e eu era muito exigente com as babas então eis que surge Kakashi, um estagiário super dotado capaz de tudo por dinheiro, meu pai não estava nem um pouco a fim de ter mais um sr. Perfeição com ele e como teste para o emprego ele teria que cuidar de mim por pelo menos um mês, é óbvio que ele aceitou e eu que nunca fui boba nem nada quando vi aquele homem lindo passando pela porta aceitei na hora, eu só tinha tido mulheres cuidando de mim e ele era o pai que me faltava, me levava para escola, botava para dormir, saia para passear, daí meu pai contratou ele e mesmo depois de contratado ele continuou cuidando de mim, ele não teve pai e eu não tinha o meu então nós supríamos as nossas carências.
-Por isso que ele é seu cão de guarda.
-É, mas até hoje meu pai não consegue me tratar direito, você percebe por ele só passar aqui uma vez ao mês e só me reclamar, tem sempre algo errado comigo.
-Você não é a única.
-É melhor a gente começar logo a aula você não acha não?
-É.



                    
                                                                                     ...





As aulas de violão iam passando e eu ia ficando cada vez melhor com as cordas, não é tão difícil quanto parece, as aulas eram divididas entre o violão e nós dois e ficava cada vez mais difícil me desgrudar dele, fosse na escola, na minha casa, na dele, na rua, nós estávamos sempre juntos e já era perceptível que nós estávamos juntos e sem eu perceber nós fizemos um mês de namoro que apesar de escondido merecia uma comemoração.
Fui até a casa dele de surpresa, sabia que não teria ninguém em casa e eu já tinha a chave, pois ele havia me dado, ficar na porta esperando abrir só chamaria mais atenção, então eu entrava e saia rápido e ninguém me perceberia, subi as escadas até o quarto dele e o encontrei dormindo como um anjo em cima dos livros, cheguei bem perto do ouvido dele e sussurrei:
-Ei gatinho. – ele se mexeu ainda dormindo – Quer me arranhar com suas unhas?
-Eu tenho namorada... – ele falou meio acordado
-Bobo, sou eu. – o beijei
-Sakura! Que susto!
-Achou que tinha uma louca aqui foi?
-Sei lá, tem gente para tudo... Está fazendo o que aqui?
-Vim te dar um presente.
-Por quê? Não é meu aniversário.
-É do nosso aniversário.
-Ahh! Isso... Bem...
-Você não se lembrou. Eu já sabia. Por isso que eu vou me dar um presente no seu lugar.
-Que bom que eu tenho uma namorada prestativa assim, e qual será esse presente?
-A coisa que eu mais gosto no mundo!
-O que é?
-Você seu bobo!
-Como você vai me dar de presente para você?
-Nós sempre estamos correndo não é? Nunca nós dois e talz, então eu vim dormir aqui. – derepente ele ficou mais vermelho do que um pimentão
-C-co-como assim dormir aqui?
-Deitando e dormindo ué? Amanhã é sábado esqueceu? Eu durmo aqui e passo o dia inteirinho com você amanhã.
-Ufa...
-Que foi seu pervertido? – joguei a almofada na cara dele – Já estava pensando bobagem não é?
-Eu?! Imagina... Mas já que você vai passar esse tempo todo aqui vamos aproveitar?
Ele veio correndo fazendo cosquinha em mim, me carregou, desceu correndo as escadas e me jogou na piscina.
-Meu cabelo! Minha roupa! Seu louco!
-Louco por você!
-Vou esquecer das roupas e do cabelo. – puxei ele com tudo para mim, dentro da piscina as coisas ficam mais gostosas.
-Vai trocar de roupa que já esta escurecendo e eu não quero você resfriada.
-Claro sensei.
Sai da piscina pingando e fui trocar de roupa, Sasuke ficou fazendo o café, era melhor assim pois meus dotes culinários são um desastre, ou melhor, eu não possuo dotes culinários ( essa que é a verdade ). Desci as escadas e me sentei a mesa já posta, Sasuke já havia se trocado e me esperava.
-Agora eu entendo o que as pessoas falam sobre as mulheres demorarem de ser arrumar...
-Claro! Se nós não demorarmos não iremos ficar bonitas.
-E?
-E se nós não ficarmos bonitas ninguém irá reparar na gente.
-Mas você é linda de qualquer jeito.
