8 meses de Gestação... O dia está próximo...

— Natsu... Natsu... - Lucy dizia enjoada, balançando o rosado. Ela estava tirando uma soneca a tarde, e logo Natsu se justara a ela. 

— O que foi? - perguntou assustado, virando-se bruscamente. 

— Eu tô enjoada... - do nada ela começou a lacrimejar, assustando mais ainda o preocupado Natsu. - Vai embora... Me deixa sozinha no quarto...

— Êh? Por que você está chorando? - ele viu a loira se virar de costas para ele, devagar, e cair no sono ainda com lágrimas em seus olhos.

Aquele mês fora o pior para Lucy. Ela tinha enjoos chatos e fracos, outros já mais fortes... Isso tudo a fazia ficar frustrada, então acabava chorando sozinha pelos cantos da mansão. - claro que os hormônios da gravidês contribuíam e muito para isso -

Natsu quase nada podia fazer nesses momentos, apenas ficar ao lado dela para o que precisasse, e fazendo o possível e o impossível para ajudar a loira. Ele se perguntava se isso tudo era frescura de sua esposa, ou se era mesmo horrível como ela dizia. Realmente não sabia a resposta.

Ele passou a apreciar a barriga da esposa constantemente, e percebeu que ver que há um ser dentro dela, que foi você quem ajudou a fazer, e que é "metade você" - ou 2/4, como Natsu gostava de falar- é extremamente estranho. Aquilo assustava. 

O assustava saber que a qualquer momento seus filhos poderiam nascer. Havia descoberto há pouco tempo que gêmeos geralmente nasciam prematuros, e muitos ficaram o alertando sobre vários cuidados a serem tomados, o que o deixou ainda mais nervoso. Também, só o contavam desgraças! 

Apesar de tudo, ele estava feliz. Feliz por ter uma família, feliz por estar com a mulher que ama, feliz por Lucy o amar, e até feliz por estar feliz. Tudo em sua volta o deixava feliz! E aquele sentimento no peito era uma das melhores sensações que já sentira.

De vez em quando ele conversava com Gajeel, perguntando com era ser pai. Claro, ele respondia "trabalhoso" da forma mais "macho" possível, pois nunca que ele falaria igual a uma mãe.

Mas os dois tinham o mesmo sentimento por seus filhos. Aquele amor paterno de querer proteger de tudo e de todos que quisessem fazê-los mal o consumia e fazia o rosado ter mais vontade ainda de ver o rosto de seus filhos.

Ele desceu as escadas e se deparou com um quarto vazio. Como nunca havia o percebido?

— Êh? - ele tentou abrir a porta mais não conseguiu, então simplesmente quebrou a fechadura e entrou no quarto.

Ele era bem grande, mas parecia estar abandonado, sendo usado de depósito de coisas inúteis. Há quantos anos aquele cômodo estaria ali sem ninguém ao menos entrar para dar uma limpada? Pensou isso por alguns segundos enquanto abria a janela, até ver outra porta dentro do enorme quarto.

Várias perguntas rodaram sua cabeça, e a principal delas era: Por que nunca havia percebido esse quarto antes? Ele era tão grande e espaçoso, se tivesse percebido antes poderia tê-lo transformado no quarto do casal.

Ele abriu a porta, mas o contrário do que havia pensado, ela não estava trancado como a outra, logo, estava aberta. Do outro lado da porta, tinha um outro quarto, que era idêntico ao que estava antes, só que parecia ser um depósito de roupas velhas, todas extremamente empoeiradas.  

Rapidamente uma lâmpada se acendeu em sua cabeça, teve a ideia perfeita para impressionar Lucy, ele usaria aquele quarto para algo, ele ia usa-lo, para ser o quarto do gêmeos, um lado para a menina, e o outro para o menino. Aquela ideia era fantástica!

Ele saiu correndo do quarto, indo em direção a guilda, para pedir informação sobre um decorador que trabalhasse rápido, já que não entendia de nada que envolvesse coisas "fofas". Ele parou de correr, ao ver Happy deitado no sofá, totalmente enfaixado e com o braço direito quebrado.

— Você tá um gato assim. - disse segurando o riso.

— Hahaha muito engraçado, Natsu... - o gato respondeu num tom irônico. Mas o mago de fogo não podia deixar de rir, a situação em que Happy se meteu era realmente digna de piada.

— Bem feito. Quem mandou você perturbar a vida alheia? - soltou a risada, sem se importar. - Se você tivesse se comportado, Gajeel não teria te espancado. - riu, vendo o exceed fazer uma careta - Ok... Ok... Eu paro. Eu to de saída e talvez não chegue pro jantar. Até lá, cuide da minha Lucy. E cuidado pra ela não te assassinar, porque ela tá bem dramática hoje. - antes do gato responder, ele já tinha saído em disparada. Ele estava muito ansioso para por a ideia em ação.

(...)

Uns dias se passaram, e quase tudo já havia sido acertado. Asuka comprometera a fazer um desenho do quarto de Nayla, enquanto Wendy pedira para desenhar o do menino. Natsu não entendia nada daquilo, então simplesmente deixara, mas acabou que tudo correu bem, já que as duas conseguiram resolver tudo da obra dos quartos em um curto período de tempo. 

— Acha que está bom, Wendy? - Natsu perguntou com um sorriso no rosto.

— Estão perfeitos Natsu-san! - respondeu a mais nova. 

— Lucy-san ficará muito feliz! - Asuka sorriu. - bem, acho que é melhor eu ir. Não quero atrapalhar o casal.

— Eu também não. - concordou Wendy, rindo. - e você deve estar ansioso para mostrá-los para Lucy-san. 

— Sim- o rosado assentiu, ainda deslumbrando o quarto da menina, que pessoalmente fora o que ele mais gostara. Se despediu das duas, e fora animado até o quarto do casal, que era o lugar onde Lucy mais ficava. 

Ele bateu três vezes na porta bem de leve, para não acordar Lucy se a mesma estivesse dormindo. Ela respondeu um simples entra e assim Natsu o vez.

— Lucee... Está melhor? - perguntou com a expressão preocupada. E ela sorriu.

— Sim, estou bem melhor.

— Então pode vir comigo? Tenho uma surpresa pra você.

— Finalmente! - se animou. - Não é mais surpresa nenhuma, já que eu tive que ficar na casa da Erza e do Jellal... - ele pegou um pano que estava próximo aos dois e vendou Lucy, despertando mais curiosidade na mesma. Ela sabia que haveria uma surpresa, só não sabia o que era.

Ele a levou devagar, até onde ficava o quarto dos gêmeos. Ele abriu a porta bem devagar, e desvendou a loira. Seus olhos brilharam ao ver aquele lindo quarto de menininha, cheio de azul e rosa. 

— N-Natsu isso é...

— Lindo, não? Asuka que deu quase todas as ideias. Pra mim ficou digno de uma princesa. Nossa princesa Nayla. - ele deu um daqueles largos sorrisos. - Ara? Esqueceu que temos gêmeos? - riu. - Eu também mandei fazer o quarto do Nathan. - eles caminharam até uma porta branca, e Lucy abriu-a morrendo de curiosidade para saber como era. Ao abrir ela se deparou com outro lindo quarto, mas para o menino.

— Esse aqui também é... Lindo! Lindo demais!! Natsu você é o melhor marido da face da terra! - vibrou, abraçando-o.

Natsu não era o melhor pai do mundo. Mas pelo menos era um pai honesto e atencioso. Agora se sentia ansioso para ver o rosto de suas crianças, e logo logo chegar numa das piores fazer da missão mais difícil de sua vida: ser pai.