I Hate You - 2 Season escrita por Carol Munaro
Notas iniciais do capítulo
Hello! Boa leitura :3
- Jennifer! Eu te disse que o cliente queria as flores vermelhas! - O demônio (ou meu chefe, se preferirem) berrou no meu ouvido.
- Eu sei. Mas...
- Então! Por que elas estão amarelas? Eu realmente espero que tenha sido um erro da floricultura!
- Não teve erro nenhum. O cliente pediu pra eu escolher.
- Desde quando o cliente manda você escolher?!
- Dá pro senhor parar de berrar, por favor? Obrigada. Ele pediu ué. - Meu celular começou a tocar. Era só o que me faltava. Se for a Sophie, eu vou matar aquela menina.
- E o que eu disse sobre celular?
- Eu sei. - Olhei no visor. Jason nunca me liga quando to no trabalho. Mas mesmo assim, desliguei. - Desculpa.
- E o piso?
- Já resolvemos isso.
- Mas tá errado!
- O cliente mudou o jardim inteiro! Pronto! Se duvidar, fala com ele! - Disse sem paciência e saí do escritório pra ligar pro Jason. - O que aconteceu, Jason?
- Você precisa vim pra cá.
- Pra cá onde? E eu não posso sair daqui. Acho que vou ser despedida. - Disse olhando pro escritório pela janela.
- Na escola da Sophie.
- Tá. Eu dou um jeito de estar aí em meia hora.
- E por que você vai ser despedida?
- Eu berrei com o meu chefe. Mas enfim, to indo pra aí. - Desliguei a chamada. - Vanessa? - Chamei a secretária do capiroto. - Eu vou precisar ir pra escola da Sophie.
- Pode deixar que eu aviso ele. Se for preciso, falo que a menina tá quase morrendo. - Ri.
- Obrigada.
(...)
- Cheguei. - Disse entrando na sala da diretora depois de bater na porta. A velha estava com uma cara de dar medo. Jason parecia que ia matar a menina. - O que aconteceu?
- A culpa não foi minha! - Sophie disse quase chorando.
- Quieta! - Jason disse.
- Eu preciso que a senhora assine a carta de suspensão junto com o seu marido. - A diretora disse. Senhora. Velha maldita.
- O que você fez? - Perguntei surpresa pra ela. Tá parecendo eu quando tinha quase a idade dela.
- Só assina, Jenny. - Jason disse e eu dei de ombros. Assinei o troço lá e a fomos embora.
- Três dias acordando tarde hein. - Disse dentro do carro pra Sophie. Ela tentou esconder o riso.
- Acordando tarde o cassete! Sabe o que essa menina fez?
- To curiosa pra saber.
- Ela brigou com outra menina! Coitada da garota. Tá parecendo um filhote de cruz credo.
- Pai, ela é um filhote de cruz credo. - Ri.
- Mas qual o motivo da treta?
- Mãe, por que você é assim? - Ela perguntou choramingando.
- Assim como? Até onde eu sei, sou normal ué. – Disse rindo.
- Que mãe fala “treta”?
- Ah... Sua vó passou açúcar em mim.
- Puta que pariu... – Ouvi o Jason murmurar rindo e dei de ombros.
- Por que você não é uma mãe normal?
- Eu sou mais legal. Consigo deixar a sua vida com mais brilho. Mas você ainda não me disse qual o motivo da treta.
- Ela falou merda pra mim. Mas eu não bati nela.
- Aham, fui eu! – Jason disse irritado de novo.
- Eu quis dizer da primeira vez. Não fui eu quem começou.
- Tá certa.
- Jenny! – Jason me repreendeu. – Não é certo fazer isso.
- Olha quem fala... Seu pai era mó barraqueiro.
- Mas que mentira.
- Era sim. Tinha um time de basquete que toda vez que ia jogar com a escola que a gente estudava, um guri lá e o seu pai brigavam.
- Mas é lógico. Ele era muito folgado!
- Mas, pai, é errado. Lembra? – Ri e ele fechou a cara.
(...)
Jason me deixou na empresa e eu já tava pensando no quanto que eu iria ouvir. Quando entrei, a secretária já estava olhando com dó pra mim. Bati na porta do inferno e ouvi ele dizer secamente "entra". Assim fiz. Ele estava sentado de frente a mesa com as mãos juntas e pousadas na mesma.
- O senhor queria falar comigo?
- Você saiu no horário do expediente.
- Eu tive que sair. Problemas com a minha filha.
- Podia ser depois.