-Que fofo, mas não é bem assim.
-Sakura eu tenho que te avisar uma coisa.
-O quê? – me servia da macarronada que estava sobre a mesa
-Eu lhe dei a chave da casa, mas não vá entrando de vez, pois de vez em quando meus pais vem me visitar e imagine eu ter que explicar você com a chave da casa?
-Você tem razão, mas como eu vou saber se tem pessoas além de você em casa?
-Se alguém estiver em casa à cortina do meu quarto estará para fora.
-Vou me lembrar.
-Agora coma que eu quero saber o que você achou.
-Está gostoso como sempre.
-Isso me deixa feliz porque normalmente não tem ninguém para comer o que eu faço.
-Tadinho do meu namoradinho solitário.
-Você não esta ajudando.
-Estou brincando. A partir de hoje eu virei quase sempre apreciar da sua culinária.
-Me sinto até lisonjeado milady.
-Bobo.
Após o jantar nós fomos assistir um filme, mas naquela não havia nenhuma variedade, só filmes de terror e pornô ( prefiro não comentar essa parte ), depois de muita insistência Sasuke me convenceu a assistir O Massacre da Serra Elétrica, sim eu quis mata-lo depois disso, na verdade não foi nem depois, foi no meio mesmo!
-AHH! Tira isso pelo amor de Deus! Só tem sangue no filme! – um homem aparece decapitado atrás do outro levemente ensanguentado -... AHHH! Chega! Eu vou dormir!
-Espera amor! Já está no melhor do filme!
-Então você fique assistindo “o melhor do filme” sozinho!
Subi as escadas pisando firme, entrei no quarto dele e bati a porta, que menino ridículo! Como é que nessa idade ele vê graça em assisti uma porcaria sem conteúdo daquela? E pior! Agora eu estou com medo de dormir! Droga! Sentei na beirada da cama e fiquei olhando o céu que estava estrelado...
-AHHHHHH! – Sasuke pulou atrás de mim fazendo eu ir ao inferno e voltar de susto, mas o infeliz começou a rir! – Seu idiota! Não vi graça.
-Você fica tão bonitinha com essa cara de assustada.
-Eu não acho, mas já que você gosta tanto por que não fica aí e aprecia as caras assustadas do seu filme? Porque eu vou embora!
-Como?! – ele parou de rir instantaneamente – Embora? Como assim? Não era o nosso aniversário?
-Aniversário que você nem lembrou!
-Eu já disse que sou ruim com datas! Isso não é motivo para você ir embora assim!
-Ah não é? Então me diz um motivo para eu ficar aqui. Um só! Eu vim para cá para ficar com você pensando em nós dois e você fica assistindo aqueles filmes horríveis!
-Um motivo? Eu te amo. Não é o suficiente?
-Não. – olhei furtivamente para ele e abrir a porta
-E isso? – ele puxou pelo braço num beijo sedento, podia não ser um motivo, mas nos braços dele qualquer coisa viraria um.
Continuamos a nos beijar cada vez mais intensamente, me bati contra o interruptor, estava escuro, mas eu não tinha medo, ele foi andando em direção a cama, eu sabia o que aconteceria se eu não o interrompesse, mas eu não queria sair daqueles braços quentes, queria que ele ficassem me abraçando e me protegendo daquela forma para sempre.
Caímos na cama Sasuke já sem camisa e eu sobre ele, não demorou muito a ele ficar sem a calça a cueca e meu Deus! Como ele era mais lindo ainda sem roupa! O peitoral definido, barriga rígida, mas nada muito exagerado, as pernas bem feitas, o cabelo negro preto mais desgrenhado do que nunca e seus olhos ônix sedentos de desejo, aquela visão faria milhões de mulheres derreterem, mas ele estava ali e era todo meu. Ele me abraçou, fechei os olhos, mas ao contrário do que eu pensava veio um beijo doce.
-Você é minha, só minha.
-Para sempre.
O apertei forte em meus braços enquanto gritava de prazer a cada nova descoberta que o meu corpo fazia, novos sentimentos e sensações, tudo isso muito unido ao amor que nutríamos um pelo outro. E assim eu dormi, sobre aquele corpo inacreditavelmente lindo e confortável, tão confortável que parecia que foi feito para mim, e sim, eu seria dele, para toda eternidade, enquanto ela durasse.