Além Das Flores escrita por ThansyS, BiaSiqueira


Capítulo 15
Sem palavras - Frenesi


Notas iniciais do capítulo

E depois de um século e meio de espera. FINALMENTEEEE!!Ps: Vcs vão entender no decorrer do capitulo o que eu quis dizer com isso! LOL. espero que gostem e comentem :)



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[...] - Você está sangrando outra vez James. E ainda no banco desse carro que nem é nosso.

– Não se preocupe, dessa vez foi só um corte. Quando a gente parar para descansar, você pode suturar para mim.

– Enlouqueceu foi? Eu não sou médica, não sei suturar ninguém. – Lilly se desesperou com o pensamento e foi a vez de James revirar os olhos.

– Provavelmente nem as suas calcinhas você já costurou. Mas tudo bem, eu te mostro como faz antes e depois você tenta. Se eu deixar o corte aberto, vamos perder mais belos dias junto com mais alguns litros do meu sangue, que ultimamente parece estar tendo problemas em ficar apenas dentro do meu corpo. – James reclamou e Lilly concordou silenciosamente com ele. [...]

– Merda Lilly, você deve estar amando ver isto. – James sibilou entre dentes e Lilly quase riu. Mas o ato que ela praticava impedia que ela realmente tivesse vontade de sorrir.

Sentado em uma cadeira nada confortável, estava James. Enquanto Lilly de olhos entre abertos e a testa molhada de suor, pregava os últimos pontos que fechariam o corte feio no ombro de James.

– Acho que temos que ter um novo acordo. – Lilly disse assim que terminou o ultimo ponto. – Você tem mesmo que parar de ser atingido por qualquer coisa, caso contrario, no final disso tudo, se a gente não morrer, você não vai ter lugares inteiros, ou sem ao menos uma ou duas cicatrizes no seu corpo. – Lilly disse tudo sem encarar o rosto de James. Ela falava rapidamente enquanto seguia em direção à maleta de primeiros socorros e molhava o algodão em álcool pela ultima vez. – Resumindo tudo, sem cortes, sem tiros, sem sangue, sem cicatrizes. – Ela disse simples e no momento m que James se preparava para rir dessa simplicidade toda, Lilly tocou no ombro dele com o algodão embebido de álcool. Instantaneamente, ele se encolheu na cadeira, e com um gemido de frustração ele prendeu o grito de dor preso à sua garganta.

– E o mais importante de tudo isso... – Lilly recomeçou a falar enquanto ele ainda tricava os dentes. – Sem. Mais. Sutura. – Ela falou pausadamente cada palavra, colando o algodão ao machucado no final de cada uma delas. A última, porém, soou um pouco incompleta, já que no momento em que ela tocaria nele outra vez, James, em um movimento rápido, a puxou com o braço não machucado e em instantes, Lilly estava sentada sobre ele na cadeira. O movimento rápido do rapaz foi seguido de um gritinho de susto da moça, que assim que notou o que havia acontecido, já estava onde estava. Ela encarou as íris extremamente azuis do rapaz. As orbes brilhantes daqueles olhos tão magníficos pareciam indecisas, entre estarem raivosas, ou algo muito diferente disso, que para salvar a própria sanidade, Lilly resolveu desconsiderar.

Mas a sanidade da garota estava em sérios apuros. Ela não conseguia se mover, James mantinha, com um único braço, um aperto de ferro travado na cintura dela. Ela não podia falar também, mas isso não se devia apenas aos braços dele a apertando contra si, mas todo o restante do corpo, tão próximo ao seu, faziam Lilly querer implorar para que ele não a soltasse nunca. Mas aquele era James. Era só o James com quem ela havia brincado quando era criança. O James com quem ela já havia compartilhado tantos momentos e tantos segredos. E foi como se um estalo em sua mente a tivesse feito perceber, que naquele momento era o mesmo James que estava ali e era dele também que ela esperava a atitude de diminuir o pequeno espaço que havia entre eles.

James podia facilmente acreditar no que estava acontecendo, era esperado que ele revidasse à provação. Era sempre assim entre eles. Desde quando crianças, quantas vezes ficaram juntos de castigo por quebrarem não só as regras, mas até algumas pequenas, e nem tão importantes assim, na opinião deles, é claro, partes da casa. Ele podia acreditar que Lilly tivesse mesmo se assustado quando gritou. James só não podia acreditar que depois de encará-lo com algo nos olhos que ele preferiu não identificar, ela tivesse mesmo fechado os olhos e sem nenhum tipo de esforço contrario, ela parecia assentir à bizarra ideia que ele tinha em mente. Mas James não queria pensar. E foi depois de tanto tempo, que ele se sentiu com um adolescente de novo. Se sentiu como a criança que ao descobrir a tradição do visgo de natal, correu até a pequena prima e erguendo um galho sobre a cabeça dela, beijou calidamente a ponta de seus lábios. Mas foi como o jovem que era, que James atendeu ao pedido mudo de Lilly e de seu próprio coração. E de um roçar de lábios, logo houve a evolução para um beijo que deixava alguns adjetivos como “cálido” e “inocente” bastante fora de contexto.

Lilly prendeu os dedos contra os fios sempre bagunçados dos cabelos de James.

James a apertou ainda mais contra si e em um impulso quase que desesperado se ergueu da cadeira onde antes estavam sentados. Com um baque surdo, a cadeira foi ao chão e o no instante seguinte era a parede a única a sustentar acesa a chama incandescente no coração daqueles jovens.

Não tinha pensamento naquele momento. Eram duas pessoas movidas por desejos que tentavam manter, por tempo de mais, não afastados, mas escondidos até de si mesmos.

E foi só quando James deixou surgir entre eles, por uma fração de segundos apenas, um pequeno espaço, que Lilly fez o frenesi do momento ser dissipado.

Na tentativa de impedi-lo de se afastar, Lilly buscou um outro apoio para suas mãos. Ela tinha as pernas em volta dos quadris de James, e ele a pressionava insistentemente contra a parede gasta do velho hotel à beira da estrada. O ar fez-se, inconvenientemente necessário, fazendo com que James afrouxasse o aperto que mantinha por apenas alguns segundos. Segundos esses que fizeram Lilly tirar as mãos do emaranhado de fios que agora era o cabelo dele, e direcionar a mão, ao ombro recém suturado dele. Ela sentiu onde estava tocando, no mesmo em que James soltou finalmente o grito de dor que vinha mantendo preso na garganta. Grito esse abafado pelo beijo que ele recebeu como pedido de desculpas. E por impulso, ou apenas pela dor, James se afastou, e Lilly se viu corada da raiz dos cabelos, até as pontas dos pés.

– Bem – Ela disse depois de recuperar o fôlego e um pouco do seu orgulho despedaçado. – Acho que vamos ter que fazer outra sutura...


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Notas finais do capítulo

E entããão ?!Poxa, povo, se vcs não comentarem nesse aqui, eu sinceramente, desisto de vcs! Poxa!E para quem comenta, o meu muitíssimo obrigada!



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