- Na verdade, não. - Peguei um papel que a diretora me deu como declaração e entreguei pra ele. Ele leu, respirou fundo e guardou dentro de uma gaveta.
- Pode voltar pro trabalho. – Mas olha só. Eu ainda tenho um emprego. – Depois do expediente, te espero aqui na minha sala. – Então né... Fudeu tudo de novo.
(...)
- Mas, mãe, qual o vestido? – Sophie perguntou. Meu Deus. Que menina lerda do cassete.
- Só tem um azul aí.
- Mas ele é longo! – Escutei um “você vai sumir dentro dele”.
- Quem tá aí?
- Lucas. Até que é bonito mas... é longo.
- Para de reclamar. E é uma festa formal. – Ouvi ela bufar.
- Tá, eu vou dar um jeito.
- Vai fazer o que?
- Nada de interessante. Só... Vou dar um jeito.
- Não vai fazer merda com o meu vestido, menina!
- Relaxa.
- Relaxa o cassete!
- Tá, mãe.
- Vou desligar. Daqui a pouco to aí. – Desliguei o telefone e olhei pra minha mesa. Se eu colocar minha mão no meio das coisas, fico sem de tanta bagunça que tem. Dei de ombros, fechei a sala e fui pro escritório do coisa. Bati na porta e ele já estava me esperando.
- Jennifer, eu estive pensando durante toda a tarde e tomei uma decisão. – Continuei olhando pra ele esperando que ele continuasse. – Bom, resumindo tudo, eu sou o chefe aqui e não preciso ouvir as suas reclamações e muito menos as patadas que você dá. – Respirei fundo. – Como eu sou uma pessoa boa, não vou te mandar embora por justa causa. – Ri.
- Isso é uma piada? - Perguntei ainda rindo.
- O que? Eu te mandar embora?
- Não. Eu perguntei sobre a parte “sou uma pessoa boa”. – Se o velho estava irritado, agora então...
- Está vendo? É um absurdo você falar assim com alguém como eu! - Pensei em responder: "Não preciso disso! Meu marido tem dois empregos!". Porém, Jason é preguiçoso demais pra ter dois.
- Mas ué, eu vou despedida de qualquer jeito mesmo. Amanhã pede pra Vanessa me avisar de quanto tempo vai ser o aviso prévio. To atrasada pra fazer o jantar. Bye. – Fechei a porta, atravessei o saguão do escritório e ainda ouvia os berros dele. Qualquer dia esse cara vai enfartar.
(...)
- Mãe, acho que o pai quer me pedir alguma coisa. – Sophie disse enquanto me ajudava a preparar o jantar. Por incrível que pareça, Lucas estava na sala assistindo jogo com o Jason. Coitado do menino.
- É pelo fato de ele não estar berrando? – Espichei o pescoço olhando pra sala.
- Ahn... Também. Mas ele falou pro Lucas jantar aqui hoje. – Olhei pra ela.
- Sério? Que evolução.
- Hey! Domingo já tenho lugar pra ir. Não vou passar a tarde em casa. – Jason disse sorridente entrando na cozinha.
- Vai onde?
- O Lucas conseguiu ingresso na primeira fila pra eu ver os Lakers junto com ele. – Olhei pra Sophie, que olhou de volta pra mim.
- Ok né. – Sem duvida alguma esse era o motivo de eles estarem se dando bem. Depois a interesseira sou eu. Jason pegou um tomate e foi pra sala. – Seu namorado não tem vergonha de comprar seu pai, não? – Ela riu.
- Eu não tenho nada a ver com isso. E pior é o seu marido que muda a opinião pelo menino por um ingresso de jogo.
- Mudando de assunto, ele conhece o Simon?
- Conhece. Por quê?
- Ele não tem ciúmes? – Ela riu.
- Simon é como se fosse uma menina, mãe.
- Você disse que ele não é menino de família.
- Ele é um prostituto.
- Vish. É que nem o Charles então.
- Mãe, só falta o tio Charles abrir um puteiro. Isso se já não tem.
- Ai que horror, menina.
- Ele abriria e ficaria de cafetão. E aquela tua prima iria ser a primeira...
- Sophie! – Berrei rindo e ela olhou pra mim com cara de inocente.
- Mas é a verdade.
- Charles é que nem o Charlie Harper do Two and a Half Men. – Jason disse entrando na cozinha com o Lucas. Pelo jeito tinha acabado o jogo.
- Safado! – Sophie disse e eu e o Jason rimos.
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Gente, não postei mais cedo pq é dia das mães né. Então, mesmo um pouco atrasado, feliz dia das mães pras mamães de vcs :3 Xoxo.