Quinn

Eu queria que você soubesse que amo o jeito que você ri

Eu quero te abraçar bem forte e roubar sua dor

Eu mantenho sua fotografia

E eu sei que me serve bem

Eu quero te abraçar bem forte e roubar sua dor

Eu andava de um lado para o outro no corredor.

Cada segundo parecia uma eternidade.

Os outros estavam sentados no chão ou em pé encostados na parede. Mas ninguém estava tão nervoso quanto eu. Minha noiva e minha filha corriam perigo.

Porque eu estou quebrado quando estou solitário

E eu não me sinto bem quando você se vai

Eu queria lutar contra o tempo.

Queria que o Kurt saísse logo daquela sala para poder perguntar se estava tudo bem, mas estava com medo da resposta.

Olhei para o relógio que parecia rir de mim.

Fazia exatos dez minutos que eu estava ali, mas parecia que eu tinha passado metade da minha vida naquele corredor.

Continuei dando voltas.

Você foi embora

Você não me sente mais aqui

O som da minha própria respiração me incomodava. Ouvir meus passos me irritava. Eu queria parar o tic-tac do relógio. O silencio estava me levando a loucura, mas se alguém abrisse a boca, eu era capaz de tentar matar.

Eu queria morrer.

Queria não estar passando por essa agonia.

O pior já passou agora e podemos respirar novamente

Eu quero te abraçar bem forte e roubar minha dor

Há muito para aprender

E ninguém para lutar

Eu quero te abraçar bem forte e roubar sua dor

Olhei para o relógio mais uma vez. Uma hora sem saber como elas estavam.

O Kurt saiu da sala e encostou-se à parede, escorregando ate sentar no chão. Lagrimas silenciosas escorreriam pelo seu rosto. Suas mãos estavam cobertas de sangue.

– Como elas estão? – perguntei, sentindo um nó na garganta.

– Me desculpa Quinn. Eu fiz tudo o que pude. – ele chorava – Tudo. Mas eu tive de escolher.

Porque eu estou quebrado quando estou aberto

E eu não sinto que sou forte o suficiente

Porque eu estou quebrado quando estou solitário

E eu não me sinto bem quando você se vai

– Quem? – murmurei, segurando a lagrimas – Qual das duas esta viva?

– A Rachel. Era o mais sensato a se fazer. – ele disse entre as lagrimas – Sinto muito.

Eu o encarei por um segundo. A Rachel estava bem. Minha filha, morta.

Senti minhas pernas ficarem fracas e sentei encostada na parede de frente para o Kurt.

Ficamos ali por alguns minutos. Todos chorávamos. Ninguém tanto quanto eu e Kurt, mas todos chorávamos.

Porque eu estou quebrado quando estou aberto

E eu não sinto que sou forte o suficiente

Porque eu estou quebrado quando estou solitário

E eu não me sinto bem quando você se vai

A Britt havia abraçado a Santana, que chorava contra o pescoço dela. O Blaine tentava consolar o Kurt. A Demi e o Sam me diziam que ia ficar tudo bem, mas era impossível de acreditar nisso.

– Como ela esta? – perguntei para o Kurt.

– Sedada. – ele respondeu e respirou fundo – Blaine, leva a Rachel pro quarto dela, por favor? – o Blaine assentiu – Sant, eu vou precisar da sua ajuda. Os outros levem a Quinn para algum quarto e dêem uma água com açúcar para ela. Não vai adiantar ficarmos aqui parados.

Porque eu estou quebrado quando estou solitário

E eu não me sinto bem quando você se vai

– Vem Q. – o Sam me levou ate um quarto, e eu me joguei na cama, chorando como nunca tinha chorado na minha vida.

Você foi embora

Você não me sente mais aqui

Santana

Assim que o pessoal desceu com a Quinn, o Blaine levou a Rach para o quarto dela.

Eu ajudei o Kurt a dar um banho nela e trocá-la.

– Fica aqui. – ele pediu quando terminamos, ainda chorando um pouco – Se ela acordar, me chama. Vou ver como a Quinn esta.

Ele saiu e eu olhei para a Rach.

Ela estava deitada, completamente pálida, como se estivesse... Morta.

Sentei do lado dela na cama, peguei sua mão e respirei fundo. Não podia nem imaginar como ela reagiria quando soubesse.

Voltei a chorar.